Start Over escrita por MBS


Capítulo 12
Ajuda - Parte 2




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Acordamos cedo pela manhã, pouco antes do primeiro despertador. Decidi ir tomar um banho enquanto Bernardo ia fazendo o café. Após eu terminar, fui ao quarto e decidi ir ao quarto e colocar um vestido soltinho e florido para  ir para a escola hoje, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo habitual e apenas passei um batom, desci a cozinha para ajuda-lo a terminar. Escutei a porta da frente sendo aberta e logo vi meu irmão surgindo na cozinha com um sorriso enorme do rosto.

— Acho que a noite de alguém foi produtiva – falei sorrindo em sua direção e entregando uma xícara de café em suas mãos.

— Parece que não só a minha – ele respondeu em tom brincalhão.

— Guilherme – o repreendi e o mesmo sorriu – Esse é o Bernardo. Bernardo, esse é meu irmão Guilherme, que eu havia te falado.

Ambos e apertaram as mãos em cumprimento.

— Amigo ou quase namorado? – Guilherme perguntou e eu senti minhas bochechas corarem. Bernardo sorriu em minha direção antes de responder.

— Provável futuro namorado. – Abri e fechei minha boca quando ele respondeu isso, senti os braços do meu irmão por cima dos meus ombros me apertando de leve.

— Cuide bem dela. Ela é uma das únicas coisas boas que eu tenho.

— Vou cuidar. Prometo. – ele respondeu sorrindo.

Quando contei para Guilherme que eu havia terminado com Carter, parecia que no fundo ele sabia que rolava algo, e ficou feliz quando contei que estava oficialmente solteira. Ele me fez contar também com quem eu havia ficado na casa de praia, o que resultou em um grande drama e cena de ciúmes de meu irmão mais velho, mas naquele dia eu garanti que eu e Bernardo não passávamos de amigos, o que havia caído por terra agora.

Terminamos nosso café e pegamos nossas coisas e fomos buscar Gustavo e Ayla, que ficaram olhando para o irmão mais velho com um sorriso maroto quando notaram que eu estava no banco do carona.

Ayla estava mais feliz que o normal, com um sorriso de orelha a orelha. Bernardo fingiu não notar, mesmo imaginando o motivo, assim como eu.

Chegamos à escola e Bianca estava ainda no estacionamento, encostada em seu carro mexendo no celular. Ela mandava mensagem para alguém e sorria. Ela guardou o celular no momento em que Bernardo parou o carro, encarando-o torto. No fundo ela ainda não acreditava que eu e ele estávamos tendo algo, visto que ela foi a única a notar que não era só amizade, me fazendo contar tudo o que estava rolando. Bianca, assim como meu irmão só que em uma versão pior, ainda estava esperando ele fazer qualquer merda.

Nosso dia foi tranquilo, no almoço ficamos conversando sobre assuntos aleatórios, as provocações dos meninos de sempre, mas notei que Bianca mandava mensagem e sorria quando recebia resposta. Eu só tinha certeza que havia algo ali, mas daria o tempo dela para contar.

Logo chegou a noite e as meninas decidiram que iriam se arrumar em minha casa, meu quarto se transformou em um salão de beleza e nossas roupas estavam cada uma separada em cima da poltrona, da cadeira da escrivaninha e duas na cama. Terminamos de fazer nossas maquiagens e arrumar os cabelos e logo fomos nos vestir. Peguei minhas coisas e fui para o banheiro do quarto de Guilherme, para evitar qualquer pergunta sobre os roxos.

Quando voltei para o quarto Jéssica discutia com Bianca.

— Não senhora, você não vai de coturno – Jéssica protestava. Bianca estava de braços cruzados a encarando.

— É confortável e combina com minha roupa. – Ela deu de ombros e deu um sorriso vitorioso.

