I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 31
Capítulo 31 - Garota Estelar


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Voltei de viagem bem, completamente queimada e vermelha. Huhaushsa. Como sempre, primeiro vou agradecer às pessoas que comentaram (BellaZuuh, Carina Darlly, Pandinha e Leao1123). Obrigada aos que comentaram e aos que favoritaram também. Esse capítulo ficou meio fragmentado, mas acho que dá pra entender... Boa leitura e beijinhos.



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Não quero desistir de você

Porque simplesmente não faz sentido

    (Star Girl)

 

POV Thomas  

—Qual é? –Eu falo arrastado, mais como um 'quaaaal éeeeee?'. Faltando quinze minutos para as sete da manhã, eu com a mochila nas costas, e minha mãe vem com uma dessas. 

—Você me ouviu. Vou ficar uma semana no Rio de Janeiro a trabalho e não quero que você fique sozinho tanto tempo. 

—E eu vou ficar aonde? –Pergunto enquanto apoio os braços na bancada da cozinha. Ela pega uma garrafa térmica preta e a enche com café quentinho. 

—Na casa do seu pai, talvez?  

Me seguro para não dar uma gargalhada. Em vez disso, falo: -Há. Pode ir sonhando. 

Ela estende a garrafa térmica para mim. –Você ainda não tem 18 anos, então não posso te deixe sozinho. 

—Claro que pode. Sou tão responsável quanto você. –Pego a garrafa da mão dela e dou um longo gole no café amargo. –Não posso, sei lá, ficar com Alex? 

—Alex e o pai ainda devem estar se acostumando com a vida pós divórcio. Você só iria atrapalhá-los. O meu voo sai hoje às três da tarde. Essa noite você pode dormir aqui, mas vou falar para seu pai vir te buscar amanhã. 

—Ah cara, que merda. –Eu reclamo e ela me lança um olhar reprovador. Eu sei o que significa. Não adianta mais argumentar. –Tá, tanto faz. Tchau e boa viagem. 

Aceno para ela e saio de casa batendo a mochila nas paredes. Ótimo. Eu mal posso esperar. Entro no carro e jogo a mochila no banco de trás. As semanas passaram rápido desde que Luke voltou para os EUA e as coisas parecem normais agora. Eu e Isa estamos completamente bem, apesar de eu ainda não ter muita certeza sobre a aposta com Alex. Me sinto culpado mas ainda não tomei nenhuma decisão a respeito. Os pais de Isa parecem ter aceitado nosso namoro completamente, e parece até que gostam de mim (do meu dinheiro, provavelmente). Falando nisso, ultimamente tenho andando mais tempo com meu pai do que o esperado, e não está sendo tão abominável quanto parece. Claro, ainda é o idiota que largou a mim e minha mãe anos atrás, mas estou tentando passar mais tempo com ele por Isa. Saindo da minha esfera, Alex está vivendo harmonicamente bem com o pai, porém não parece muito interessado em retomar contato com a meo. Para ele, o pai, Evey e a música bastam. Basicamente, tudo entrando nos eixos.

 

 

Alex dá uma alta gargalhada. –Isso é demais! Você vai mesmo dormir na casa do seu pai?  

—Se eu tivesse alguma escolha, não iria. –Eu falo com frustração. Isa, em pé atrás de mim começa a brincar com os anéis dos meus cabelos. 

—Mas você não passou as férias inteiras com ele? –Ela pergunta curiosa.

—Mais ou menos. –Falo com uma careta. Não foi bem assim. –Eu fiquei em outro quarto no hotel. A gente nem se via muito. 

Massageio as laterais da cabeça com os dedos, tentando me acalmar. Isa desarruma mais meus cabelos já desarrumados. 

—Vai ser legal. –Ela garante. –Assim vocês vão poder se aproximar mais e passar um tempo junto. 

—Ah tá. Eu estou super ansioso. –Falo com ironia. 

—É, tipo, sei lá, ficar mais próximo e pá. –Alex fala, sem ter muito o que falar na verdade. Ele dá de ombros e sorri. –Ah, relaxa cara. É só uma semana. 

É. Só uma semana. 

Nath chega saltitando ao lado de Evey e as duas se sentam no chão em frente do banco onde eu e Alex estamos sentados. Isa está atrás do banco, com os braços ao redor do meu pescoço e o queixo apoiado na minha cabeça.

—E aí, galerão? Prontos para as tão esperadas provas finais do terceiro trimestre? –Nath pergunta e todos nós emitimos um gemido. As provas finais valem mais na média que as outras, então temos que tirar boas notas. E depois, tudo pronto para as férias. Estou começando a ficar nervoso por causa das provas, mas ansioso para poder passar as férias ao lado de Isa. Estava pensando em marcarmos uma viagem para alguma praia, só nos dois. Seria legal, não?

