O Livro dos Sonhos escrita por IsabellaMaria02


Capítulo 29
Capítulo 29 - Patos raivosos apareceram e começaram a xingar todo mundo


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, genteee! Tudo bem? Como vão? Eu estou ótimaaa! E antes de qualquer coisa, quero pedir desculpas pela demora do capítulo :') Esse e o capítulo anterior (28) são REALMENTE os mais importantes para a história, e vão dizer TUDO o que vocês precisam saber a partir de agora huehue :V E ao longo do tempo de revisão, eu percebi alguns erros na história mesmo :v que trariam muitas dúvidas para vocês. Como eu sou MUITO perfeccionista, reescrevi MUITA coisa, por isso o tempo da demora, desculpem :') fiz de tudo para que esses últimos capítulos sejam bons, e espero lá do fundo da alma que gostem! E, sim, infelizmente o próximo capítulo será o ÚLTIMO :'( -E desde já quero agradecer a cada comentário e favorito! ♥ São as(os) melhores leitoras(os) do mundo! - Mas vamos deixar os agradecimentos para o final, certo? Huehe :v Boa leitura :3

~ Isabella M.



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Tudo o que se ouvia, era o choro de Jorge, ele ainda estava ali, abraçado com Lodovica. Não importava quanto tempo se passasse, ele precisava daquilo, do abraço dela mesmo que já não estivesse mais ali. Mas era evidente que todos estavam péssimos.

— Lodo... Me perdoe, de novo. -Jorge sussurrou com a voz fraca para ela. Ele sabia que ela o escutaria. Eles ainda eram irmãos, ainda tinham ligações. E a morte dela não mudaria isso: o amor é para sempre. 

O silêncio deixava tudo mais pesado, a tristeza estava no ar. Mesmo os que achavam que não sentiriam nada em relação à garota-pantera, se pegavam com lágrimas nos olhos ao ver Jorge abraçado com ela. 

Pepe deixou lágrimas escorrerem também. Baixou a cabeça, e encarou o chão. Todas as imagens dela estavam em sua mente. Ele nunca se sentiu tão vilão, tão idiota, tão culpado naquele momento. Mal a conhecia, e ainda sim se sentia um ser humano repugnante, tanto quanto Jorge Blanco. Ele sabia que aquilo havia acontecido por conta dele. Pepe a havia criado para... morrer. Como uma heroína, mas ainda assim, ela não merecia um fim tão dramático. Lodovica tinha que ter ficado viva. 

Quando o garoto começou a soluçar, uma luz apareceu em Lodovica. Um brilho dourado. Mágico. Como o brilho que o Livro dos Sonhos emitia. Jorge se afastou dela, seus olhos sensíveis àquela luz forte. Que foi ficando ainda mais forte, cada vez mais. Mas ele se obrigou a estar perto o suficiente dela, ele sempre estaria. 

E então, Lodovica começou a se transformar em pantera. Ela estava parecendo uma gata gigante negra dormindo tranquilamente. A garota/pantera estava começando a ficar transparente, ela começou a sumir, lentamente. Lodovica se tornou aos poucos o brilho dourado. Uma Filha de Tayla que cumpriu seu destino. Logo a garota-pantera se tornou o brilho dourado e mágico completamente e ela sumiu.

— N-não...! -Jorge deixou que mais lágrimas caíssem ainda mais descontroladamente. Ele sabia exatamente o que aquele brilho significava e não queria que aquilo se aplicasse à sua irmã caçula, sua única família. 

Mas não havia nada a ser feito. Ela estava indo embora definitivamente. O brilho tomou forma de uma pequena página prateada, brilhante e delicada. A página voou até o Livro dos Sonhos, que se abriu automaticamente. Jorge não estava preparado para ver que Lodovica tinha sua história pronta para entrar no livro. 

A página se encaixou perfeitamente no Livro dos Sonhos. Que se fechou e voltou a posição em que estava, ao lado da Rosa Negra na mesa. A pantera heroína tornou-se parte daquele livro mágico, e a sua própria história uniu-se com a igualmente mágica história do Livro dos Sonhos. Era isso o que acontecia com os personagens que cumpriam seus destinos: tinham suas páginas escritas no Livro dos Sonhos. 

Jorge ficou olhando para os heróis, sem saber o que fazer ou como reagir. Ninguém disse nada, nem ao menos um "vai ficar tudo bem". Afinal, foi um choque para todos mesmo que já soubessem que aconteceria. Só não sabiam que seria daquela forma, Lodovica protegendo Jorge no final de tudo... De qualquer jeito, a batalha ainda não havia acabado.

