Start Over escrita por MBS


Capítulo 24
Happy Birthday Abby - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Continuação da Parte 1 - Eu sei, capítulo ficou longo, mas é por uma boa causa



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Após nosso banho Bernardo me convenceu a me arrumar, colocar um vestido soltinho por cima do biquíni, já que segundo ele nós quatro iríamos para a praia.

Peguei um vestido branco soltinho, fiz uma maquiagem leve e arrumei meu cabelo em cachos. Bernardo estava deitado na cama, mesmo já arrumado, mandando mensagem para alguém.

— Você está aprontando alguma coisa. – Falei encarando-o através do espelho.

— Eu? – ele disse me encarando de volta e sorrindo – Não fiz nada... Ainda.

— Tá ai. Me conta, o que você vai fazer? – virei meu corpo e me aproximei sorrindo.

— Surpresa – ele disse ficando em pé e me abraçando – Confia em mim, você vai adorar.

— Mas amor – acabei fazendo uma carinha de cachorro que acabou de cair da mudança

Beijei sua testa e saímos do quarto. Bianca e Guilherme já estavam lá esperando. Bia estava com um conjuntinho azul e Guilherme com uma camiseta de gola polo preta com um calção branco. Bia estava arrumando a gola da camiseta que estava torta e recebia meu irmão revirando os olhos e reclamando.

— Ah ela chegou – Bia falou parando de prestar atenção em Gui e me encarando – Só falta uma coisa – ela disse se aproximando de mim com um lenço bordo em suas mãos.

— Nem pensar que eu vou ir sem enxergar – protestei mas foi inútil, visto que Bianca já estava amarrando-o em volta de meus olhos.

— Bom que eu não pedi sua opinião cobrinha.

— Vocês vão acabar me matando se eu não enxergar para onde vamos.

— Menos ai princesa indefesa.

— Cala boca Gui.

Bernardo passou seu braço em volta de minha cintura e foi me conduzindo em direção do que eu esperava que fosse o carro.

Sentei no banco de trás e Bernardo foi ao meu lado, colocaram alguma música tocando na rádio e eu não tinha a menor ideia para onde eles estavam me levando, mas decidi não ficar fazendo perguntas, fiquei quieta esperando até finalmente chegarmos ao local, o que não demorou muito tempo.

Bernardo me ajudou a sair e fomos caminhando até o que eu deduzi ser a praia, já que meus pés estavam cheio de areia.

— Agora você pode tirar – Bernardo falou soltando o nó que estava na parte de trás da minha cabeça, deixando o lenço cair.

— SURPRESA – toda minha família e amigos gritaram assim que o lenço saiu dos meus olhos.

Estávamos em um luau em nossa casa de praia, havia algumas tochas indicando o caminho para seguirmos, todos estavam reunidos ao redor de algumas mesas com frutas, docinho e um bolo no meio.

— Ai meu Deus – essa foi minha primeira reação antes de abraçar Bernardo seguido por Bianca e Guilherme – Vocês fizeram tudo isso só pro meu aniversário? Achei que tinham esquecido.

— Impossível princesa – Bernardo falou em meu ouvido.

Fui em direção às outras pessoas as quais me abraçavam e desejavam feliz aniversário, mesmo sendo que só após a meia noite este estaria acontecendo.

Logo a música começou a agitar todos os que estavam ali, fui em direção ao nosso grupo de amigos que estavam perto da mesa de bebidas. Ficamos conversando sobre qualquer assunto, as meninas me puxaram para a pista de dança, Bia era a que estava mais animada ali, e sua animação acabou se tornando a minha também.

A música do nada parou.

— Pedimos para nossa querida aniversariante chegar próxima ao bolo para cantarmos parabéns.

Segurei na mão de Bernardo e andei até a mesa, ficando com meus irmãos ao meu lado, meu namorado e cunhados logo atrás, assim como meus pais.

Todos começaram a cantar e eu comecei junto, mesmo morrendo de vergonha. Comecei a encarar normalmente todos os que estavam ali presentes, notei que o grupo de Priscila estava em uma parte mais atrás de todos os que estavam ali. Respirei fundo e continuei sorrindo.

— Faça um pedido Abby – minha mãe falou apontando para as velas do bolo.

Encarei as velas e pensei “que esse sonho nunca acabe, e que as pessoas que eu amo nunca se afastem” e assoprei.

A festa voltou a rolar animada, enquanto a maioria estava dançando na areia, eu, Bernardo, Ayla, Lucas, Bia, Gui, Soph e Gustavo estávamos sentados ao redor de uma fogueira que havia no deck da casa, na verdade Lucas e Gustavo estavam conversando perto da casa enquanto Ay e Soph dançavam.

Estávamos conversando sobre coisas aleatórias quando algo na praia me chamou a atenção, um casal mais velho dançando abraçados, com uma proximidade muito grande. A mulher sorria como se não existisse mais nada ao redor dos dois e o homem a encarava admirado, seguindo o seu ritmo de dança.

