Eles foram ao boliche, sugestão de Alice que estava felicíssima com a ideia de ter Bella como parte de sua família. Bella havia contato tudo, pelo menos tudo o que sabia sobre seus pais. Apesar de que para ela alguns pontos pareciam ainda obscuros. Depois de tudo exposto, Alice quis sair.

Jacob e Bella ficaram carinhosos todo o tempo e depois ele a levou em casa. Bella aproveitou a ocasião para pedir a Jacob manter o romance dos dois longe dos olhares da escola. Ela sentia que sua vida tinha sido muito exposta, era o suficiente.

Então na escola mesmo juntos, eles não demonstravam que estavam saindo. Apenas os seus amigos sabiam. A garota que estava paquerando o Jacob havia se afastado, comprovando que ele realmente tinha cuidado da situação.

Edward decidiu não agir tão covardemente como Bella tinha feito. Assim, como os grupos se uniram, sentava-se no almoço com todos. Agora Jasper, Embry, Jacob, Edward, Alice e Bella estavam comendo enquanto conversavam e brincavam.

— Edward. – Alguém o chamou timidamente.

A reação foi unanime. Todos pararam de conversar e olhavam com um silêncio constrangedor para a garota de pé próxima a mesa deles. Parecendo tremer ela olhou para os lados, sentindo os olhos dos outros alunos também se virarem gradativamente como se um aviso mudo tivesse passado por todos. Eles pressentiam uma cena naquele momento.

Sabendo do sentimento quase universal, Edward agiu naturalmente. Ele não queria aquele tipo de atenção então lidaria com a situação mais brevemente possível. Pelo menos lembrava-se do rosto da menina, sabia que ela estava uma série a baixo dele.

— Sim? – Tendo a atenção dele, a garota pareceu querer desmaiar.

— E-eu... – Aquilo seria mais difícil, ela parecia prestes a engasgar.

— Isso é para mim? – Ele apontou uma pequena caixa embrulhada com esmero num papel de presente prateado. Sorriu gentilmente esperando a resposta dela.

— É. – A garota soltou depois de olhar para as suas mãos como se as visse pela primeira vez e se dar conta de que trazia um presente. – Eu go-gostaria de dar... – Alguns risinhos foram ouvidos e a garota ficou ainda mais vermelha.

— Obrigado. – Edward pegou o presente de suas mãos. – Como é o seu nome mesmo?

— Olivia, Olivia Stone. – Mesmo muito nervosa ela pôde sorrir neste momento.

— Eu prometo aproveitar bastante, Olivia Stone. Mas da próxima vez, não gaste seu tempo dando-me presentes, a minha garota pode não gostar. –  Seu sorriso se desfez dando lugar a uma expressão devastada.

— Você tem namorada? – Bella que até então estava petrificada assistindo a cena piscou várias vezes desconcertada com o olhar inquisidor de Olivia. Edward tentou não olhar para Bella também, não era dela que estava falando, apenas queria que a garota não tivesse esperança.

— Algo assim. – Jacob tossiu ao lado, tinha certeza de que se referia a Bella.

— Por favor, fique com isso e aproveite. – Edward entregou para ela o seu refrigerante intocado.

— Obrigada. – Ela sorriu parecendo ainda mais derretida do que antes. – Tchau Edward. – A cada passo que ela dava, olhava para Edward e novamente o burburinho voltou com força total.

— Wow.... – Alice apoiou os cotovelos na mesa e com as palmas das mãos segurava o queixo, estava encantada com Edward. – Você a dispensou, mas a fez sentir-se bem.

— Se continuar sendo tão legal todas as garotas da escola ficarão caidinhas por você. – Jasper deu um cutucão em Alice que a despertou e passou o braço sobre seu ombro. Edward não considerou aquilo, mas sentiu o olhar de Bella sobre ele.

— O que? – Perguntou quando ela não disse nada. Bella pigarreou e endireitou-se na cadeira.

— Não abrirá o presente?

— Agora não. – Aquele Edward que se transformava em sua frente era tão diferente daquele que conheceu quando chegou e isso parecia de alguma forma lhe incomodar.

— Porque a dispensou? – Jacob interrompeu os pensamentos de Bella. Edward deu de ombros. – Poderia conhecê-la, sair e se divertir.

— Não quero. – Jacob estava confirmando a sua ideia de que Edward ainda estava apaixonado por Bella e que mentiu quando disse que não.

— Então saia com a Dina, ela ainda pergunta por você. Ela é bonita, são as bonitas que fazem o seu tipo, não é?