Martina olhou em seus olhos e tentou não se sentir tão triste quanto ele. Por que as coisas estavam assim? A tristeza de Jorge estava sendo dividida com todos os heróis. Isso não poderia estar acontecendo, todos tinham que estar concentrados em pegar a Rosa Negra, em salvar as pessoas. Mas, agora, estavam mais preocupados em tentar confortar Jorge do que em derrotar Michelle. - Os olhos deles se encontraram, e Martina finalmente percebeu o que Jorge tinha feito, ele tinha decidido voltar a ser um herói. Definitivamente. E isso mudava tudo, simplesmente tudo. Eles podiam voltar a conversar, eles não precisavam mais se encontrar escondidos, sem que ninguém soubesse. Martina gostava de Jorge, e não precisava mais esconder isso. Mas, de repente, algo a incomodou diante de todos aqueles pensamentos: Pepe. Ele a havia beijado, e aquilo também mudava tudo. Os pensamentos dela tornaram-se uma bagunça. Martina decidiu então não pensar naquilo por enquanto. Precisava se concentrar no mais importante no momento: a guerra.

Ruggero estava se esforçando ao máximo para que Jorge conseguisse ter tempo para se recompor, mas o Herói Fixo não conseguia mais manipular seus poderes por tanto tempo. Eram poderes fortes, e aquilo exigia momentos de descanso e pequenas pausas, coisas que ele não estava fazendo.

— Jorge, não vou conseguir por muito mais tempo. -Ele disse. Em outras palavras aquilo significava: temos que voltar para a batalha. Coisa que ninguém queria.

O Harry Potter Falso assentiu, e se levantou. Olhou para o Livro dos Sonhos, fechado, e deu um pequeno sorriso. Como irmão mais velho, estava péssimo por tudo. Mas também estava orgulhoso de Lodovica. E feliz pela decisão que ela havia tomado. Mudar todo o seu destino por Jorge... O garoto não ia deixar que aquilo passasse desapercebido. Ele faria de tudo para que Lodovica se orgulhasse dele, pela primeira vez. Jorge Blanco seria um herói. 

— Prometo que vou ser o maior herói de todos, Lodo. -Ele sussurrou. - Vou fazer qualquer coisa para que eu possa ser digno de ser conhecido como seu irmão. 

Jorge virou-se para Ruggero. O medo o atingiu. Ele havia quebrado a promessa de Michelle, isso provavelmente tornaria as coisas piores. Ela estava brava, a pantera queria matá-lo. E ele ainda estava vivo. Michelle agora não tinha quem pudesse liberar o poder da Rosa Negra. Jorge tinha certeza de que ela o manipularia de novo. Michelle sempre tinha alguma outra alternativa para conseguir o que queria. E a conhecendo muito bem, sabia que ela faria Jorge Blanco voltar a ser seu Precioso. 

Jorge respirou fundo. Seria uma briga difícil, mas ela ainda estava ali por Lodovica, e aquilo mudava tudo.

— Estou pronto. -Ele disse, olhando para Ruggero.
— Ótimo. -O Mago Implacável deu um sorriso encorajador. - Seja bem-vindo de volta, Herói da Geração. 

Em movimentos precisos e ágeis, o tempo voltou a ser o que era. Nada havia se passado desde que Lodovica fora atingida. O cenário ainda era o mesmo: monstros derrubados, o sangue por toda parte, monstros e aliados mais fortes de pé, em prontidão. Perto de conseguirem o que queriam. Filhos de Tayla e Fadas manipulados... Tudo indo ao caos e às ruínas. Porém, os heróis tinham algo que os faziam mais fortes. Algo que o lembravam que as coisas não estavam totalmente ruins, e que ainda havia saída. Estavam mais fortes, e mais unidos. Esse "algo" era Jorge Blanco, ele os encorajava a serem mais fortes e a se concentrarem. 

— Estou feliz por ter voltado, cara. -Pepe sorriu. Não era mentira. Mesmo que por um algum momento já tivesse se irritado com o herói, agora estava contente por vê-lo forte. 
— Ah, eu também! -O Harry Potter Falso estalou os dedos. - Bem, não temos tempo para momentos dramáticos como esse. Estou sentindo falta de matar uns monstros. Vamos nessa!

Em poucos segundos, o tempo voltou ao normal. E todos voltaram com os ataques e defesas, voltaram com o plano. Era para valer. Naquele momento, não havia mais como estar em cima do muro, como Jorge estava: ou eram vilões ou eram heróis. A concentração dos heróis voltou-se para suas missões, trazer Filhos de Tayla ao normal, deter monstros, remover a ilusão da grande estufa. 

Michelle estava em sua forma humana. Ela não atacou mais, procurou por Lodovica. Um sorriso vencedor tomou conta de sua expressão quando ela viu que Jorge Blanco lutava com fadas manipuladas, com lágimas escorrendo pelos olhos. 

— Ora, ora. -Ela começou a dizer. Voltou à sua forma pantera e caminhou lentamente para perto dele. Começou a observar sua agilidade e deu uma gargalhada. - Pelo que vejo está com tudo em sua decisão, Precioso. 
— É, eu estou! -Jorge respondeu, concentrado em não ser morto. - A propósito, não sou seu precioso! 
— E também vejo que Comello não está. Uma pena, adoraria ver a cara dela quando perceber que sua morte foi... Inútil. Porque você, alguma hora, vai perceber o grande erro que está cometendo! Mudar tudo por um irmão tão ingrato como você? Ha, ha, ela não merecia. -Jorge tentou controlar as emoções. É claro que ele estava se sentindo culpado. E Michelle estava usando aquilo à seu favor. Sua agilidade foi se perdendo aos poucos. Lodovica era seu ponto fraco, assim como Martina. —  Na verdade, eu até sinto muito por ela. Não foi a melhor das decisões. Olhe para você: está se esforçando, e mesmo assim, não consegue ser um herói, e temo que nunca irá conseguir ser. Mesmo que por ela. 

