A História Continua. escrita por Amizitah


Capítulo 7
Medidas Drásticas - Mudança de Planos


Notas iniciais do capítulo

Hellooou ♥
Ultimamente venho tentando dinamizar mais a história! São tantos detalhes relacionados a trilogia que antecede essa narrativa que me pego querendo por longos parágrafos explicando - nem pensar né? Então estou fracionando e indo mais para onde interessa de verdade.
Por enquanto, nenhuma música será recomendada nesse capítulo, mas talvez no próximo eu apareça com umas daquelas mais épicas soundtracks de batalha do naruto - só eu piro a batatinha quando ouço essas musicas?! É mt nostalgia pro meu coração.
E quero saber com vocês sobre o tamanho dos capítulos, se está confortavel, se querem mais. Estou tentando me controlar e manter, no MÁXIMO, 3,800 palavras. Tudo ok?
Obrigada pelas visualizações!. A Ami aqui está imensamente grata, okay?!
JA NEE! ♥
OBS: A imagem do capítulo é relacionada ao momento do mangá/anime onde o Kakashi morreu depois de lutar contra o Pain. Contudo, estou a usando para ilustrar a morte dele na trilogia dessa história, com o mesmo propósito de proteger sua vila. Doeu muito escrever essa parte, maaaas, enfim né. Kakashi sendo Kakashi: "Não deixo meus camaradas morrerem".



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Na média vila dominada pelo medo e a submissão, pelas brechas das portas e janelas todos observavam a garota que era encaminhada forçosamente para o seu interior. Risa fingia estar inconsciente apesar de ter acordado do ataque antes de entrarem na vila. Era carregada nas costas de um homenzarrão que não parecia ser shinobi e nem nada, apenas um lacaio comum. Outros três andavam a frente e atrás, sem se importar em serem observados.

Eles gostam de exibir seus feitos, entendo.... Refletiu a jovem Terasu, achando que seria levada escondida até a vila ao invés daquela maneira.

Contudo a exibição durou pouco.

Pela brecha das pálpebras Risa percebeu que foram para uma viela isolada, aparentemente sem passagem para lugar algum. Mas logo ela ouviu uma pancada, em seguida sentindo seu corpo balançar conforme desciam alguma escadaria. O lugar subterrâneo era escuro, exceto por tochas espalhadas parcamente pelo caminho – Parecia um labirinto, com diversas entradas e saídas.

Afastados da atenção publica, seus sequestradores pareciam mais a vontade para falar.

— Incrível ainda existirem aldeões tão inadvertidos – Comentou um dos dois que estavam atrás dela – A maioria das mulheres que encontramos nas últimas semanas tiveram que ser arrancadas das suas vilas, mas essa criança decidiu andar sozinha por aí....

—... Podia estar fugindo de casa. Tinha muita coisa naquela carroça, inclusive roupas e dinheiro.

Ela ouviu uma risada de escárnio.

— Será que ela assaltou o marido e fugiu dele?

— Não é incomum – Risa sentiu um olhar pesado sobre si – Mas com certeza o que ela fez foi arriscado.

— Não se preocupe, Zara. Eu mesmo a interrogarei, prometo que serei bem eficiente em tirar tudo dela... – Outra risada, mas esta estava carregada com uma segunda intenção que fez o sangue de Risa gelar.

— Acho que não vai ser você desta vez – Agora foi o homem que andava na frente que falou – Você acha que o chefe vai deixar você repetir aquilo que você fez com a última garota?

O homem citado estalou a língua.

— Ninguém mandou ela me morder – Reclamou.

O tal Zara foi quem riu dessa vez.

— Foi a primeira vez que eu vi uma mulher morder a “arma” de um cara. Você não ficou impotente, ficou?

— Cala a merda da sua boca. Foi ela que ficou depois da surra merecida que eu lhe dei.

O homem da frente pareceu não gostar da brincadeira.

— Você é idiota? Você matou ela.

Risa não viu, mas sentiu em seu espírito o sorriso perturbador que ele abriu.

— Foi o que eu quis dizer.

— Hora de acabar com a conversa. Chegamos – Falou o grandalhão que a carregava. Por um segundo a garota achou que ele era do tipo que não falava nada.

