A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 21
A declaração de Malek


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Eu tenho notado que algumas de vocês sumiram... O que foi que aconteceu? T-T Saudades de alguns comentários...

Enfiiim, eu queria hoje agradecer a "MariTelles" por ter recomendado a fic *3* obrigadaaaaa ♥ sério, as recomendações me ajudam muito ~sempre repito porque é verdade e.e~ e juntamente com os comentários, esse tipo de coisa me deixa muito alegrinha kk

No capítulo de hoje - uma declaração :3

Tenham uma boa leitura o/



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Os dias que se passaram ocorreram algumas coisas fora do comum — na verdade, foi apenas uma coisa fora do comum que aconteceu. Aqueles passeios estranhos do Malek ficaram mais frequentes e geralmente quando acontecia, éramos sempre eu e Benigna que flagrávamos.

Olhares. Essa foi uma das coisas que também me incomodou ultimamente. Malek vivia olhando pra nós duas e sempre que nossos olhares se encontravam, eu arqueava uma sobrancelha, numa pergunta silenciosa. Em resposta eu ganhava um revirar de olhos.

Bem, apesar de todas essas coisas estranhas, o bom de tudo é que Kameel evoluiu de nível e agora estamos no mesmo. Isso não é o máximo? E, como prometido, Benigna virou oficialmente a vice-líder — Malek até mandou um sorriso pra ela! — e mesmo querendo muito ser vice-líder no lugar dela, não fiquei com raiva. Pelo contrário, expliquei pra ela detalhadamente o perfil de cada jogador pra que na hora que precisássemos lutar, ela já soubesse quem escolher. Acabamos até nos aproximando mais como amigas.

— Acho que ele ta a fim de você — confidenciou Benigna enquanto comíamos todos na sala, com a fogueira nos aquecendo do frio lá fora.

A encarei, sem querer acreditar naquilo.

— Ah, fala sério. — Revirei os olhos.

Preciso dizer mais alguma coisa? Ela estava falando de Malek, é claro — só quero deixar uma nota de que ele e Rian ficaram amiguinhos nos últimos dias (claro que Rian continuou sendo legal comigo). O engraçado é que Malek parou de implicar comigo desde que os dois apareceram — vai ver Rian fez bem a ele.

— Eu tô, Kary!

Alguns olhares se viraram pra nós ao perceberem a pequena discussão.

— O que estão olhando? Perderam alguma coisa? — Benigna, delicada como sempre.

Alguns balançaram a cabeça e voltaram a conversar baixinho uns com os outros. Imma, Utae e Kameel pareciam discutir algo banal pelas expressões descontraídas. Já Malek e Rian, sempre viravam os olhaes em nossa direção o que de certa forma me deixava irritada. O que foi? Perdeu alguma coisa em mim?, sério, eu juro que tive vontade de verbalizar.

— Está vendo? Os dois vivem olhando pra cá. — Ela meneou a cabeça em direção aos dois que confidenciavam algumas coisas enquanto davam umas olhadelas em nossa direção.

— Beni, é mais provável que Rian esteja a fim de mim do que Malek. Ele me odeia e eu odeio ele. Assim que sempre foi e é assim que sempre vai ser.

— Como você é chata. — Agora foi a vez dela de revirar os olhos.

Dei de ombros. Estava acostumada com aquilo — e com coisas muito piores, a filha de Ares nunca economizava nas palavras. Terminei de comer meu pedaço de carne pouco depois de Malek — tá legal, eu estive olhando pra aqueles dois, querendo saber o que tanto olhavam. Coincidentemente, Malek disse:

— Kary, posso falar com você?

Tudo bem, aquilo nunca tinha acontecido antes. Bem, alguém aqui vai acabar descobrindo todo esse mistério, me vi pensando, louca pra querer saber o que estava acontecendo.

— Chegou a hora da declaração — ouvi Benigna comentar baixinho e quase ri.

Eu riria se não estivesse um pouquinho nervosa com o assunto que ele pudesse querer abordar comigo.

Dei de ombros como se dissesse verbalmente “tudo bem, não faz diferença” e me levantei preguiçosamente. Ele me levou pra fora da cabana — sim, já era noite e a inteligência inventa uma dessas. Ao pisarmos na neve, ele fez aquilo que tanto me irritava: derreteu a neve aos seus pés. Coloquei-as de novo quando fiz seu mesmo trajeto, deixando só um pequeno espaço ao redor dos seus pés sem minha querida neve.

