I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 8
Capítulo 8 - Boa Noite




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Eu quero realmente quero que sejamos amigos garota 

Eu quero acordar em seu mundo 

Eu realmente quero ser salvo 

E espero não ser tarde demais 

Eu realmente quero que você sinta minha falta 

    Good Night

 

POV Thomas  

Talvez você já me conheça bem o suficiente para eu lhe contar algumas coisas da minha vida. Meus pais são separados. Quer dizer, eles não foram nem mesmo casados. Meu pai nasceu no Brasil, de uma família rica, e aos 15 anos foi estudar nos Estados Unidos, mas todas as férias voltava para passar um tempo com a família. Minha mãe era de uma família de classe média, que eu nunca conheci. Em uma dessas férias, quando ambos tinham 19 anos, acabaram se encontrando em uma praia no litoral e se apaixonaram. Minha mãe engravidou e ele voltou para os EUA quando as aulas começaram. Sem contato nenhum com o garoto que a engravidara, ela foi abandonada pela própria família e teve o filho (EU) completamente sozinha. Quinze anos depois o homem volta, agora já enriquecido pelo próprio dinheiro, com o próprio império comercial e consegue se encontrar com ela. Ele fica sabendo do filho que teve e desde então ele não sai do meu pé. Eu cresci alimentando uma raiva incontrolável desse cara e do que ele havia feito com minha mãe, que não conseguiu terminar a faculdade de jornalismo que tinha começado, e que passou toda a vida trabalhando em empregos que não gostava para poder me sustentar, completamente sozinha. Quando eu alcancei idade suficiente para trabalhar, comecei a ajudar minha mãe com a renda familiar. E eu nunca aceitei um real que fosse do meu pai. Só faço as coisas que minha mãe pede para eu fazer, como sair em jantares importantes. Meu pai nunca se casou nem teve filhos, então de vez em quando ele me leva para me apresentar como seu filho para algumas pessoas bem vestidas. Ele deve pensar que eu vou herdar o império dele no futuro. Mas só faço isso se minha mãe pede, porque se dependesse de mim, nunca mais deixava aquele homem pisar em nossa casa.

 

Voltando para o conflito inicial... Isadora me observa atentamente e eu sinto meu coração bater forte contra o peito. Antes que eu faça qualquer coisa as palavras saem da minha boca sem minha permissão. Ela disse que não confia em mim, mas para ganhar a aposta de Alex preciso que isso mude de alguma forma. 

—Você quer sair comigo algum dia desses?  

Ela parece surpresa com o convite. Eu também. – Sair com você? Eu te conheci ontem. -Ela diz, hesitante.  

—Você disse que já me conhecia. –Digo, falando as palavras da festa. –Mas você falou que queria me conhecer de verdade, certo? Vamos fazer isso então. Pode ser sexta?  

—Sexta? Não sei... Preciso pensar. –Ela morde o lábio, nervosa. –Se resolva com Vanessa antes de qualquer coisa. Depois nós discutimos  isso. –Antes que eu possa responder ela me deixa sozinho, observando ela ir embora. 

É um pouco estranho. Eu me sinto confortável falando com ela, não preciso fingir como quando estou perto de outras garotas. Porque eu preciso ser bonito, legal, rico, educado, beijar bem e todo o resto. Para as outras pessoas sim, mas para ela... Eu não preciso fingir. Eu estou ficando louco. Sabia que não devia ter aceitado a aposta de Alex. Já consigo ver todo o drama que vai ser. Só espero que eu não me apaixone.

 

POV Isa  

Sento-me em um dos bancos do pátio. Ok, calma. Thomas Menezes acabou de me chamar para sair? Tipo, em um encontro? E eu meio que aceitei? Eu sou idiota? Ele vai provavelmente me levar em um lugar ruim, me dar uns beijos e me largar sozinha! Isadora, acorde! Sinto alguém se sentando ao meu lado e vejo Matt com a testa franzida. 

