I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 4
Capítulo 4 - Ultravioleta




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Ela está bonita essa noite

Eu amo a forma com que ela brilha em ultravioleta

Intoxica minha mente

    (Ultraviolet)

 

POV Alex

Desço as escadas balançando a cabeça ao som da música. A maioria das pessoas já chegou, e estão todos bebendo e se divertindo no centro da sala de estar. Sorrio para todos de forma simpática, parando para cumprimentar um ou outro e perguntar se precisam de alguma coisa. Lista de afazeres: ser um bom anfitrião, feito! A campainha toca e eu corro para atender. Quem sabe dessa vez eu dou sorte e não é Evey? Ou será que ela não vem? Bem, eu ficaria extremamente chateado. Talvez você esteja se perguntando qual é exatamente a minha relação com essa ruivinha. Ótima pergunta. Nós nunca ficamos, se você quer saber. Tampouco não nos declaramos. Mas nós agimos como se estivéssemos flertando o tempo todo. E eu realmente gosto dela. Acho que não consigo explicar direito. Abro a porta e me deparo com Evey e Isadora. As duas estão lindas. O cabelo curto de Evey está com ondas atraentes e ela usa um vestido azul turquesa e sandálias da mesma cor. Isadora está com um vestido preto curto e um sapato de salto com brilhinhos. O cabelo longo está solto, completamente liso e batendo no quadril. A maquiagem das duas não é muito pesada, mas estão encantadoras. Dou um sorriso.

—Boa noite meninas. Sejam bem vindas. Achei que não vinham mais. As bebidas estão ali. –Procuro Thomas rapidamente com o olhar e o avisto conversando com uma garota um pouco mais velha. Chamo ele com a mão. Ele avista as meninas e vem apressado.

—Oi Alex. Foi difícil achar sua casa, pra falar a verdade. –Evey me dá um beijinho no rosto e dá uma risadinha.

—Sério? Quem bom que acharam. Estava ficando preocupado.

Isadora me dá um abraço rápido e fala alguma coisa no ouvido de Evey enquanto Thomas luta para chegar até nós com tantas pessoas na sala.

—Uau garotas. Estão lindas. –Ele pisca para elas e eu dou o braço para Evey.

—Vamos lá para dentro. Quero te mostrar uma coisa. –Me viro com ela e pisco para Thomas discretamente, dizendo “essa é sua chance” com os olhos. Ele faz sinal de positivo quando Isadora se vira para pegar um copo com bebida. Deixo os dois de lado e dedico minha atenção à minha princesa Evey. Conforme subimos a escada, comigo guiando-a, ela vai parando para observar os detalhes da casa.

—Ai meu Deus! Um mini Alex. –Evey dá uma risada ao ver uma foto antiga minha, onde um eu de 9 anos brinca com um cachorrinho. –Que fofo.

—Ei, pare de olhar essas fotos. É constrangedor. –Bagunço o cabelo (que eu passei duas horas tentando arrumar) e a levo para o andar de cima.

—Uaaaau... Sua casa é linda Alex. Aliás, você fez esse tour com todas as garotas? –Ela pergunta, desconfiada.

—Claro que não. Só com pessoas especiais. –Dou uma piscadela para ela, levando-a até meu quarto.

Ela observa cautelosamente todos os detalhes: uma das paredes é pintada de preto e as outras são brancas. Uma delas é quase completamente ocupada por um armário com um espelho na frente, e uma porta que dá para o banheiro. Uma segunda parede é coberta por pôsteres de bandas e guitarristas famosos, além de algumas outras fotos de mulheres que eu achava bonitas. Há uma cama de casal encostada em uma parede, junto com uma escrivaninha. Uma TV ligada a um console de videogame repousa no meio do quarto e minha bateria está perto do pé da cama, ligada a uma caixa de som. Um violão e uma guitarra vermelha estão encostados no armário. Por último, o quarto é iluminado por uma pequena varanda, que possui vista para o jardim e a piscina de trás da casa.

—Puxa... Sua casa é demais. Essas pessoas ricas... –Ela diz, observando a vista.

—Eu nem sou rico. O quarto de Marcos é duas vezes maior que o meu se você quer saber. –Guardo uma cueca largada no chão dentro do armário.

—Queria ser rico que nem vocês. –Ela revira os olhos. –Sério, a casa de Isa é ridícula. No começo eu me sentia até mal indo até lá. Agora eu já me acostumei, mas mesmo assim...

Deito-me na cama e indico o espaço ao meu lado, para ela se sentar.

—Posso te perguntar uma coisa?

—Depende da coisa. –Ela sorri e se deita ao meu lado. Prendo a respiração por um segundo quando ela apoia a cabeça em meu braço. Meus sentimentos em relação à Evey são bem conflituosos. Faz aproximadamente um ano que eu gosto dela. Tipo, gosto muito mesmo. Mas eu não parei de ficar com outras garotas por causa disso. Acho que no fundo eu nunca conseguiria ficar com ela de verdade. Ela é muito linda para mim, muito boa para mim.

—Bem... Você... –Marcos entra no quarto e leva um susto ao nos ver deitados na cama, juntos.

—Ah, puxa, foi mal. –Ele vai da confusão à raiva bem rápido. –Alex, seu idiota, tá todo mundo querendo falar com você lá embaixo. Deixa pra fazer essas coisas depois. –Ele fecha a porta com força e desce as escadas apressadamente.

