Start Over escrita por MBS


Capítulo 5
Bandeira Branca




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Ponto de Vista – Bernardo

 

Eu estava louco, só pode... Essa ideia não ia dar certo.

— Gustavo, me diz. Por que eu escutei você e a mamãe? – meu irmão estava lendo as mensagens com a Abby.

— Cara, para de drama, nem foi tão ruim assim. – falou ele sorrindo me entregando o celular de volta. – Continua, parece que você conseguiu o que queria com a Abby, que era a atenção dela.

Gustavo saiu do meu quarto e eu fiquei pensativo... Eles estavam certos, esse plano parecia ter funcionado, assim como eu agora vou ver a Abby todo dia por conta que ela é minha tutora. Deitei na cama e fiquei encarando o teto, será que algum dia eu iria poder admitir pra Abby que o desconhecido na verdade sou eu?

Acordei de manhã cedo com um sorriso enorme no rosto, fiz minha higiene, coloquei uma roupa para ir para a escola e desci para o café da manhã.

— Bom dia – falei dando um beijo da bochecha da minha mãe que logo me encarou com um sorriso.

— Olha, alguém acordou de bom humor. – falou brincalhona.

— Ei, eu sempre acordo de bom humor.

— Mas hoje tem nome e sobrenome – Gustavo falou se aproximando sem desgrudar o olho da tela do celular. Seu sorriso aumentou quando um leve vibrar no celular chegou, indicando uma mensagem nova.

— Parece que não só eu né mãe – falei apontando para Gustavo levemente com a cabeça.

— Hmm, perdi meus garotos – ela disse divertindo-se com a situação.

— Perdi alguma coisa? – Gustavo perguntou nos olhando.

Eu e minha mãe caímos na risada e eu só dei leves batidas no ombro do meu irmão e fui em direção pro carro. Logo ele e Ayla entraram e fomos para nossas respectivas escolas.

— Gustavo tá namorando – cantarolava Ayla no banco de trás do carro.

— Cala boca Ayla – Gustavo começou a ficar vermelho.

— Por que? É tão legal isso daqui. – Falou minha irmã, olhei pelo espelho retrovisor o olhar diabólico que ela lançou e eu apenas sorri.

— Tchau Ayla, boa aula – desejei assim que encostamos em frente a escola dela.

— Pra vocês também manés – Falou ela saindo e lançando beijos no ar.

Voltamos andar rumo a nossa escola.

— Então irmãozinho, quem é a garota? – falei encarando-o com um sorriso de canto.

— Então irmãozão, quando vai admitir pra Abby seu amor por ela? – devolveu com um sorriso cínico no rosto.

— Calma cara, to sendo simpático aqui. Bandeira branca, eu me rendo. Oush – falei rindo e olhando pra frente novamente.

— Desculpa... é só que me irrita a Ayla falando essas coisas, eu e a Sophia somos só amigos... ainda – falou sorrindo e olhando novamente pro celular.

— Hm, Sophia, esse nome não me é estranho. – Falei enquanto estacionava o carro em minha vaga de sempre.

— Você não deve conhecer ela... ah, olha ela lá – Gustavo apontou para uma menina loira que brincava com o celular nas mãos encarando o carro. Ela abriu um sorriso enorme.

— Não pode ser, Gustavo, aquela é a Abby. – olhei indignado pela confusão do meu irmão.

— Não cara, aquela – falou apontando pra menina – é a irmã mais nova da Abby.

Olhei sem acreditar para ele e comecei a rir.

— Eu sei, estamos fadados a nos apaixonar pelas garotas Carstairs. – Gustavo falou enquanto saia do carro. Sai em seu encalço fechando o carro e colocando minha mochila sobre os ombros. – Oi Sophi – ele falou ficando vermelho. – Esse é meu irmão Bernardo.

— Oi Stavo, e prazer Bernardo, sou a Sophia, irmã da... – falou esticando a mão para mim cumprimenta-la.

— Abby, é, descobri agora... além dá aparência claro – falei sentindo minhas bochechas avermelharem.

— Ele confundiu vocês duas no carro – Gustavo me entregou. Apenas sorri envergonhado para ela.

— Normal, as pessoas vivem nos confundindo – ela sorriu simpática. Notei que seu olhar se fixou em um carro que tinha acabado de parar no estacionamento. – Só que diferente da minha irmã, eu ainda sei escolher bem com quem eu fico. – falou dando um longo suspiro enquanto ainda encarava o carro.

Notei que dele saiu Abby, com a cabeça baixa e logo um cara, o que estava dirigindo o carro, saiu também parando em sua frente e segundo seu pulso. Não consegui entender o que eles falavam, mas notei o olhar de pavor de Abby e o tom e pose de autoritarismo que o cara fazia para ela. Senti meus pulsos fechando até que uma mão é posta em meu peito, olho para o lado e noto que Gustavo me segurava.

— Cara, não faz nenhuma idiotice. – Ele pediu.

Respirei fundo e fiquei encarando a cena dos dois logo a minha frente, notei que Abby nos encarou e puxou o pulso para perto do corpo, o cara tentou beija-la mas ela esquivou-se e veio andando duro em nossa direção.

— Oi maninha, Stavo... Bernardo – falou levemente envergonhada. – O que estão fazendo aqui?