Antes de entrar numa outra sala, Risa tapou o corte em sua palma com o polegar sem que os outros vissem. Desde o momento que chegaram na viela, ela estimulou com o seu chakra o corte que ela havia adquirido durante o sequestro, derramando o suficiente de seu sangue no chão para conseguir rastreá-lo (ou ser rastreada) mais tarde.

Com um grande susto, Risa sentiu seu corpo ser jogado no chão sem muita gentileza, rolando duas vezes antes de parar. Ela soltou um gemido parte interpretado, parte real.

Então a porta pesada foi fechada. Os passos dos homens ficaram cada vez mais distantes, mas além dos passos Risa ouviu outro tipo de barulho. Abriu seus olhos devagar, identificando formas escurecidas e embaçadas. Então, se sentando com dificuldade (seus braços e pernas estavam acorrentados com um pequeno espaço para se mover), finalmente conseguiu identificar naquelas formas exatas 6 mulheres de diversas idades. Os seis pares de olhos fitavam Risa em silêncio, algumas tremendo e outras sem expressão. No entanto, com apenas uma lâmpada para iluminar o espaço de 3 m², Risa viu que em todas elas seus pulsos e tornozelos estavam esfolados e suas roupas sujas.

— Qual o seu nome? – Risa olhou para a mulher que fez a pergunta, logo ao seu lado. Seus cabelos eram curtos, a franja colada ao suor da testa. Parecia cansada, mas ainda assim seus olhos mostravam algum interesse em Risa.

— Watanabe Touka... – Respondeu, cautelosa.

— Touka-san, hun? – A mulher passou os olhos por ela rapidamente.

— E você?

— Ueno Nishino – Respondeu – Você parece jovem... 15 anos?

— 16 anos – Risa olhou em volta outra vez. As mulheres pareciam todas assustadas demais, encolhidas cada uma em seu canto – Vocês... A quanto tempo estão aqui?

— Eu não tenho certeza... É difícil contar os dias aqui. Talvez três. Mas quando cheguei haviam 4 mulheres, se é que aquelas duas podem ser chamadas de mulheres – Se referia as duas crianças de aproximadamente 12/14 anos de idade no canto mais distante da sala. Suas mãos estavam unidas, segurando uma a outra com força. Seu coração doeu involuntariamente – A sexta chegou algumas horas antes de você – Apontou com a cabeça para a mulher jovem ao seu lado.

— Meu nome é Oomori Anko – Se apresentou, a voz rouca. Os cabelos eram mais longos que os de Nishino-san, indo um pouco abaixo dos ombros – Sou um pouco mais velha que você... Tenho 21.

Olhamos para Nishino, mas ela apenas levantou as mãos acorrentadas.

— Desculpa... Mesmo numa situação dessas eu me recuso a falar minha idade – Deu um sorriso fraco, mas um sorriso.

Algumas ainda tentam manter alguma normalidade...            

Risa ergueu as mãos, encarando as correntes em seus pulsos. Aparentemente eram correntes comuns, nada que ela não pudesse quebrar.

Menos mal...

Risa olhou para o restante das garotas.

— Alguma de vocês tem alguma informação sobre quem manda aqui embaixo? – Perguntou mais alto, mas não o suficiente para ser ouvida lá fora. As mulheres simplesmente a olharam, sem responder.

Risa suspirou, virando o rosto na direção da porta atrás de si. Fechou os olhos e se concentrou em ouvir o que acontecia lá fora. Mas além da respiração das garotas, não havia nada próximo.

Era uma chance, mas se falasse para essas mulheres que viera salvá-las e matar o homem responsável por isso tudo, elas não acreditariam. Ainda mais ela tendo apenas dezesseis anos de idade.

— Olha, por favor, eu estou completamente no escuro – Falou Risa, usando um tom suplicante a fim de tentar convencê-las, mesmo que por pena – Esses homens... Algum deles falou algo sobre quem é o responsável por isso?

