Kettering - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 4
As Histórias


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, cheguei de novo! Eu acho que estou dentro do prazo, então UHU! Espero que gostem desse aqui, FREMIONE INTENSIFIES! Boa leitura, amores ♥



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              - Esse lugar é deprimente. – Fred reclamou, deitando na cama. – E ainda por cima confiscam presentes!

              - Mas tem vários presentes na bancada... – Hermione apontou para a mesa na frente do pé da cama, cheia de balões que mudavam de cor, flores vivas e doces de todos os tipos.

              - Presentes deprimentes. – Ele retrucou, apontando para todos. – São presentes de doente, que só me fazem me sentir mais doente.

              - Te deram com boas intenções, Fred! – Ela repreendeu com suavidade, mas sem conseguir reprimir uma risada. Ele ficava engraçado quando resmungava, provavelmente porque seu tom nunca deixava de ter pelo menos um toque de humor.

              - Os de George eram bem mais legais... – Fred sorriu com as memórias dos vários presentes que seu gêmeo contrabandeara para dentro do hospital.

              - Não duvido. – Riu Hermione.

              - Mas olhe isso! É tudo tão triste. – Ele grunhiu, gesticulando com os braços. – Conta algo feliz?

              - Tipo o quê? – Inquiriu, sem entender a pergunta que tinha sido feita.

              - Me diga você, ora. – Fred disse, com um sorriso parecido com o de uma criança prestes a ouvir uma boa história.

              Hermione pensou, e suas histórias em Hogwarts provavelmente já tinham sido contadas por Ron para os Weasley. Haviam muitas coisas felizes em sua infância, mas várias teriam que envolver explicações sobre coisas trouxas para serem entendidas.

              - Bom... – Hermione ponderou, escolhendo uma. – Havia um filme chamado Matilda. Era sobre uma menina muito inteligente que sabia mover os objetos com a mente.

              - Espera, filme? – Fred interrompeu, confuso.

              - É como as fotos dos bruxos, só que com sons e que narram uma história de mais ou menos duas horas. – Esclareceu a menina, sem saber muito bem como explicar um filme, mas Fred entendeu o que ela queria dizer (ainda que não entendesse como alguém não se entediava ao acompanhar a mesma história por duas horas inteiras). – Enfim, eu me identificava muito com a Matilda.

              - Nunca teria previsto essa... – Ele ironizou, rindo.

              - Vai me deixar contar a história ou não? – Ela repreendeu, também sorrindo. Ele assentiu com a cabeça, fazendo um sinal de sentido. – Bom, eu cismei que eu também conseguiria mover as coisas com a mente, e fiquei a tarde toda concentrada nos livros da minha estante. E acabou que eu consegui, e foi assim que eu descobri que era uma bruxa.

              - Por causa de uma foto de duas horas com história? – Fred riu. – Quantas pessoas podem dizer isso no mundo?

              - Acho que só eu. - Hermione não conteve um risinho. – E você não imagina o quão engraçado foi a trajetória de meus pais.... Nessa história toda de magia. – Ela terminou a frase rapidamente, subitamente atingida pela memória de seus pais, que nem lembravam mais quem ela era.

              - Mione? – Fred percebeu a mudança na expressão e no tom de voz da menina sentada ao lado do seu quadril.

              - Hm? – Ela voltou a si, sorrindo com certa fraqueza que não passou despercebida. – O que eu ia dizendo? Ah, sim... É, meus pais e eu passamos por cada uma por eu ser uma bruxa.

              - Tipo? – Ele deixaria a conversa sobre esse momento de Hermione para depois. Fred, quando estava triste, gostava que o fizessem rir, e imaginou que talvez funcionasse com ela também.      

              - Bom, foi bem engraçado quando o livro de Trato das Criaturas Mágicas tentou atacar meus pais... – Hermione riu. – Ou quando tiveram que repensar as regras da casa de acordo com magia... E quando visitamos o Beco Diagonal pela primeira vez!

