O Livro dos Sonhos escrita por IsabellaMaria02


Capítulo 28
Capítulo 28 - O Harry Potter Falso virou o Percy Jackson Falso


Notas iniciais do capítulo

Oiiii! Bem, esse capítulo tá tipo uma Bíblia :V Mais saibam que eu amei escrevê-lo a cada minuto! Espero mesmo que gostem, e se quiserem me matar no final dele, eu deixo :v Até eu estou emocionada huehue! Boa Leitura :3

~ Isabella M.



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Martina tentou ao máximo dar um sorriso encorajador para os heróis, porém àquela altura era totalmente impossível. O clima estava tenso, todos cabisbaixos, ninguém dizia uma palavra. Até mesmo Pepe transmitia a sensação de tensão, e ele nunca parecia estar tenso com nada. Todos ali não estavam preparados psicologicamente para o que viria a acontecer. 

Diego estava repassando todos os passos que cada um deveria fazer. E a cada palavra, a Auxiliar conseguia perceber o medo em todos. Mas era uma coisa que qualquer um poderia esperar. - Aquela sala poderia ser chamada de "Sala do Medo". Em toda sua experiência como Auxiliar e Conselheira do Guardião, Dominguez sempre usara aquela mesma sala para assuntos sérios. Aquela sala tinha toda uma história desde que o Livro dos Sonhos existiu. De qualquer forma, ela preferia prestar mais atenção no que ele estava falando, ao invés de se apegar a detalhes sem muita importância. 

— Ruggero vai tentar amenizar o poder das fadas tentando manipular o tempo, mesmo que seja quase impossível precisamos tentar. -o Guardião falou. - Lodovica vai... 

Ele enfraqueceu a voz. É claro que todos já sabiam o que iria acontecer a ela. Para Diego aquilo deveria estar sendo difícil tanto quanto para Jorge Blanco. Lodovica e Diego eram quase como irmãos, e ele não podia fazer nada a respeito para tentar mudar o destino dela. 

— Tentar deter Michelle. - Continuou. - E falar com Filhos de Tayla que também estão sendo manipulados. Pepe irá tentar controlar todos os personagens da Geração P.B.S que conseguir, inclusive os heróis manipulados também. Martina vai tentar trazer as fadas de volta a si, e capturar a Rosa Negra antes que Michelle possa usá-la. -Todos assentiram. Diego suspirou, desanimado. Seria um longo dia, e talvez o último para todos ali. - Eu irei me encarregar da prisão dos monstros e tentarei recrutar mais heróis que possam nos ajudar. Qualquer herói, qualquer pista de algum lugar sem ilusões, qualquer coisa que esteja relacionada ao lado do bem, deve ser destacado e estes devem se unir a nós e nos ajudar. Certo?
— Certo. -Os Heróis da Geração assentiram. 

Cada um se dispersou para um lado. Todos ficaram presos em seus próprios pensamentos, medos e dúvidas. Agora, eles deveriam ser uma equipe. Todos precisavam deles. O plano tinha que dar certo. 

A única ideia que Diego tinha pensado, a única possível solução para tudo, era que eles, os heróis, juntos, conseguissem distrair Michelle e os monstros para que pegassem a Rosa Negra de volta e a usassem para que tudo fosse restaurado. Cada um ali estaria seguindo as razões que lhe foram impostas para que fossem escolhidos para serem heróis. 

Pepe, como o herói que tinha sua linhagem e sangue de vilões, teria que se encarregar de deter a maior quantidade possível deles, e fazer com que, em algum milagre, algum dos vilões fosse convencido de sair do Lado Negro da Força e ajudar os heróis. - Pepe fora escolhido para ser um herói, porque ele não queria simplesmente fazer mal aos outros. Estava cansado de apenas criar personagens. Ele queria algo mais. E se tornou um herói, para poder provar que, apesar de sua família inteira de Pepes Barrosos Silvas malvados, ele era diferente. Ele era o único Pepe em sua família inteira que era bom de verdade. Sua função era bem difícil, mas não seria escolhido se não fosse capaz de cumpri-la. 

Ruggero Pasquarelli. Para ele era muito fácil ser um herói. Em qualquer missão, ele nunca seria capaz de se tornar um vilão. Por isso ele era chamado chamado de "Herói Fixo". Ele simplesmente ia nas batalhas e vencia o lado inimigo. Isso quase não tinha graça, exceto pelo fato de nunca sentir o medo de morrer por caras malvados, isso chegava a aliviar. Porém, as coisas eram muito fáceis para ele, não tinha o que dizer de Ruggero, pelo menos em sua versão "herói". A sua normal era bem mais complicada. De qualquer forma, o Mago Implacável era realmente implacável. Ele meio que não fazia parte dos Heróis da Geração. Era só mais um herói que estava ali para ajudar. 

Lodovica Comello, a única Heroína da Geração que estava lutando ao lado do bem. Todas as outras garotas, e praticamente todos os Filhos de Tayla, estavam ao lado de Michelle. A pior traição de todas. Obviamente, as coisas estariam péssimas para ela. Jorge Blanco, e todos os seus outros irmãos em que ela realmente confiava, tinham quebrado sua confiança, como se não valesse nada. Em questão de família, apenas Diego estava ali. Fraco e sem poderes. Fora escolhida porque era simplesmente a mais corajosa dos Filhos de Tayla, ela com certeza honraria a pantera do bem. Lodovica sempre foi uma heroína, desde o começo. Com destinos dramáticos ou não, ela era a única que tinha coragem e poder o suficiente para deter Michelle. E era isso o que ela faria. 

E Martina Stoessel. A Auxiliar não era uma heroína, mas tinha que ajudar, com toda a certeza do mundo. Aos poucos, ela mostrou-se forte e tão corajosa quanto Lodovica. E mesmo que não tivesse sido escolhida, sua presença fazia toda a diferença para qualquer um. Agora, ela estava encarregada de pegar a Rosa Negra de volta. Uma função totalmente perigosa, mas que era totalmente importante. E ela também estava disposta a cumpri-la a qualquer custo. 

Depois da pequena reunião, Lodovica fez Puff. Ela simplesmente tinha sumido. Pepe riu, pensando que, com um sangue felino, talvez ela tivesse algum parentesco com um gato e saísse de repente de casa, por extinto. O que deveria ter sido o caso, já que ela fez um Puff misterioso. Porém, ele decidiu não ligar, ela voltaria. Ele tinha certeza disso. Alguns minutos depois, o garoto sentiu cócegas em suas mãos. Olhou para elas, e ficou totalmente surpreso. Seus poderes eram muito loucos!: ao invés da garota-pantera usar a pulseira holográfica, como todos, ela falava com Pepe através de pensamentos, e o que parecia agora era que ela também conseguia escrever mensagens nas mãos dele sem ter que tocá-las e usar canetas. 

A mensagem dizia para Pepe encontrá-la em seu lago, e que ela tinha que mostrar algo para ele. O garoto, bem curioso, fez o que ela pediu e a encontrou sorrindo, o que normalmente não acontecia. Se aproximou dela e sorriu também. Provavelmente a coisa de Pepe tê-la criado tornasse a coisa entre eles menos difíceis, como acontecia com os outros heróis. Talvez fosse por isso que ela não o tratava mal. Ele agradecia mentalmente por isso. Para os outros, Lodovica era um pouco grossa e revoltada. Mas com Pepe ela era até gentil. Lodovica sorria para ele, isso era um grande progresso. 