Jorge foi totalmente distraído quando ela disse aquilo. Seus poderes pareciam não ter um alvo certo, e isso fez com que aquele exército de fadinhas do mal o derrubassem no chão. Jorge caiu extremamente longe de tudo, sua cabeça bateu em um dos vasos de flores nas prateleiras, deixando-o tonto. A imagem da Pantera Negra Louca do Mal triplicou. Estava indo em sua direção. Jorge não sabia o que fazer, sua respiração estava ofegante e fraca. Ele estava encurralado. 

Pepe estava lutando contra um vilão criado por ele mesmo. A sensação era horrível. Era como lutar contra você mesmo, coisa que cada personagem de Pepe era. Todos eram parte dele, e ver que alguns foram feitos para estarem ao Lado Negro da Força, era de deixar qualquer um louco! Não conseguia machucá-los, estava fazendo de tudo para fazer aquele cara do mal ser um herói, porém não estava dando certo.

O dia em que ele o havia desenhado voltou em sua mente: Pepe estava no ônibus de viagem, sozinho. Estavam indo fazer uma excursão que o garoto nunca quis fazer. De repente, ele se pegou com uma folha de papel e um lápis, que inicialmente seriam usados para anotações da excursão. Sua mente foi longe quando desenhou aquele cara de três metros, com o poder de se transportar rapidamente, e manipular qualquer coisa que quisesse.

Pepe estava sendo atingido constantemente, não conseguia acompanhar o personagem, que se transportava toda a vez que o Herói da Geração tentava usar seus poderes. O cara de três metros riu e fez que seus poderes fossem além de seus limites: em um estrondo bem alto, uma das paredes de vidro se quebrou. Cacos e mais cacos voaram para todas as direções, algumas atingiram aliados sem querer, outro apenas caíram no chão. E um deles em particular foi para onde o vilão queria que fosse: atravessou o estômago de Pepe. O garoto arregalou os olhos, queria gritar de dor. A dor era tanta que ele não conseguiu dizer nada. As mãos de Pepe envolveram o enorme corte, e ele só conseguiu ver sangue. Droga, ele sempre conseguia ser atingido. Pepe era um inútil!

Sua respiração foi se enfraquecendo, sua visão foi tornando-se turva aos poucos. Sua concentração estava, vagamente, em sua dor. Mas ele precisava sair dessa, precisava ficar vivo. Olhou para a pequena ponta do vidro que estava visível, e a dor automaticamente aumentou. Seus olhos se voltaram desesperadamente para outros lugares: em volta, Martina lutava para conseguir ultrapassar a barreira de aliados de Michelle e pegar a Rosa Negra. Ela parecia forte, decidida e principalmente concentrada em sua missão. Coisa que Pepe não conseguia ter, mesmo que seus pensamentos se voltassem para o enorme corte, ele não estava conseguindo pensar na batalha direito, e nem em nada. Eram apenas pensamentos vagos que saíam logo da cabeça. Olhou para Jorge Blanco e viu que ele estava caído no chão, Michelle estava preparando-se para atacá-lo. Jorge tinha tomado sua decisão, e Pepe precisava ajudá-lo. Precisa ajudar também a Diego, que somente brigava com suas próprias mãos, sem poder algum, com Filhos de Tayla, animais selvagens em forma humana, e estava ficando fraco também. Ruggero estava cansado de tanto usar seus poderes. Fazer a ilusão sumir o deixava fora de si, o Mago Implacável já não parecia tão implacável. Ele unia todas as suas forças para continuar de pé, algo que Pepe sabia que alguma hora essas forças acabariam e os heróis não teriam para onde escapar.

O vilão se afastou de Pepe, sabia que para que ele ficasse morto seria questão de minutos. Só estava vivo porque tinha poderes, fracos no momento e que logo cessariam, e a coisa de "vivo" mudaria rapidamente.

Pepe fechou os olhos, e se esforçou para que a dor passasse. De repente, todo o barulho de gritos, explosões, dor, acabaram. Era um silêncio, Pepe acreditou ser o seu fim. Dentre tudo aquilo, ele começou a escutar uma única voz, em meio ao silêncio que se estendeu ali.

"Você sabe o que fazer, Barroso", a voz sussurrou em sua mente. Barroso não sentia mais nada em seu corpo, a única coisa que sentia era que aquela voz era a única coisa viva dentro de si. "Lembre-se de onde veio, você pode fazer isso".