              Hermione estava achando cada vez mais difícil de conter seu riso, e Fred enfrentava um sério conflito interno sobre silenciá-la ou não. O diabo em seu ombro venceu, mas por pura satisfação própria: o riso de Hermione era feliz demais para pedir que abaixasse o volume. Era um som que o fazia ficar grato pela dor no ouvido ter passado para que pudesse ouvir sua risada. Mesmo se o zumbido ainda estivesse lá, provavelmente teria a mesma atitude.

              - Sua vez. – Ela sorriu para ele, que levantou uma sobrancelha inquisitiva. – Me diga uma coisa feliz.

              - Deixe-me pensar... – Fred dramatizou, coçando uma barba imaginária. – Sabe a tradição dos suéteres com as letras gigantes? – Hermione concordou com a cabeça. – Começou como um jeito de diferenciar eu e George. Daí Charlie ficou com inveja e mamãe começou a fazer para todos nós.

              - Sério? – Hermione riu alto, e o ruivo concordou enfaticamente com a cabeça.

              - Mas eu e George vivíamos trocando de suéter, e acabamos descobertos. – Fred contou. – Aliás, sabia que eu e George nos odiávamos quando éramos pequenos?

              - Mentira! – Ela reagiu com incredulidade. – Como...?

              - Bom, acho que colocar a culpa nele por todas as coisas que eu fazia não era a melhor forma de demonstrar amor fraternal... Mas um dia, eu roubei uns biscoitos da mamãe, mas George também queria os biscoitos e ajudou a escondê-los. – Fred sorriu com a memória. – Foi bom enquanto durou, mas comemos tanto que passamos mal. Depois disso, foi só alegria para a família toda!

              - Muita alegria, com certeza. – Hermione riu com a ironia de Fred, ainda sem conseguir imaginar Fred e George se odiando. As risadas foram diminuindo gradativamente até que os dois ficassem em silêncio, sorrindo um para o outro. Ele, ao tentar observar os detalhes do rosto da menina em sua frente, reparou que ela não era mais aos seus olhos a amiga do seu irmão caçula. Ela mesma provavelmente se via diferentemente, com mais confiança. E talvez era isso que a tornava cada vez mais bonita aos olhos de Fred a cada minuto que a conhecia melhor. – Já está tarde.... Acho que devo voltar.

              - Hermione, você vem aqui todo dia depois da meia noite e não dá a mínima. – Fred sorriu quando percebeu que percebera a desculpa de Hermione para quebrar o momento de silêncio e observação.

              - Sim, mas... Tenho que acordar cedo amanhã. – Ela se aprumou, arrumando uma explicação rapidamente. Hermione também tinha reparado em Fred, mas não gostou de como o olhar do garoto parecia enxergar além dela, além do exterior. Sua desculpa para ir talvez tivesse vindo do medo bobo de que Fred descobriria tudo de mais profundo em sua alma somente com aquele maldito olhar.

              - Por quê? Fazer uma recontagem das rachaduras no seu teto para ver se nenhuma saiu para se engraçar com o teto do vizinho? – Ele satirizou, sorrindo com zombaria. De certa forma, Fred achava engraçado e até bonitinho vê-la constrangida, e sabia que ela tinha reparado em como tinham se olhado. Algo dentro dele queria embolá-la em suas desculpas, fazendo-a admitir o que tinha acontecido ali da mesma forma que ele.

              - Para sua informação, eu tenho uma programação agora. – Hermione sorriu com superioridade, lendo as intenções das perguntas de Fred, mas sem se dar conta que ele também percebera o olhar que trocaram. – Recreação ou algo do gênero. Não faço a menor ideia do que vá fazer, mas é melhor do que ficar no quarto.

              - Estou com inveja. – Fred imitou uma criança emburrada, rindo depois da sua própria atuação.