— Por que me chamou aqui? -Ele perguntou, quando ficou ao lado do lago. Ela continuava sorrindo. Seus dentes caninos estavam do mesmo tamanho como na noite passada, grandes e assustadores, consequência de uma noite inteira transformada em pantera. Mas agora Pepe não se assustava, ela não iria atacá-lo. E além disso, ela estava sorrindo.
— Bom, quando nos conhecemos não dei a melhor das impressões a você e...
— Ladra de Batatas. - Pepe riu, e ela revirou os olhos. Eles estavam cor-de-mel, o que provavelmente estaria perto de sua cor natural, eles não estavam tão chamativos quanto os olhos de pantera. 
— Exatamente. -Ela riu. - Você deve saber o que vai acontecer no final disso tudo, então... Eu, ahn... Não quero ir embora com a impressão de ter sido uma... Ladra de Batatas revoltada.
— Mas você é uma Ladra de Batatas revoltada. -Pepe disse, sarcástico. 
— Muito engraçado! -Ela praguejou. - Sou uma garota, mas ainda sou meia pantera, posso te matar a qualquer segundo, não se esqueça disso!
— O discurso era ao contrário na noite passada. 
— Exatamente! -Ela riu. Foi a vez de Pepe revirar os olhos, divertido. Ela mordeu os lábios. - Eu, hum, trouxe uma coisa para você! 

Ela parou de esconder as mãos e entregou algo a Pepe. Era uma caixa de isopor, com um logotipo amarelo e roxo da lanchonete oficial do Livro dos Sonhos. Casa nove, Biblioteca dos Cozinheiros. Pepe entendeu o recado e deu uma gargalhada alta.

— Okay, você precisa oficialmente ter o título de garota-pantera mais assassina e legal! -Ele pegou a caixa de isopor de entrega rápida, e a abriu. Havia uma porção de batatas fritas, milhões de partes da Senhora Cabeça de Batatas, com ketchup e mostarda para acompanhar. O garoto não pôde evitar o sorriso. - Valeu, cara, isso é... Bem interessante. Sabe, a ideia de quando eu ter netos vou poder contar a eles que aceitei batatas fritas de uma semi-pantera. 
— Vai ter que dividir! -Ela pegou uma das batatas. - Essa é a maior porção da lanchonete e eu gastei o pouco do dinheiro que me restava para te dar!
— Ai, que fofa! Gastou o dinheiro pensando em mim! -Ele piscou os olhos duas vezes, e fez uma carinha bem meiga. Estava fingindo ser fofo, uma coisa que ele nunca seria. - Você foi meio burra! Sabia que a nossa Auxiliar tem uma conta no banco? "Conselheira do Guardião" e tal. Era só ter colocado no nome dela! 

Lodovica começou a rir e engasgou com a mostarda. Começou a tossir e colocou a mão no peito, até que a tosse passasse. Respirou fundo e olhou para Pepe, revoltada.

— Por que não pensei nisso antes? -Lodovica cruzou os braços e ficou olhando para o chão pensativa. Provavelmente pensando em alguma forma de fazê-los devolver o dinheiro. Pepe largou as batatas por um minuto e olhou nos olhos dela. 
— Eu realmente fui muito criativo quando desenhei você.

A garota-pantera ergueu o olhar. 

— Em que sentido? Porque tem uma parte dessa "criação" que eu não gosto. -Garantiu ela. Ele diminuiu o sorriso e a culpa voltou por um tempo. 
— Estava falando da parte que eu nunca sei que cor são seus olhos. E que você fica transformada de noite. É muito louco! 

Ela deu um sorrisinho. Pepe começou a se perguntar se ela realmente gostava do estilo de vida que tinha. 

— Ah... Essas são as melhores partes de ser uma semi-pantera. Já estou acostumada, mas nem sempre foi assim. -Pegou mais uma batata e engoliu rapidamente. - Mas... Quer saber a verdade? Eu nunca soube que cor meus olhos são! Mesmo antes de conhecer o Livro dos Sonhos, eles mudavam de cor de acordo com o lugar em que eu estava. 
— EU REALMENTE ESTOU DE PARABÉNS! -O Herói da Geração bateu palmas, orgulhoso. Eles trocaram breves sorrisos. Logo o silêncio reinou. 

Ele começou, então, a pensar mais sobre ela. Os poderes de Lodovica eram incríveis, e extremamente úteis. Ele sabia bastante coisas sobre ela no Livro dos Sonhos, mas não sabia absolutamente nada dela na realidade. 

— De onde você é? -Indagou a ela. Em seguida, ela se encolheu, com más lembranças. 
— Isso... É um pouco complicado. 
— Está falando isso para o cara que é quase formado em aeronáutica. 
— Sua vida é fácil Pepe. -Ela afirmou, com certeza. - Não tem que se preocupar com empregos ou pais ass... -Ela parou de falar. Seus olhos encheram de lágrimas. Apertou os punhos e voltou à postura de antes. Logo, a garota mudou de assunto. - Posso te fazer uma pergunta? 

Pepe assentiu.

— Você sabe que seu sentimento por Martina é recíproco, não sabe? -Ela deu um sorrisinho, mudando de assunto, seus dentes caninos diminuíram de tamanho. Ela estava voltando a ser completamente humana. 

Pepe ficou totalmente sem graça com a pergunta. Baixou a cabeça, e começou a brincar com a grama no chão. De verdade, não fazia a menor ideia se o que os outros diziam a respeito de sua Auxiliar era realmente verdade. Desde sempre, Pepe foi o tipo de cara que ligava apenas para seus desenhos e mais nada. Não sabia o que responder à Lodovica, já que nunca tinha parado para pensar no assunto direito. 

— Martina é minha Auxiliar. Eu mal sei se posso chamá-la de amiga! -Ele desabafou. Era daqueles assuntos que Pepe preferia pular. 
— Ah, eu mal sei se posso chamar Jorge de irmão!, estamos praticamente na mesma! 

Barroso riu com o nariz. Aquela conversa o fez pensar sobre muitas coisas, e o fez ficar em dúvida se sua situação era pior ou melhor do que a dela, já que Jorge Blanco se envolvia nas duas, de formas diferentes, mas um pouco parecidas. 

— Não é a mesma coisa, acredite. -O garoto afirmou com segurança. Lodovica revirou os olhos e os seus dentes caninos voltaram ao tamanho normal. Pepe se aliviou, ela estava quase definitivamente humana agora. 

Observar Lodovica começou a virar uma distração para ele, olhar seus olhos cada vez de uma cor, e seus dentes assassinos, faziam os pensamentos de Pepe voarem para longe. Agora, o Herói da Geração observava o cabelo dela. Nunca estiveram tão negros, de longe era possível ver que eles estavam iguais aos fios dos pelos de pantera: grossos e fortes. Seu cabelo, um pouco bagunçado e cheio, nada muito exagerado. Pepe não ligava muito para aquilo: há horas atrás a garota já havia se transformado em dois animais seguidamente, quem ligava para o cabelo? 

