Start Over escrita por MBS


Capítulo 33
Mudanças são necessárias


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, tudo bem com vocês? Espero que gostem.



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Ficar sabendo que seria tia foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido, segundo minha psicóloga aquela criança havia me dado uma luz que não tinha explicação, uma força inimaginável. Agradeci ela por toda a ajuda que havia me dado naquele meio tempo e ela me orientou a continuar na terapia quando eu saísse do hospital nas semanas seguintes. 

Logo saí e para minha surpresa quem foi me buscar no hospital foi meu pai, que ficou alegre em receber o meu sincero pedido solicitando por ele em estar ali. 

Minha mudança para o apartamento de Bianca, que segundo ela era “nosso” agora, foi tranquila, Guilherme trouxe minhas coisas encaixotadas para cá, então quando cheguei no apartamento a minha distração foi ficar organizando cada coisa no seu lugar. 

Fazia duas semanas que eu havia saído, e nesse tempo eu e Bianca nos formamos em gabinete, toda nossa família nos acompanhou e ficaram feliz pela etapa vencida. 

Durante a comemoração Bianca pediu para seu irmão Hugo me acompanhar, ele foi uma companhia agradável durante a noite toda. Os Cortez não deixaram a desejar na comemoração, então após o jantar tinha uma banda tocando algumas músicas para dançarmos, Hugo não aceitou o meu “Não estou afim” como resposta, me puxando para o centro do pequeno salão e me fazendo dançar com ele até eu sentir meus pés latejarem. Durante aquela noite, ali com a sua ajuda eu consegui esquecer tudo o que estava acontecendo, Bianca ficou feliz em me ver sorrindo novamente. 

Guilherme estava passando bastante tempo no apartamento comigo e com a Bia, bastante tempo não, estava dormindo aqui toda noite, já vinha direto do trabalho para cá. Nesta noite Bia havia sido chamada por Lia para escolher algumas coisas pro quarto do bebê, e mesmo a contragosto foi deixando apenas eu e Guilherme no apartamento. 

— Então, como estão as coisas em casa? – Perguntei, pegando um dos bolinhos de chuva que ele estava fritando e comendo. 

— A Soph voltou a morar com a mamãe, então a casa está praticamente vazia, e como eu passo mais tempo aqui, bem, ela está trancada – ele disse dando de ombros e me encarando – Queria falar com você sobre isso. 

— Se vai me propor morar lá novamente, a resposta já é não. 

— Não é isso Abby, ia conversar com você sobre vendermos ela – Guilherme ficou me encarando esperando uma resposta – Pensa bem, eu e Bia vamos ter um filho agora, então se ela me aceitar eu vou vir morar aqui, não tem mais ninguém pra morar na casa, a ideia era que ela fosse sua no futuro, mas bem, como você mesma disse, não será bom retornar lá, então porque melhor do que vende-la? O dinheiro podemos repartir. 

— A casa é sua Gui. 

— Nâo, não é, é nossa, sempre foi, nada mais justo. 

— Não sei. 

— Abby, você está indo embora pra faculdade, eu aceito a sua decisão e acho que você irá se dar bem morando lá, saindo um pouco daqui sabe, mudando os ares – Meu irmão se aproximou de mim e segurou minhas mãos – Eu quero a sua felicidade, mesmo que você esteja longe de mim... quando você decidir voltar, vai ter um apartamento a sua espera. 

— O que quer dizer com isso? 

— Eu comprei um apartamento um bom tempo atrás, era lá que eu dormia quando não ia pra casa – Seu olhar tinha um tom de culpa, mas logo ele balançou a cabeça voltando ao assunto – O que eu quero dizer é que quando você decidir voltar pra cá ele será seu. 

— Obrigada – Pulei no pescoço do meu irmão abraçando-o – Minha viagem está marcada para semana que vem, você estará lá comigo? 

— É claro que sim, sempre vou estar ao seu lado – Guilherme beijou o topo de minha cabeça – Charles conseguiu um apartamento legal pra você lá? 

— Sim, é ao lado do dele e do James. 

— Quem é James? 

— O noivo do Charles – Guilherme soltou um “oh” – Eu sei. 