— Tudo bem, talvez eu saia com ela. – Edward entendeu que Jacob estava tentando mantê-lo ocupado com outra garota. Mesmo dizendo repetidas vezes que o lance com a Bella tinha passado, o amigo não estava seguro.

— Ótimo! Vamos marcar de sair e chamamos a Dina.

— Tudo bem. – Repetiu sem confiança. Jacob bebeu do seu refresco sentindo a velha sensação entre Bella e Edward. Flagrou uma nova troca de olhares dos dois, foi fugaz, mas significativo.

***

— Ei, posso falar com você? – Irina estava atrás dele no caminho do vestiário. O resto do time ainda permaneceu no ginásio comemorando a vitória fácil contra o time adversário. Para ele tinha sido duplamente exaustivo, ele tinha que estar sempre atento ao jogo e aos companheiros, liderando-os e também teve a Bella presente na quadra, torcendo pelo seu amigo.

— O que você quer?

— Fiquei surpresa com a sua atitude de mais cedo, aceitando o presente daquela garota. – Irina já estava cara a cara com o Edward e parecia insegura debaixo daquela soberba. – Nem antes de tudo você foi tão gentil.

— Eu preciso de um banho, então, por favor, seja clara e direta.

— Saia comigo, Edward. – Edward sorriu de lado sentindo um pouco de humor negro. – Saia comigo. Não como antes, saia de verdade comigo. Eu realmente sinto a sua falta.

— Não dá.

— Porque não? Por causa da Bella? Eu assim como quem tem um pouco de cérebro sabe que ela escolheu o Jacob.

— Porque ela escolheu o Jacob devo sair com você?

— Somos iguais, Edward. Eu ainda sei que você se quiser pode fazer qualquer coisa nessa escola.

— Iriana, você não entendeu que eu não estou mais nessa? Você deveria melhorar. Por favor, esqueça isso. – Edward deu as costas para ela o que a transtornou.

— Eu ainda posso fazê-la desistir dessa escola. – A sua ameaça soou fraca.

— Se isso fosse verdade, já teria acontecido. – Edward falou enquanto ia embora.

Como sempre depois de uma vitória o time partiu para a comemoração. Bella não saiu novamente com Jacob para comemorar, pois tinha que trabalhar. “Você tem dinheiro suficiente agora”. Tentou convencê-la, mas Bella ainda não se sentia confortável para deixar a sua rotina. Então ele seguiu sem a namorada, mas Jasper e Alice foram para o Café com a Bella.

Eles ficaram juntos até que ela fosse embora e foi na saída deles que Irina atacou Bella. Ela surgiu trôpega e fedendo a álcool segurava os cabelos de Bella com força e gritava desaforos. Bella teve que usar toda a sua força e puxá-la sem se importar com a dor que sentiria no couro cabeludo para tirá-la de cima de si.

— O que deu em você, sua louca? – Bella perguntou descabelada e irritada.

— Porque você teve que aparecer? Porque? – Irina gritava. – Eu gosto do Edward, faz tanto tempo!

— Porque você está dizendo isso pra mim? Vá e fale com ele. – A vontade que Bella tinha era de dar uns tapas naquela garota irritante, mas sabia o estado dela.

— Eu disse e ele me dispensou. Isso é culpa sua! – Ela apontou para Bella e pareceu se desequilibrar por um momento. - Você continua querendo os dois. Sua vadia, vadia, vadia, vadia.

— Olha essa boca suja falando da minha prima! – Alice se impôs.

— Prima? – Irina perguntou.

— Vou chamar um taxi para você. – Bella disse e pegou o celular.

— Então você agora também está no mesmo nível que nós? Agora sim ele vai querer você.

— Como se o Edward fosse se importar com isso. Ele apenas gosta da Bella e ela não tem culpa disso.

— Alice. – Jasper suplicou com o olhar para ela não ser tão dura.

— Essa é a verdade. Edward está apaixonado pela Bella. Todo mundo sabe disso e todo mundo sabe que ela não incentivou nada. Você só quer transferir a responsabilidade do seu sofrimento para Bella, mas garota, supere isso de alguma forma. – Alice continuo.

— Cala a boca!

— Tão rude. – Alice fungou.

— Ajude-me... – Pediu voltando-se a Bella. – Ajude-me a ficar com o Edward.

— Você está de brincadeira? – Bella ficou desconcertada pela mudança de estratégia dela.