O garoto ficou confuso, porém logo aquilo começou a fazer sentido. Você sabe o que fazer. Lembre-se de onde veio. Essas duas frases ficaram presas em sua mente. Não, ele não podia morrer. Não naquele momento, todos precisavam dele, precisavam de um herói como ele. Pepe começou a se perguntar por que estava ouvindo aquela voz naquele momento. Ele mal conseguia pensar, mal conseguia respirar ou se manter de pé. Todo o seu corpo tremia, não pela dor, mas por ele estar bravo. Estava tremendo de raiva. Qual é!, o garoto nunca conseguia se manter de pé em uma batalha. Sempre que precisavam de sua ajuda, Pepe se mostrava mais inútil. Por que ele estava ali, afinal? O título de Herói da Geração não era digno para Pepe. Ele morreria no final de tudo, depois de todas as batalhas, todos os sentimentos que enfrentou desde que chegara ao Livro dos Sonhos...

Lodovica Comello era a verdadeira heroína, que morreu com verdadeira honra, e estaria para sempre nas memórias de todos, para lembrá-los o que é ter coragem. Ruggero era o herói, que mostrava o real sentido de força e poder, e não temia ser odiado por ninguém. Era o herói e verdadeiro líder. Diego também era um herói, que lutava sem nem ter nada, mas que estava ali para proteger aqueles que eram importantes para ele, cuidava dos heróis como se fossem sua família. Jorge Blanco era o herói. Ele também era o líder, era o cara que não questionava nada para salvar sua família, o herói que mostrou suas fraquezas, porém que naquele momento estava mostrando que também tinha muitas forças para continuar. Martina era a heroína, que conquistou tudo o que tinha, provou que as dificuldades não eram nada, e a dedicação era tudo. Ela mostrou que, não importava em que cargo ocupava, ela sabia o que estava fazendo e por que estava fazendo. E quanto a Pepe? Por que estava fazendo aquilo, sendo um herói? Por que precisavam dele? Ele era realmente importante dentre todos que estavam naquela guerra? Por que ele desenhava? Por que deixou que fosse atingido tantas vezes? 

Todas as questões foram deixando sua cabeça doer junto com o corte em sua barriga. "Faça", a voz voltou a dizer. O garoto não aguentou mais, chorou com a dor. Chorou com todos os questionamentos e dúvidas, não tinha mais certeza de nada. O que ele faria? O que poderia fazer? O que Pepe era digno de fazer? "Precisam de você, Barroso. Não se questione dessa forma". 

Quem é você? — Ele murmurou. Mais e mais sangue escorria do machucado. 

"Você sabe quem eu sou". 

Pepe olhou para Jorge Blanco, se arrastando para trás, se apoiando pelo cotovelos, enquanto encarava Michelle, assustado, se aproximando mais e mais dele, com todo o poder da destruição em suas mãos. Pepe precisava ajudá-lo. Jorge não iria morrer agora.

Barroso inspirou todo o ar que conseguiu. Lembre-se de onde veio. Imagens vieram em sua mente. Conversas com caras estranhos, heróis sorrindo, caras malvados roubando poderes, a luz admirante do Livro dos Sonhos, marcas e cicatrizes de gerações de personagens criados por ele, seu pai... De repente, uma energia diferente foi criada dentro dele. Seu coração bateu rapidamente. Um sorriso radiante e esperançoso se formou em seu rosto. Era a melhor sensação de todas! Pepe se lembrou de onde ele tinha vindo. Seus olhos brilharam de uma forma inexplicável. 

—  Eu sou um vilão. - O Herói da Geração disse.

Os traços de seus desenhos voavam entre suas mãos. Linhas eram levadas ao ar e nelas eram criadas curvas e texturas. Depois de tanto tempo, Pepe estava fazendo o que realmente gostava, sem pensar em nada. Era como se apenas ele estivesse ali, sua mente foi voltada para apenas uma coisa que fazia de Pepe Barroso Silva, o Pepe Barroso Silva; o Ilustrador da Geração P.B.S, porém Herói da Geração: desenhar. Não estava com nenhuma figura em mente, apenas linhas e formas eram criadas, o que fazia tudo ser ainda mais emocionante e especial. Não estava usando seu poder, estava usando seu coração. As linhas seguiam seus comandos através do pensamento com velocidade e precisão. O desenho havia acabado, e Pepe se sentiu orgulhoso e surpreso do resultado: ele havia desenhado um herói. Um herói inseguro que nunca soube quem realmente era e que tinha muitas dúvidas e emoções. Um herói irônico, porém que não ligava para aparências e sim o conteúdo. Um herói que não gostava de ler, e consequentemente estava em um livro mágico. Ele havia desenhado um herói chamado Pepe Barroso Silva. Não o Pepe de sempre. Era... Um Pepe decidido, um Pepe que sabia o que estava fazendo, e sabia de onde vinha. 

O garoto deu o maior sorriso que já havia dado. Ele havia se encontrado. Agora, ele sabia realmente de onde era e para onde iria. Pepe era um Herói, é claro. Mas Pepe era um vilão. Ou melhor, era um herói com seu lado vilão. E um vilão com seu lado herói. Um herói que tinha fraquezas e também errava. Um herói que havia criado vilões, e que era culpado por muitas coisas ruins que estavam acontecendo. Um vilão que havia criado heróis, e que tinha motivos para ser bom e ajudar os outros. Seu lado herói tinha o lado sombrio, defeitos e fraquezas que o faziam ser quem era. E seu lado vilão tinha a luz no fim do túnel, qualidades e forças que o faziam ter o coração de manteiga derretida que normalmente tinha. Pepe estava feliz por ter entendido. Seu olhar não dizia que ele era bom, e não dizia que era ruim. Os olhos dele agora diziam que Pepe era bom e ruim. Pepe era herói e vilão. 