Evey se vira para mim de novos, olhando fixamente para mim. –O que você ia perguntar?

—Ah. Esquece. –Dou um sorriso fraco e me levanto com um impulso, estendendo minha mão para ajudá-la a se levantar. –Vamos descer. Afinal, eu sou o anfitrião.

—Vamos. –Ela sorri também e arruma o vestido ao se levantar. Começamos a andar para fora do quarto, de mãos dadas.

*****

POV Isa

Vejo Evey subir com Alex pelas escadas e suspiro. Espero que eles finalmente se resolvam. Quero dizer, está tão na cara que eles se gostam, e ela não para de falar dele. Mas nada nunca acontece. E ela me deixou sozinha aqui, na casa de um estranho cheia de pessoas que eu não conheço. Thomas, o garoto de ouro está parado um pouco afastado de mim, me observando pelo canto do olho. Ele vê que eu olhei para ele e vem falar comigo.

—Oi. Acho que nós ainda não fomos propriamente apresentados. Eu sou Thomas. –Ele estende a mão para mim e dá um pequeno sorriso. Aperto a mão dele.

—Eu sei. Todo mundo da escola sabe quem você é. Sou Isadora.

—Todo mundo sabe quem você é também. Acho que te vi em algum lugar antes. Você é modelo? –Ele pergunta, e eu franzo a testa. Às vezes eu faço algumas campanhas publicitárias, mas ninguém na escola nunca veio me perguntar sobre isso. Não sei se ninguém vê as propagandas ou se ninguém sabe que sou eu lá.

—Modelo não... Mas eu pretendo ser. –Digo. Realmente gostaria muito de ser uma. Mas atualmente existem outras coisas para eu me preocupar. Nesse exato momento preciso me preocupar com o fato de o garoto mais desejado da escola estar dando atenção demais para mim e isso pode significar minha morte.

—Bem, boa sorte. Você é bonita como uma. –Ele se vira para falar com um garoto loiro. Ah, uau. Ele é cheio de galanteios. Ok, eu preciso admitir que vendo assim de perto Thomas me parece bem bonito. Por fora sim, talvez não por dentro. Tudo que eu ouço sobre ele não é muito positivo. Ele me guia até um sofá e senta-se ao meu lado.

—O que você está bebendo? –Ele me pergunta, se inclinando para perto de mim para ver o conteúdo do copo que eu peguei em uma mesinha.

—Boa pergunta. Parece algo que vai me matar. –Cheiro a bebida e sinto um cheiro extremamente forte. –Acho que não consigo beber isso.

Thomas pega o copo de minha mão e deixa em uma bancada. –Por quê? Vai pra casa dirigindo?

—Ah não. Não tenho 18 ainda. Você dirige?

—Eu já. Quer dizer, eu dirijo, mas não tenho nem idade nem carteira de motorista ainda. Como você veio para cá então?

—Carona. –Sinto meu celular tocar com uma mensagem nova. –Ah, é ele.  

'Vou sair com Fê hoje... Me liga quando quiser ir embora’

'OK'

Mando para Léo a mensagem e volto a prestar atenção em Thomas, que parece incomodado.

—É seu namorado?

—Não. Meu irmão mais velho. –Pego uma mecha de meu cabelo e começo a enrolar em meus dedos.

—Você tem irmãos, então? –Ele pega uma caneca na bancada ao lado de onde estamos sentados e bebe um gole.

—Tenho. Três. Um mais velho e dois mais novos, gêmeos.

—Cacete. Família grande. –Ele toma o resto da bebida da caneca e faz um bico.

—Pois é. O que é isso? –Pergunto, me referindo a bebida.

—Café. –Ficamos em silêncio por alguns segundos. –Voltando à sua família... Todos são bonitos como você?

Dou um sorriso. –Por quê? Está interessado em meu irmão?

—Talvez. –Ele sorri também. A música que estava tocando acaba e eu vejo uma garota apontando para mim e para Thomas.

—Nossa, garoto. Aposto que já estão me xingando por eu estar aqui recebendo sua atenção. –Resmungo para ele, abraçando uma almofada do sofá.

—Tem umas meninas na escola realmente muito chatas. Elas não sabem a hora de parar. Principalmente quando eu estou gostando de alguém. –Ele desvia o olhar e procura pelas meninas que estão falando da gente.

O que? Ele está gostando de mim? Franzo a testa e me afasto um pouco dele no sofá, mesmo que involuntariamente. E se ele quiser ficar comigo agora? Eu dou um chute nele e saio correndo? Quer dizer, não posso fazer isso certo? Thomas é bonito e tal, mas eu não ficaria com ele assim. Ele é um canalha. Todo mundo estaria falando disso amanhã. Eu ficaria conhecida como mais uma das garotas que Thomas pegou, tipo a louca da Vanessa. Do que eu estou falando? Nem sei se ele quer ficar comigo mesmo.

Ele percebe que eu estou quieta e começa a falar. –Quer dizer, eu tenho que ficar com você agora né? Sua melhor amiga te abandonou pra ficar com o panaca do Alex. Não precisa ficar assim. –Ele indica a distância entre nós nos no sofá. –Não vou te atacar. Eu vou na cozinha pegar um pouco mais de café. Quer vir comigo?

Continuo em silêncio e olho para baixo. Ele suspira. –Tudo bem. Fique aqui, certo? Eu já volto. –Ele se levanta e vai até a cozinha.

Deus, o que está acontecendo aqui? 


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