BONUS CHAPTER— Night Terror

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Batalhar contra as forças da natureza é inútil.

Junte-se a ela, ou pereça. Mesmo que muitas vezes, fazer a primeira signifique satisfazer a segunda.

Meus pulmôes ardem, mas jã não sinto a dor. Ou o desconforto. Minhas pernas pesam, mas de algum modo continuo movendo-as. Estão cansadas. Cansadas de batalhar, inutilmente, contra as forças da natureza.

Estou tentado a simplesmente me juntar às ondas do mar, que relutam em me ceder a vitória.

Não. Tenho que arrastá-la daqui, manter sua cabeça fora da água. Tenho de tentar. Tenho…

Minhas pernas colidem com o banco de areia da praia. Posso chorar de alívio, e gratidão.  Agarro seu corpo comigo e batalho pelas nossas vidas, enquanto o mar decide, por fim, ajudar. Somos atirados na areia. Tento me levantar, mas meus músculos não respondem aos meus comandos. Estou tão cansado.

Mas ela continua desacordada.

Ajoelho-me ao seu lado e pressiono o peso de minhas mãos contra seu peito, num movimento muito menos elegante que nos dos filmes.

Uma, duas, três vezes.

Sinto que vou colapsar a qualquer momento.

Ela não se move. Permanece ali, os lábios entreabertos, a pele pálida como….

Uma, duas, três, quatro vezes.

Nada.

Me debruço perto de sua cabeça e forço ar contra seus lábios azulados e tão dolorosamente frios.

Uma, duas, três, quatro, cinco vezes.

Nada, nada.

Seu corpo não responde. Não responde.

O oceano reivindicou sua vida.

Tento novamente, sem forças para chamar seu nome. Não sei se a água salgada no meu rosto é no mar ou dos meus olhos. Não sei se tenho forças para chorar. Não sei.

Tento novamente..

Meu peito se enche de algo que não é ar — nem água.

Desespero.

Mas ela permanece ali, deitada, lábios entreabertos, os cabelos emaranhados com a areia, a trilha deixada para trás do lugar de onde a puxei do oceano. De onde nos puxei do oceano.

Colapso.

Ele vence a batalha.

Eu perco.

Natureza: 1000 x Homem: 0

Deixo que o oceano reivindique minha vida também. Pouco uso ela me tem agora.

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Lucien se sentou na cama com um pulo, incapaz de respirar, o peito cheio de lágrimas que falhou em soltar durante o sono.

Bateu palmas para que a luz se acendesse, mas foi de pouco ajuda; vislumbrou apenas as sombras no canto do olho esquerdo. Sombras que o atormentavam e o atormentariam pelo resto de sua vida.

Soltando um suspiro pesado e dolorido, desligou as luzes novamente, mas não se deitou. Encarou a escuridão.

E ela o encarou de volta.