Aquele desenho agora era como um espelho. A ilustração criou sua própria realidade em Pepe. Metade dele com cores vivas e fortes, e a outra metade com cores neutras, também fortes. O rosto com um sorriso inspirador, e os olhos com um brilho mágico que agora ficariam para sempre. Em seu braço direito, a marca de sua própria linhagem de heróis e vilões, e em seu esquerdo, a marca da geração de onde veio. 

O garoto mal percebeu que seu corte já estava curado. Ele não precisava mais do machucado, não haviam mais feridas, nem dúvidas, no coração dele. Porém Pepe precisava da cicatriz que estava lá. Para que ele sempre se lembrasse quem ele era. 

As forças voltaram, sua respiração também. Em grande triunfo, ele se levantou, como um novo cara, herói e vilão. 

Olhou para Jorge que ainda estava em perigo. Michelle movimentou as mãos ao lado do corpo, esferas douradas criaram-se rapidamente e a pantera acertou Jorge, encurralado, sem ter o que fazer. Sem pensar duas vezes, Pepe correu até ela.

— Deixe-o em paz, cara! -Ele reclamou. Michelle riu. - Essa briga é entre mim e você, Michelle. 

Os olhos de pantera de Michelle brilharam intensamente, algo em seu pulso começou a arder. E então ela olhou. Sua marca de nascença, a marca de Pepe. Rosnou, ele estava mais forte. Ele tinha descoberto seu verdadeiro poder. E agora aquele ardor no pulso queria dizer uma única coisa: Não vou deixar você estragar tudo. 

Olhando Pepe, ela viu que ele estava diferente. Encontrou os olhos dele e percebeu que estavam verdes como os de Lodovica, como os de uma pantera. Ele estava visivelmente forte como o lobo que tinha criado. Suas mãos, ansiosas para serem usadas com os poderes de um certo Harry Potter Falso. Pepe estava sentindo o que todos os personagens dele estavam sentindo. Tinha os mesmo poderes que todos os personagens tinham. Os personagens estavam nele, como sempre, agora de uma forma diferente. Um diferente péssimo ao olhar dela. Mas era um diferente bom.

— Entre mim e você? - Ela perguntou. - Essa briga é com todos aqui. E esse cara- Michelle estalou os dedos e Jorge Blanco foi lançado até o outro lado da enorme estufa, batendo de frente com a barreira de Filhos de Tayla que protegiam a Rosa Negra. Martina congelou quando o viu ali, largado no chão. -, ele merece morrer por traição. 

Martina se afastou dos Filhos de Tayla enfeitiçados e correu até Jorge Blanco. Se ajoelhou perto dele, chocada com a ideia de vê-lo praticamente voando. Jorge estava no chão, tentando ser forte o suficiente para se levantar. Mas ele se remoía de dor, murmurando coisas que apenas ele entendia, praguejando a pantera.

— Você está bem? -Martina perguntou. Uma pergunta bem idiota, é claro que ele não estava bem. 
— Meu orgulho está pior. 

Ela, com suas mãos delicadas mas fortes, ajudou-o a se sentar. A Auxiliar encarou seus olhos, estavam mais claros do que o normal. Não podia negar, aqueles olhos verdes de Jorge Blanco conseguiram fazer com que ela se lembrasse de quando ela encontrou com os olhos de azuis de Pepe Barroso, e o beijou, e todos os seus pensamentos se tornaram uma bagunça outra vez. Logo afastou essas lembranças da mente e se concentrou apenas nele. 

— Você precisa se curar. Use sua varinha, a minha não é tão forte. 
— Não, Martina. Essa varinha só causa problemas para todos aqui. Estou bem, posso aguentar! 
— Você não está bem! -Retrucou a Auxiliar, com teimosia. 

Ela também tinha poderes. E quando algum herói se machucava, toda a ficha era passada para ela rapidamente. Jorge Blanco estava mais fraco, e, de acordo com o gráfico que foi enviado a ela, não poderia usar seus poderes. Ele era imune a qualquer elemento que controlava. Porém, se os usasse, os poderes seriam voltados contra ele. Jorge Blanco morreria se continuasse naquela batalha. E não era aquilo que eles queriam. Não poderia honrar a morte de Lodovica se Jorge morresse logo em seguida. 

— Você está fraco, e se for atingido assim outra vez vai morrer, você não pode morrer.
— Não vou morrer, Stoessel! -Ele sorriu. - Tenho que estar aqui... Para te proteger em batalhas como essa. Não vou deixar que tirem mais alguém importante para mim. Estou bem. - Insistiu.