— Gui – Chamei meu irmão sem tirar meus olhos do casal – Guilherme, dá pra parar de agarrar a Bia e prestar atenção em mim – O encarei.

— Que foi?

— Olha pra trás – apontei com a cabeça. Meu irmão revirou os olhos mas virou-se tentando achar o que eu queria que ele visse – Olhe atentamente pras pessoas, quando você encontrar o que eu quero que você veja não vai conseguir ignorar.

— Mas que dia... Nããão, sério isso? – Ele havia visto a mesma coisa que eu, mas melhor do que antes, o casal estava se beijando – Você tá me zoando que é os nossos pais ali.

— To Gui, aham, contratei figurantes para fingir ser eles – falei irônica – é claro que é eles Guilherme!

— Ah não, essa história de novo não.

— Mas o que vocês dois tanto olham? – Sophie perguntou se aproximando de nós dois.

— Olha pra praia, pros casais. Você verá – Respondi para minha irmã.

— O que que tá acontecendo? Aquela lá é nossa mãe?

— Aham.

— Com o pai?

— Aham.

— Mas...

— É, ela ainda tá casada com o Carlos e tá se agarrando com nosso pai Soph, é, isso ai mesmo.

— Aprendeu ler pensamentos quando Abby?

— Quando seus olhos já começam a falar por si irmãzinha.

— Ok, agora eu posso morrer porque com certeza já vi tudo – Guilherme falou tomando mais um gole de sua bebida e parando de prestar atenção.

— Ei, minha frase de efeito essa sai – Protestei.

Puxei Bernardo em direção onde a festa ocorria e peguei seu celular do bolso.

— O que está fazendo? – Ele perguntou.

— Registrando o momento. Sorria – falei enquanto tirava diversas selfies – Obrigada por tudo.

— Foi o mínimo que eu poderia fazer princesa.

— Não foi não, obrigada por ter sido um amigo ótimo e um namorado melhor ainda, não tenho como te agradecer por hoje.

— Seu sorriso e sua felicidade já são o suficiente.

— Então vamos continuar aproveitando – fomos caminhando até o meio dos nossos amigos, alguma música agitada a qual todos conheciam a letra estava tocando.

Como a maioria de nós já estávamos alterados pelo álcool ninguém se importava em cantar, mesmo desafinado, as músicas.

Acordei de manhã cedo, não lembro o exato momento em que viemos para a cama e procurei por Bernardo na cama, ele não estava ali, mas seu cheiro estava nas cobertas. Minha cabeça doía um pouco, olhei para o bidê e lá havia dois comprimidos para dor e um bilhete de Bernardo. “Sai para buscar um presente, prometo compensar depois. Ps.: Sei que ia acordar com dor de cabeça então deixei remédio pra você. Te amo, B.

Levantei com uma certa preguiça para fazer minha higiene matinal e logo desci ao andar de baixo da casa. O cheiro do café da manhã estava ótimo, meu pai estava animado no fogão fazendo panquecas, minha mãe estava na bancada sentada o observando o sorrindo, meus irmãos, Bia e Gustavo encaravam a cena com uma cara meio “estamos apenas esperando alguma merda acontecer”.

— Bom dia família.

— Bom dia filha – Minha mãe respondeu sorrindo. Ela nunca sorria, nunca mesmo, era uma coisa rara de acontecer e estranha quando acontecia.

— Bom dia pequenininha – meu pai disse – Suas panquecas estão quase pronta, já coloco no prato pra você.

— Okay – respondi com as sobrancelhas arqueadas e olhei para meu irmão que apenas deu de ombros.

Pelo visto nenhum queria tocar no assunto do que estava acontecendo ali, mas eu como sempre sou a diferente da família.

— Então... alguma novidade, papais?

— Não.

— Nenhuma.

— Sério? Mesmo? – Recebi um chute por baixo da mesa, não sei de qual dos meus irmãos porque os dois me encaravam.

— Quer qual resposta filha?

— A verdade talvez.

— E lá vamos nós – Gui resmungou e eu apenas revirei os olhos.

— Vocês estão...?

— Juntos de novo? – Meu pai falou.

— É.

— Não – minha mãe respondeu e eu a encarei.

— Não ainda – meu pai completou.

Gui e Soph ao mesmo tempo se afogaram com seus cafés.

— Oi?

— Olha mãe, eu só tenho uma coisa pra dizer ok? Não faz merda dessa vez, sério.

— Por que pra mim você tá falando isso?

— Por que da última vez foi sua culpa?

— Ual, falando desse jeito até parece que eu fui um monstro Abigail.

— Não sei, porque a cada briga de vocês o Gui me puxava pro quarto e colocava as mãos no meu ouvido, me abraçando forte o bastante pra não escutar vocês, ou colocava música alta pra fazer o mesmo efeito. Acha que eu não lembro disso?

