I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 45
Capítulo 45 - Ela Adormece


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE MARAVILHOSAA! Eu sei que eu fiquei um tempinho afastada, mas é que eu estava de novo em período de provas (fechamento de trimestre é foda) então não deu pra postar. Mas já acabou e eu estou de volta. Obrigada à todos que comentaram e, uau, batemos os 100 comentários!!! Obrigada mesmo. Beleza, boa leitura aí e beijinhos ♥



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Ela adormece e tudo em que ela pensa é você

Ela adormece e tudo com que ela sonha é você

Quando ela está adormecida o ar que ela respira é para você

    (She Falls Asleep)

 

 

POV Isa  

Thomas parou de ligar e de mandar mensagens. Acho que ele estava bravo comigo de verdade. Como se... aquela conversa tivesse sido nosso término definitivo. Como se ele tivesse percebido naquela hora que não iria dar mais. E eu? Fui orgulhosa. Tive a chance de consertar tudo quando ele perguntou se eu queria que ele me esquecesse ou se o queria de volta. Mas decidi ir pelo caminho mais doloroso. Thomas disse que ele era o único que se importava com nosso relacionamento. Que tinha sido especial somente para ele. Claro que isso era mentira, mas eu não queria discutir isso com ele estando bêbado. E estraguei tudo. É a primeira vez que ficava sem notícias de Thomas por tanto tempo e me sentia péssima.

Pego um travesseiro da cama de Luke e pressiono contra meu rosto, resmungando.

—Pare com isso. –Felipe diz se virando na cadeira do quarto. –Você está fazendo essas coisas estranhas há quase uma semana.

—Não me diga que é por causa de Thomas. –Luke diz, virando a página de uma revista em quadrinhos. Ele está sentado em um puff preto encostado à parede.

—Claro que é por causa de Thomas. Acho que ele me odeia agora.

—Você que devia odiar ele. Eu nem sei o que ele fez, mas eu já o odeio. –Ele diz, virando mais uma página.

—Você já o odiava antes.

—Exato.

Felipe gira uma caneta na mão direita. –Se você está tão agoniada por causa dele, devia ligar para ele logo.

—Mas ele me odeia.

—Você não sabe.

—Eu sei.

—Ah, fala sério. Ele é completamente apaixonado por você. Se você ligar ele vai entender. Acho que ele só está sendo orgulhoso. –Luke diz folheando rapidamente o resto da revista e jogando-a para longe. –Não é essa. Onde está a que o Homem-aranha aparece com o Batman?

—É a que tem o Homem-aranha e o Batman na capa. –Felipe diz, pegando a revista jogada no chão. –Essa é do Flash. Você é idiota?

—Vai se fuder.

Reviro os olhos e olho para o teto. Thomas já deve ter acordado agora. Será que ainda posso consertar? Se eu pudesse voltar no tempo... Pego o celular e aperto o número de Thomas. Toca várias vezes até alguém atender. 

—Oi? –Uma mulher diz do outro lado. Uma mulher. Às oito da manhã. –Alô? Tem alguém aí? 

—Thomas está?  

—Está dormindo ainda. Posso acordá-lo para você. –Fecho os olhos. Pague pelo que fez, Isadora.  

—Esquece. Depois eu ligo. –Eu falo e desligo o celular, engolindo em seco para tentar conter as lágrimas. Idiotas. Eu e ele. Dois idiotas.  

***** 

POV Thomas  

—O que você quer? –Pergunto para Max, sentado em um banco no parque perto da casa de Isa. Sobre Miranda, aparentemente a garota se apaixonou completamente por Max, e se recusou a voltar para o hotel. Ela ligou para o pai dizendo que estava bem, mas que não tinha intenção de voltar. Ele ameaçou deserdá-la, e pelo que sei, não voltaram a se falar. Max mora sozinho, então por enquanto ela está morando com ele. O que é muito estranho. Mas a gente releva. 

—Quero falar sobre Isa. –Ele diz e eu paro em frente ao banco com os braços cruzados. 

—Imaginei. Desembucha.  