— Bianca, é uma FESTA. Coloque algo que realmente combine pelo menos – ela disse voltando à atenção aos últimos detalhes da sua maquiagem. Bianca apenas revirou os olhos e tirou o coturno dos pés e colocou um tênis. Fiquei apenas encostada no batente da porta esperando a reação da Jess. – BIANCA MARIA, faça-me o favor. Abby, me ajuda.

— Bi, ela tá certa. É uma festa – falei calmamente parando ao seu lado. – Até eu, a pessoa que nunca usa salto vai ir. Vamos Maria. – falei estendendo um sapato preto de salto em sua direção.

— Isso é complô não é? – Ela protestou.

— Não, é nós duas querendo que você vá arrasando nessa festa – respondi estendendo novamente o sapato em sua direção, que pegou em meio a protesto e os colocou no pé.

Meu celular começou a vibrar e era Bernardo avisando que já estavam na casa de Mark, pedindo se queríamos que ele fosse nos buscar e neguei, falando que Bianca nos levaria. Combinamos de nos encontrar depois.

— ABBY – Guilherme ligou, escutei a porta batendo no andar de baixo.

— AQUI EM CIMA – gritei de volta. Escutei-o subindo as escadas e parando ao meu lado na porta do quarto.

Ele cumprimentou as meninas parando seu olhar em Bianca, se eu não soubesse que eles dois não passava de amizade eu diria que Guilherme estava a comendo com os olhos.

— Limpa a baba, tá ficando feio já – Sussurrei em seu ouvido. Ele me olhou e notei que ele ficou vermelho.

— Aonde vocês vão? – Ele pediu afrouxando a gravata.

— Em uma festa na casa de um guri da nossa escola. – Ficamos parados no corredor de acesso aos quartos conversando.

— Voltam tarde? – ele perguntou cruzando os braços. Notei que seu olhar as vezes desvia para dentro do quarto.

— Ei – falei fazendo-o olhar para mim. Coloquei dois dedos em meus olhos fazendo sinal que estava de olho nele. Ele apenas de um sorriso maroto no rosto.

— Eu vou correr hoje de noite, quem sabe depois eu de uma passada por lá.

— Eu não te convidei para ir.

— Ninguém vai impedir o rei de participar da festa – ele falou rindo e indo para seu quarto.

Bianca jogou um casaquinho por cima, ela estava evitando se mexer muito e nós duas descemos na frente das meninas, que decidiram terminar de arrumar algo na roupa de última hora.

Fui andando atrás de Bianca e logo levantei seu casaquinho.

— MARIA! – falei em protesto e ela me olhou como se fosse me esganar.

— Longa história Abby. – ela disse suspirando abrindo o carro.

— Longa história o caralho. O que foi isso? – falei apontando para as marcas que ela tinha nas costas.

— Cai na academia – ela falou simplesmente, arqueei as sobrancelhas como se não tivesse acreditado – Ué, acha que eu tô mentindo pede pro seu irmão. Ele tava lá quando os equipamentos caíram em cima das minhas costas... Eu tropecei e caíram. – Ela deu de ombros.

— Não preciso pedir para ele, eu acredito em você – dito isso as meninas entraram no carro.

— Acredita no que? – Jéssica pediu enquanto fechava na porta. Bianca ficou estática esperando eu responder.

— Que a Bianca deu uma surra em um cara na academia, ele achava que ela era só uma garotinha e que não sabia lutar direito – falei rindo. – Quem provoca Bianca Cortez e sai ileso? – falei rindo e Bianca sorriu em minha direção.

Nosso caminho até a festa foi regrado de risadas e música alta. Alice ficou nos gravando enquanto eu, Bianca e Jéssica íamos cantando. Uma coisa que eu estranhei, quem sabe por ter irmão que corre em racha e pessoas assim tem um método que parece diferente para dirigir, era que Bianca dirigia muito parecida com Guilherme, e uma mania, que eu só havia visto em meu irmão, na troca de marchas. Balancei a cabeça tirando essa ideia da cabeça e logo chegamos à festa.

