Take me to Neverland escrita por Sweet dreams


Capítulo 3
De volta para casa


Notas iniciais do capítulo

Aqui as coisas iniciam de verdade.
Boa leitura!



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Elizabeth não ficou surpresa quando viu Sr.Gold dentro do barco que os levaria para a temível Neverland. Embora ela mantivesse o minímo de contato com os habitantes da cidade, mesmo depois da quebra da maldição, sabia dos acontecimentos do lugar, e sabia exatamente o envolvimento de Gold com aquelas pessoas.

Passado pelo portal feito com o feijão mágico, não demoraria muito para que chegassem em terra firme. 

A menina observava, solitária, a ilha não muito longe dali. Entretanto, foi tirada da bagunça de seus pensamentos quando Gold se fez presente ao seu lado.

—Animada com seu retorno, querida?- Ela notou o sorrisinho irônico formado no canto dos lábios dele.

—Rumpelstiltskin-O nome saiu lentamente de sua boca- Poderia fazer a mesma pergunta para você: Animado com seu retorno?

O rosto dele assumiu uma expressão séria, seus olhos brilhavam com raiva.

—Parece que Pan contou muita coisa para você.

Ela deu alguns passos em sua direção, ficando frente a frente com o Senhor das Trevas. Então, cruzou os braços e soltou uma risadinha.

—Fico feliz por não termos que ficar fingindo que eu não sei sua relação com ele- A garota precisou ficar na ponta dos pés para alcançar o ouvido do homem e continuar a falar- Mas fique tranquilo, só eu tenho conhecimento sobre seu adorado papito.

 As palavras pareciam não ter causado nenhum efeito nele, que permanecia com o mesmo semblante. Porém, Elizabeth acreditou ter visto Gold dando uma leve estremecida quando ela disse a última palavra. 

Imitando suas ações, Rumpelstiltskin aproximou-se do ouvido da menina antes de falar.

—E eu ficaria muito contente se permanecesse desse jeito, querida- Disse cerrando os dentes.

—Como quiser, Senhor- Falou rindo, fazendo uma pequena reverência.

Um silêncio se formou entre eles, ambos envoltos nos própios pensamentos.

—Eu conheci Baelfire- Ela falou de repente, sem tirar os olhos do mar.

Rumpelstiltskin continou calado, com seus olhos voltados para ela. Elizabeth entendeu seu gesto como uma indicação para falar mais.

—Nós eramos muito amigos, Bae era um garoto fantástico, muito bondoso e também corajoso- Ela voltou os olhos para Sr. Gold- Ele não queria estar aqui, tentou fugir desde o começo. Eu tentava ajudar, é sério. Pedi para Peter o deixar partir inúmeras vezes, mas ele nunca cedeu, nossas piores brigas foram por causa disso, inclusive. Até que um dia, ele foi embora. Pan nunca me contou o motivo de ter deixado Bae partir, eu tive que descobrir sozinha...

—Obrigado por ter cuidado dele-Gold disse dando um sorriso leve.

A conversa dos dois foi interrompida quando Hook a chamou. O homem a observou seguir para perto do Capitão.

—Estamos quase chegando, creio que essa seja uma boa hora para você compartilhar conosco qualquer informação útil sobre aquele demônio.-Disse Killian sem tirar os olhos do mar.

—Você tem ideia do que ele planeja?-Emma perguntou agitada.

—Huum, eu tenho uma vaga noção sim. Mas vocês não vão gostar nada disso...

—Diga logo de uma vez!- Regina se irritou.

—Ok, bem, Peter Pan nem sempre morou aqui- Ela começou e logo sentiu o olhar de Gold a furar, advertindo-a a não revelar muito- Ele... era um homem comum. Quando chegou aqui, conseguiu a tão sonhada juventude eterna. Entretanto, todo mágia vem com um preço, sabem? 

Elizabeth não esperava que todos respondessem prontamente um "sim" para sua pergunta retórica.

—Huum, enfim, toda mágia tem um preço e a dele não podia ser diferente: a juventude dele e todos os poderes que ele tem não vão durar para sempre. Desde o início Pan sabia disso. Há uma grande ampulheta em uma das cavernas, ela mostra o tempo que ele ainda tem.

—O que acontece quando a areia da ampulheta acabar de cair?- Mary Margaret perguntou já imaginando a resposta.

—Simples: ele morre, assim como esse lugar.

—Mas onde Henry se encaixa nisso?- David perguntou confuso.

—Essa é a parte mais desagradável-Ela olhava para eles desconfortável com o que iria dizer- Há um jeito dele continuar vivo: Precisa do coração do verdadeiro crédulo. 

 -Isso quer dizer que- Emma começou a falar, com o rosto horrorizado, mas Elizabeth a cortou.