— Você adora me encarar, não é? -Ela estreitou os olhos, pegando mais cinco batatas e colocando-as de uma vez na boca, como se estivesse com fome; e como se um cervo não estivesse ocupando nenhum espaço em seu estômago, nem fosse o motivo de seu trabalho digestivo. Pepe ficou vermelho com a pergunta.
— Desculpa, é que eu nunca tinha conhecido nenhuma garota semi-pantera, antes. -Ele nunca perdia a chance de zoar. Ela comeu mais uma batata e limpou as mãos. 
— Você já conheceu outros personagens seus, antes?
— Além do Harry Potter Falso, e da Pantera Negra Louca do Mal? Não! E, sinceramente, tenho até medo de conhecê-los, e ver que criei apenas vilões. 

Ela arregalou os olhos, surpresa. Baixou a cabeça e piscou repetidas vezes, lembranças de sua primeira ida ao encontro de seus irmãos e Tayla. 

— Isso não é verdade. -Ela pegou outras batatas, dessa vez Pepe a acompanhou. - Conheci vários personagens seus quando entrei no Livro dos Sonhos pela primeira vez. Muitos dos que eu conheci eram heróis, ou se tornaram heróis. 
— E onde eles estão agora? -Pepe a olhou nos olhos. Ela sentiu todo o seu peso de culpa apenas com o olhar dele. - Manipulados, fugindo... Fazendo Puff. Sou um fracasso como criador de heróis!
— Se fosse, eu não estaria aqui. 
— Você é uma exceção. 

Ela não deu uma resposta. Aquilo meio que era verdade, Jorge Blanco estava aliado ao lado inimigo, tornando Lodovica a única personagem de Pepe que não estava manipulada ou morta, e continuava sendo uma heroína. 

Ficou calada por um tempo, e os dois comeram as batatas em silêncio. Pepe não estava com muita fome, então deixou que Lodovica tomasse posse da maioria das batatas fritas. Não demorou muito para que Diego chamasse os dois. 

Chegando na sala principal novamente, Pepe e Lodovica viram equipamentos de segurança, que julgaram ser selecionados para cada um. Se arrepiaram: estava na hora. 

— Nós não sabemos se aquela arena de batalha vai estar concentrada com outro poderes fortes além da ilusão, mas é melhor prevenir do que remediar. -Diego entregou uma espécie de fones de ouvido sem fio para cada um, ambos os colocaram nos ouvidos - Nossas pulseiras holográficas não vão funcionar lá, então temos que nos comunicar de alguma forma. 
— Além da comunicação, também irá proteger vocês da ilusão, e também manterão seus poderes intactos. Nenhum vilão poderá removê-los sem que vocês mantenham os fones no ouvido.
— Ele tem um campo de força? -Pepe perguntou. - Porque se tiver um campo de força, eu me caso com essa coisa AGORA! -Todos deram uma risadinha. 
— A coisa do campo de força é só para os mais fortes. -Martina sorriu. Ela parecia cansada e preocupada, mesmo assim não havia outra solução senão ajudar aos heróis. 

Pepe lembrou-se da conversa com Lodovica há minutos atrás e ficou vermelho. De repente, a presença de Martina ali o fazia ficar sem graça. - Diego percebeu sua reação e revirou os olhos, entregando um par de luvas de couro pretas ao garoto, tentando fazê-lo se concentrar no mais importante naquele momento. 

— Essas luvas são seu novo Anjo da Guarda, Barroso. Em hipótese alguma as retire naquela batalha. -Pepe levantou as sobrancelhas e as colocou nas mãos. Olhou para o Guardião e esperou os próximos "acessórios ajudantes".
— Vou ter que usar um capacete? -Ele riu. - E um escudo? Quero um escudo! Aí vou poder que já fui o Homem de Ferro e o Capitão América! E acabar com toda a história de Guerra Civil.

Lodovica levou as mãos à testa, como um "Eu vim aqui para ouvir essa piada sem graça?". Diego pensou muito em dar a resposta que estava pensando, mas se concentrou em Lodovica.

— O seu caso foi um pouco complicado já que você vai se transformar na arena. Mas também temos algo para você. -Ele acenou, pedindo para que ela se aproximasse. Lodovica deu dois passos, e Diego colocou algo no pescoço da garota-pantera. Assim que ela olhou, ficou extremamente brava. 
— Você só pode estar brincando comigo, não é, Diego? -Ela cruzou os braços. Estava usando uma espécie de coleira adaptada para Filhos de Tayla do estoque de armamento do Livro dos Sonhos. O problema não era estar usando uma coleira, já que ela tinha o sangue de origem selvagem, o problema era o material da coleira. - COURO?! - Ela a tirou e jogou no chão. - Não vou usar isto! É UM INSULTO MUITO GRAVE! 

Diego se sentiu magoado, olhou para ela e pegou a coleira do chão. Logo, a pequena mágoa se tornou raiva.

— Não acredito, Lodovica! Isso aqui mantém você a salvo, faz suas transformações serem mais rápidas e precisas, além de que os poderes que você ganha se tornam mais fortes! 
— NÃO VOU USAR COURO! EU PREFIRO MORRER FRACA DO QUE MORRER FORTE POR CAUSA DO COURO, DIEGO! -Ela gritou. 
— Então você só vai ficar com esses fones? -Ela deu de ombros, ignorando o fato de que, sem os equipamentos necessários, estava mais fraca do que os outros heróis. - Isso não é coragem Lodovica, isso é burrice!
— Não é burrice, Diego. É um comprometimento com os animais. 

Ele levou as mãos pelos cabelos e respirou fundo para não brigar com ela ali. Suspirou e a encarou de novo. Desviou o olhar para todos e mordeu os lábios. 

— Bom, não estamos no nosso melhor momento, mas precisamos fazer isso. -Ele pigarreou, e todos voltaram a estar atentos ao que ele dizia. - Não posso dizer que aquela batalha vai ser fácil porque com certeza não vai. Como um antigo Herói da Geração como vocês, posso dizer que, bem, vocês vão ouvir de tudo ali. E como Michelle disse, "as máscaras serão removidas". Vocês estarão cumprido suas funções definitivamente agora, seus destinos serão cumpridos. Tenham o foco principal no que vocês realmente querem, lembrem do motivo pelo qual foram escolhidos. Honrem toda a geração de Heróis do Livro dos Sonhos. Façam o que vocês fazem de melhor: sejam heróis! -Ele esticou o braço para que todos fizessem uma rodinha perto dele e dessem o grito de guerra. Os heróis estavam todos unidos. De repente, uma energia positiva começou a ser criada ali. - Lembrem-se, apesar de tudo, somos uma família! 
— FAMÍLIAAAA! -Todos gritaram, juntos. 
— E NÓS VAMOS CONSEGUIR CUMPRIR NOSSOS DESTINOS!
— VAMOS CONSEGUIIIIR! -Gritaram ainda mais alto, em coro e sorrindo animados.
— SOMOS HERÓIS E NADA VAI NOS IMPEDIR! Bem, a não ser que alguém vá para o Lado Negro da Força, e a pessoa se una à Michelle, mas isso cortaria todo o... -Todos o encararam sérios. Ele havia estragado todo o drama. - Ah, tudo bem! Venham aqui logo! -Ele esticou o braço, e cada um apoiou uma mão em cima da dele, fazendo uma pequena pilha. - HERÓIS DA GERAÇÃO!!!!
— HERÓIS DA GERAÇÃO!!!!! -Todos levaram suas mãos para cima, alegres. Aquilo representava toda a união que deveriam ter naquele momento. E até que estava dando certo. 