—Vocês podem ser menos idiotas, por favor?  

—Não sou idiota. –Ok, eu posso ser um pouquinho. Mas não vou ficar admitindo isso para Max. 

—Sério? Isa me ligou hoje chorando porque você tinha dormido com outra garota. 

Olho para ele como se ele tivesse falado uma língua que não conheço. Ah. Isso.  

—Eu não dormi com ninguém. Dormi na casa de um amigo depois de uma festa e quando acordei essa garota que tinha dado em cima de mim a festa inteira estava do meu lado. 

—Na moral, me responde uma coisa: você gosta dela mesmo?  

—Claro, porra! Mas ela não gosta de mim!  

—Ela me ligou chorando porque achou que você estava com outra garota. Você acha que ela não gosta de você? 

—O que eu acho importa?  

Ele me observa com um misto de tristeza e raiva. 

—Você ainda quer ficar com ela? Então fique, desgraça! Ela ainda te ama, ok? Vá atrás dela. 

—Não da, Max. Não da. –Eu falo tentando organizar os pensamentos. Isa disse que eu podia ficar com quem eu quisesse, mas ficou triste quando pensou que eu realmente tinha ficado?  

—Me escuta. –Ele faz uma pausa e massageia a cabeça. –Onde você vai passar o Natal?  

—Sei lá, em casa. –Falo impaciente. O que isso tem a ver com nosso assunto aqui? 

—Isa vai passar o Natal sozinha. 

—Sozinha? 

—Luke vai para a Itália e Felipe, o outro garoto que vive com ele, pra São Paulo. Isa não vai voltar para o fim de ano. Eu ia para lá para visitá-la. 

—O Natal é em quatro dias.  

—Eu sei. Eu já tinha comprado a passagem e estava tudo pronto, mas não a avisei pois ia fazer uma surpresa.  

—E você está me contando isso por que...? 

—Eu não posso mais ir. Não vou deixar Miranda aqui sozinha. A ideia de ter que ficar aqui sozinha ou ter que voltar para o hotel a apavora agora.

—Compre uma passagem para ela. 

—Ela não tem dinheiro. O pai dela bloqueou o cartão e eu não tenho grana pra isso agora. Além disso, Isa nem conhece Miranda. Não posso simplesmente levá-la para passarmos o Natal juntos. 

—Então...? 

—Então vá você para lá. 

—Oi? 

—A passagem já está aqui. Se você não for, ela vai pro lixo. –Ele tira um pedaço de papel do bolso da bermuda preta e estende para mim. 

Essa é a chance definitiva. De consertar tudo. Eu não sei mais o que existe entre mim e Isa, por isso preciso descobrir. Pego o papel da mão de Max, torcendo para Isa me atender. E me perdoar por qualquer coisa que eu tenha feito. 

 

—Espera, repete. Você está vindo para cá? –Luke pergunta no celular. 

—É, acertou. Eu embarco em dois dias. 

—Para o Natal?  

—Isa não vai mais passar o Natal sozinha. 

—Por que esta me contando isso? Isa já sabe? 

—Não, e eu esperava que você não fosse contar. Eu pensei em várias maneiras e não encontrei nada melhor: preciso que você libere minha entrada no seu prédio. 

—Por que eu liberaria? Você só fez merda com Isa e como eu posso ter certeza que você não virou um ladrão ou traficante internacional de garotas?  

—Não vou fazer nada de mal para Isa. Qual é, você sabe disso.  

—Eu não sei de nada.  

—Por favor, Luke. Eu nunca de pedi nada.  

Ele suspira pensamento e ouço um barulho vindo do outro lado. –Tá, tanto faz. Vou liberar sua entrada, mas você tem que me prometer que vai tratá-la bem. Eu não aguento mais ver e ouvir ela chorando por sua causa. Estou indo para a Itália hoje. Volto dia 2. Cuide bem dela. 

Ele não me espera responder e desliga o celular. Dessa vez vou deixar essa falta de educação com a minha pessoa passar só porque ele aceitou fazer minha vontade. 

—Thomas? –Minha mãe diz aparecendo na porta do meu quarto. 