— Ajude-me, eu quero ficar com o Edward. Fale com ele. Por favor, fale com ele.

***

No dia anterior Bella tinha passado por uma situação constrangedora e incomoda. Irina que chegou agredindo-a, terminou suplicando por ajuda com relação ao Edward. Bella ficou tão sentida que pediu para Jasper levá-la para casa. Irina depois de dizer seu endereço com dificuldade, dormiu o percurso todo. Agora Bella estava ali lado a lado com Edward, jantando em sua casa.

Ela e a avó tinham preparado um jantar caprichado para a visita que teriam. Carlisle levou vinho que degustaram da ultima vez e Esme uma torta doce como mimo. Como a mesa era menor do que as dos Cullen, Bella estava mesmo com o ombro encostado em Edward. As vezes, parecia sentir um certo formigamento naquela região. Os adultos conversavam entre si e Bella sentiu-se impelida a cortar aquela silêncio entre os dois.

— O jogo de ontem foi muito bom. Você está muito bem.

— Você achou? – Edward perguntou, mas sabendo que ela só estava sendo atenciosa. Lógico que o único que ela via em quadra era Jacob.

— Você é ótimo liderando. E aquela sua primeira cesta de tão longe... Como consegue? – De repente ele olhou direto em seus olhos.

— Você realmente prestou atenção em mim? – Bella ficou vermelha.

— Você é o capitão do time. – Ela pigarreou e voltou a comer.

— Claro.

— Estou já administrando os bens de Bella. Vamos estipular uma mesada e é claro tudo que precisarem podem me falar. Isso vai acontecer até que ela se torne adulta. – Carlisle se  fez ouvir por todos.

— A senhora não precisará mais se esforçar tanto com os doces e salgados para vender. – Bella disse para a avó.

— Não seja boba, menina. Se eu parar o que será de mim?

— Pelo menos diminua o ritmo, vó. – Bella pediu.

— Não se preocupe comigo. E o dinheiro é seu.

— É nosso. – Bella corrigiu.

— Há também alguns bens e sociedade em uma empresa de medicamentos. A mesma em que eu sou sócio. Será fácil por conta disso. Podemos sentar e detalharei tudo, Bella. Talvez seja melhor ficar por dentro de tudo desde o inicio.

— Tudo bem, padrinho.

— Você teve mais algum contato com a Jane?

— Nenhum. Ela disse que eu teria uma semana para desistir da herança, mas não apareceu.

— Você queria que ela aparecesse? – A senhora Bree perguntou assustada. – Deixe que ela fique onde estiver.

— Continue atenta. – Carlisle pediu.

— Mas é claro que ela não tentará nada. – Esme tranquilizou a todos.

— De qualquer forma, temos Edward de olho. – Rosie disse tranquilamente, mas não foi da mesma forma que Bella recebeu a informação.

Mais tarde os dois estavam no quarto de Bella. Como a casa não era muito grande e os adultos queriam conversar, a sua avó pediu que ela levasse Edward para o seu quarto para assistirem algo. Os dois estavam sentados no chão assistindo o Senhor dos Anéis, escolha de Edward, mas que também era do gosto dela.

— O que Rosie quis dizer com você de olho? Não é sobre aquela bobagem de você ficar atento, não é? – Ela já sabia que era, mas mesmo assim fez a pergunta.

— Você sabe a resposta.

— Eu te disse que não era para você se incomodar. – Edward manteve-se calado com a recusa dela. – Não vai dizer nada?

— O que quer que eu diga?

— Que não vai mais dar uma de babá para cima de mim.

— Nunca dei uma de babá.

— Então o que foi aquilo mandando lanche por Jacob? – Edward recostou-se na cama de Bella e para ela pareceu que ele estava cansado.

— Você não agradece. Parece uma velha ranzinza.

— Obrigada. – Disse irritada por ter sido chamada de velha ranzinza.

— Que bela forma de agradecer.

— Você sempre está me chamando de algo absurdo. Velhos hábitos nunca morrem não é mesmo? Já que você começou me chamando de vadia, amante do seu pai.

— E foi por isso que você não me escolheu, mas escolheu o Jacob. Já está mais claro do que água cristalina para mim. – Edward se levantou, para ele estava acabada a conversa. – Vou esperar no carro se preciso for.

— O que?! – Bella se ergueu também.

— Até mais, Bella.