Martina encarou a barreira de Filhos de Tayla, todos aparentemente humanos. Porém, metade de seu sangue eram de animais. Por dentro, estavam como feras brigando por comida, preparados para atacar qualquer um que tentasse ultrapassar a barreira. Cada um deles era diferente do outro, mas que os faziam únicos, fortes e poderosos. Um passo em falso, e Martina poderia ser morta de inúmeras maneiras diferentes e horríveis. 

Encarou Jorge outra vez. Em um suspiro forte, tentou pensar em maneiras de ajudar Jorge. Ele estava todo machucado, rastros do egocentrismo da Pantera Negra Louca do Mal. Michelle havia jogado-o em direção a um vaso, e agora ele havia acabado de cair com tudo em paredes monstruosas de nada mais do que heróis enfeitiçados. Ela conseguia sentir sua dor. E tinha total certeza: a dor física não era o que o fazia não conseguir se levantar. - Pegou sua varinha e, mesmo com os protestos de Jorge, usou os poderes de Alba Rico Navarro, substituta de Mercedes Lambre, a fada irritante, e fez o possível para que o Herói da Geração conseguisse se sentir bem. Fez um feitiço leve de recuperação rápida. Ele ao menos conseguiu se levantar depois daquilo. 

— Não precisava, Stoessel! -Ele protestou, cruzando os braços. - Eu disse que estava bem!
— É minha vez de te proteger, Heroizinho. Não reclame. Agora vá, precisamos seguir com o plano. 

Ele assentiu, com aquele sorriso que ela odiava e amava. Não pôde evitar, devolveu o sorriso. 

Pepe sentiu um turbilhão de raiva. De Michelle, por ter um coração tão frio, e dele mesmo, por tê-la criado daquela forma. Era culpa dele. A culpa era toda dele por Michelle estar tentando pegar a Rosa Negra, por ela ter enfeitiçado todos as fadas, e muitos heróis. Pela morte de Lodovica e de Mercedes. Pelo buraco no coração de Jorge que talvez nunca pudesse ser reparado. 

— Tenho pena de você. - O garoto respondeu com rispidez. Ela gargalhou. 
— Pena de mim? Você deveria ter pena de si mesmo, Barroso. Você é igualzinho a Jorge Blanco: mesmo tentando ser o herói, não consegue. Seu destino é ser um vilão. E quer saber de uma coisa? Você também não será o herói dela. Mas não fique surpreso, não se sinta mal, Martina será a próxima a morrer. A tentativa dela de pegar a Rosa Negra vai causar sua morte. 

Barroso, o Ilustrador da Geração P.B.S. e Herói da Geração, a atacou, como uma verdadeira pantera. Não pensou no que estava fazendo, apenas o fez. Sem raciocinar, ele manipulou seus poderes, metros e metros de linhas a envolveram, como uma cobra faz para conseguir seu almoço ou cordas grossas e fortes. As linhas a apertavam fortemente, ela começou a rosnar. Seu espírito pantera foi mais forte: ela se transformou tão rapidamente que seu rugido alto não surpreendeu Pepe. Em tentativas vãs de se soltar, Michelle se remexia. As íris de seus olhos ficaram totalmente vermelhas, de raiva. Pepe se apoiou em uma prateleira, seus poderes estavam mais fortes e não estava acostumado, portanto ficava mais fraco quando os usava. Mesmo assim, sabia que seria temporário. Depois de sua respiração voltar ao normal, a encarou, amarrada e irada.

— Tem razão. Meu destino é ser um vilão. E eu sou um vilão mesmo. -Ele olhou para suas marcas nos pulsos, orgulhoso. Mas são meus poderes de vilão que fazem de mim um herói. 

Ele teve de alcançar o seu limite para fazer o que era certo. Usando seus poderes outra vez, fez com que uma série de pequenos brilhos dourados fossem até a pantera. Em seguida, os brilhos se tornaram um só, formando uma luz tão forte quanto a que o Livro dos Sonhos e a Rosa Negra emitiam. A luz percorreu todo o caminho das linhas que a prendiam, como cordas, e brilharam ainda mais. Michelle berrou de dor quando as linhas se tornaram ainda mais grossas. 

— Seu heroizinho barato! -Ela rugiu, inquieta. - Você vai me pagar!

O garoto olhou nos olhos da pantera, que estavam vermelhos como o sangue. Escuros e sombrios. Ela estava tentando de todas as formas se soltar, as cordas estavam fazendo ela ficar mais fraca. Aquilo a irritava, e muito. Com muita raiva, usou todos os poderes que estavam a seu favor, se transformando em inúmeros animais, e monstros, e virando personalidades de vilões e aliados com aparências bem diversas e diferentes da sua própria. O rugido de Michelle ficava cada vez mais alto à medida que as cordas sugavam um pouco dos poderes que ela havia roubado. 

Pepe não conseguiu ver aquela cena por muito tempo, estava enfraquecendo também. Querendo ou não, Michelle era uma personagem sua. E quando algo acontecia a seus personagens, acontecia a ele também. Michelle estava enfraquecendo. Pepe estava enfraquecendo. E, obviamente, usar seus poderes aos mesmo tempo que ela estava perdendo os dela, tornava a situação bem mais delicada e o deixava fraco a ponto de seus joelhos falharem e cair no chão. Sua respiração, irregular, e seus batimentos mais lentos e fracos. O garoto começou a se sentir tonto. 