— E isso importa...? - Além das crianças, uma das duas mulheres que falara nada até aquele momento a olhou fixamente nos olhos – Você pode não ter notado ainda, mas todas nós vamos ser vendidas ou mortas. E isso é tudo que há para saber. Nenhum deles aparece aqui, a não ser para trazer alguma mulher sem sorte ou levar alguém embora. Eles não falam nada, não dão a mínima para ninguém aqui.

Risa se calou, percebendo com a reação da mulher que perguntar algo mais seria inútil. O jeito era esperar pelo trabalho em equipe.

***

Um dia após o “sequestro” de Risa, em Konoha.

Akira era o líder da guarda responsável por proteger o Clã. Era mestiço, filho de uma Terasu e de um Sarutobi, uma curiosa e arriscada combinação que acabou por dar certo – Uniões de um Terasu com outro Clã eram raríssimas e evitadas, pois o risco do chakra violeta matar o parceiro de outro Clã e um possível filho eram altíssimas. Contudo, Terasu Akira conseguira viver graças aos avanços dos estudos da natureza do chakra violeta, evitando maiores tragédias.

O produto dessa união tornara Akira um shinobi de altíssimo nível, com a força do chakra dos Terasu, e a força física excepcional e habilidade de liberação de fogo dos Sarutobi.

Akira acabara de mostrar o relatório com as irregularidades relacionadas ao porte de drogas e outros materiais médicos no Clã. Foram encontradas inúmeras brechas na legislação e aquilo era realmente preocupante.

— Precisamos de uma revisão urgente – Pediu Yuki, estendendo o relatório que Yuuto logo pegou.  

— Vou pedir uma reunião para o fim da semana, com a legislação revisada.

— Yoshi! Agora, quero falar sobre outra coisa importante, Akira – Fitou o homem alto de cabelos castanhos escuros e uma cicatriz torta em formato de X na maior parte do rosto - Preciso que reforcem a segurança dentro do Clã. Quero atenção para cada criança que entra e sai do nosso lado da vila. E principalmente, atenção redobrada para cada não-Terasu que tenha a intenção de entrar aqui – Yukiyo estendeu outras duas folhas, essas repletas de assinaturas. Akira pegou, uma interrogação sobre a cabeça – Uma desses documentos é uma autorização para selecionarem mais homens para o que acabo de te pedir, e a outra é relacionada a outro tipo de seleção.

— O seu guarda-costas pessoal... – Falou Akira, lendo a respeito.

— Sim... Mas prefiro não chamar assim. O homem que eu quero é mais que um guarda-costas – Yukiyo encostou na sua cadeira, cruzando os braços – Tem que ser alguém confiável, meu braço direito. Alguém que possa participar ativamente junto de minhas obrigações diárias.

Yuuto abriu um meio sorriso, observando a postura séria de seu sobrinho.

Quem o ver falando desse jeito vai pensar que é um homem experiente, e não um jovem de dezoito anos. Yuuto ponderou mais um instante. Ah... mas digamos que um jovem que se tornou Jounin aos 16 tem o direito de agir assim.

— Hm, quer dizer que está pensando em me aposentar do meu cargo, Yukiyo-sama? Por caso tenho sido insatisfatório? – Brincou Yuuto, atraindo o olhar de seu sobrinho. Apesar de ser uma brincadeira, o garoto pareceu levar a sério.

— Claro que não, você é indispensável – Exclamou, enfatizando a última parte - Mas está quase na hora de eu tomar a responsabilidade que meu cargo reclama. Com um homem de confiança comigo, te deixarei livre para assumir responsabilidades que estejam mais a sua altura – Aliás você, fora meu pai, é nosso shinobi mais experiente. Completou mentalmente – Sei que sou seu sobrinho, mas a tarefa de babá terá seu fim.

— Are, are. Eu não diria que sou sua babá, estou mais para seu mentor – Riu-se. Contudo ajeitou sua postura para uma mais séria rapidamente – Mas entendi o seu ponto. Você está mais que pronto para cortar o cordão.

Akira limpou a garganta, interrompendo a conversa entre os dois parentes a sua frente.

— Bem, se é apenas isso que queria me falar, Yukiyo-sama, lhe aviso que já temos ideia dos shinobis que melhor estejam à altura deste cargo. Mandarei uma lista detalhada até amanhã.