— Espere. – Ela segurou em sua mão. Edward estava parado, sentindo a sensação da sua mão na dela. Era como ter escalado um grande muro, uma barreira nunca transportada. Eles se tocavam depois de muito tempo e era bom. – Obrigada de verdade e me desculpe. Eu sei que preciso parar com isso. Você é filho do Carlisle e da Esme, amigo do Jacob...

— Engraçado, parece que você é forçada a ter algum tipo de relacionamento comigo por causa dessas ligações.

— Não... Sim... Não... – Bella parecia confusa e ele riu sem estar mesmo alegre.

— Não precisa decidir nada sobre mim, só precisamos ter uma boa convivência.

— Não é isso, Edward. – Bella estava se sentindo muito culpada. – Vamos ser amigos. De verdade. – Ela pressionou a sua mão na dele. Ainda estavam conectados. – Vamos, sente-se. A Sociedade do Anel ainda é o meu preferido. – Ele sorriu e eles sentaram. Edward a contar gosto permitiu que ela afastasse a sua mão.

— Porque prefere esse?

— Ora, é óbvio. A entrada de Legolas com seu cavalo branco não eleva tudo a outro nível?

— Esse é o verdadeiro motivo? – Edward desconfiou.

— Mas é claro. – Bella estava rindo da expressão dele, como se ela fosse louca.

— Então no fundo você é apenas uma garota.

— Sim.

— Bella... – Ele ainda queria saber a verdade.

— Gosto de como a sociedade foi criada e como mesmo com suas diferenças e até desavenças, raças diversas tomaram a decisão de se unirem para defenderem o que havia de mais precioso para eles, abrindo mão de um poder extraordinário ainda por cima. O mundo, no caso, a Terra Média, deveria ser mantida segura e por isso eles começaram a jornada. – Edward agora sabia que ela falava a verdade. – Mas Legolas, ele é realmente uma coisa. – Bella piscou divertida fazendo-o rir.

— Acho que agora também preferirei o primeiro.

— Não seja induzido.

— Se você pudesse viver na Terra Média, em qualquer lugar, com qualquer raça, onde viveria?

— Sem dúvidas se ele permitisse, seria com Tom Bombadil.

— Ele é incrível, não é? – Disse empolgado. – E fico frustrado por ele não ter tido o seu devido espaço nas obras cinematográficas. Mas e o Legolas?

— Ah, eu o encontraria eventualmente, mas com o Tom Bombadil, aprenderia muito. – Eles se calaram por um instante, algo diferente nasceu naquele momento. De uma forma inusitada, uma nova conexão foi formada. - Sabe... a Irina me procurou no trabalho. – Bella estava relutante em fazer o prometido para a garota descontrolada que a abordou no trabalho.

— De novo? O que ela queria? – Edward parecia voltar a ficar ríspido com a  menção de Irina.

— Ela gosta de você Edward. – Ele estalou os lábios desgostoso. – Não tem nenhuma chance de sair com ela?

— Pensei que você quisesse que eu saísse com a Dina. – Bella sem perceber torceu o lábio para baixo em desgosto.

— O Jacob quer. – Falou rapidamente sem pensar. – De qualquer forma você estava com a Irina antes.

— Não estava. Só saiamos eventualmente.

— Você não quer sair com ela porque não gosta mesmo dela? – Perguntou hesitando.

— Quer saber se não saio com ela porque ainda gosto de você?

— Sim.

— Não, não é isso. – Era metade sim, mas ele não admitiria se já tinha se comprometido a não interferir. Saber sobre a sua paixão só deixaria todos desconfortáveis como antes. Bella aceitou a resposta, não deixando de se sentir um pouco decepcionada. Edward também tinha sido rápido esquecendo-a.

— Parece que você tem uma vida agitada com as garotas. – Edward achou ter sentindo certo rancor naquelas palavras. Seria possível?

***

— Vó, estou indo me encontrar com meus amigos. – Bella avisou a avó que estava em seu quarto costurando.

— Tudo bem, Bella. Cuide-se e não demore muito.

— Tá bom, vó. – Bella saiu, sabendo que Jacob já estava a alguns metros de sua casa esperando.

Ela viu o seu carro e entrou. Jacob não esperou que ela dissesse nada, beijou-a sem aviso. O beijo estendeu-se, ele segurava a sua nuca para que não escapasse. Bella teve que afastá-lo com as mãos.

— O que foi isso?

— De repente notei que não fazemos isso com tanta frequência. Sempre estamos com alguém e na escola você nem me deixa segurar a sua mão.

— Você sabe o porque disso. Não quero a minha vida sendo comentada. Já foi o bastante.

