Start Over escrita por MBS


Capítulo 10
Visão




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Ponto de Vista – Bernardo

 

Acordei com a pouca luz do sol invadindo o ambiente. Abby estava deitada de costas para mim, seus cabelos loiros espalhados sobre o travesseiro, seus olhos ainda se moviam rápidos, o que dizia que ela ainda estava dormindo profundamente. Não sei quando tempo fiquei olhando para cada detalhe dela, cada levantar do seu peito por causa da sua respiração. Sabia que nem seis da manhã deviam ser ainda, resolvi deitar novamente ao seu lado, aconchegando meu corpo colado ao seu, passei minha mão por cima da sua cintura, e Abby logo entrelaçou nossos dedos.

— Dorme mais um pouco moreno – Abby falou baixinho enquanto aconchegava o corpo mais perto do meu. Eu sabia que ela não estava acordada ainda, mas sorri quando ela teve essa reação.

Não consegui mais dormir, essa era a verdade. Parecia que quando eu fechasse os meus olhos e acordasse novamente tudo não ia ter passado de um sonho, que tudo ia voltar à realidade e que eu ia chegar à escola e ela ainda estaria indiferente para mim. Fiquei encarando o céu lá fora que começou a clarear até que resolvi levantar. Abby resmungou um pouco, mas continuou deitada dormindo.

Fui até o térreo da casa e resolvi passar um café. Encostei-me na pia admirando a paisagem que se formava lá fora. Bem que ela havia dito que durante o dia a paisagem era ainda melhor. Senti dois braços abraçando minha cintura e alguém encostando a cabeça em minhas costas.

— Achei que ia dormir mais um pouco – virei meu corpo e beijei sua testa – Bom dia.

— Eu ia, mas a cama fico gelada, e tava claro demais no quarto – ela falou coçando os olhos ainda com uma cara de sono – E eu senti cheiro de café, então me obriguei a levantar.

Um sorriso surgiu em seus lábios e logo suas bochechas ficaram vermelhas.

— O que foi? – ela pediu escondendo o rosto no meu peito.

— Nada – respondi sorrindo.

— Sei – ela levantou a cabeça me encarando. – Você é alto demais.

— Você que é baixinha demais – ela me respondeu com um revirar de olhos e um tapa no meu braço – Mas eu gosto.

— Claro que gosta, impossível não se encantar por uma sonserina e Targaryen – ele respondeu sorrindo e jogando os cabelos loiros por cima dos ombros, como resposta acabei rindo e concordando com a cabeça com ela.

Terminei de passar o café e ficamos tendo uma conversa aleatória qualquer no nosso café da manhã. Resolvemos ir passear pela praia já que ainda nessa época do ano não era tão movimentada e não estava um dia tão quente. Abby subiu até um outro quarto e pegou algumas roupas do irmão para me emprestar, fui me trocar e quando desci novamente para a sala Abby já estava pronta e me esperando. Ela estava com um vestido branco de fio e com um biquíni azul marinho por baixo, dando uma ótima visão do seu corpo.

Para Bernardo, vocês dois ainda não tem nada para ficar encarando a garota assim” minha consciência gritava dentro de mim. Envergonhado com meus próprios pensamentos acabei passando a mão pelos cabelos e Abby notou meu olhar a encarando.

Fomos caminhando para a praia calmamente, ela me contava sobre a infância dela, em como ela e o irmão se divertiam quando crianças vindo passar as férias na casa dos avós, contou um pouco sobre a família dela, no caso sua mãe e o seu padrasto, como ele havia sido um pai pra ela, mas que apesar de tudo quem a criou e cuidou sempre dela foi Guilherme.

— Não que ele fosse à pessoa mais responsável do mundo, mas eu tenho que agradecer a ele por tudo o que ele fez por mim – ela disse dando de ombros enquanto sentava na areia e encarava o mar sorrindo.

— Agora entendo porque vocês dois são tão ligados – respondi sentando ao seu lado. – Mas afinal, você disse que ele corre em rachas e tal, mas no que ele trabalha? Quando leva a vida a sério mesmo. – perguntei rindo.

— Ele trabalha em um escritório de advogados, ele é formado em direito penal. E por incrível que pareça ele é um dos melhores do escritório nisso – ela deu de ombros – E bem, como os chefes dele adoram ele e sabem o quão bom ele é, eles meio que não ligam por ele chegar atrasado às vezes no trabalho.

— Que exemplo, formado em penal e correndo em rachas. – comecei a rir disso.

— Ah claro, ele pelo menos estudou onde ele pode se encaixar nas lacunas caso um dia seja pego – ela riu disso.

— Tá certo ele – olhei para ela e ela sorria pra mim. Quando eu ia me aproximar para dar um beijo nela seu celular começou a tocar.

— Eu já volto – ela deu um suspiro e levantou-se se afastando um pouco do local onde estávamos.