— Não achei que ele... 

— Pois é, mas eles são ótimos, eu participei de diversas vídeo-chamadas do Charles com ele, sei lá, eles se completam sabe? 

— Sei sim... 

Continuamos conversando até que Bia voltou, ela estava exausta e se jogou no sofá colocando as mãos sobre a barriga e acariciando o volume que já se formava ali. 

— Vai lá – Bati no ombro de Guilherme e fiz ele ir ver a amada. 

Sorri observando eles dois, assumi o fogão e terminei de fritar os bolinhos, colocando na tigela que estava arrumada para eles. Meu celular começou a vibrar com uma mensagem de Bernardo. 

B: Oi 

B: Posso ir te ver? 

B: To com saudade ~emoji escondendo o rosto~ 

Eu não sabia se estava pronta para aquilo, desde que eu havia saído do hospital a duas semanas, eu tentei continuar me curando e aceitando os homens aos poucos na minha vida, tinha inventado desculpas para Soph nos rolês que ela queria que eu fosse, aceitando apenas algumas jantas, mas não ficando muito tempo lá com eles pois está indo aos poucos com essa coisa de se manter perto de homens, mesmo eu querendo voltar ao normal, parecia que meu corpo não aceitava. 

O único “externo” que estava próximo de mim era Hugo Cortez, o irmão da Bianca. Quando ela contou para a família dela que estava grávida, Hugo era quem já estava ao lado dela quando ficou sabendo da notícia, então como surpresa Bianca decidiu que eu e ele deveríamos ser os padrinhos do bebê, depois disso eu e Hugo acabamos ficando próximos, e ele, assim como Bianca, estavam me ajudando nessa questão de me curar. 

— Bia – chamei ela, ela levantou o corpo levemente do colo de Guilherme, que havia sentado no sofá e colocado a sua cabeça no colo para ela relaxar. Caminhei até o sofá e entreguei o celular pra ela, fiquei mordendo meu dedão até que ela leu, arqueando as sobrancelhas. 

— Acha que está pronta? 

— Não sei... 

— Você tem que tentar Abby – Guilherme falou com seu olhar encorajador – Você nunca vai saber se está bem se não começar a tentar reinserir as pessoas novamente na sua vida. 

— Eu tenho você, o papai, o Gustavo, o Hugo – tentei enumerar os homens que já estavam novamente em minha vida. Guilherme me arqueou as sobrancelhas como se dissesse que não era aquilo que ele quis dizer – Ok, entendi. 

Peguei o celular de volta e respondi a mensagem: 

A: Oi, também sinto sua falta 

A: Eu to morando com a Bia agora  

A: ~localização~ 

A: Pode vir aqui se quiser. 

A resposta não demorou a vir: 

B: Chego ai em 10min ~carinha sorrindo~ 

— Ele tá vindo – senti minhas bochechas corarem e Guilherme e Bia sorrindo – Vou me arrumar. 

Fui até meu quarto e peguei uma calça jeans, uma camisa listrada branca e azul marinha e me troquei rapidamente, amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo alto, passando apenas um gloss nos lábios para dar uma cor. Sorri com o resultado e notei que meu celular vibrou novamente avisando que Bernardo estava ali.  

Fui ate a campainha e como indicado liberei a entrada dele, sabia que ele demoraria alguns minutos a mais do que ele disse até chegar aqui, então organizei uma bandeja de café com alguns bolinhos para nós, e após isto fiquei na porta esperando-o chegar. 

— Oi – ele disse meio acanhado. Diferente de tudo dessa vez Bernardo estava usando óculos, lembrei de alguma conversa da Soph dizendo que ele tinha ido se consultar e descobriu que precisava começar a usar, mas diferente de muitas pessoas, ele ficou bem de óculos.  

— Oi – falei puxando-o para um abraço. Senti os arrepios em meu corpo, mas eu estava com saudade dele mais do que eu mesma imaginava, então não liguei e notei o receio que Bernardo sentiu em retribuir o abraço – Vá em frente, eu não vou fugir – completei rindo e deixando minha cabeça na curva do seu pescoço e ele me rodeando no abraço. 