— Vendo a dose diária do showzinho que o Carter faz com você – Sophia falou. Ela disse diário? Esse cara tratava a Abby sempre assim? Meu ódio por ele estava só aumentando.

— Menos Sophia, nós só brigamos, ele estava de cabeça quente – Ela tentou se justificar. – E o que vocês ainda estão fazendo aqui? Vão logo pra aula de vocês – falou autoritária apontando para a irmã e o Gustavo.

— Não diga que eu não te avisei sobre ele Abby – Sophia completou enquanto dava um beijo na bochecha da irmã.

— Vaza Sophia – falou com um leve sorriso – Boa aula. – gritou para eles. Depois deles saírem do nosso campo auditivo ela virou-se para mim – Então conheceu minha irmã...

— Ela é igual você – falei sorrindo.

— Isso é bom ou ruim? – Perguntou levantando a sobrancelha.

— É bom Abb... – notei seu olhar esperando eu chama-la de Abby para me corrigir – Abigail.

— Bom, eu vou indo... não vai ser bom para sua reputação ser visto comigo – falou virando-se em direção a escola.

— Abigail, espera. – chamei-a, ela parou e olhou pra mim – Achei que não se importava com o que os outros pensam....

— E não me importo... – falou levantando uma sobrancelha esperando eu continuar falando.

— Então, o que eu queria te pedir... Podemos começar hoje os estudos? – perguntei.

— Claro, te mando mensagem depois para combinarmos melhor Bernardo – falou virando-se e seguindo seu rumo. Não fiz questão de pedir como ela conseguiria meu número ou se ela o tinha, mas sei que ela daria um jeito.

Fui em direção a sala de aula e joguei minhas coisas ao lado de Lucas, a primeira aula era Geografia, a aula era um saco, pior ainda era o professor...

— Cara, o que foi que aconteceu com você? – Lucas me perguntou.

— Como assim? – encarei-o com as sobrancelhas arqueadas.

— Oi Bernardo – a voz de Priscila ecoou em meus ouvidos, olhei-a de cima a baixo. Ela estava com uma calça justa que dava quase de ver do outro lado de tão colada no corpo, com uma blusa da escola amarrada na cintura e levemente um pedaço da barriga aparecendo.

— Priscila.

— Então, o que estava fazendo com aquela esquisita no estacionamento? – perguntou em tom que queria satisfação.

— Até o ponto que eu lembre eu não lhe devo satisfações do que eu faço ou deixo de fazer Priscila. – olhei em seus olhos e notei a raiva brotando. Ela virou-se bufando e foi para o seu lugar.

— Cara, o que foi isso? – Lucas pediu boquiaberto.

— Eu colocando ela no lugar que a pertence. – falei piscando e nisso o professor entrou e comecei a prestar atenção na aula, ou tentar. Peguei meu celular e mandei uma mensagem pro Lucas, pedindo para conversar com ele a sós no almoço. Ele sinalizou afirmativo com a cabeça e voltamos à atenção a aula.

As outras aulas passaram depressa e logo o almoço chegou. Fui andando até o refeitório e Lucas me esperava na porta.

— E ai cara, o que era tão importante? - falou logo de cara me cumprimentando com um aperto de mão.

— Vem - falei puxando-o até um canto mais afastado do refeitório. - Então - peguei meu outro celular na mão e mostrei pra ele.

— Tá, e dai? Você comprou mais um celular... que que isso tem de novo?

— Não comprei um celular novo, comprei esse aqui para outra coisa... tá, deixa eu te explicar... eu to gostando de uma menina – Lucas arregalou o olho com minha declaração.

— Você gostando de alguém? Tipo... romanticamente falando? – assenti com sua pergunta. – Ok, isso é espantoso... quem é a vítima?

— Isso não importa, não agora, prometo te contar se meu plano começar a realmente dar certo... Resumindo a história, esse outro celular é porque eu estou mandando mensagens anônimas para ela, ela não sabe que eu sou eu, ainda.

— Ok, isso é loucura... mas cara, saiba que eu estou aqui do seu lado para tudo, e se você está realmente gostando dessa menina, cara, eu super te apoio – falou me dando uma abraço de lado. – ainda vou ter que dar os parabéns pra ela por ter conseguido fisgar seu coração, nem sabia que você tinha um – falou rindo da situação. Ri com sua declaração e fomos andando em direção a mesa que nosso grupo estava.

Não consegui focar no que o pessoal falava, apenas concordava com a cabeça e dava leves sorrisinhos simpáticos fingindo interesse até que escuto um estalo vindo de algum lugar atrás de mim, quando viro para trás noto que é Priscila com a mão no rosto e Bianca parada em sua frente, com um olhar que iria matar alguém. Priscila levanta a cabeça e da um sorriso de deboche e vai até a mesa em que suas amigas estavam.

— Merda – escuto Gabriel falando e saindo andando até onde as meninas se encontravam.

Noto que Abby foi para o seu lado, cada um de um lado de Bianca e pelos olhares falando para ela se acalmar e ir para fora com eles. Ela assentiu e seguiu os amigos até fora do refeitório, sendo seguidos por Alice e Jéssica. Parece que o dia estava premiado hoje, pensei comigo.


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