Todos se afastaram, os sorrisos permaneceram. Enquanto preparavam-se para usar os últimos equipamentos de proteção necessárias, Martina recebeu uma mensagem em sua pulseira holográfica. Seu coração parou quando viu que era Jorge Blanco a chamando na saída. Ela olhou para todas as direções, certificando-se de que ninguém ali estava reparando na garota. Quando comprovou que todos estavam ocupados demais se preparando para a batalha, para reparar que ela havia fugido no último segundo para ver Jorge Blanco, um dos principais vilões e aliados do Lado Negro da Força, ela correu para saída, em silêncio. Ninguém pareceu reparar. 

Ele estava ali. Aparentemente cansado, com olheiras, machucado, sentindo-se culpado pela posição em que se encontrava naquela situação. Não estava sorrindo. Parecia assustado, com medo, preocupado, com a maior culpa do mundo. Ele estava prestes a ver a cena que mais evitou durante todo o tempo, e veria àquilo ao lado inimigo, não havia outra escolha. Jorge não tinha escolha. O coração de Jorge se aliviou ao vê-la ali. Martina estava sem o que conseguir dizer, com uma mistura de sentimentos: raiva, surpresa, tristeza... Mas estava ali. Olhando para ele, sem dar um passo, estava encarando o vilão pelo qual era totalmente apaixonada. Uma Auxiliar/Conselheira do Guardião e um Vilão Maior apaixonados. 

A única reação que Jorge teve foi correr até Martina e abraçá-la. Os olhos dela se encheram de lágrimas, que imediatamente começaram a escapar. Ela entendeu o que ele queria dizer. Não estava ali por ela, estava ali porque precisava dela. Naquele momento, Martina era a única que podia confortá-lo, ajudá-lo. Ela o abraçou fortemente, como um "Vai ficar tudo bem!".

— E-eu... Eu vi de tudo, Martina. -Ele se afastou e a olhou nos olhos. Jorge também estava chorando. De qualquer forma, Jorge se importou mais secar as lágrimas dela do que suas próprias. - Michelle... E-ela está voltando a ter força. A Rosa Negra f-foi...

Ele olhou para as roupas de Martina. Suas roupas de batalha. Os fones, o colete, a jaqueta... Sua própria varinha. Roxa e brilhante como o Livro dos Sonhos. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, e Martina usava pulseiras nos pulsos, além da holográfica. As pulseiras que deixava seus poderes mais fortes e concentrados. Essa não, Jorge pensou. 

— AH, NÃO, MARTINA! NÃO ME DIGA QUE V-VOCÊ... -Ele ficou apavorado com a ideia de Martina indo em outra batalha. De novo. Ele congelou, não moveu mais um músculo. A encarou, incrédulo. Ele  estava meio sensível naquele momento. - Eu não sei o que dizer...
— Não precisa dizer nada. -Ela respondeu rapidamente. Não estava brava por ele ter escolhido o lado errado novamente. Na verdade, Martina queria abraçá-lo e fugir com ele para longe de todos, e nunca mais voltar. Não queria mais entender o fato de que os dois meio que estavam proibidos de se falarem. E estavam ali, escondidos. 
— Não quero perder você! -Ele a abraçou. - Não posso perder mais ninguém! 
— J-jorge... -Ela gaguejou, olhou para o chão enquanto o abraçava. 

Quando ergueu o olhar de novo, viu que Pepe estava ali. Parecia chocado com a ideia de Martina quebrando as regras, e também parecia um pouco chateado ao vê-los abraçados. Ela empurrou Jorge, por reflexo, assustada. O Harry Potter Falso não entendeu no começo, porém assim que viu Barroso ali, com os braços cruzados e o olhando feio, ele ficou como Martina, assustado. 

— Pepe, a-ah... -Martina ficou vermelha. - Er...

O Herói da Geração começou a encarar Jorge. 

— Pensei que você estivesse proibido de chegar perto de áreas para heróis. -O garoto apontou para a torre. O Livro dos Sonhos estava ali, uma área exclusivamente para heróis. - Acho que é melhor você voltar para sua nova linhagem. 

Jorge, totalmente sem jeito, olhou Martina e fez Puff. Agora, eles só se veriam na batalha. E o pior de tudo, eles seriam rivais na batalha. Martina e Pepe estavam sozinhos, e ele continuava sério. Ela estreitou os olhos, irritada.

— Por que o expulsou daquele jeito?
— Ele é um vilão. -Pepe respirou bem fundo, antes de dizer coisas grosseiras à sua Auxiliar. Martina colocou as mãos na cintura.
— Pensava que, mais do que todos, você também acreditasse que ele fosse um herói.
— Se Jorge Blanco estivesse escolhido o certo, talvez eu acreditasse. Mas agora é impossível. 

Ela se aproximou de Pepe, e apertou os punhos. Queria gritar com ele. Gritar muito. Se recusou a pensar que o mesmo cara que acreditou em Jorge mais do que ninguém, o havia expulsado e o tratado como um vilão que ela sabia que não era. 

— Onde está o Pepe engraçado e bobo de antes, hein? Por que agora só vejo um grande idiota, ainda pior do que era!
— Você pediu para que eu levasse as coisas a sério, não pediu? -Ela deu uma risada irônica. É claro que ele ia dar aquela desculpa. - Estou levando agora! E essa ceninha dos dois juntos, elas violam as regras que você mais me disse desde que entrei aqui! Quem é o verdadeiro vilão, agora?
— Você só pode estar brincando comigo! -Ela revirou os olhos. 
— Você tem sorte de eu não querer contar nada para o Guardião, Stoessel. - Ele estava magoado por dentro. Por ela estar se encontrando com Jorge, mesmo depois de ele ter se unido ao lado inimigo, quando estava brava com Pepe apenas por ele ser "engraçado". Dessa vez, o garoto não soube como não admitir para si mesmo a realidade, Pepe estava com ciúmes. E só agora ele entendia isso. - Se fosse qualquer outro já teria saído correndo para contar. 
— Ah, obrigada pelo ato de generosidade, Barroso! Quer que eu beije seus pés e agradeça de joelhos, também? 

Ele gargalhou. Uma gargalhada ironicamente séria. Olhou para o rosto dela e disse uma última frase antes de ir:

— Da próxima, você que se entenda com o Guardião! 
— Ótimo! -Ela retrucou, teimosa. Logo viram os heróis preparados para ir. 
— Ei, gente! - Diego gritou de longe. - Está na hora! Vamos! 