              - Eu ainda visitarei você, Luna e Harry de noite, suponho, mas talvez comece a vir mais cedo. – Explicou, temendo que ele pensasse que o abandonaria ou algo do gênero. Não que ela achasse que iria fazer tanta falta, mas ele parecia gostar das conversas que tinham durante suas visitas, assim como ela.

              - Oh, que tragédia! Mais visitas suas, não voou aguentar essa tortura por muito mais tempo! – Ele brincou com ironia e drama, e Hermione deu um tapinha em seu braço, rindo. – Mione, o que quer que esteja aí nessa cabecinha... Distrair não vai curar.

              - O que quer dizer? – Ela sussurrou, mesmo quando tinha uma boa ideia do que ele queria dizer. Fora pega de surpresa pela súbita observação do garoto que geralmente deixava tudo na brincadeira, ainda que seu tom de voz foi como quem dizia a previsão do tempo para o dia.

              - Você pode sair por aí dando uma de Tamsin Blight e ainda assim vai continuar com os mesmos problemas. – Fred disse, pensativo, citando a famosa bruxa curandeira do século XIX. Seu tom tinha compaixão, mas Hermione ainda foi atingida com o peso de saber que o que ele dizia era a verdade no fundo das contas. Manter-se ocupada era uma boa estratégia, mas a curto prazo.        

              - Se queria que eu parasse de vir era só dizer. – Ela brincou com voz baixa, sem conseguir arrumar outra forma de negar ou confirmar o que o ruivo havia dito. A alternativa que encontrou foi desviar o assunto.

              - Se algum dia eu quiser, prometo que aviso. – Fred brincou de volta, brincando com as pontas dos dedos de Hermione preguiçosamente.

              - Boa noite, Fred. – Ela murmurou, apertando a mão que brincava com a sua.

              - Boa noite, Mione. – Apertou de volta.

              Ambos ficaram com muito na mente, mas Fred pegou no sono instantaneamente, enquanto Hermione ainda passou no quarto de Harry antes de dormir.

              - Mione? – Harry sussurrou com a voz sonolenta quando ela abriu a porta. – Veio tarde dessa vez.

              - Desculpe... Eu te acordei? – Hermione perguntou, preocupada. Se ela já tinha problemas para dormir que transpareciam na pele roxa abaixo de seus olhos, para Harry devia ser bem, bem pior.

              - Mais ou menos. – Ele riu, sem querer dizer sim. – Mas já estou acordado. Você tem cara de quem tem novidades.

              - Acertou. Eu conversei com minha médica, e amanhã já poderei receber visitas e ter horários de atividades.

              - Hermione, isso é ótimo! – Harry abraçou-a, genuinamente feliz pela amiga, ainda que invejasse-a no fundo. Era como quando Ronald fora escolhido para ser monitor ao invés dele, e Harry se esforçou para reprimir esses sentimentos. – Você poderia... Entregar uma carta para mim?

              - Claro, para quem?

              - Para os Weasley. Só para dizer que estou bem, e explicar por que não podem me visitar. E... Uma para Gina. – Ele revelou, levemente constrangido e abobado. – Espere, vou escrever rápido, prometo.

              E realmente, ele foi. Ainda que às vezes parava e olhava para o teto, tentando pensar no que escrever, Harry conseguiu terminar as duas folhas de pergaminho em tempo relativamente curto, considerando tudo que tinha escrito. Hermione se despediu com um abraço e voltou correndo para o quarto, animada para o dia seguinte. Era até engraçado pensar que ela estava tão ansiosa para simplesmente sair do quarto e ver os Weasley. Foi a primeira noite que Hermione não teve pesadelos, ainda que também não tivesse sonhado durante a noite.

              - Eles estão no quarto de Fred, pode encontrá-los lá. – Lacey informou, com um sorriso, quando entrou no quarto de Hermione pela manhã. Era o melhor bom-dia que ela já recebera.