—O que ele queria? –Ele pergunta, olhando para mim. Mordo o lábio inferior com força. Posso falar para Matt que eu vou sair com Thomas? Não seria uma boa ideia, mas eu não posso esconder as coisas assim né...? 

—Ele me chamou para sair. E eu aceitei. –Digo, na lata. Ele respira pesadamente, como se tivesse sido atingido por um soco.

—Por que? Você sabe quem ele é. Você sabe quantas garotas caíram na lábia dele. Você sabe qual foi o estado que ele me deixou no nono ano. Você sabe que eu me preocupo com você... –Ele diz, rapidamente.

Dou um abraço nele e desarrumo seu cabelo cor de areia. –Olha Matt, eu sei de tudo isso. Mas eu sei que é diferente agora, certo? Ele é diferente do que eu pensava. E você vai perceber isso também daqui a pouco. Você vai ver. Confia em mim, ok? 

Ele fica alguns segundos em silêncio, mas acaba concordando. –Eu não vou impedir você de sair com ele. Nem posso fazer isso. Mas se tudo der errado, saiba que eu vou sempre estar aqui para você. Certo? –Ele sorri. –Vou pegar alguma coisa para você beber. Já volto.

Assim que Matt se afasta prendo a respiração. Matt me deu permissão para sair com Thomas? Será que é certo eu fazer isso? Matt ainda é apaixonado por mim não é? E Thomas? Com certeza não.  Mas eu consigo falar com ele normalmente. Como seria se ele gostasse de mim de verdade? Não seria legal? O garoto mais popular e bonito da escola interessado em mim? Não, Isadora. Não seria. Certo?

Avisto Evey e Alex conversando perto das mesas de pebolim e decido não interromper a conversa dos dois. Mas ela me vê e puxa o garoto até mim, no lado mais isolado do pátio.

—Ai meu Deus! –Ela grita assim que chega perto de mim. –Tomas acabou de passar pela gente? Vocês vão sair, né? –Ela diz, totalmente animada. Alex sorri e passa a mão no cabelo da menina.

—Não sei ainda. Eu disse pra ele se resolver com Vanessa primeiro. Mas estou confusa. Não sei se quero fazer isso mesmo.

—Ah, qual é? Vocês só vão sair uma vez. Não vão transar nem nada. –Ela pensa um pouco sobre isso. –Eu acho, pelo menos. Nunca se sabe. Thomas é correria.

—Nem me fale. Eu conheci ele ontem, Evey! –Falo, com a voz esganiçada. Alex começa a rir da minha cara. –Não ria de mim!

—Vocês estão tão nervosas por um negócio assim? Gente, é só o Thomas. Ele é um bobão. Não é o Brad Pitt. –Alex zomba.

Matt chega com um copo de chá gelado. –Licença. –Pede, para Evey e Alex. Alex o olha com uma sobrancelha erguida. Sei que ele também tem um negócio de mexer com os nerds do colégio, mas fica quieto. Ele me entrega o copo e eu bebo rapidamente.

—Acho que não vou aceitar. –Falo, enquanto várias coisas passam pela minha cabeça. E se ele me levar para a cama e me largar sozinha?

—Opa, calma. –Alex fala para mim, com os olhos arregalados. –Por que essa cara de assustada? Ele não é um monstro, ok? –Ele diz, tentando me acalmar. Depois de alguns instantes fala baixinho. –Por que estou ajudando ele, caralho?

—É Isa, fica calma. Vai dar tudo certo. Quando vai ser? Sexta? Vai ser demais! Só não deixa nenhuma garota ficar sabendo, principalmente Vanessa. –Evey fala, fazendo uma careta.

—Tá. E seria ótimo se vocês não falassem tão alto. –Alerto, mordendo o dedo. Alex sorri ao ver meu nervosismo. POR QUE EU ESTOU TÃO NERVOSA?


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