***

Os heróis caminharam por duas horas para encontrar o esconderijo de Michelle e seus aliados. A Pantera Negra Louca do Mal não estava em sua caverna, a Rosa Negra não poderia ser usada ali. Não haviam pistas de onde a inimiga poderia estar, mas procuraram pelos lugares mais óbvios, onde ela provavelmente estaria. Rodando por todo o Livro dos Sonhos, não encontraram nenhuma pista de seu paradeiro. O que os obrigou a começarem a procurar lugares escondidos de onde ela talvez estivesse. Diego, como Guardião, sabia onde estariam muitos lugares que ninguém jamais pisou além dele. Ele guiou os heróis até o lado oeste do Livro dos Sonhos, e todos caminharam para lugares simples, porém grandes o suficiente para que uma mulher ambiciosa pelo poder pudesse usar a última Rosa Negra. Procuraram por cavernas camufladas, entradas secretas atrás de cachoeiras, e nada. Rodaram o livro inteiro e ainda não faziam a menor ideia de onde Michelle estaria. 

Lodovica estava sem a coleira de couro, mas ainda podia usar seus poderes. Quando todos estavam cansados demais para continuar rodando pelo livro, ela se transformou em um Pastor Alemão, como um daqueles cães policiais que farejavam a cena do crime. Era um Pastor Alemão com os pelos negros e com uma aparência totalmente dócil, apesar de ser um cachorro razoavelmente grande. Martina quase a agarrou e deu um abraço forte, era apaixonada por cachorros, e Lodovica estava incrivelmente fofa! A garota-pantera ignorou os comentários e começou a farejar tudo ali. 

Ela já havia sentido cheiro de monstros antes, não era um cheiro bom. Mas o que mais a chamou atenção ali, era o cheiro que a Rosa Negra transmitia. A garota nunca gostou do cheiro das rosas, mas aquilo a estava ajudando no momento. Latiu, mostrando que havia farejado algo, chamando a atenção de todos, e começou a correr, com a língua para fora, e as orelhas balançando. Os heróis a seguiram, correndo também, e eles chegaram em um lugar onde não havia nada. 

Era um lugar totalmente vazio, só havia a grama verde, que todos os lugares do Livro dos Sonhos tinha, na verdade. Os heróis continuaram ficando em silêncio, olhando para aquele grande nada, literalmente. Pepe foi o primeiro se pronunciar:

— Ah... Acho que estamos no lugar errado, porque aq... -Martina deu um beliscão no braço dele, um gesto simples que dizia: "Pare de falar!!". - AAAAIII, MARTINA! -Ele acariciou o local do beliscão e ficou quieto. 

Todos voltaram a encarar o nada, parados. Martina pegou sua varinha do bolso da calça, inquieta. Seus poderes de Auxiliar estavam sendo usados. Logo, intermináveis fichas de heróis começaram a surgir em sua mente. 

Heróis no perímetro: 
Nome: Helena Aristeo 
Idade: Dezoito anos
Função: Heroína Fixa, Controladora do Fogo, Filha de Tayla, Meia-raposa
Estado: Em manipulação, Auxiliar de Jorge Blanco, responsável por extrair o poder da Rosa Negra

A lista de heróis manipulados eram intermináveis, e a cabeça de Martina começou a doer, com tantas informações para digerir. A cada cinco segundos, um herói novo aparecia, e eram mostrados todos os detalhes, desde as características físicas, até os seus batimentos cardíacos. Martina nunca se sentiu tanto uma robô quanto naquele momento. Gritou o mais alto que pôde e colocou as mãos na cabeça, com dor. Caiu de joelhos no chão.  A garota viu cenas horríveis, heróis mortos, e outros praticamente vegetando. Ela viu heróis totalmente manipulados, sem saber o que estava realmente acontecendo. Diego, entendendo a situação em que estava, se ajoelhou ao seu lado, e tocou em seus ombros, passando calma. Ele começou a dizer "Ei, está tudo bem, Tini! Não se preocupe são só fichas!". Todos os outros encararam a situação, sem saber o que fazer ou como reagir. 

Quando a Auxiliar voltou a si, estava mais calma. As imagens e fichas de heróis tinham sumido, junto com sua enxaqueca.  Ela se pôs de pé novamente, e respirou fundo. Martina olhou para todos e pigarreou. 

— Michelle está aqui. -Ela disse, olhando para o nada de novo. Apontou para a direção em que todos estavam olhando. - Bem ali. 

Lodovica voltou a ser humana e latiu, sem querer. Pepe deu uma risadinha e logo voltou à postura séria que estava tentando manter. 

— Estou sentindo um cheiro horrível de rosas. -Lodovica concordou com Martina. - Michelle está aqui, provavelmente nos esperando. 
— Por que nos esperando? -Pepe perguntou.
— Para roubar nossos poderes e nos ter como principais aliados, juntos de Jorge, depois que formos manipulados. -Lodovica respondeu, sentando-se no chão, como um cachorro. Ela colocou a língua para fora, e a respiração ficou ofegante, como se tivesse corrido uma maratona inteira. Pepe a encarou, quase rindo. - Qual é a graça? 
— Ah... Você está agindo como sua versão cadela. 

Ela revirou os olhos.

— Ah, ter características de pantera é "muito louco", e ter característica de cachorro é engraçado, agora?! -Ela reclamou. Diego gargalhou e olhou para Martina. 

A Auxiliar entendeu o recado, e ergueu sua varinha. Antes de fazer qualquer coisa, Pepe riu alto e disse:

— "Tem que girar e sacudir!". -Ele sorriu, e ela ignorou mais uma de suas referências idiotas. E usou seus poderes logo.

De sua varinha, uma névoa roxa saiu e aos poucos, algo foi aparecendo no lugar daquele enorme nada. Paredes de vidro começaram a aparecer, ao longe, e dezenas de plantas perfeitamente cuidadas apareceram. Eles estavam vendo através de uma ilusão. As paredes de vidro começaram a ter forma, e o lugar começou a ficar cada vez mais encantador. Várias colunas de árvores, em volta de enormes galhos e cipós, deram caminho para o lugar onde Michelle estava escondida. Em pouco tempo, entenderam o que era: um incrível jardim botânico. Pepe nunca tinha visto lugar mais lindo e encantador do que aquele. 

— UAU. -Ele disse, todos estavam tão encantados quanto ele. Martina sorriu orgulhosa de seus poderes. 

Os Heróis da Geração caminharam até o fim daquelas colunas de árvores, admirando cada segundo a beleza do lugar, os últimos segundos de paz que teriam. 

No fim das colunas, estava uma enorme estufa. Com as paredes de vidro que mostravam o que havia dentro do local: centenas de espécies de plantas e flores diferentes. O topo da estufa era circular, a luz do Sol se refletia no vidro e deixava as plantas com mais beleza ainda. A estufa tinha o tamanho de uma mansão, e era perfeitamente cuidado.

Diego olhou para os Heróis da Geração, e suspirou. 

— Nós vamos conseguir. - E então, ele adentrou o local, seguido dos heróis. 

Para a sorte de todos, não haviam monstros na entrada que o impediam de entrar. Não foram atacados. Eles apenas entraram e não tinha ninguém. Só plantas. Ficaram confusos e pensaram ter encontrado o lugar errado, mas enquanto tiveram a ideia de voltar, as portas de vidro se fecharam e uma risada maléfica ecoou pelo local.

— Ah, queridos, que bom que vieram! Chegaram bem na hora da diversão. 