Convidei-o para entrar e peguei a bandeja indo até a sacada do apartamento, vi Bernardo indo cumprimentar Bia e Gui e logo me seguindo. 

— Eu preciso me explicar pra você – falei assim que ele entrou na sacada e se sentou ao meu lado na rede que havia ali – Eu me afastei esses dias porquê... 

— Você não precisa se explicar Abby. 

— Preciso sim, eu me afastei porque quando eu acordei eu surtei, toda e qualquer presença de homem me fazia lembrar dos meus dias que eu estava naquele inferno, então eu fui aos poucos reintroduzindo todos na minha vida... mas com você era diferente, pois você é meu namorado, e eu to com medo de qualquer toque acabe sendo um gatilho e eu volte a ter meus surtos – despejei tudo de uma vez enquanto servia o café para nós. Bernardo me escutava com atenção tudo o que eu estava falando – O que eu realmente quero dizer é que você é importante demais pra mim pra eu acabar te perdendo por causa disso.  

— Você não vai me perder Abby, eu só fiquei preocupado com esse seu afastamento... eu olhava meu celular todo dia, todo momento, esperando uma mensagem sua pra que eu viesse te ver, mas não chegou, até que hoje eu enviei e você aceitou me ver. 

— Desculpa. 

— Desculpas pelo que? Você não tinha como saber Abby, ou adivinhar. 

Acabei dando de ombros e encostei minha cabeça no ombro de Bernardo, que logo passou o braço sobre meus ombros e começou a mexer em meu cabelo. Ficamos assim por um bom tempo até que notei que ele queria falar algo. 

— O que foi? 

— Nada, só... eu realmente estava sentindo sua falta – ele disse me olhando sorrindo — Senti inclusive sua falta na nossa formatura. 

— Eu e a Bia nos formamos em gabinete. 

— Fiquei sabendo, inclusive da festa dos Cortez depois – Senti uma ponta de ciúmes em sua voz e comecei a rir – O que? 

— Você com ciúmes Granemann? 

— Impressão sua – ele piscou com apenas um olho e começamos a conversar sobre diversos assuntos – É só que é injusto outro homem que não fosse eu ter dançado valsa com você. 

— Mas o Gui dançou com a Bia – tentei puxar na memória o dia da festa, mas lembrei que eu havia dançado com Hugo, a princípio a contragosto até ele me fazer rodar o salão. Bernardo me encarava como se analisasse quanto tempo eu levaria a chegar a conclusão – Ah, você se referiu ao Hugo, somos apenas amigo, meu amor, nada mais que isso.

Em algum momento da noite Bianca veio me avisar que ela e o Gui estavam indo dormir e quando olhei no relógio já passava da meia-noite. 

— Está tarde – Bernardo começou. 

— A gente poderia ver as estrelas, o que acha? – Perguntei me lembrando de um dos primeiros encontros que eu e Bernardo tivemos. 

Como o apartamento era em um bairro de mais alta classe e um pouco afastado do centro da cidade, da sacada do apartamento dava para ver céu claro naquela noite estrelada. Bernardo ficou alguns segundos me encarando como se ele tivesse se lembrado do que eu acabei de propor. 

— Já não fizemos isto? 

— Eu não estava errada então – sorri em sua direção – Você lembrou que já fizemos isso. 

Ficamos mais algum tempo encarando o horizonte até que eu comecei a quase cair de sono e Bernardo decidiu que deveria ir. Ele me ajudou a organizar as coisas e fui com ele até onde seu carro estava estacionado.

— Então qualquer coisa podemos marcar para se ver mais algum dia – Ele propos.

— Claro, só você mandar mensagem… e bem, agora você já sabe onde eu estou morando.

— Sim, bem, até mais Abby – Ele veio em minha direção, notei que seu rosto estava muito próximo e antes que algo acontecesse eu virei meu rosto e coloquei minha mão em seu peito lhe afastando.

— Desculpe, mas ainda não…

— Tudo ao seu tempo pequena Abby, quando você estiver pronta podemos tentar novamente – Bernardo falou sorrindo beijando o topo da minha cabeça, deu um aceno e começou a se afastar indo em direção ao seu carro, acenei em sua direção e logo entrei novamente indo para o apartamento, chegando lá e apenas me jogando em minha cama.