—Gente, sério, eu to muito fudido. –Alex diz e Evey abraça as pernas do namorado.

—Relaxa Alex. –Isa balança a mão. –A gente vai te ajudar que nem nas últimas provas. E você foi bem, né? Vai acontecer a mesmíssima coisa.

—Deus te ouça. –Ele diz com um sorriso.

—Claro, Alex. Todo mundo aqui tem que passar de ano e irmos todos para o terceiro ano juntos para nos formarmos. –Nath diz, desembaraçando as mechas coloridas do cabelo.

—Nossa... Falta só um ano para a gente se formar... –Evey diz, pensativa. –Eu ainda nem sei o que pretendo fazer de faculdade.

—Não era economia? –Nath pergunta e a garota ruiva dá de ombros.

—Olha, meus pais preferem que eu faça economia à educação física. Mas eu quero mesmo é ser atleta olímpica. O que vocês acham?

—Eu acho ótimo. –Alex diz e faz sinal de positivo com a mão.

—Eu vou fazer veterinária. Mas tenho que pesquisar sobre as faculdades ainda. –Nath diz. –E você, Isa?

—Provavelmente jornalismo. Mas ano que vem pode ser que eu mude de ideia.

—Acho que eu vou de administração. Ou engenharia aeronáutica. –Eu falo e Evey dá uma gargalhada.

—Ah tá. Das 500 engenharias que existem no mundo você vai escolher justo a mais difícil de passar.

—É isso aí. Não sou pouco não. –Eu falo piscando para ela.

—Eu acho que vou tirar um ano de folga da escola depois de me formar. –Alex diz, se espreguiçando.

—Por que? –Isa pergunta.

—To cansadão. Acho que mereço uma folga. Só eu e meus instrumentos. –Ele finge que está tocando uma guitarra imaginária e Evey sorri.

—Isso aí, amor.

Alex pisca para ela e faz sinal de rock and roll com a mão. Isa revira os olhos e Nath começa a rir. É mesmo. O futuro já está aí, batendo nas nossas portas.

 

Depois das aulas, eu me viro para Isa, sentada ao meu lado no carro. Os cabelos dela estão presos em uma trança complexa e com um enfeite florido na ponta. Ela está com uma saia cinza e uma blusa de lã cru.  

—O que foi? –Ela pergunta com um sorriso indagador. 

—Você é bonita. –Eu falo e me viro para a rua novamente. Ela dá uma risadinha. 

—Você também é bonito, Thomas. 

—Eu sei. Mas você é... Mais que bonita. Sabe?  

—Eu sou especial? 

—Sim. Muito. –Eu paro o carro em frente a casa dela e olho para ela novamente. Respiro fundo.  

—O que você mais gosta em mim, então? –Ela pergunta.  

—De tudo. Gosto de cada parte de você. –Eu beijo sua mão e ela bufa. 

—Mas o que eu tenho de mais especial?  

—Nada. Você é toda, completamente perfeita. 

—Fala sério. –Ela dá uma risada e eu sorrio. 

—É difícil pensar no que eu mais gosto em você. Tente você. O que mais gosta em mim?  

—Fácil. –Ela estala os dedos. –Seus olhos. Eu adoro seus olhos. A cor deles e como eles conseguem expressar completamente tudo o que você sente. 

Dou um beijo em sua boca rapidamente. Agora tudo o que fazemos parece tão romântico. Deve ser idiotice, mas eu gosto. Gosto de Isa e de passar tempo com ela. É algo natural agora. Ou talvez eu só esteja sendo idiota mesmo. 

—Então você vai para a casa do seu pai amanhã? -Ela pergunta e eu emito um grunhido. 

—Infelizmente.  

Ela sorri. –Você vai conseguir, amor. E hoje você dorme sozinho, então? 

—É. Vou para o trabalho agora e depois vou dormir com a casa só para mim. 

Ela concorda com a cabeça e eu tenho uma ideia. –Mas eu posso não dormir sozinho hoje à noite. 

Ela franze a testa. –Você vai dormir com quem?  

—Você não quer ir lá em casa hoje?  

Ela recua um pouco instintivamente, mas eu não me incomodo. Tudo ao seu tempo. 

—Na sua casa? Nós dois? –Ela pergunta mordendo o lábio. 

—É. Vou fazer um jantar delicioso para você, nós dormimos juntinhos e depois eu te trago para a escola amanhã de manhã. O que acha? Programão, não?  

Ela suspira. –Não sei se posso. 

—Claro que pode. Você não vai me deixar sozinho hoje à noite né? –Olho para ela e dou meu sorriso travesso. Ela comprime os lábios. 

—Vou pensar. –Ela diz e se vira de lado. Eu sei o que isso significa. Me curvo um pouco e posiciono meu rosto perto do pescoço dela. Lhe dou um beijo.  