Michelle e seus aliados apareceram em um Puff bem maléfico. Quando perceberam, ali estavam monstros, heróis, vilões maiores e menores, e fadas. Michelle se encontrava no topo da escadaria que estava ali, em sua forma humana. Estava sentada um uma cadeira. Fadas estavam em volta da pantera, como se fossem as guardas de segurança dela. Ao seu lado, havia uma mesa, com a Rosa Negra em um cilindro de vidro, que voava. Monstros estavam no fim da escadaria, parados. Impedindo os heróis de agirem. E bloqueando a passagem. Ela parecia ter tudo planejado. Pepe sentiu uma sensação estranha ao estar cara-a-cara com a pantera. Apertou os punhos, mas não disse nada, nem fez nada. 

Martina encontrou Jorge, ao lado de heróis manipulados, atrás da pantera. Eles estavam ali para proteger a Rosa Negra. O único que parecia demonstrar algum sentimento, no meio de toda uma geração de pessoas estado zumbi. Os olhos dele se encontraram com os de Martina, e eles começaram a meio que conversar com os olhos. Um dizendo ao outro que sentiam muito.

Os olhos de Lodovica se encheram de lágrimas ao ver seus irmãos transformados. Cada um em seu animal escolhido. Ela era a única Filha de Tayla ao lado do bem, não porque os outro eram maus, mas porque estavam todos manipulados. Michelle tinha usado as fraquezas de cada um para convencê-los a estar ao lado inimigo.

O local estava repleto de tensão. Todos os inimigos usavam roupas parecidas, assim como os heróis. Ninguém ali usava escudos, ou coisas parecidas. Mas era possível ver que cada detalhe de cada roupa tinha alguma função para deixá-los mais fortes. 

Michelle gargalhou.

— Eu realmente esperava um Exército de heróis para me deter! -Ela cruzou as pernas, sorrindo orgulhosa do trabalho bem-feito. - Quanto nós temos aqui? Mil? Trezentos? Cinquenta? -Ela riu mais. - Oh, não! Três heróis! Três heróis, um Auxiliar, e um Guardião sem poderes! É isso o que devo temer? 

Pepe a odiou ainda mais. O garoto transbordou de raiva. A xingou na mente, e desviou o olhar para a Rosa Negra. Mesmo longe, ele podia ver o poder que ela tinha. E estava nas mãos de Michelle. Ela se levantou e foi até a flor mágica. Pegou o cilindro de vidro e admirou a rosa.

— Sabe, não foi fácil achá-la. Não mesmo! -Ela passou os dedos pela extensão de vidro e deu um sorrisinho. Seus olhos brilhavam de ansiedade para usá-la. - A procurei durante anos, e finalmente a achei! Quem diria que ela estaria bem no portão principal do portal, não é mesmo? Mereço os parabéns, não? Ha, ha!

Os heróis não responderam. Estavam sem saber o que fazer. Claro que eles sabiam que haviam milhares de monstros, mas não sabiam que eram tantos daquele jeito. Um pânico tomou conta deles, por dentro. Não podiam demonstrar qualquer sentimento naquela hora. Tinham que manter a calma e esperar o momento certo de agir. 

Michelle olhou para Lodovica com pena. 

— E depois de tudo isso, você está aqui. Eu realmente achei que no último segundo você desistiria, mas vejo que não. Boa sorte com seu destino, Filha de Tayla Desprezível. 

Ela estreitou os olhos e a olhou feio, sem medo. Lodovica não tinha medo de nada. Michelle deixou a Rosa Negra na mesa novamente, e foi até Clara, uma Fada do Norte. A fada estava ao lado da cadeira, protegendo a pantera. Clara estava totalmente manipulada. Michelle sabia exatamente o ponto fraco de cada um ali, e faria com que esses pontos fracos o deixassem desconcentrados. Foi a vez de Diego. Ela olhou para Diego, que parecia sério demais para um Guardião Feliz. Sorriu. 

— Eu realmente sinto muito, Dominguez. Depois de anos de procura, você finalmente encontrou o amor verdadeiro, e... Seu grande amor o traiu! A vida é traiçoeira mesmo, não? 

Ela olhou para Pepe, que estava olhando ela, ainda com cara feia. Ver os heróis bravos daquele jeito a divertia muito. 

— Ah, Barroso! -Ela mordeu os lábios. - Eu sei o quanto você se sente culpado pela morte de Mercedes e por minha causa. Mas não se preocupe. -A pantera estalou o dedos, e uma caixinha de vidro voou até o lado dela, era como uma mini casinha para fadas mortas. Mercedes não estava esmagada, como havia morrido. A pantera tinha usado algum tipo de magia que a deixava "inteira". Mercedes parecia estar dormindo. Um sono em que jamais voltaria. - Não posso dizer que você não teve a chance de se despedir! - Michelle deixou a fada morta ao lado da Rosa Negra. Os olhos de Pepe se encheram de lágrimas. - Vou deixá-la como exemplo, para que cada um de vocês, heróis, veja qual será o fim de vocês. E quanto a mim, Pepe, não se sinta mal! Apesar de ser pantera, sou muito mais inteligente que você! Tudo o que fiz, foi porque eu quis, e não porque me criou. 

Ela caminhou e ficou ao lado de Jorge. O herói/vilão continuou firme olhando para frente, parado, mesmo que estivesse prestes a desabar. Ela passou as mãos pelos cabelos deles. Jorge não olhou para ela, encarou Martina. Jorge nunca esteve tão triste e sensível.

— Uma pena -ela começou a provocar Martina também -, você e Martina fariam um casal incrível, mas ela escolheu o lado perdedor. Você vai encontrar alguém melhor do que ela, Precioso. 

Jorge deixou que uma lágrima escorresse por suas bochechas, enquanto Martina e ele tentavam se manter firmes. Lodovica também estava olhando para ele, e o garoto percebeu. Outra lágrima escorreu. 

Pepe sentiu muito ódio dela. Talvez fosse pela tensão no lugar, ou porque simplesmente queria muito detê-la de uma vez. Deu um passo à frente e se pronunciou:

— Você pode ter todos os poderes do mundo, mas sei que no final você vai acabar se destruindo! -Ele gritou. A pantera pareceu se ofender, ironicamente.
— São vocês quem estão se destruindo! Estarão todos mortos em pouco tempo! 

Jorge olhou para Pepe, um pouco surpreso. Então, teve a melhor das ideias. Ele chamou a atenção de Lodovica e Martina em gestos discretos, a ideia deu certo. As duas olharam para ele de novo, e viu que ele sorriu. Não foi um simples sorriso. Foi "o" sorriso. As duas ficaram confusas no começo, mas ele mexeu os lábios, sem dizer uma palavra, para que eles entendessem. "DEI-XA--CO-MI-GO!!". Ele disse, lentamente. Elas entenderam e se entreolharam. Martina deu um sorrisinho discreto para ele, e assentiu. Michelle não percebeu nada. 

Pepe riu.

— Sem mim, você não tem poder nenhum, Michelle! -Ele esbravejou. - Sem mim, você não é ninguém! 
— Ah, é mesmo? -Ela colocou as mãos na cintura. - E quanto a mim, hein? O que você é sem mim, Barroso?

Pepe cruzou os braços.

— Com você, ou sem você, eu sou um herói! 

Era a hora perfeita, Jorge começou a agir. Ele correu até a pantera do mal, e a empurrou. Derrubando-a no chão, no meio da escadaria. 