Haviam chamas dançando entre seus dedos quando ele encostou as costas na parede de madeira e pareceu encarar o céu — até percebi ele mordendo o lábio, parecendo nervoso. Ok, aquilo estava começando a me assustar. Eu nunca tinha visto ele daquele jeito.

— Eu acho... que eu to gostando de uma pessoa.

Aquilo me pegou de surpresa. Sabe aquele “lindo” momento em que seu coração acelera pelo momento. Você fica receoso com o que pode acontecer a seguir e mal sabe como reagir se aquilo que você pensa que vai acontecer, acaba acontecendo. Bem, eu estava exatamente daquele jeito.

— E...? — incitei ele a continuar.

Malek suspirou fundo antes de dizer:

— Eu sei que é meio idiota, mas eu to gostando de...

Diz logo, praga imprestável, por dentro eu estava me contorcendo em curiosidade. Era aquele típico momento em que você queria que a pessoa falasse de uma vez, só que ela enrola até o último segundo e algum imprevisto sempre acontece em seguida — céus, como eu estava torcendo pra que nada acontecesse enquanto ele não revelava.

— Dela, sabe... Da Benigna.

Bom, se a primeira frase dele me pegou de surpresa, essa mais ainda. Isso explicava algumas partes do comportamento estranho dele, mas não todas.

— É por isso o tratamento de luxo que eu recebia acabou? — soei irônica.

— Ela me disse que odiava o jeito como eu te tratava algumas vezes.

— Então deve ser mesmo verdade quando dizem que o amor muda as pessoas. — Fiz uma pose falsa pensativa.

— Ah, Kary, qual é. Quer saber por que eu to te contando isso?

— Estou morta de curiosidade — ironizei, analisando as unhas como uma distração.

— Porque quero sua ajuda — ele respondeu, ignorando minhas ironias.

— Minha ajuda? — Eu ri. — Pra conquistar ela? Você que se vire. Não vou dar uma de cupido.

Malek bufou com a resposta e me prensou na parede de madeira pelo pescoço. Era incrível como apenas uma mão conseguia facilmente cobrir meu pescoço.

— Pelo jeito nem pra isso você serve.

— Você que é mais imprestável! — exclamei brava. — Não aceita o fato de que Utae gosta muito mais de mim?

— Tanto que escolheu Benigna como vice-líder — dessa vez ele foi irônico.

Isso foi o suficiente pra me fazer esticar o pé, com intenção de lhe dar um chute em qualquer parte do seu corpo — de preferência na sua virilha, tava louca pra saber se no jogo ele podia sentir esse tipo de dor. Só que com a mão livre, ele pegou minha perna, me obrigando a ficar parada porque com qualquer movimento eu podia me desequilibrar e cair.

— Sem chance, Kary. Vamos fazer um acordo. Sei que podemos chegar a um consenso.

Fiz gelo começar a subir pelos seus pés, só que ele logo percebeu e começou a descongelá-los. Eu insisti, voltando a congelá-los, entretanto, isso não fez com que ele sequer soltasse meu pescoço.

— Não vou fazer o que você quer, Malek. Você não manda em mim — falei malcriada.

Quase não vi o que aconteceu em seguida porque foi muito rápido. Num segundo Malek estava com os punhos fechados e pronto pra me dar um soco e no outro, uma camada de gelo surgiu no meu rosto e quando seu punho tocou minha bochecha, só consegui ouvi um xingamento alto saindo da sua boca, enquanto a camada de gelo do meu rosto se quebrava e caía no chão como uma porcelana delicada quebrada.

— O que diabos ta acontecendo aqui? — questionou Utae assim que saiu da pela porta dos fundos. Benigna estava bem atrás dela.

— Levou um fora da Kary, Malek? — questionou Benigna num tom de deboche (eu que ensinei a ela como tratar ele).

Foi só aí que ele soltou meu pescoço e minha perna com tanta brutalidade que perdi o equilíbrio, mas felizmente não caí no chão.

— Como é? — ele pareceu não ter entendido a indireta dela.