—Vou esperar você. –Eu sussurro e ela me empurra para meu banco, mas dá um sorriso. Ela estreita os olhos para mim e sai do carro. Isso aí. Encontro marcado hoje à noite com sucesso. 

No caminho para a loja de sapatos onde trabalho, paro em frente a uma loja de joias. Há algum tempo estive de olho nos artigos e hoje decido entrar. Se hoje for um dia especial para mim e Isa, quero dar um presente especial para ela também. O interior da loja é bem iluminado e acentua o brilho das joias. Uma das atendentes, vestindo um conjunto de terninho e saia pretos olha para mim e sorri.  

—Boa tarde, senhor. Precisa de ajuda? 

—Eu queria ver alguma coisa para a minha namorada. 

—Algum anel, colar, pulseira, brinco...?  

—Um anel... Acho. –Falo, coçando a parte de trás da cabeça. Ela sorri de novo e começa a me apresentar os anéis. Passo por alguns até ver um anel fino dourado, com um entrelaçado que segura uma pedra cor de esmeralda, semelhante à cor dos meus olhos que Isa tanto gosta. 

—Esse aqui. –Eu falo para a moça, que anda até mim. 

—Esse é lindo. Ela vai adorar. 

Ela pega o anel com cuidado, o coloca dentro de uma caixinha preta e me entrega. 

Perdoem-me o uso do termo, mas o anel foi caro pra porra. Mas valeria a pena. 

Algumas horas depois, sento-me no sofá esperando por Isa. Minha mãe já me mandou uma mensagem dizendo que chegou no Rio bem e foi jantar em um restaurante bacana com as pessoas que fora encontrar para os chefes. Meu pai ligou e disse, acanhadamente, que era para eu ir para a casa dele amanhã depois da escola. O que mais eu posso fazer? Isso mesmo, nada.

Eu coloquei um jeans azul básico, uma camisa preta de gola alta e uma gravata borboleta, para dar uma sensação de cavalheirismo cômico. Se isso existir. Fiz um jantar especial e arrumei toda a casa. Isa já veio a minha casa algumas vezes, claro. Mas é a primeira vez que um jantar a sós acontece aqui. Estou esperançoso. Ouço o barulho de um carro chegando, uma porta se abrindo e o carro indo embora. Corro para a porta de casa e a abro, vendo Isa colocar o cartão de crédito na carteira. Ela está com um vestido branco de alças finas e sapatos de salto alto  azuis claros. Uma parte do cabelo está presa para trás com um laço cinza, e a outra está solta e com algumas ondulações. Ela prende a bolsa da cor dos sapatos no ombro e sorri para mim. 

—Boa noite senhorita. –Eu digo, depositando um beijo em sua mão. Ela me dá um abraço. 

—Boa noite. –Ela fala em meu ouvido e eu respiro fundo, aproveitando a sensação.  

—Vem, vamos entrar. –Eu a puxo para dentro da casa e fecho a porta atrás dela. Deixei a maioria das luzes apagadas de propósito, na tentativa de deixar um ar mais romântico no ar. 

—Uau. Você arrumou a casa? –Ela pergunta e eu a conduzo até à mesa de jantar. 

—E cozinhei. Só porque você ia vir. –Sorrio para ela e a puxo para mais um abraço. Ela dá uma risada baixa. 

—Você está carente? –Ela pergunta levantando uma das mãos para afagar minha cabeça. 

—Você convenceu sua mãe? –Eu pergunto me afastando um pouco. Ela dá de ombros. 

—Ela não está mais implicando com você. Agora você é o príncipe encantado. –Ela revira os olhos, mas sei que compartilha da mesma felicidade que eu por causa disso. 

—Se eu for deserdado eu vou continuar sendo o príncipe encantado?  

—Para mim sim. Para ela você vai ser o sapo. 

Ela sorri da minha cara de descontentamento. 

—Mas você não vai ser deserdado. Tipo, eu sei que você não gosta muito do seu pai, mas ele te adora. 

Faço uma careta. 

—Não faça essa cara. Você sabe que é verdade. Você pode pedir uma casa pra ele que ele vai te dar. 

—Para me agradar. 

—Obviamente. –Ela passa as mãos pelos meus braços. –Mas eu gosto dele. Ele é um bom sogro, não acha? –Ela diz brincando. 

Levanto as sobrancelhas. –Sogro? Você pretende se casar comigo, então?  

—Quem sabe? –Ela sorri e apoia a cabeça em meu peito. Eu fecho os olhos e pouso os lábios na testa dela. Nesse momento, algo dentro de mim se quebra. Toda a culpa da aposta de Alex se condensa. Eu tenho que acabar com isso. Não vou mais conseguir ficar com ela se essa aposta ainda estiver de pé. E a coisa que eu mais quero é ficar com Isa. 

 


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Notas finais do capítulo

Também achei que esse ficou fofinho, e vocês? Comentem para mim!



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