— RÁPIDO, A ROSA NEGRA! -Jorge gritou para os heróis. A pantera gritou de raiva. 

Todos os heróis e monstros começaram a lutar, era possível ver feitiços e poderes por toda a extensão do lugar. Estavam todos muito agitados e com raiva. Lodovica se transformou em pantera e começou a brigar com Filhos de Tayla manipulados. Ela era uma só, e haviam vários deles. Quinze, em sua quantia exata. Cada filho de Tayla tinha um poder diferente, e cada um deles tinha o sangue de um animal diferente. Alguns, eram lobos, raposas, ursos... E todos a estavam atacando. Lodovica estava sem a coleira, seus poderes estavam menos fracos. Estava machucada. Seu focinho sangrava, e ela já não conseguia se mover com tanta agilidade.

— NÃO! -Jorge berrou. Ele lançou várias bolas de chamas na direção dos Filhos de Tayla, e todos se afastaram o suficiente para que a irmã conseguisse correr para longe e atacá-los de uma vez, pulando no chão, como um gato, e fazendo uma enorme cratera no mesmo. 

Michelle rosnou de raiva.

— O QUE ESTÃO ESPERANDO SEUS INÚTEIS?! BLOQUEIEM A PASSAGEM!  -Ela falou. E então, todos começaram a se movimentar. 

Os monstros fizeram uma barreira, ombro-a-ombro, para que os heróis não conseguissem pegar a Rosa Negra. Michelle empurrou Jorge com toda a força, e o garoto voou para longe, batendo as costas em uma árvore e caindo no chão. Michelle se transformou em pantera e começou a rugir. 

Pepe estava próximo da Rosa Negra, brigando com monstros. Usando os poderes de personagens que ele nem sabia que tinha criado. Encarou a Rosa e gritou:

— EU CONSIGO! -Logo, o garoto escolheu um dos personagens que estava em miniatura em suas mãos e usou um dos poderes dele: voar. Pepe foi em disparada para o alto, até conseguir ficar acima do alcance dos monstros. Ele estava indo pegar a rosa mágica quando algo o atingiu e ele foi empurrado para fora da enorme estufa caindo entre as colunas de árvore. Quando viu o que tinha acontecido, ficou muito bravo. - O QUE ESTÁ FAZENDO, MARTINA?! Por que me empurrou desse jeito?

Ela se levantou, tão nervosa quanto ele.

— Eu é que pergunto, Barroso! Pegar a Rosa Negra é MINHA função! -Ela gritou. Pepe tentou voltar para dentro, ignorando o comentário, mas ela segurou o braço dele bem forte. Pepe virou-se para ela, revoltado.
— Ah, qual é, Martina! Precisam de mim lá!
— Também precisam de mim! Mas você está fazendo tudo o que EU deveria fazer! 

Pepe revirou os olhos. 

— Está brincando não está?! Quer voltar para lá logo e parar com todo... 
— Todo o quê? -Ela gritou.
— Todo esse seu orgulho bobo! -Ele deu as costas para ela, dando dois passos para voltar para a guerra, porém logo voltou e a encarou. - Você nunca está feliz com o que eu faço! Tudo sempre tem que ser você ou Jorge!
— O que Jorge tem a ver com isso?! -Ela cruzou os braços. Eles estavam gritando tão alto quanto os monstros lá dentro.

No jardim, tudo estava calmo e tranquilo. Eles estavam estragando toda a tranquilidade do jardim com os gritos e a briga. Pepe apertou os punhos.

— Se fosse Jorge quem estivesse tentando pegar a Rosa Negra, você estaria orgulhosa! Mas como sou eu quem estou tentando fazer alguma coisa decente aqui, você vai lá e me simplesmente me empurra! Eu não entendo! O que eu fiz para você? Por que me odeia tanto, Martina? Por que não me deixa ser o herói do MEU jeito? Sei que você gosta do Jorge, mas eu não tenho nada a ver com isso, Okay?!

Ela olhou para todas as direções menos para ele. Martina descruzou os braços, com um pouco menos de raiva, e balançou a cabeça.

— Como sua Auxiliar, e Conselheira do Guardião, minha cabeça está praticamente explodindo! -Ela olhou nos olhos dele, com lágrimas. - Eu sei o que vai acontecer com cada herói daquela batalha, inclusive você! Estou tentando te proteger!, se pegar a Rosa Negra... Você vai morrer! E eu não vou perder outro herói que seja importante para mim! Eu não vou perder você, Pepe Barroso!

Ele levantou as sobrancelhas, totalmente surpreendido. De repente, toda a raiva se transformou em uma mistura de sentimentos que ele não sabia decifrar o que eram. Pepe não sabia o que estava sentindo. Eles estavam próximos, ele via em seus olhos que ela estava dizendo a verdade. Sua mente se tornou um branco, não estava conseguindo pensar ou raciocinar. O barulho da guerra dentro do prédio de vidro pareceu sumir. Não sabia como reagir, ou o que dizer. Pepe olhou para ela, não conseguiu sorrir. Tudo estava girando, seu coração  e sua cabeça estavam a mil. 

Com o cérebro parando de funcionar praticamente, sem pensar ou digerir informações como aquela, Pepe puxou sua cintura, levou suas mãos até o rosto dela, acariciando-o, e olhou no fundo de seus olhos castanhos. 

— Tenho meus motivos para continuar vivo nessa. 

Pepe a beijou. A maior loucura que já havia feito! Ele não se arrependeu, apenas um choque percorreu por todo o seu corpo quando seus lábios se tocaram. - Martina nunca se sentiu tão sem graça quanto naquele momento. Nunca se imaginou beijando outro herói que não fosse Jorge Blanco... Jorge Blanco. A primeira coisa que ela pensou quando Pepe a beijou foi ele. Desde sempre ela teve a certeza de que Jorge era o único por quem ela sentiria algo com um beijo. Mas sua mente simplesmente parou de pensar quando Pepe tocou em seus lábios. Ela, lentamente, tentou se afastar. Aquele não era Jorge, não era o cara que ela amava. Suas mãos tocaram nas de Pepe, e ela sentiu um arrepio. Não era Jorge, era Pepe. E ela sentiu um surto de emoções tanto quanto sentiu quando Jorge a beijou pelo primeira vez. Suas mãos estavam encostadas nas de Pepe, ela iria empurrá-lo. Mas não o fez. Martina apenas levou suas mãos até a nuca de Pepe e aprofundou o beijo. Sem pensar em Jorge, sem pensar em mais ninguém. Apenas em Pepe e ela. 

Em pouco tempo, Pepe e Martina voltaram para a realidade e se afastaram. Eles não se olharam nos olhos, estavam confusos e com as emoções a mil. Ninguém ousou dizer mais nada. Martina foi a primeira a reagir e caminhou de volta para a estufa, de volta para a batalha, de volta para a realidade. Pepe ficou um tempo para olhando para o jardim, tentando colocar os pensamentos em ordem. Não estava funcionando. 