Seus músculos se enfraqueceram quase totalmente. E então, o brilho das cordas envolveram os dois. Aquela luz, tão forte antes, aumentou a força. Provavelmente todos os outros naquela estufa tamparam os olhos para se proteger. Apenas Pepe e Michelle podiam manter os olhos abertos. Um enorme círculo de luz e poder envolveu os dois. As cordas de Michelle foram quebradas. Depois daquilo, Barroso só conseguiu sentir seu corpo voando com a explosão e o grande BUM que seus poderes causaram. 

A luz, antes concentrada no círculo, agora se expandia por toda a estufa atravessando cada corpo vivo de lá. Todas as Fadas e Filhos de Tayla foram ao chão, como Pepe e Michelle. Ele só ouviu gritos eufóricos e pedidos de ajuda. Quando o garoto voltou a ter forças o suficiente para abrir os olhos e se levantar, sua cabeça doía, seus braços pareciam ter sido arrancados fora. Exceto por sua marca nos pulsos, não sentia mais nada. À sua volta, Filhos de Tayla sentavam no chão, confusos e frustados. 

O Ilustrador ouviu sons de diferentes tipos de animais, aparentemente bravos, e murmúrios por toda parte. Um pato selvagem corria de um lado para o outro, e ficou ao lado de Pepe grasnando sem parar. O pato parou de andar, e ficou em sua forma real: uma garota. A garota mais estranhamente rebelde que já tinha visto: seu cabelo era curto e repicado na altura dos ombros, como se o tivesse cortado sozinha, e o deixado bagunçado em uma ondulação proposital, era tingido de verde escuro; embora parecessem a cor natural de seu cabelo, a raiz dedurava ser de um castanho escuro quase preto. - da mesma tonalidade de algumas penas da região da cabeça ao pescoço, quando estava em sua forma pato-, e ela usava uma camiseta de Rock marrom, com estampas parecidas com a textura de suas penas, calças laranjas bem chamativas, e tênis pretos que nunca saíam de moda. Usava pulseiras azul-marinho em cada pulso, abaixo de sua marca igual a de Barroso, e seus olhos eram castanhos-escuros e totalmente ameaçadores. Mas o que mais o chamou atenção foram seus braços. Haviam algumas tatuagens com frases que ele nem se arriscava em tentar lê-las, e desenhos de lugares e pontos turísticos clássicos como a Torre de Pizza ou o Cristo Redentor. No outro braço, ela guardava uma tatuagem do Pato Donald, que sorria e fazia um coração com as mãos. Embora ela tivesse a essência de uma garota totalmente rebelde, seu rosto tinha traços delicados e ela tinha olhos tão ameaçadoramente meigos que Pepe não conseguiu evitar morder os lábios para não dar uma risadinha. Aquela garota tinha de tudo para parecer rebelde, mas ela, ironicamente, poderia ser chamada de "fofa".

— Ah, mas aquela "Senhora Maldade Suprema" vai se ver comigo! Ah, se vai! -A garota resmungou, não baixo o suficiente para impedir o garoto de ouvir. - Aquela... Quack! Quack! 

A garota se transformou em pato de novo. Começou a ficar agitada e raivosa, atacando e grasnando para qualquer um que ousasse se aproximar, batia as asas e dava pequeno voos em círculos. O Herói da Geração arregalou os olhos, em suas feições era nítido ver seu pensamento confuso e surpreso: "Eu criei aquilo?". 

Ruggero gargalhou e caminhou até Pepe, ajudando-o a se levantar rapidamente. Estava incrédulo com os poderes do garoto, e sem saber o que falar. Apertou os dois ombros do garoto, perplexo e alegre. Pepe olhou em volta e piscou.

— O que está acontecendo, Mago Implacável? -Ele perguntou. Fadas estavam agitadas por toda a parte. Monstros estavam tontos, e tentando manter o equilíbrio.

O Herói Fixo riu, estérico.

— Você desfez a barreira de ilusão de Michelle, garoto! -Ruggero o chacoalhou como se o garoto estivesse dormindo. - Todos os Filhos de Tayla e Fadas do Norte voltaram ao normal, cara! O QUE VOCÊ FEZ?
— A-ah... -Piscando mais duas vezes, o pulso de Barroso começou a pulsar loucamente. Voltando a sentir uma runa de personagens saindo do Lado Negro da Força e ficando ao seu lado, como sempre deveria ter sido. Agora ele entendia o motivo da raiva da garota-pato: ela não parecia ter gostado de ter sido totalmente manipulada pela pantera. - Eu não sei... 