— Isso não é tem nada a ver com o fato de termos nos separado e depois a briga com o Edward, seguido das minhas saídas com outra pessoa, não é? Está com vergonha de nós?

— Não é nada disso. Vamos revelar mais tarde.

— A maioria das pessoas já sacaram.

— Eles acham que sacaram. – Jacob sacudiu a cabeça incrédulo com a ingenuidade dela.

— Você é intrigante. Acredita facilmente em algumas coisas e em outras nem um pouco.

— Não vai me levar para esse encontro?

— É claro.

Quando eles chegaram lá encontraram Edward e Dina. Eles estavam sentados na grama, era o mesmo parque em que Jacob levou Bella na primeira vez em que saíram juntos. O casal levantou tirando a grama da roupa. Aos seus olhos, Dina parecia uma princesa. Trajava roupas leves e claras, seus cabeços pretos e encaracolados caindo em camadas por suas costas, sua pele morena e limpa, tudo fez com que Bella sentisse que poderia ter caprichado mais um pouco em seu visual.

— Estamos atrasados? – Jacob perguntou.

— Não mais do que os outros. – Edward como Bella observou parecia mais descansado aquele dia.

— Dina. – Jacob a cumprimentou e a garota sorriu.

— Olá. – Bella disse para ela.

— Olá.

— Oi, Edward. – Sorrindo agora, Bella o cumprimentou também.

— Oi, Bella. – Diante daquele sorriso tão espontâneo, Edward não poderia deixar de ficar com bom humor.

Jasper e Alice não demoraram muito mais. Eles conversaram animadamente, depois decidiram pedalar. Logo em seguida compraram bastante besteira e sentaram para comer e observar os outros se exercitarem, conversarem ou apenas vagarem pelo local.  

— Então vocês estão juntos mesmo? – Dina perguntou para Bella que sentiu incomodo ao ser questionada por ela.

— Somos todos amigos. – Foi o que respondeu.

— “Somos todos amigos”, ela diz. – Jacob cantarolou ao lado. – Sinto que fui insultado.

— Jake... – Bella começou a tentar explicar-se mais ele lhe roubou um beijo. Dina arfou com a investida ousada diante dela. Jasper apenas sorriu enquanto Alice observava Edward arrancar exageradamente a grama do chão.

— Você pode se sentir assim, eu não. – Bella sem saber o que fazer, apenas reuniu seus cabelos rebeldes e fez uma trança sentindo suas mãos tremerem. Ela olhou para Edward que ainda mantinha-se concentrado na grama. – Bella, quando vai aceitar o meu pedido de namoro? – Vendo a reação do amigo e de Bella, Jacob sentiu ímpetos de reafirmar a situação deles. Algo lhe escapava, Bella gostava dele, mas porque sentia que ela estava indo em direção ao seu amigo? Não havia tudo acabado? Bella não respondeu e soltou risos nervosos até que Alice sugeriu um jogo entre eles.

— É sério. Quando vai aceitar ser a minha namorada? – Jacob perguntava novamente. Eles estavam na frente da casa de Bella retornando do passeio.

— Porque a pressa?

— Porque não? Não há nada que nos impeça. Gostamos um do outro, não há mais ninguém entre nós dois. Quando poderei trazê-la para casa sem me preocupar que a sua avó veja?

— Isso é novo para mim. Eu nunca namorei. – Confessou.

— Está com medo de algo que ainda não experimentou, mas precisará experimentar e eu gostaria que fosse comigo.  

— Jake...

— É o Edward?

— De novo?

— Até que eu esteja convencido. – Admitiu.

— Não sabia que você precisava ser convencido.  – Bella não acreditava que Jacob desconfiava da sua sinceridade.

— Preciso.

— Esquece o Edward.

— Vamos para minha casa. Quero assistir um filme com você. Vamos aproveitar que não trabalhará hoje a noite. Meus pais estão fora durante toda a noite.

— O-o que?

— Por favor, fique comigo um pouco mais.

Bella pensou um pouco, ela teve que admitir que gostaria daquilo. Ligou para a avó e avisou que estaria fora por mais um tempo. A avó não gostou, mas antes de pedir detalhes dessa nova programação, Bella desligou. Jacob sorriu satisfeito e dirigiu até a sua casa.

Bella não ficou surpresa, era uma casa muito parecida com a dos Cullen. Jacob segurando em sua mão a levou até o seu quarto. Era divertido pensar que esteve num quarto com dois garotos dias consecutivos. Eles se acomodaram na cama, Jacob se aconchegou a ela e começaram a ver uma comédia romântica.