Entrando na casa que estava cheia de pessoas, algumas já estavam deitadas no sofá da sala da frente, provavelmente por ter bebido demais, alguns estavam parados nos corredores conversando com copos de bebida na mão, mas a maioria do pessoal estava na parte de trás da casa, onde havia uma meia-água que servia como salão de festas e era onde havia a piscina.

Notamos alguns caras fazendo competição de virar os shots em um canto, no outro havia alguns jogando beer pong. Encontramos os garotos do rugby em um canto com garotas ao redor, notei que havia duas ao lado de Bernardo, que quando encontrou meu olhar se desvencilhou e veio em minha direção.

— Vocês chegaram – ele disse abraçando minha cintura e dando um beijo em minha testa.

— Se quer manter a mentira que não estamos juntos devia ser mais discreto da felicidade de me ver – falei dando um beijo em sua bochecha e sussurrando em seu ouvido.

— E quem disse que eu quero continuar escondendo? – ele piscou em minha direção e eu corei. Bianca apenas começou a rir de nós dois arqueando as sobrancelhas. Notei as garotas que estavam praticamente se jogando para cima de Bernardo me encarar com ódio.

Revirei os olhos e fomos em direção à mesa das bebidas. Ficamos ali por perto até que Jéssica nos puxou para dançar, Alice foi para o lado do namorado, sobrando apenas eu e Bianca para acompanha-la. Bi teimava e falava que não queria dançar, mas a puxei para dançar comigo e a cada copo de chopp que ela tomava ficava mais alegre e continuava dançando. Senti um par de mãos em minha cintura, eu conhecia aquele toque, comecei a dançar de olhos fechados e aproveitando o momento. Eu sei que a partir de hoje ninguém mais acreditaria que nunca tivemos nada e que éramos apenas amigos, mas depois do que ele havia me dito eu estava tacando o foda-se para o resto.

Notei que Bianca sumiu da pista improvisada de dança, que Jéssica estava conversando com um cara da faculdade em um canto da sala, e eu virei meu corpo e passei meus braços por cima do pescoço de Bernardo, que sorriu com a minha atitude.

— Já disse o quanto você está linda hoje? – ele perguntou.

— Não tinha dito isso ainda hoje – respondi fazendo cara de pensativa e logo sorri – Mas tô só avisando, você tá me mimando demais... Quem vai sofrer é você.

— Não tem problema. – Ele disse beijando minha testa, logo fomos para o andar de cima da casa, em uma sacada que havia. Ela estava com umas luzinhas penduradas na parede e havia alguns sofás encostados por ali. Sentamos em um dos sofás e joguei minhas pernas por cima do seu colo, deitando minha cabeça em seu ombro.

Ficamos conversando um tempo, olhando para as pessoas que estava no andar de baixo e que tínhamos uma visão da sacada. Ficamos em silencio um tempo até que Bernardo me chama.

— Abby... eu preciso te falar uma coisa – levantei minha cabeça e o encarei arqueando as sobrancelhas.

— O que foi? – perguntei preocupada enquanto arrumava meu corpo ao seu lado.

— Não é nada com que tenha que se preocupar, eu acho... – ele disse sorrindo e colocando uma das suas mãos em um dos lados do meu rosto. – Eu só queria te falar que...

— Que...

— Eu tô gostando de ti, de verdade – eu não sabia o que dizer, só sei que meu sorriso acho que estava de orelha a orelha e eu simplesmente o beijei.

— Eu também to gostando de ti – admiti sorrindo.

— FINALMENTE – Notamos que Lucas, assim como Gabriel, Sophia, Ayla, Gustavo, Alice, Rafael e mais alguns meninos do rugby estavam parados na porta comemorando. Escondi meu rosto na volta do pescoço de Bernardo enquanto nossos irmãos se aproximavam e vinham nos abraçar.


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