—Oi? –Eu respondo e jogo algumas camisetas limpas dentro da mala aberta sobre a cama. 

—Você vai mesmo? Não vamos passar o Natal juntos dessa vez?  

Olho para minha mãe que me observa com uma expressão triste e vou até lá para envolvê-la em um abraço. 

—Eu nunca passei o Natal fora de casa, mãe. Eu não queria fazer isso de última hora, mas... Preciso fazer isso por Isa. Ela vai passar o Natal sozinha em um lugar desconhecido.  

—Mas vocês não tinham terminado? 

—Sim, terminamos. –Volto para perto da mala e enrolo uma calça jeans. –Mas essa é a minha chance de tentar reatar nosso namoro. Você entende? 

Ela respira fundo. –Não vou te impedir. Os papéis já estão assinados para você ir sozinho.  

—Obrigado, mãe. –Pisco para ela e jogo umas cuecas na mala. –Você é a melhor. Eu vou ver com Miranda se ela não pode vir aqui um dia te visitar enquanto eu estiver fora pra você não se sentir tão sozinha. 

—Miranda? Sim, sim! Faça isso. Já estou com saudade dela. Como ela está? Achei que ela fosse ficar hospedada aqui em casa. 

—Ela ia. Mas Miranda não quer simplesmente ''ficar hospedada''. Ela se recusa a voltar para o hotel do pai.  

—Onde ela está agora então?  

—Na casa de um amigo de Isa. Eles estão se arranjando. Eu não sei qual o problema dos dois. Parece que foi uma espécie de amor à primeira vista. Piegas. 

Ela dá uma risadinha. –Romântico, você quis dizer. Mas como eles vão viver a partir de agora? Esse amigo estuda?  

—Ele é um pouco mais velho. Não, ele não foi para a faculdade, e é garçom em um restaurante famoso no shopping do centro. Conversei com ele hoje e ele me disse que tem um plano. Não sei bem o que é, mas ele sabe o que está fazendo. Ele é bom para Miranda, e aquela garota maluca disse que está adorando viver aqui. Imagine se ela decidir ir para a cidade de verdade. Vai enlouquecer de vez.  

—Ela é uma fofa. Chame ela aqui para a gente bater um papo, sim. Vou deixar você terminar de arrumar suas coisas. Ah! Vou deixar seu presente de Natal guardadinho até você voltar de viagem.  

Sorrio. –Tá bom. Obrigado.  

Ela sai do quarto e deixa a porta encostada.  

 

—Eu queria taaanto ir para os Estados Unidos com você. –Miranda diz aborrecida.  

A garota me convidou para conhecer a casa de Max antes da viagem, e eu aceitei. Queria mesmo conversar com ela. Ela estava com uma roupa muito estranha para, bem, ela. Pantufas rosa e branca com pelinhos nos pés e uma camiseta preta gigante com uma caveira verde estampada, obviamente de Max, e um laço gigante verde água na cabeça. O apartamento de Max era pequeno e eu estava me perguntando se Miranda estava se adaptando bem a isso, afinal, o quarto em que ela vivia, a cobertura do hotel do pai, era muito maior a todo o apartamento de Max. Mas ela parecia feliz. 

—Você está pensando muito alto. Devia ir para São Paulo antes de ir para os EUA. –Falo olhando ao redor. Pouca mobília e quase tudo preto. Alguns poucos detalhes coloridos que tem a cara de Miranda. 

—Eu quero ir para São Paulo também. Max disse que vai me levar. Um dia. –Ela da de ombros, como se não se importasse se esse dia estivesse longe ou não. 

—O que aconteceu com suas roupas bizarras?  

—Eu não trouxe muitas. Não planejava ficar tanto tempo aqui. Por isso tenho que usar essas coisas estranhas. –Ela diz puxando a camiseta de Max. 

—Bem, Max não é bem um cara normal no quesito estilo. 

—É. Por isso ele é demais!  

—Você é maluca. 

—Sério, Max é demais. Ele passa a maior parte do dia trabalhando, mas ele sempre é legal comigo e tenta entender as coisas que eu falo.  