— Oras, você não é a fim da Kary?

Aquilo pegou tanto Malek como Utae de surpresa. Então, inesperadamente Malek soltou uma gargalhada.

— Eu? A fim da Kary? Só se bater a cabeça umas mil vezes numa pedra — disse, ainda rindo.

Revirei os olhos, não achando graça alguma daquilo.

— Então por que diabos você e o Rian viviam olhando pra nós duas? — Arregalei os olhos ao ver o quanto Benigna havia ido direto ao ponto.

Percebi que Malek ficou um pouco nervoso com a pergunta.

Bem que você poderia me ajudar agora, lancei um olhar de imediato pra Malek ao ouvir sua voz dentro da cabeça. Então lembrei da tal conexão mental que ele podia fazer com quem quisesse. Foi assim que começou nossa discussão, agora mental:

Eu: Por que eu ajudaria?

Ele: Porque é agora que eu realmente preciso de ajuda.

Eu: Por que não fala com ela logo de uma vez? Assim acabamos com isso.

Ele: Kary, você alguma vez já teve que se declarar pra uma garota?

Eu: Claro que não! Não sou lésbica, idiota.

Ele: Você entendeu o que eu quis dizer.

Eu: Tá, tudo bem, já tive, mas isso foi com Kameel. Eu simplesmente pulei no pescoço dele e beijei. Sabe, sem medo.

Ele: Só que tem diferença. Você já sabia que ele gostava de você. Eu mal sei o que se passa na cabeça dela!

Eu: Então como você pode gostar de alguém que nem conhece?

Ele: Essa é a graça de se gostar de uma pessoa. Você conhecê-la.

Eu: Me poupe, Malek. Não se faça de romântico dentro da minha cabeça.

Ele: Estamos perdendo tempo! Kary, me ajuda a sair dessa. Prometo te dever uma.

Eu: Quer mesmo minha ajuda? Ok.

Mal tinha percebido que Imma, Rian e Kameel também tinham vindo ver o que estava acontecendo e olhares serpenteavam entre nós dois. Possivelmente devíamos estar fazendo caretas um pro outro enquanto conversávamos mentalmente.

— Não vai me responder? — Benigna parecia impaciente com o silêncio.

Então meu plano idiota entrou em ação. Eu simplesmente empurrei Benigna na direção do Malek, forçando uma aproximação.

Eu: Agora é com você, galã.

Ele: ************************.

Segurei uma risada pra não rir de tantos xingamentos seus que invadiram minha cabeça.

— Kary, o que foi isso? — questionou Utae e só então percebi que os outros garotos também estavam do meu lado

Senti Kameel envolvendo minha cintura, me fazendo morder o lábio inferior com o gesto. As vezes me esquecia que tinha um namorado maravilhoso à minha disposição.

— Só observe — disse Rian, único que pareceu entender meu gesto.

— Eu gosto de você — ouvi finalmente Malek admitir para Benigna.

Ambos estavam corados e nós, que ficamos segurando vela pros dois, mal nos importávamos com isso, apenas assistíamos a cena, curiosos.

Benigna não respondeu ele. Apenas passou os braços por seu pescoço e simplesmente o beijou. A cena chegou a ser fofa — embora eu tenha sido a única da mini plateia que tenha suspirado num ar romântico.

Kameel beijou minha cabeça como se dissesse “bom trabalho” e eu me desvencilhei dele pra poder encará-lo.

— Agora é sua vez — me vi falando baixo apenas pra ele (embora acho que os três ao meu redor tenha ouvido).

Seja como for, não me importei com isso. Apenas puxei Kameel pela gola do gibão até os dormitórios.

Assim que chegamos, enlacei seu pescoço com os braços e comprimi nossos lábios num beijo apaixonado. Sabe, é aquele típico momento em que você sente a necessidade de ter o seu próprio momento romântico.

E que você anseia se sentir amada por alguém.


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Notas finais do capítulo

Nesse final eu juro que decidi ser boazinha com vocês u.u deixei algo fofinho ^^ me agradeçam logo porque o próximo capítulo... To sentindo que vou ser xingada e.e

No próximo capítulo - mortes ~acho que isso já diz tudo... Podem ir fazendo as teorias u-u

Até o próximo capítulo o/



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