Meus pais apenas abaixaram suas cabeças envergonhados.

— Por isso eu digo sim pra você mãe – inspirei fundo e continuei – Você tem que pensar no que está fazendo, até o momento pelo que eu me lembro você continua casada, e pra ver o papai sofrendo de novo eu não quero. Então resolva os seus rolos antes de enganar o nosso pai. Ele merece alguém que ame na mesma intensidade, não que de um amor pela metade.

Levantei e sai da mesa, resolvi ir caminhar na praia um pouco para espairecer.

Ponto de Vista – Bernardo

Nunca vi Abby tão feliz como ela estava ontem à noite, ela sorria para todos os presentes e ignorava, mas sem deixar de ser educada, os indesejáveis que apareceram do nada na festa. Eu sabia que ela odiava o grupinho da Priscila, mas não imaginava como e nem o porquê que eles acabaram vindo até a festa.

Acordei de manhã cedo e fiquei um bom tempo admirando minha namorada, seus cabelos loiros espalhados pelos travesseiros e seu rosto sereno, me vi querendo saber o que estava acontecendo em seus sonhos.

Levantei-me e fui em direção ao banheiro fazer minha higiene matinal e me arrumar, agora pela manhã fiquei de ir pegar o seu presente de aniversário. Escrevi um bilhete e deixei dois comprimidos junto com ele no bidê, tinha quase certeza que ela iria acordar com dor na cabeça.

Após sair da agência de viagens com as passagens em mãos, peguei o caminho mais rápido para casa. O luau foi fantástico e nunca vi Abby tão feliz em todo esse tempo em que estávamos juntos, seu sorriso ia de orelha a orelha. Apenas isto já me bastou como presente. Mas eu queria mais, por isso comprei passagens para uma viagem com ela, para um lugar que eu sabia que ela iria provavelmente surtar.

Eu reconheci aquele carro logo de cara, era o carro do ex-namorado da Abby, Carter. Ele fez sinal para que eu parasse ao lado do seu carro e assim eu fiz.

— Ora ora, finalmente conheci da forma correta o cara que roubou a minha garota. – ele disse com um sorriso cínico nos lábios.

— Ela já não era mais sua quando começamos a namorar. – respondi no mesmo tom.

— Não me provoque Granemann, ou não será só Abby que sairá machucada disso tudo... Quem sabe seus irmãos também, não é mesmo? – Apertei mais o volante do meu carro.

— Aonde quer chegar Carter? – perguntei indo direto ao ponto.

— Ah, a muitos lugares, principalmente ter a Abby ao meu lado novamente... – ele deu de ombros e ficou esperando minha reação.

— Você não vai tê-la ao seu lado mais novamente, eu vou garantir isso.

— Uau, você se faz de tão macho e protetivo com a vadiazinha, se é assim, se pode protegê-la tão bem que tal uma corrida comigo? – Arqueei as sobrancelhas com suas palavras – Uma corrida final... Se você ganhar, saio da vida de vocês para sempre e você fica com a garota...

— E se eu perder? – Sabia que o preço seria alto.

— Ah meu caro, se você perder ela vai voltar a ser minha, vou tomar de volta tudo o que ela e a família dela me tiraram..., mas principalmente, vou eliminar da vida dela você e os amiguinhos dela. Ninguém mais vai me atrapalhar. – Seu olhar era desafiador.

— Isso é o que vamos ver. – Falei fechando o vidro e esperando a hora de corrermos.

Eu sei que eu havia dito para Abby que eu não correria mais, mesmo ela dizendo que eu não precisava mudar... Mas isso havia se tornado de alguma forma uma questão de honra. Comecei a correr com Carter, eu estava na sua frente, eu poderia não correr com frequência, mas sabia que meu carro era bom. Eu estava com 5 segundos de vantagem dele, até que sinto algo tocar na traseira do meu carro e desestabiliza-lo. Olhei pelo retrovisor e notei Carter atrás de mim e continuar a bater na traseira do carro.

Após aquele toque o carro começou a ficar instável, até que eu perdi totalmente o controle e o carro começou a capotar na pista. Mesmo com o airbag sendo disparado eu protegi minha cabeça. Quando o carro parou de rodar na pista e acabei ficando de cabeça para baixo, minha cabeça latejava. Coloquei a mão na mesma e ela sangrava.

Notei alguém abrindo a porta do meu carro, meus olhos estavam embaçados e eu estava vendo duplicado qualquer coisa.

— Pelo jeito não é bom o suficiente Granemann, mas assim é melhor. – Ele se ajoelhou ao meu lado e notei que ele estava com algo na mão – Ela vai voltar a ser minha, já que você.... Bem, não vai estar inteiro para me impedir – a sua risada tornou-se maléfica e eu senti algo batendo em minha testa com força. Logo após isto, tudo ficou girando, seguido de mais uma pancada e a única coisa que passei a ver foi o breu. 


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