—Vocês dormem na mesma cama? –Pergunto e ele fica levemente vermelha.  

—Não, não. Eu durmo na cama no quarto e ele no sofá.  

—Vocês já se beijaram?  

Ela desvia o olhar e eu dou uma risada. Tão inocente.  

—Onde está Max?  

—Trabalhando. Ele chega daqui a pouco.  

—Você tem falado com seu pai?  

—Eu deveria. Preciso dar um jeito de conseguir minhas roupas de volta.  

Olho em volta de novo. –Suas roupas não vão nem caber nesse apartamento.  

Ela dá de ombros. –Ah, a gente da um jeito.  

Nós estamos sentados no sofá da sala, que possui as paredes pintadas de azul marinho, bem escuro, e o chão de madeira escura também. Além do sofá também tem um tapete preto e vinho no chão e uma estante com uma televisão média. Alguns detalhes cor de rosa enfeitam a estante preta. Nesse momento ouvimos um barulho vindo de fora do apartamento e a porta se abre. Max levanta as sobrancelhas para mim e vem até nós. Ele me cumprimenta com um toquinho e beija o alto da cabeça de Miranda, que abre um sorriso enorme.  

—Veio conhecer nossa humilde residência? –Ele pergunta se sentando no braço do sofá. Max está vestindo uma camiseta preta de alguma banda e uma bermuda cinza estilo militar. Ele já se refere ao apartamento como “nosso”. Uau.  

—É. Vim conversar com Miranda. 

—Já arrumou as coisas para a viagem? 

—Tá quase tudo meio arrumado. Eu falei com Luke. Ele vai  me liberar na portaria.  

—Ótimo. Espero que você dê sorte com Isa.  

—Sim! Eu quero conhecê-la pessoalmente. Aposto que eu vou adorá-la. –Miranda diz com animação.  

—Quem você não adora? –Pergunto ironicamente e ela fica um bom tempo pensando sobre a pergunta e não chega à conclusão nenhuma.  

—Você perguntou se Thomas quer alguma coisa para comer ou beber? –Max pergunta para Miranda, que encolhe os ombros.  

—Ops. Você quer? Tem café. –Miranda diz.  

—Eu aceito café. Gosto de café. –Falo, lembrando-me do quanto Isa pegava no meu pé por causa da quantidade de café que eu tomava diariamente.  

Miranda se levanta em um pulo e vai saltitando até a cozinha do apartamento. Olho para Max, que passa a mão pelo cabelo estilo militar e balança a cabeça.  

—Como vocês estão? Ela dá muito trabalho? –Eu pergunto para o garoto.  

—Ela não dá trabalho, mas ainda está tentando se adaptar.  

—Você está dormindo no sofá, então? –Falo fazendo graça. Ele sorri.  

—Ela te contou isso? Foi engraçado. Na primeira noite que ela passou aqui eu achei que a gente fosse dormir junto. Ela me olhou de um jeito tão aterrorizado que saí do quarto rapidinho com medo de que ela fosse começar a berrar. Desde então tenho dormido aqui mesmo. –Ele da batidinhas no sofá.  

—Boa sorte.  

—Parem de falar de mim. –Miranda aparece com uma bandeja com uma xícara e um pedaço de bolo de chocolate. E olha feio para nós dois. 

Max sorri e espera ela colocar a bandeja na estante para puxá-la para um abraço. 

—Parem com isso. –Falo tomando um gole do café. –Está me deixando depressivo. Faz tipo uma semana que vocês se conhecessem. Como isso evoluiu tão rápido? 

Max da de ombros. –Parece que faz muito mais tempo.  

Olho para cima, tentando não olhar para os dois juntos. Tentando não sentir saudade de quando éramos eu e Isa. Tudo bem. Mais alguns dias e tudo vai poder se encaixar. Eu espero.

 


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Notas finais do capítulo

Comentários sobre o capítulo:
—Thomas é bem confuso, né?
—Eu amo o amozinho de Max e Miranda
—Comentem, por favor!



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