Notei que ela estava vermelha e com o pulso cerrado, de duas uma, ou era o irmão dela pedindo onde ela tinha passado a noite e dando uma bronca como irmão mais velho, mas eu duvidava disso, ou era o namorado dela dando uma de dono pra cima de Abby. Quando ela voltou descobri que era a segunda opção.

— Então... – comecei.

— Estou oficialmente solteira... – Ela deu de ombros e encostou a cabeça sobre os joelhos - Era Carter no telefone, ele quis bancar o alpha e me exigir onde eu estava, e com quem, e eu simplesmente cansei disso tudo. E bem, nosso namoro já estava em crise faz uns bons meses, eu só precisava ter coragem pra fazer o que acabei de fazer.

— Mas tem algo a mais, não tem? – perguntei e notei ela encolher levemente os ombros.

— Ameaças infundadas, ele não teria coragem de fazer um terço do que ele me ameaçou agora – ela me encarou respondendo isso – Pode mudar de assunto, por favor. Eu estou amando estar aqui contigo e não quero que isso estrague nosso momento.

— Sendo assim, podemos mudar sim de assunto. Podemos discutir sobre o quanto você está linda nesse biquíni – comecei e Abby começou a rir.

— Bernardo – falou em repreendimento – Além de safado tá sendo um baita de um mentiroso. – ela disse batendo seu ombro no meu braço enquanto sorria.

— Não estou mentindo. Estou trazendo verdades aqui – falei abraçando sua cintura.

— Eu sei que sou e estou maravilhosa – ela disse me dando um selinho demorado – Pena que você não pode ter mais do que só a visão não é?! – Ela disse ficando em pé enquanto tirava o vestido e jogava no meu colo. Ela saiu andando em direção pro mar e logo mergulhou.

Ela vai me deixar louco, isso sim” falei passando a mão pelos cabelos e respirando fundo. Levantei e fui em sua direção, visto que eu já estava sem camiseta.

— Você não deveria provocar as pessoas assim Abby, é feio – eu disse a abraçando por trás.

— Que mentira, eu não fiz nada. É coisa da sua imaginação, moreno – ela disse virando o corpo e passando seus braços por meu pescoço.

— Claro, eu sou louco, tô só imaginando as coisas aqui – respondi dando de ombros e um sorriso maroto surgiu em seus lábios – Se eu te conhecesse diria que teve pensamentos nada decentes, que coisa feia Abby.

— Eu? Eu sou um anjo. Nunca imaginei nada assim – ela fez a cara mais angelical que pode.

— Claro – respondi sorrindo dando inicio a um beijo calmo, sem pressa, apenas aproveitando o momento. – Quem diria que um dia Abigail Carstairs estaria me beijando.

— Quem me beijou foi você, senhor Bernardo Granemann – ela me encarou nos olhos sorrindo.

— Mas ontem foi você – falei rindo.

— Aonde quer chegar? – ela perguntou inquisidora.

— Não quero perder minha tutora por ter beijado ela – estava meio receoso quando disse isso, mas ela logo sorriu pra mim.

— Você não vai me perder por ter me beijado, a menos que volte a ser um babaca... Mas provavelmente eu iria te bater por isso – ela deu de ombros sorrindo.

— Então eu posso continuar te beijando? – dei um sorriso maroto para ela e ela retribuiu.

— Sinceramente, não sei por que parou de fazer isso – ela piscou para mim e voltamos a nos beijar.

Foi assim o resto do dia, voltamos para a areia pegar nossas coisas e fomos de mãos dadas até a casa para arruarmos nosso almoço, decidimos que voltaríamos só no fim da tarde para casa. Após terminarmos o filme que estávamos vendo arrumamos nossas coisas e começamos a fazer nosso caminho de volta para casa.

Chagando a frente da sua casa notei ela respirar aliviada quando viu o carro do irmão na frente da garagem.

— Bem, está entregue – falei desligando o carro. – Obrigada por ontem e hoje – agradeci sorrindo em sua direção.

— Como eu disse, foi o mínimo que eu poderia fazer – ela soltou o sinto de segurança e virou em minha direção. – E bem, descobri que você é uma pessoa suportável.

— Só suportável? – fiz uma cara de ofendido e ela revirou os olhos.

— E beijável – ela respondeu sorrindo se aproximando – Na verdade, que beija muito bem.

— Beijo é? – falei me aproximando dela, notei que a porta da sua casa foi aberta e seu irmão, ou quem eu julguei ser seu irmão, estava encostado no batente da porta. – Pelo visto vou ter que deixar pra analisar isso outro dia – falei envergonhado olhando para a porta da casa dela.

— Guilherme querendo por medo, típico. – Ela disse em meio a uma risada abafada.

— Normal de família pelo jeito – respondi também rindo.

— Ei – ela respondeu em protesto me dando um selinho – Nos falamos depois.

Ela saiu do carro e foi em direção do irmão, já eu, liguei o carro e fui para casa.


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