— Claro, mas antes de ir, peço que deem uma olhada numa kunoichi em específico e trouxessem suas opiniões...

— E quem seria?

— Terasu Saori-san – Falou, atraindo dúvidas tanto de seu tio quanto de Akira.

— Saori-san... – Yuuto forçou sua memória – Tem certeza? Até onde estou sabendo, ela ainda é apenas uma Chunnin. Seria melhor escolher apenas Jounins, para sua segurança.

— Estou ciente... – Yukiyo juntou suas mãos sobre o rosto, relembrando o olhar de determinação dela – Mas algo me diz que eu devo dar uma chance para ela.

— Entendido. Vamos verificar, Yukiyo-sama.

— Dispensados – Falou, vendo o homem a sua frente desaparecer numa breve cortina de fumaça, tal como seu pai vivia fazendo.

Yukiyo aproveitou o momento para esticar seu corpo, levando os braços para o alto. Yuuto, ainda segurando o relatório que a pouco lhe foi entregue, se preparava para seguir seu caminho e encaminhar aquilo ao conselho, mas seu corpo é instintivamente levado a se virar para as grandes janelas atrás de Yukiyo. Como sempre, ele acertara. Olhara no instante em que uma enorme ave azul pousara no beiral de uma das janelas, emitindo um gincho alto que fez Yukiyo dar um salto de sua cadeira.

Yuuto segurou-se para não rir ao ver seu sobrinho com uma cara assustada e uma kunai na mão.

— O que é isso?! – Exclamou ele, analisando a ave de tamanho e cor anormais a sua frente, a cadeira onde estava sentado girando lentamente graças ao impulso do salto.

— Acalme-se! Parece que é apenas um mensageiro – Yuuto caminhou até a ave humoradamente, mas esse estado se interrompe imediatamente ao ver a cor do pergaminho preso a pata do animal.

Vermelho e selado.

— É uma mensagem de urgência – Yuuto encarou seu sobrinho, tenso – E está selado com o seu nome. Só você pode abri-lo.

Yuki imediatamente deixou a postura defensiva, indo até a ave afim de abrir a tal mensagem. Assim eu retirou o pergaminho a ave guinchou novamente, encarando Yuki com uma inteligência assustadora.

Ele engoliu em seco. O que ela faria se não fosse eu a retirá-lo?

Abriu de forma que seu tio também pudesse ver, os dois pares de olhos aumentando conforme prosseguiam a leitura.

— É de meu pai... – Murmurou, afastando a mensagem de si. – Parece que... Há rebeldes de nosso próprio Clã ameaçando nossa segurança.

Yuuto pressionou os lábios, tenso. Na mensagem Kakashi esclareceu toda a situação, que envolvia assassinatos e tentativas de criar soldados com as mesmas aptidões do Clã em pessoas com Chakra comum. Além disso, citava várias medidas muito restritivas para a segurança do Clã, mas, segundo ele, necessárias.

Yuuto não podia deixar de pensar que era uma situação semelhante a que provocou a quase destruição da vila há dezoito anos.

A tragédia fora provocada por um homem chamado Lance, que através de Mitsue conseguira tomar o chakra violeta, juntando um verdadeiro exército com os sobreviventes do original Clã Terasu – Todos enganados por ele, achando que Mitsue e Konoha eram inimigos. Inúmeras pessoas morreram, inclusive o próprio Kakashi, estendido numa cratera. Então Mitsue lutou completamente sozinha contra Lance, derrotando-o após perder controle de seu próprio chakra – que ficara negro, transformado pelo ódio. Mas ao voltar a sua lucidez, vendo quase todos mortos, utilizou-se do primeiro Kinjutsu do Clã Terasu: Hikari Umarekawari (Reencarnação da Luz).

É um jutsu com dois lados, um sombrio e outro milagroso: Ao ser usado o chakra Violeta é liberado externamente ao corpo do usuário formando uma chama luminosa ascendente. Este fluxo de chakra se subdividia em várias partes, atingindo todos os mortos numa área determinada pela força e a vontade do usuário até trazê-los de volta à vida. Era um milagre. Contudo, o preço era extremamente alto: a energia usada era a energia vital do usuário fortalecida pelo chakra, ou seja, quanto mais fosse usada, menor seria sua expectativa de vida.