Os dias se passaram, eu estava aliviada que as coisas entre eu e Bernardo haviam voltado ao normal, havíamos saído mais alguns dias, mesmo que ainda eu não tivesse tido coragem suficiente para dar alguns passos a mais no relacionamento, diga-se de passagem voltar a beijá-lo, porém ele tinha entendido que as coisas teriam que ir com calma.

O grande dia da minha mudança havia finalmente chego, quase ninguém sabia que eu estava indo embora, além da Bia, Guilherme, Hugo e meu pai. Resolvi não contar para Bernardo agora pois ele havia deixado claro que entendia o meu tempo, e eu explicaria o motivo de estar me afastando após eu me acomodar em minha nova casa. Charles e James iriam me esperar no aeroporto de lá para me levar até o apartamento, enquanto Hugo iria me acompanhar na viagem, a pedido da Bianca que não poderia por estar cansada nos últimos tempos e não tinha conversado com o médico se havia problema ou não, então em consenso preferimos evitar.

Guardei as últimas peças de roupas na mala e a fechei, encarei meu quarto e sorri. Mesmo com a mudança uma boa parte das minhas coisas continuaria aqui, pois segundo Guilherme e Bianca “essa sempre seria minha casa também”.

— Oi – Bianca falou colocando a cabeça para dentro da porta – Posso entrar?

— Que dúvida – respondi estendendo minha mão em sua direção. Logo ela entrou e me abraço, senti meu corpo sendo apertado. – Nem fui embora e já está com saudade? – perguntei rindo.

— Nós vamos sentir falta da Tia Abby aqui todos os dias nos paparicando – Bianca falou de um jeito fofo se referindo a ela e Kurt.

— Tia Abby promete ligar todos os dias para ver como vocês estão, se eu não puder ligar eu converso com vocês 24h se for o caso por mensagem.

Bia sorriu e me deu mais um abraço, eu sentiria falta dela todos os dias me puxando a orelha e dando seus infindáveis conselhos. Logo escutamos Guilherme e Hugo chegarem no apartamento e começarem a levar minhas malas para o carro. Bianca seguiu Guilherme indo para o carro enquanto Hugo ficou comigo na cozinha enquanto eu beliscava um bolo que Gui havia feito.

— Tá a fim de ir de moto e deixar o casal maravilha ir de carro? - Hugo pediu analisando minha reação e logo eu sorri.

— Tem certeza que não vai me deixar cair?

— Não senhorita, prometi cuidar de você, se lembra?

Como era de se esperar, Bianca deu um mini piti por eu e Hugo ir de moto. Até onde eu tinha entendido Hugo havia tirado a sua moto, pois como ela estava grávida ela deveria prezar pela saúde de Kurt e dela, e ela não havia aceitado muito bem isso. Após Guilherme conseguir convencê-la, finalmente eu e Hugo saímos e fomos em direção ao aeroporto. Era confortável estar perto de Hugo, eu sabia que ele teve todos os seus problemas em questão as drogas e como ele lutou para superar isso, segundo a Bianca “ele é outra pessoa sem essas coisas”. E eu aos poucos fui entendendo o que ela queria dizer com isso, muitos desses dias que eu estava abatida era ele quem me alegrava, normalmente com links de vídeos e mensagens.

O caminho até o aeroporto se fez rápido, logo Bianca e Guilherme estavam estacionando perto de nós. Todos entramos conversando sobre assuntos aleatórios, até chegarmos na sala de espera dos embarques e eu ver que meu pai estava acompanhado de Sophie, com um sorriso gigantesco quando me viu.

— Eu não acredito que você vai embora e não iria me contar? - ela disse acusadora enquanto me abraçava – Você tem mesmo que ir? Nada vai poder te convencer a ficar aqui? - Eu entendi o que ela queria dizer, senti um arrepio precorrer minha coluna como se a pergunta se Sophie tivesse um outro propósito.

— Não meu amor, eu preciso ir mesmo. - Falei sorrindo, logo me desvincilhei de seu abraço e deixei minha irmã com uma cara de tacho, indo em direção ao meu pai.