Martina sorriu. A barreira de Filhos de Tayla acabara de ser desfeita. Michelle provavelmente não estaria nada feliz com aquilo. Todos ali sabiam que os filhos da pantera do bem foram criados como totalmente heróis, mesmo vindo de uma linhagem de vilões como Pepe, todos eles, ou a maioria pelo menos, havia conhecido o Livro dos Sonhos em sua adolescência e ficado por anos treinando para aquela batalha que estava acontecendo. Treinados para serem os heróis. Treinados para servirem ao Sistema da Tropa Defensora do Livro dos Sonhos. O que significava que suas funções eram todas relacionadas àquilo, e que no geral eram imunes aos poderes de Michelle. Praticamente, apenas a ilusão era o poder que todos eram sensíveis. 

Fazia parte do plano na pantera contar com aqueles heróis no estado zumbi, obedecendo suas ordens sem saber o que estavam fazendo. Michelle estava contando com o Exército da Fadas para conseguir ter domínio sobre o livro mágico. Ela se irritou com a ideia de Pepe ter estragado quase tudo. Não deixaria as coisas ficarem assim. 

Jorge esfregava os olhos, rindo. Fora atropelado por cinco ou seis animais, Filhos de Tayla, irmãos de Lodovica... Seus irmãos. E por alguma razão estava feliz por aquilo. As coisas estavam voltando aos eixos, o que era bom. Encarou Martina, que o observava e suas bochechas ficaram vermelhas. Se recompôs e se levantou. Ela ainda o observava e ele ainda não entendeu por que a Auxiliar estava tão concentrada nele. 

Irritada pela lerdeza, Stoessel apontou para a mesa atrás dela e cruzou os braços. Moveu os lábios, e mesmo sem dizer uma palavra, foi clara na mensagem: "A Rosa Negra!!!!!!!!!!!!". Jorge teve um estalo e arregalou os olhos. Martina era uma garota muito expressiva, ele a conhecia bem, e apenas com seus movimentos ele entendia o que ela dizia. Naquele momento ela parecia brava, quase desesperada, e pedia para Jorge dizer algum comando para os irmãos e distraírem Michelle e os aliados. Assentindo, ele falou com cada um dos irmãos usando a pulseira holográfica e eles formaram um plano B na mesma hora. 

Os Heróis da Geração se levantaram rapidamente e defenderam Martina, distraindo os últimos monstros que restavam ali, enquanto a Auxiliar se aproximava lenta e disfarçadamente daquela mesa. Em alguns momentos, usava seus poderes para fazer monstros desaparecem, e defendia Jorge, Ruggero, Diego e até mesmo Pepe. Michelle ainda estava caída no chão, quase desmaiada, em sua forma humana. A pantera já havia se acostumado com tantos poderes, e perdê-los bruscamente deveria ser difícil, Martina imaginou. Ao longe, Pepe se dedicava a não demonstrar sua dor física, entretanto ela era sua Auxiliar. Tudo estava entrando em colapso em Pepe. O garoto era como uma esponja. Quando retirava os poderes de alguém, os absorvia. Ele estava lutando para não deixar escapar o poder de Michelle, a ilusão. Era uma manipulação complexa que mexia com a força física das pessoas. Michelle era imune às dores e complicações, já Pepe não. E Martina podia ver aquilo nitidamente. 

Por esse motivo, tomou impulso e correu. A Auxiliar estendeu o braço na direção da mesa, e pegou o cilindro de vidro que protegia a Rosa Negra. 

Nada aconteceu, o que era aparentemente bom. Martina sorriu.

— PEGUEI! -Ela berrou o mais alto que pôde. Jorge inclinou a cabeça em sua direção e permaneceu sério, mesmo que por dentro estivesse aliviado e feliz. - DIEGO! 

O Guardião estava, finalmente, feliz! Socou um monstro, uma espécie de "Lobo Mau", em sua versão nada infantil - o cara com certeza não havia saído de um conto de fadas, com toda a raiva que havia guardado e estendeu os braços para que sua conselheira jogasse o cilindro. 

— Consegue pegar? - Ela perguntou.
— Ah, minha querida! Se eu consegui ficar vivo até agora, consigo qualquer coisa! Manda ver! - Provavelmente era verdade. Contudo, o Guardião estava com cortes em todos os locais do corpo. Inclusive em lugares que não pareciam nada confortáveis. De qualquer forma, Martina jogou a Rosa Negra, e o Guardião a pegou, como se fosse simplesmente chaves. Abriu o cilindro e pegou a flor mágica. 


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Notas finais do capítulo

Sim hahahahaha :V "EU PAREI NA PIOR/MELHOR PARTE" :') Aconteceu muita coisa nesses últimos dois capítulos, foram muitos longos? Talvez :v Mas saibam do core que eu amei escrever todas essas cenas :v E, aaaargghh, meu coração! O próximo capítulo é o último :') A reta final da final da final da final da final :v Não estou NADA preparada para me despedir dessa história que eu tanto amei escrever ♥ Mas, bem, espero que vocês gostem da maneira que deixei o desfecho e *risada maléfica* me esperem no próximo, podem dizer o que quiserem dizer hahaha :V E a propósito, no próximo capítulo tenho uma surpresinha para vocêêêêêêêsssss :V (preparem o core ♥).

Deixem suas opiniões nos comentários! Vou amar lê-los e respondê-los! Muito obrigadaaaa ♥

~ Isabella M.



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