Fora exatamente isso que levou a morte prematura de Mitsue, há apenas dois meses.

Contudo, algo mais preocupava o grisalho: Kakashi tentara localizar Risa há poucos dias, mas o pássaro retornara sem uma resposta.

— Sinceramente não me preocupo com Risa, ela está com uma excelente equipe, sem contar a presença de Kazuto Uchiha, filho de Sasuke. Eles provavelmente estão em uma situação crítica e não podem se comunicar – Refletiu Yuki.

— Assim espero. Mas acho melhor enviarmos alguém atrás dela. Eu recomendaria o próprio Akira, mas ele vai ficar mais ocupado com essas medidas do Kakashi...

— Então só resta você – Afirmou Yukiyo, sério – Eu poderia pedir ajuda de um ANBU com o Hokage, mas não confio muito neles.

— Com razão – Concordou Yuuto. Há muitas histórias ruins naquela organização, ele próprio se afastara deles por essas e outras razões - Vou me aprontar imediatamente.

***

Um dia se passara desde que Risa fora levada para o subsolo. Kazuto e Hideki apenas aguardavam o momento em que o dia anoitecesse para que a segunda parte do plano pudesse ser executada. O restante se mantinha próximo, alertas para qualquer comando.

Com o escurecer do dia a boate já tinha bastante movimento. Garotas promoviam pura diversão a todos aqueles que lhe pagassem, atrás de uma noite de esquecimento do mundo real, de euforia. Naquela noite uma linda mulher de cabelos ônix e máscara dançava no palco, e como planejado, um dos sequestradores acabava de adentrar o local: o assassino.

Seu nome?

— Yachi-kun! – Uma das garotas ali perto sentou-se ao lado dele, colando seu corpo seminu ao do homem que acabara de sentar, segurando uma bebida. Ela era morena, os olhos grandes e escuros, jovem – Quanto tempo faz que não te vejo aqui... Não me diga que já enjoou de mim? – Fez um biquinho, alargando o sorriso de Yachi.

Bastava um sutil toque para que a mente daquele homem fosse absorvida e distorcida na visão do corpo de uma bela mulher. Todos seus colegas conheciam bem estes efeitos fortes e imprevisíveis que eram provocados nele, principalmente depois da última ocorrência – matando a mulher que o recusara sem se dar conta. Por essa razão ocasionalmente o deixavam visitar a boate a fim de sanar um pouco daquela ânsia acumulada com seu trabalho, evitando que ele a descontasse nos colegas ou nas reféns.

E aquela mulher em específico, Shona, era a sua favorita.

Depois de alguns momentos com seu melhor cliente, Shona colocou um pedaço de papel dentro da camisa dele, roçando os dedos em seu peito propositalmente, e se retirou calmamente até os fundos da boate. Yachi leu o curto recado (um convite para que ele se juntasse a ela) e observou ela sumir numa curva.

O homem de pronto se levantou, seguindo pelo mesmo caminho. Familiarizado com os corredores cheios de portas, dirigiu-se para onde usualmente se viam. A porta correta foi aberta com veemência, e então a visão da jovem mulher sentada sobre uma poltrona rubra foi o último estímulo para que ele entrasse de uma só vez. No entanto seu caminho subitamente é interrompido por uma sombra negra e repentina, distinguindo apenas duas orbes escarlates rodeadas por três Yins que giravam perpetuamente, invadindo pouco a pouco sua consciência.

Sharingan!

Logo o homem estava completamente absorvido pelo Genjutsu de Kazuma, sob seu total controle. Mas era necessário ter pressa: aquele efeito não duraria para sempre e ali não era seguro.

— Yachi?! – A mulher levantou da poltrona até o homem que ela, apesar de tudo, nutria verdadeiro sentimento de afeição – Ele está bem?! Vocês disseram que ele não se machucaria.

Kazuma fez um sinal com uma de suas mãos para Hideki, este compreendendo prontamente a ordem silenciosa.