Logo meu pai me puxou ao seu lado e ficamos conversando até que meu voo foi chamado.

— Mas você tem certeza mesmo que tem que ir? – meu pai perguntou sorrindo só pra me provocar.

— Pai – falei em advertência.

— O que? Todos haviam perguntado, só eu ainda que não... foi só pra não perder o costume pequenininha. – Ele disse me puxando para um abraço – Eu amo você.

— Também amo você, Major – quando notei ele derramou uma lágrima e sequei – Será nosso segredo – pisquei em sua direção e ele sorriu.

Segui em direção ao portão de embarque, dei novamente abraços em minha família e segui junto de Hugo até o embarque. Sophie estava abraçada com meu pai, Guilherme e Bia também, ambos estavam sorrindo em nossa direção.

— ABBY, ESPERA – escutei alguém gritar no momento em que fui entregar minha passagem para a aeromoça. Eu e Hugo, que estava em minha frente, viramos para trás para ver quem era.

— Bernardo? – Olhei em sua direção chocada. Ele respirava fundo como se tivesse corrido.

— Achei que não chegaria a tempo – ele falou sorrindo em minha direção. Arqueei minhas sobrancelhas pela sua fala.

— Bem, eu estou embarcando agora. Podemos nos falar depois quando eu chegar no apartamento – respondi dando de ombros.

— Não, não podemos... porque você não pode ir embora Abby – ele se aproximou. Sorri irônica com a sua fala, desde quando ele poderia me fizer o que eu devia ou não fazer?! Senti Hugo segurando meu cotovelo como se me mandasse ficar calma.

— Por que exatamente eu não posso ir embora? – Eu estava incrédula com a sua resposta. Não notei a princípio que Gustavo, Ayla e Lucas haviam acabado de chagar. Virei à cabeça os encarando e todos eles estavam com uma cara como se estivessem esperando uma resposta.

— Porque eu me lembrei de tudo Abby, de cada momento nosso, desde o dia em que o diretor disse que você seria minha tutora até o momento do meu acidente... tudo o que eu havia perdido eu me lembrei, e por isso eu tenho certeza que eu não posso te deixar ir embora. – Ele respondeu segurando em uma das minhas mãos.

Eu estava estática, tenho certeza que meu coração estava batendo descompassado enquanto meu cérebro tentava processar toda a informação. Sério destino? Tá zoando com a minha cara né? Você teve dois meses para fazer com que ele se lembrasse de tudo, dois meses em que eu sofri por ele, achando que eu estava criando esperanças, ai quando eu decido ir embora com o intuito de seguir em frente você faz isso?

— Abby? – Bernardo tocou meu rosto, seu semblante era preocupado enquanto me tirava da minha guerra interna.

— Eu... eu... – falei passando a mão em minha nuca e mexendo em meu cabelo, nervosa.

— Eu só quero te pedir uma coisa, ai você decide se vai mesmo embora ou não – Ele disse colocando a mão que estava solta em seu bolso enquanto ele se ajoelhava em minha frente, abrindo a caixinha que retirou do bolso. Tenho certeza que minha boca formou um perfeito O e minhas bochechas coraram. – Sem enrolação porque eu sei o quanto você odeia isso, mas, eu amo você, eu quero passar todos os meus dias ao seu lado e não consigo aceitar a ideia de você ir embora, por isso, Abigail Carstairs Montgomery, aceita se casar comigo?  

Segurei minha respiração por alguns segundos, encarei Bianca e vi que ela estava tão em choque quanto eu, assim como notei que Guilherme estava com os punhos cerrados. Pela cara do meu pai ele não estava concordando com a atitude, diferente de minha irmã e meus amigos que tinham um sorriso de orelha e orelha. Decidida encarei Bernardo novamente.

— Desculpe Bernardo, mas eu não posso fazer isso, não agora. - Falei firme virando em direção a aeromoça e entregando minha passagem, seguindo pelo túnel sem olhar pra trás dessa vez.


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Notas finais do capítulo

E qual a opinião de vocês, por favor, apareçam!



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