Não demorou muito para eles estarem aos beijos enquanto o filme passava sem a atenção deles. Bella não imaginava que estaria na cama de Jacob tão carinhosos daquele jeito tão cedo. De repente, se viu por baixo dele, Jacob a beijava cada vez mais intensamente. Seus corpos já estavam completamente colados quando ouviram vozes vindas do corredor.

— Caramba! – Jacob disse ao se afastar. Ambos levantaram da cama e sentaram no chão e Bella teve que se lembrar do dia anterior com Edward. – Acho que meus pais chegaram. – Ele disse, mas nem precisava. Bella já tinha entendido.

— Jacob. – Duas batidas rápidas na porta e em seguida a dona da voz apareceu no quarto e ficou surpresa ao ver o filho acompanhado. – Está com visita. – Ela constatou agora intrigada. A mãe de Jacob era alta e esguia, possuía cabelos tão negros quanto os do filho. Bella levantou assim como ele.

— Oi mãe. Essa é Bella, Bella essa é a minha mãe. – Bella fez certa reverencia para ela que retribuiu.

— Sou Sarah, a mãe do Jacob. Você é amiga da escola? – Ela sondou.

— Ele está aí? – Foi a vez do pai de Jacob que Bella já tinha conhecido no dia da confusão na escola. – Embry está no quarto dele. Está assistindo aqueles documentários de músicos. – Tagarelou sem se dar conta da presença diferente. – Ah! – Ele a viu finalmente e Bella sentiu-se ficar vermelha. Estava no quarto do garoto com quem estava saindo e foi pega quase em flagrante pelos pais dele.

— Jacob está com uma amiga... Da escola, não é isso?

— Sim. – Bella respondeu. – Estudamos na mesma escola.

— Acho que já te vi... – Billy Black tentava puxar da sua memória onde havia visto aquele rosto.

— Claro que você a viu na escola em algum momento. – Jacob interrompeu os devaneios do pai.

— Como disse que era o seu sobrenome? – Sarah continuou com a sua investigação.

— Swan, Sou Isabella Swan.

— Swan... Swan... – Sarah erguia uma sobrancelha. – Ah... Claro. – Bella podia ler todas as expressões seguintes que viu na face da mãe do Jacob. Reconhecimento, entendimento e um certo desconforto. – O que estavam fazendo sozinhos aqui? – Ela estava um pouco alarmada agora.

— Apenas assistindo, mãe. – Jacob apressou-se em responder.

— Desçam e façam um lanche conosco. – Não foi um convite, soou mais como uma convocação. Bella sentiu um arrepio e pressentiu algo que estava receosa até mesmo a deixar claro em sua mente.

Todos estavam à mesa, Embry também tinha se juntado à eles. Rapidamente havia surgido alguns petiscos diante deles trazidos por alguém que trabalhava na casa.

— Estou muito curiosa, Isabella. Você é a filha do Charlie Swan?

— É claro que você saberia disso. – Jacob meio que resmungou ao lado de Bella.

— Sim, sou.

— A sua presença foi uma surpresa.

— Mãe... – Jacob sibilou, mas não surtiu o menor efeito nela.

— Desculpe-nos, Isabella, mas algo assim sempre é um tanto comentando. – Billy quis parecer educado, mas via-se o seu desejo por saber mais. – De repente há uma filha que surge do nada.

— Não surgi do nada. – Bella rebateu mal humorada.

— É claro.

— Jane está chocada. Imagino o que esteja passando.

— Tem como falarmos sobre outra coisa? – Jacob estava envergonhado pela atitude dos pais. Infelizmente seus pais não eram como os Cullen. Eles se deixavam levar pelos péssimos costumes que rondavam as pessoas da alta sociedade em que a aparência é tudo e espezinhar quem foge das regras é natural.  

— Você veio de onde mesmo? – Sarah continuou.

— Bella, vamos, tenho que te levar para casa. – Jacob não se despediu dos pais e sabia que seria repreendido por sair tão precipitadamente, mas queria manter Bella longe daquilo. – Foi uma péssima ideia. Desculpe-me. – Pediu a Bella.

— Não precisa se desculpar, isso foi bem esclarecido.

— Bella, meus pais são...

— Tudo bem, Jacob. – Ela entrou no carro, não queria falar sobre aquilo naquele momento, só queria estar bem longe daquela casa e daquelas pessoas.