Take me to Neverland escrita por Sweet dreams


Capítulo 4
Flashback


Notas iniciais do capítulo

OUAT está sempre mostrando passado e presente. Então, achei que seria interessante mostrar como ela chegou na Terra do Nunca na primeira vez.



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Londres-1893 

Apesar de já estar tarde, a casa da família Thompson estava animada. 

Naquela noite ocorreu mais uma das inúmeras festas dadas pela elite Londrina, e, como sempre, a filha mais velha do casal, Elizabeth, foi obrigada a comparecer. Entretanto, para desgosto dos pais, a menina de gênio forte os fez "passar vergonha" mais uma vez.

—Será que você não consegue se comportar adequadamente pelo menos uma vez?-O pai da menina bateu a porta da grande casa que moravam. Sua expressão era de puro ódio, enquanto sua mãe mantinha o mesmo olhar de decepção que ela já estava acostumada. Seus dois irmãos mais novos correram para os respectivos quartos, prevendo que a briga seria longa.

—A única coisa que eu fiz foi dar minha opinião!-Ela bateu o pé no chão.

—Então devia parar de dar opiniões, porque sempre que o faz ofende um de nossos colegas!-O pai de Elizabeth se encontrava com o rosto vermelho de raiva.

—Talvez o Senhor quem devesse parar de se relacionar com pessoas tão fúteis e que falem tanta baboseira!-Ela cruzou os braços. Sr. Thompson cerrou os dentes, sua esposa colocou uma mão em seu ombro numa tentativa de acalmá-lo. Ele fechou os olhos e respirou fundo antes de retomar a palavra com sua filha, que sustentava uma pose de desafio.

—É sempre a mesma história, você nunca muda, sempre a mesma menina insolente!

—Desse jeito nunca encontrará um bom marido.-Sra.Thompson se pronunciou pela primeira vez. 

A garota desviou os olhos do pai para encarar a mãe, de maneira bem séria.

—E se eu não quiser encontrar um marido? Vocês já pergutaram o que eu quero alguma vez?-A voz dela foi consumida por tristeza.

—Não importa o que quer, jovens descentes se casam. Nós a criamos para ser uma mulher seguidora dos bons costumes-A frieza da fala do pai produziu calafrios no corpo de Elizabeth.

—Vocês são inacreditáveis.-Ela cuspiu as palavras, sentindo os olhos marejarem.

Então, correu para o quarto e bateu a porta com força, sem dar a chance dos pais falarem mais uma palavra. 

Sentou-se na cama com força e começou a socar o travesseiro com violência, enquanto as lágrimas rolavam soltas pelo seu rosto. Quando cansou, se jogou para trás e ficou deitada observando o teto. Depois, esticou o braço para alcançar um livro de fotografias que ganhara de sua antiga babá anos atrás. 

O livro possui imagens belissimas de vários lugares do mundo. Tantos lugares incríveis para conhecer longe dessa bolha de futilidades, ela pensava com tristeza. 

E foi com esse pensamento que tomou uma decisão: sairia dessa casa, essa noite.

Rapidamente arrumou uma pequena bolsa com os seus pertences, incluindo todas as milhares de jóias que nunca usava, pois precisava de algo para se sustentar. 

Depois, iniciou o processo de amarrar um lençol no outro, formando uma corda que a permitiria sair pela janela.

Com a corda preparada, colocou a bolsa no ombro e se preparou para começar a descer. 

Porém, antes que pusesse uma perna para fora, seu quarto foi invadido por algo que a menina não conseguiu reconhecer. Parecia a sombra de um garoto, e possuia olhos brilhantes. Elizabeth deu um pulo para trás e abafou um grito com as mãos.

—O... O que... Quem...O que é você?

Uma parte dela queria se esconder, mas outra estava intrigada com aquilo.

A coisa não disse nada, apenas estendeu a mão para ela. Elizabeth estava assustada, mas tinha algo naqueles olhos que a hipnotizavam. 

Sem desviar os olhos dele, a menina deu passos silenciosos a seu encontro, e segurou sua mão sem pensar duas vezes.

Antes que pudesse perceber, estava voando com a sombra para dentro daquele imenso céu escuro.

                                                      ***

Ao acordar, o primeiro pensamento de Elizabeth foi que teve um sonho muito estranho. Mas logo ao abrir os olhos notou que possivelmente não tenha sido um sonho. Estava deitada em uma cama desconhecida em um quarto desconhecido. A maior surpresa, no entanto, foi o garoto sentado numa poltrona no canto, a olhando intrigado. Os cabelos dele eram de um tom de loiro escuro, era magro, parecia ser alto e tinha belos olhos verdes. 

Elizabeth sentou rapidamente na cama enquanto soltava um grito. O desconhecido riu da reação dela.

—Vejo que acordou.

—Quem é você? Onde estou- Perguntou assustada. O menino deu passos lentos até a cama. Em seguida, sentou-se ao seu lado, ela se afastou dele institivamente.

—Não precisa ficar com medo. Meu nome é Peter, Peter Pan- Ele olhava tão fundo em seus olhos que parecia enxergar até sua alma- Bem vinda a Neverland, Elizabeth.

 Ela arregalou os olhos quando ele disse seu nome. Como ele poderia saber como se chama se ela nunca o viu? E qur lugar era esse do qual ela nunca ouvira falar?

—Como eu vim parar aqui? 

—A sombra te escolheu- Deu de ombros.Peter Pan esticou as pernas e colocou os braços atrás da cabeça- Há algum tempo os meninos vinham querendo uma presença feminina por aqui.

A frase fez o sangue de Elizabeth ferver.

—Ora, seu...! O que acha que sou?- A repentina mudança de tom fez Peter sobressaltar- Se queriam uma "presença feminina" que procurasse em um bordel, há centenas em Londres! 

Ele deu uma risada alta, deixando a menina confusa.

—Você é realmente uma pessoa fascinante. Não era a isso que me referia. Veja bem, os meninos mais novos precisavam de uma figura materna por aqui.

Ela voltou a ficar irritada.

—E eu tenho cara de mãe, por acaso?- Elizabeth puxou a coberta pro lado e se levantou- Com licença, mas estou indo embora.

Ele rapidamente apareceu na frente dela, a empurrando para sentar novamente.

—Não, você não vai- Seu rosto estava extremamente sério agora.

Ela levantou da cama novamente, cruzou os braços na frente do peito e olhou para cima para encará-lo.

—E quem vai me impedir, você?

 Pan colou a testa com a dela.

—Exatamente- Ela podia sentir o hálito quente dele em seu rosto tamanha a proximidade dos dois-Eu nunca quis ter você ou qualquer outra garota aqui, mas a sombra te trouxe, e se ela te escolheu, teve suas razões. Você não vai embora porque ninguém sai de Neverland sem a minha permissão.

Elizabeth, bufando de raiva, empurrou Pan para longe.

—Vai a merda.- Ela cerrou os dentes.

Ele deu um risinho de canto de boca, o que fez a garota revirar os olhos.

—Você devia me agradecer-Ela o olhou confusa- Não era você que queria sair de casa? Então, eu não só te dei a oportunidade de sair de casa, como também a trouxe pra uma terra completamente nova, de mágia.

—Mágia?- Elizabeth estava tão concentrada em sentir raiva do menino que não tinha parado pra pensar que havia chegado ali voando e trazida por uma sombra.

Ele deu mais uma risadinha e estendeu a mão para ela.

—Vem, vou te mostrar a ilha.

Antes que ela respondesse qualquer coisa, ele pegou a mão dela e a puxou para janela. A levando para voar.


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