              E, de fato, lá estavam todos eles em volta da cama de Fred, conversando agora em volume normal. Quando a porta foi aberta, houve um mero momento de silêncio antes que de Hermione ser envolvida em um abraço de urso de Molly (que logo se tornou em um abraço em grupo).

              - Oh, Hermione, querida, estávamos preocupadíssimos! Sentimos tanto a sua falta! Como você esteve? – Molly foi falando, afobada, segurando o rosto de Hermione nas mãos, analisando-a minuciosamente. – Esteve dormindo direito, querida? Parece tão cansada... E está tão magra! Com esse tanto de gente, será que estão com falta de suprimentos? Quando Arthur estava aqui, comeu como um gigante!

              - Não exagere, Molly... – Arthur falou, sorrindo com constrangimento. – Tentamos visitar você e Harry de todos os jeitos, Hermione, mas não conseguimos...

              - Eu sei, não se preocupem. Estamos bem, na medida do possível. – Ela assegurou, trocando um olhar com Fred. – Ah, falando em Harry, ele pediu que eu entregasse isso a vocês. – Ela estendeu uma única carta, e olhou para Gina significativamente.

              - Como você conseguiu visitá-lo? – Gina perguntou, aproximando-se de Hermione discretamente, como se estivesse apenas interessada na resposta da pergunta. A morena colocou furtivamente o pergaminho no bolso do cardigã de Gina enquanto os Weasley se amontoavam para ler o que Harry havia escrito.

              - De noite. – Hermione respondeu com simplicidade, sem querer se orgulhar de sair por aí quebrando as regras do hospital.

              - Hermione, Hermione... Quanta rebeldia! Não esperava isso de você! – George provocou com um sorriso.

              - Um verdadeiro absurdo! – Fred complementou, trocando um sorriso alegre com o irmão. Ele estava lentamente voltando ao normal, e George não conteve o sorriso pelo resto do dia, sabendo que Fred voltara a completar suas brincadeiras.

              - Hermione, você se importaria de visitar Fred vez ou outra? – Molly perguntou, fazendo a garota corar como quem é pego no flagra. George sufocou uma risada, e Fred deu um soco no braço do irmão para fazê-lo parar. – Se ele estivesse tomando os remédios direito, já teria saído daqui!

              - E desde quando me darem a dose errada é minha culpa? – Fred se defendeu, rindo. – E agora eles nem sabem como me tratar, não tem nada que eu possa fazer.

              - Calado, Fred! – A Sra. Weasley repreendeu. Fred, no entanto, sorriu vitoriosamente, sabendo que ela estava sem argumentos.

              - Onde está Ron? – Hermione perguntou, olhando ao redor.

              - Ele está cuidando da loja por enquanto. – George respondeu.

              - Foi muito nobre da parte dele. – Percy adicionou, orgulhoso da atitude do irmão. – Ele sabe como os gêmeos são próximos, e está tomando conta da loja para George poder ficar com Fred durante o tempo que precisar. - Hermione sorriu, sabendo que era exatamente o tipo de coisa que Ron faria. Uma das coisas que mais admirava nele era seu altruísmo, sua lealdade.

              - Hermione Granger? – Um enfermeiro abriu a porta com um sorriso discreto, tirando Hermione de seus devaneios. – A Dra. Minnington está te chamando na sala dela.

              - Certo, já estou indo. – Ela respondeu, se despedindo rapidamente de todos com abraços apertados. Acompanhou o homem esguio até o destino, onde Hermione não fazia a menor ideia do que a aguardava.


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Notas finais do capítulo

POR FAVOR COMENTEMMMMM! Sérioo, no último pouquíssimos comentaram, então por favor me falem o que acharam do capítulo! Se tiverem sugestões, críticas ou previsões, podem falar que sou toda ouvidos! No mais, favoritem e cliquem em acompanhar para serem notificados sempre que tiver capítulo novo! Beijos, e até a próxima!