James Sirius não sabia o privilégio que era ser filho único até Albus nascer. Uns minutos de fama duram tão pouco. A dele durou 2 anos, especificamente.

Mas existiam outros tipos de fama. A fama de ser quem era lhe perseguiria por toda sua vida, e ele se gabaria o resto dela. Porque ele sabia que se não usufruísse de toda a glória, ela acabaria o sufocando.

Ele era o tipo de pessoa que achava as capas insuficientes, para tudo o que ele era. Inteligente, alto, forte, lindo e excepcionalmente humilde. James era tão lindo, mas arrogante que chegava a dar nojo.

Parecia o paraíso ver James Potter jogando quadribol, a única coisa que valia a pena, para dizer a verdade. Ele não precisava se esforçar para agradar, mesmo não sabendo o porquê, as pessoas costumavam adorar ele.

Ser o primogênito era cansativo, a pressão era evidente. Mas James, sendo filho de quem era, sempre conseguia dar um jeito. Albus e Lily eram as saídas, normalmente. Albus o garoto – nem tão – prodígio, e Lily a problemática. E James, bem... James costumava ser a decepção. Os pais costumavam ter trabalho.

Albus Severo Potter era o reflexo – ou pelo menos a tentativa – de Harry Potter. E James sentia tanta pena. Fúteis e hipócritas, todos eles. Albus era tudo o que James repudiava, porque ele era tudo o que James nunca seria:

Um orgulho para Harry Potter.

Teddy por outro lado nem era seu irmão de sangue, mas por Merlin, James sabia que ele era mais irmão que os outros. Teddy se importava. Isso já significava algo.

Ah Lily, a pequena Lily.

James se sentiu bem quando pegou Lily nos braços pela primeira vez. Ela era tão inocente.

Ele ensinou ela a jogar quadribol, e a fazer os deveres quando ela começou em Hogwarts. Se divertiam tanto que James costumava não se importar de cuidar dela

Foi quase cruel ver Lily crescer e perder aquele brilho. As capas a adoravam, e a cada dia ela parecia mais aflita e distante.

Foi mortal quando viu Matt Bones enfiar a língua pela garganta de sua doce irmã, quando ela estava no 4° ano. E com o tempo aquela garotinha já não existia mais. Ela era inteligente, não precisava de ajuda nos deveres. Ela entrou no time da Grifinória, então ele parou de ajudar no quadribol. E aos 15 anos de Lily, ele não a conhecia. Passavam pelos corredores e nem se cumprimentavam. Eram fantasmas na mesma casa. Ele a abandonou, assim como ela fez.

Albus e Lily haviam crescido e se transformaram em pessoas que James não conseguia salvar. Falhou como irmão, falhou quando prometeu protegê-los. Não conseguia salvar a si mesmo, então mantinha distância. Porque ele era frívolo demais para tentar, pois tinha medo de perder. 

Ele só percebeu que era uma pessoa horrível, quando Lily tentou se matar. Ele nem percebeu que ela não estava no salão principal. Se sentiu pior ainda, quando a irmã se negou a falar, quando a tentativa não deu certo. Ela não ia nem se despedir.

Ele chorou por dias, mas nunca admitiria isso para alguém.

James Sirius Potter não sabia o que era o mundo, porque ele não fazia questão de conhecer. Ele bebia, se drogava, destruía propriedades públicas, e era uma pessoa horrível.

Ele ama seus irmãos, e se ama mais ainda.

James é o que julgam ser errado. E ele não dá a mínima para isso.