Ele correu até a estufa. Tudo estava ainda pior do que quando tinha saído de lá. Haviam monstros mortos, aliados machucados. Filhos de Tayla gravemente feridos e no chão. O sangue estava por todos os lados. Diego e Lodovica estavam com cortes graves, principalmente a garota-pantera. Ela tentava se defender dos ataques, mas estava fraca. Martina parecia com os pensamentos longe, mas lutava com fadas manipuladas. Ruggero lançou seu poder master com dificuldade, ele acabou com toda a ilusão do lugar. O que causou uma enorme chuva. Para a surpresa de todos, ele não conseguiu fazer os heróis e as fadas voltarem a si totalmente. Só estavam menos fracas. Droga. Jorge estava tentando deter Michelle sozinho, de novo. A pantera do mal gargalhou.

— Está voltando para o lado errado, Blanco! -Ela riu, se pondo de pé novamente. Os pelos da pantera estavam negros e fortes como os de Lodovica, ela tinha recuperado a força. - Você prometeu se juntar a mim sem questionamentos! Sem traições! Você é desprezível, seu traidor! 

Impossibilitado de usar o poder do fogo na chuva, ele foi obrigado a usar seus outros poderes. Água era o mais forte, então ele manipulou a água e fez com que uma onda enorme atingisse Michelle. Ela voou para longe, totalmente encharcada. Para o azar de Jorge, panteras sabiam nadar. 

Ela rosnou, e tomou impulso para correr. Foi em disparada até Jorge e tomou impulso para atacá-lo. Mudando de ideia, antes de pular em cima dele, voltou a ser humana. 

— Pensando bem... Acho que vou matar você de outra forma. De humano, para humano. -Ela ergueu a mão e se concentrou.

Em menos de dois segundos, Michelle usou os poderes de vários monstros ao mesmo tempo. O poder da destruição. Uma luz forte e vermelha percorreu a distância, para atingir Jorge. O garoto se encolheu, para se proteger. Se fosse para morrer, que morresse como um verdadeiro herói. Quando estava pronto para aceitar a ideia de que morreria em um Puff malvado, uma barreira se instalou em sua frente. Jorge não foi atingido. Quando abriu os olhos para entender o porquê de não ter sido atingido, ele ficou em estado de choque. As lágrimas escorreram automaticamente. Lodovica. Ela se transformou em sua forma humana e correu para ficar na frente dele, para ser atingida no lugar dele. 

Ninguém teve tempo de nada. Só conseguiram ver o poder atravessando o peito de Lodovica, e ela perdendo todas as forças. Ela não conseguiu gritar, não conseguiu fazer nada. Apenas caiu no chão, totalmente fraca e impotente.

NÃÃÃO!!!!!—Jorge correu até ela e a segurou. - LODOVICA! 

As lágrimas eram impossíveis de serem controladas. A chuva só piorava tudo. Lodovica estava morrendo nos braços dele. Ela ainda estava viva, porém perdendo todas as forças. Ela conseguiu dar um meio sorriso. 

— Haja o que houver, eu escrevi minha própria história. 

Ela olhou nos olhos de Jorge. Que não poderia estar se sentindo pior. Ruggero, tão chocado quanto todos usou seus poderes. Com outro raio, ele fez com que apenas os Heróis da Geração, inclusive Jorge, conseguissem se mover. Ruggero parou o tempo, apenas para que Jorge tivesse tempo de falar com a irmã antes do pior acontecer. 

Martina, Pepe e Diego também estavam chorando. Todos estavam dividindo a dor de Jorge. O herói segurou o rosto de Lodovica, as lágrimas descontroladas caindo no rosto dela. Lodovica estava nos braços dele. Fraca por ele. Foi atingida por causa dele. Para protegê-lo. Durante todo aquele tempo, Jorge tentou impedir aquele momento. Tentou impedir que Lodovica fosse morta por causa de Michelle. Mas... Lodovica estava quase morta porque escolheu proteger Jorge.

— NÃO!, isso não vai acontecer! Você vai ter uma vida longa, Lodovica! Eu vou te conhecer na realidade, você vai se formar em veterinária e nós vamos ter uma vida juntos! Você não vai morrer! -Mais lágrimas. 

Ela estava com os olhos distantes, estava totalmente fraca, seu destino se cumprindo aos poucos. Ela juntou todas as forças para levantar o braço e acariciar o rosto de Jorge. 

— Me prometa que vai ser um herói sempre. 

Jorge fechou os olhos, seu coração estava sendo rasgado ao meio. Ele derramou cada vez mais lágrimas. Todos os heróis ali, chorando. O Harry Potter Falso segurou a mão dela, que estava acariciando o seu rosto. Lodovica perdeu a força nos braços, e parou de acariciá-lo. Porém, o irmão estava segurando-a, e mantendo-a em seu rosto. Ela estava agradecendo com o olhar. 

Jorge fungou, nunca havia sentido tanta dor quanto naquele momento. Lodovica era mesmo muita corajosa. Tão corajosa que conseguiu mudar o destino dela, apenas para que Jorge tivesse a chance de tornar-se um herói melhor. Para que Jorge pudesse fazer o que ela não tinha mais chance de fazer. 

— Você não pode ir! -Ele despejou as palavras. - Eu preciso de você, Lodovica! De sua sinceridade, de sua coragem junto a mim! Tayla precisa de você! Todos precisamos! Por favor, não vá! Você é forte, você consegue aguentar isso! -Ele olhou para a Rosa Negra. - A Rosa Negra! Vamos usá-la! Você vai recuperar sua força! E-eu libero o poder dela, voc...

Lodovica sempre soube que a Rosa Negra estaria lá, quando estivesse nas atuais condições. Também sabia que a Rosa Negra seria usada para outras coisas mais importantes que ela. Ela não podia simplesmente ser tão egoísta em usá-la apenas para ela. A chuva foi ficando mais fraca aos poucos. Sua respiração tornou-se ainda mais fraca. Ela olhou nos olhos de Jorge pela última vez. Ele dizia tudo com o olhar. 

Lodovica disse suas últimas palavras: 

— Eu te amo... Irmão. 

E então, ela se apagou feito uma velinha. Suas forças cessaram completamente, seus olhos se fecharam. Jorge não pôde dizer mais nada. Não conseguia dizer. Lodovica havia morrido. Por destino nenhum, por reputação nenhuma. Lodovica havia morrido por Jorge. Lodovica o amava. Um amor de irmãos. 

Ele a abraçou fortemente. Apesar da dor, ele sabia. Sabia que ela teria coragem para fazer a loucura que fez. E apesar de seu coração ter sido quebrado ao meio, ele sabia: Lodovica havia morrido como uma heroína. 


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Notas finais do capítulo

DRAMÁTICO? SÓ UM POUQUINHO :') Me doeu MUITO o coração escrever a morte da Lodo, mas foi extremamente necessário! Se não fosse, eu jamais teria escrito, acreditem! Espero que tenham gostado do começo da guerra e do beijo Pepini (também estou surtando! huehue).
Eu quero agradecer à @Milkcaramel por me ajudar a deixar esse capítulo da forma que está dando suas opiniões, e por ter me ajudado lendo cada palavra dele!
Obrigada a todos que leram até aqui! Estavam no finalzinho, BEM FINAL MESMO! Faltam apenas dois capítulos para acabar :') Meu coração está simplesmente depressivo, mas espero que tenham gostado da história até aqui! ♥ Muito obrigada mesmo!

EU QUERO MUITO LER CADA COMENTÁRIO DE VOCÊS huehue ♥

~ Isabella M.



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