— Ele não vai – Respondeu o homem do Uchiha, ao lado da morena com olhar preocupado – Mas não se preocupe, nem ele e nem você se lembrarão que isso aconteceu.

Os olhos dela se arregalaram.

— O que vocês...?! – E antes que terminasse, uma pancada perto de sua cabeça fez que a mulher desfalecesse sobre os braços de Hideki.

Kazuto soltou o ar pela boca.

Ótimo, agora é minha vez.

— Nos diga Yachi, quem é o seu chefe?

— Mochizuki-sama... – Murmurou, apático.

— E onde podemos achá-lo?

— Aqui... No palco... - Kazuma franziu a testa, confuso.

— No palco? Como assim?

— Ela dança junto com as suas garotas, principalmente em noites cheias como hoje... Ela.... – Por um segundo, o que pareceu o rastro de um sorriso surgiu no rosto de Yachi antes de completar -... não os deixará vivos.   

Nazuma soltou um chiado pela boca, relembrando a mulher de máscara que dançava no palco aquela noite. O chefe é uma das prostitutas?!

— Durma – Murmurou o Uchiha, fazendo Yachi cair no chão como uma folha.

Ao fitar Hideki, viu que ele também parecia chocado com a revelação que acabara de ouvir.

— Não há possibilidade dele estar mentindo, certo?

— Não sob o efeito do Sharingan – Declarou o líder de equipe, tenso – Agora o fato dela estar tão perto é o que me preocupa – principalmente a profecia que Yachi inconscientemente revelou em sua última frase. Poderia essa mulher já saber que eles estavam ali? – Não... Só um ninja atento seria capaz disso... – Murmurou para si mesmo.

— Uchiha-san, precisamos sair e alertar Terasu-san e os outros.

E em pouco tempo já estavam fora do quarto, saindo sorrateiramente até o frio do lado de fora. Contudo, um sentimento estranho ainda perturbava o Uchiha profundamente. Enquanto corria, Hideki começou a informar os membros da equipe, então ele fez o mesmo, contatando Risa pelo rádio.

— Risa, está na escuta?  – Perguntou.

Nazuma ouviu os dois toques de Risa no fone, como combinado para sinais afirmativos. Não pode negar o alivio em ouvir o sinal.

— Descobrimos a líder deles... – Então a descreveu a ela, revelando o sobrenome. Em seguida tomou folêgo, completando – Preste atenção: Eu não sei descrever a razão deste pressentimento, mas creio que esta mulher é mais perigosa que achamos. Você precisa ser mais cautelosa que de costume. Me entendeu?

Dois toques.

— Muito bem. Seguiremos agora a terceira parte do plano... É com você – E então cortou a transmissão.

Kentaro, sentado numa banqueta de bar, terminara de ouvir as novas informações vindas de Hideki. Olhou para o copo se bebida intocado na sua mesa, num lugar discreto dentre os bêbados locais, e mentalizou sua líder.

Seja cuidadosa, Risa-chan.

Nana observou seu parceiro, quase adivinhando seus pensamentos.

— Confie na sua líder, temos um plano a seguir. – Murmurou.

Ken concordou e os dois aproveitam para beberem juntos o único copo da noite. Avançado o horário, os dois caminhavam de volta para a hospedaria até que, repentinamente, toda a atmosfera muda.

Um enorme estrondo é ouvido não muito longe dali fazendo tudo em volta tremer. Os shinobis se encaram por um instante, atônitos, então ao mesmo tempo dão meia volta, correndo em direção à nuvem crescente de poeira.

— O que está havendo?! Reiji! – Exclamou Nana, comunicando-se pelo rádio.

— Nana! Chame Kentaro agora! – A garota se surpreendeu ao ouvir a voz do Uchiha.

Ken ativa seu comunicador.

— O que foi?

— Preciso que ajude Risa a combater aquela mulher, ela... não é normal. Ao restante: Precisamos de reforços para evacuar as pessoas e combater os comparsas dela.

— Entendido! – Exclamam Nana e Kentaro.

Nana toca o ombro de seu parceiro, oferecendo um sorriso.

— Boa sorte, Ken-san!

— Logo nos veremos – Sorriu de volta, pouco antes dos dois desparecerem em direção as suas tarefas.


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