—Exatamente, ele vai matar o Henry.

 

 

Todos, com exceção de Gold que havia desaparecido antes de descerem do navio, seguiam Elizabeth por dentro da floresta. 

Ela se movia entre a mata escura sem nenhuma dificuldade. Era como se ainda morasse ali.

—Por aqui, rápido- Dizia em tom baixo- Já estamos perto da casa de Tinker Bell, ela pode ajudar.

—Você conhece mesmo tudo por aqui- Snow comentou com voz doce.

—Depois de passar tanto tempo por aqui, precisava aprender o caminho. Hook ficou por aqui mais tempo que eu, a diferença é que ele passava a maior parte do tempo no mar.

—Eu achava que só meninos viessem pra cá-Emma falou intrigada.

Eles andavam apressados, mas cautelosos. Olhavam ao redor para que não serem surpreendidos e andavam com o máximo cuidado para não fazer barulho.

—De fato, eu fui uma exceção. Cheguei aqui com 15 anos, acredito que a sombra tenha me escolhido por causa da minha insatisfação em casa. Vejam bem, uma menina de Londres em 1893 tinha regras a seguir, mas eu queria ser livre, conhecer o mundo. Minha família dizia que eu era vergonhosa, eu gostava de me considerar a frente do meu tempo.

—Então deve ter sido um sonho vir pra cá-Regina disse, afastando um galho em seu caminho.

—Na verdade, eu odiei. Passei anos tentando sair daqui, detestava Pan.

—Devo dizer que isso contribuiu para formarmos uma bela amizade- Pontuou Hook.

—Certamente- Ela riu.

—Pensei que vocês fossem namorados-Emma comentou franzindo o cenho.

Elizabeth imediatamente semicerrou os olhos na direção do pirata, que se limitou a dar de ombros.

—Essa parte veio depois.- Ela continuou a andar, querendo dar o assunto por encerrado. Mas soltou um suspiro frustrado ao notar que eles a olhavam esperando que ela terminasse a história.

Então, parou de andar e virou para encará-los.

 —No começo não me dei bem com Pan, nem com os meninos perdidos, mas aos poucos fui me apegando a cada um. Peter foi mudando o comportamento, se tornou uma companhia agradável, aprendemos a conviver e quando vi estava apaixonada.

—Então por que não ficou?-Snow White indagou com voz serena.

—Ah, mas eu fiquei, por 89 anos. E pouco mais de 80 anos por vontade própia.

—E depois fugiu-Apontou Regina.

—Bem, nos anos finais da minha estádia, as coisas não estavam indo muito bem. Percebia que Peter voltava a ser o menino cruel que eu conhecera anos atrás. Alguma coisa o estava deixando muito perturbado e eu não sabia o que era. Até que uma noite eu descobri tudo aquilo que já contei para vocês, e foi uma das piores noites da minha vida.

"-Foi ali que eu vi que Peter nunca tinha mudado, ele continuava o mesmo menino cruel e louco por poder. Eu me senti traída, era como se tivesse disperdiçado 80 anos da minha vida. 80 anos achando que ele havia mudado. Mas ele sempre foi e sempre será o mesmo menino mal que só liga para si mesmo. 

—Naquela noite, decidi ir embora. Sabia que dessa vez daria certo porque agora tinha uma coisa que não tinha quando cheguei na ilha: a confiança de Pan. 

—Então, combinei tudo com Killian. Depois foi só esperar Pan sair para uma de suas viagens. A noite, esperei os meninos perdidos adormecerem, e os poucos de vigia não se importavam em me seguir, eu sempre andava Iivremente pela ilha. Peguei minhas coisas, um pouco de pó de fada e fomos embora o mais rápido possivel."

No final da história, ela encarava os pés. Sua cabeça estava a mil, relembrando tudo aquilo que tentou enterrar.

Mary Margaret a olhava de forma terna, e fez menção de se aproximar para dar um abraço na menina, porém ela desapareceu antes que Snow tivesse a chance.

Eles ficaram sem entender por meio segundo, mas o entendimento veio assim que olharam para cima e viram a figura de um garoto voando para longe com a menina.

Lá no alto, Elizabeth era carregada como um saco de batatas e se debatia nos braços de Peter Pan sem parar.

—Me coloca no chão imediatamente, seu monstro!- Ela socava suas costas enquanto tentava acertar chutes na sua barriga.

Pan, no entanto, se divertia com a situação.

—Também estava com saudades, meu amor. Não precisa ficar nervosa, estamos quase chegando em casa.

Da posição que estava, Elizabeth não viu o sorriso diabólico adornando o rosto de Peter Pan

 


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Notas finais do capítulo

Me avisem caso tenha erros. E deixem um comentário para deixar a autora feliz!



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