I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 16
Capítulo 16 - Cherry Cola


Notas iniciais do capítulo

Oi pesoal! Queria agradecer de novo à leitora Louise pelo comentário. Obrigada! Boa leitura e beijinhos.



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Sim, eu recebo meus chutes de seus beijos de açúcar

Eu sou um viciado e você é uma das minhas fixações

    (Cherry Cola)

 

POV Thomas

No fim, Evey ficou sabendo de tudo. Mateus convenceu ela a falar de novo com Alex, e ela acabou ouvindo a conversa dele com Isadora. Eles tiveram uma longa discussão e tudo se resolveu. Do jeito que eu disse que resolveria. Ela disse que daria mais uma chance para Alex (a última). Mesmo que ele ache que vá magoá-la, ela quer tentar. Alex não pode fazer nada, apenas aceitar. Isadora parece feliz por ter arranjado os dois, e caminha sorridente ao meu lado.

—Eles estão juntos, Thomas. –Ela balança meu braço, e eu sorrio com ela. –Não é legal? Eu acho que Alex é realmente apaixonado por ela.

—Pode apostar que é. –Pego sua mão e caminhamos juntos até o estacionamento. –Vamos, entre. –Eu digo, abrindo a porta para ela.

—Eu vou com você?

—Vai. Alex disse que vai caminhar com Evey até a casa dela e seu irmão já foi para a faculdade dele. Eu te levo para casa a partir de agora.

Ela entra no carro ainda sorrindo.

—Quer passar em algum lugar para almoçar? –Pergunto quando entro no carro. Eu estou arquitetando um plano para pedi-la em namoro. Já me aproximei o suficiente para fazer isso, acho. Tenho que fazer algum avanço já que não acho que ela vá concordar em ir para a cama comigo sem estarmos namorando.

—Acho que tudo bem. Não tem ninguém em casa agora, só os empregados, e eu teria que almoçar sozinha.

—Vamos almoçar juntos então. –Sorrio para ela enquanto saio do estacionamento da escola com o carro.

 

Quando estamos sentados em uma das mesas de um restaurante, paro para observar a comida de Isadora. Alface, tomate, cenoura e beterraba, uma pequena porção de peixe, couve refogada e um copo de água. Franzo a testa.

—Acho que isso não é saudável. –Falo, apontando para seu prato. Ela parece confusa.

—Como assim?

—Onde estão os carboidratos?

—Estou de dieta. Quanto menos carboidratos, melhor. Eu preciso emagrecer um pouco para continuar na agência.

—Você já está magra.

Ela sorri. –Ei, pare de criticar meus hábitos alimentares. E você que só bebe café? Acha que eu não reparei? Você está SEMPRE bebendo café.

Dou de ombros. –Eu gosto. Me deixa ativo.

Paramos de falar para dar atenção à nossas comidas. Ela termina antes de mim e fica tocando em meu braço, distraidamente, enquanto eu como.

—No que está pensando? –Pergunto, curioso, colocando o último pedaço de carne na boca.

—Bem, Alex e Evey agora estão namorando. Que loucura.

—É. Agora os únicos que não estão namorando somos eu e você. Que loucura, não é? –Eu falo, apoiando a cabeça no punho, olhando para ela para captar alguma reação.

—Eu, você e Matt. Que loucura. –Ela ri da minha expressão.

—Você quebrou todo o clima. –Digo, fingindo estar aborrecido.

—Ah, desculpe. –Ela dá mais uma risadinha e segura minha mão. -Vamos indo? –Ela se levanta e eu a acompanho. Pagamos antes de começar a comer, e ela fez questão de pagar a própria comida. Claro, eu paguei três vezes mais que ela pela minha comida.

—Você não quer namorar comigo? –Pergunto quando estamos fora do restaurante escolhido por ela. Ela olha para mim e hesita antes de responder.

—Eu gosto de você. Mas não sei se estou pronta para outro relacionamento.

—Por causa daquele garoto, não é? Eu não sou como ele. –Chego mais perto dela e falo perto de seu ouvido. –Não vou te magoar.

OK, devo confessar. A culpa pesou um pouco na hora quando eu pensei na aposta de Alex. Mas só um pouco.

Ela balança a cabeça, negando. –Não podemos esperar um pouco? Faz tão pouco tempo que nos conhecemos. –Ela diz com firmeza.

Faço um bico. –Mas eu quero ficar com você.

Ela sorri e chega mais perto ainda. Ela dá um beijo rápido em meus lábios. –Nós podemos ficar juntos sem namorar. Por enquanto.

—E podemos nos beijar o quanto quisermos? –Eu falo, segurando-a pela cintura, com as bocas quase coladas. Eu acabei me segurando para não beijá-la antes por uma série de motivos. Encabeçando a lista estava a probabilidade de ela me dar um tapa assim que eu tentasse. Mas agora ela já está na minha. Posso sentir.

—Uhum. –Ela murmura baixinho e fica na ponta dos pés para me beijar novamente. Dessa vez o beijo é mais demorado e menos controlado. Gosto de beijá-la. Seus lábios são macios e quentes (ou o calor pode vir de mim mesmo), minhas mãos parecem se encaixar em qualquer lugar que toco em seu corpo e ela não beija avidamente, ela apenas curte o momento. Quando nossas bocas se separam, ela passa a língua pelos lábios, e sorri para mim.

—Vamos. Quero que me deixe em casa. Preciso estudar.

Franzo a testa, ainda sentindo o gosto de sua boca na minha. Andamos até o carro de mãos dadas. Parece que, apesar de eu sentir que ela está na minha agora, é ela que comanda o relacionamento. Ou ela só é mais controlada. Ela estando no comando ou não, não importa. Estou satisfeito por enquanto.

*****

POV Isa

Thomas parou o carro em frente à minha casa, e depois de se certificar de que não havia ninguém nos observando da janela, se inclinou para me beijar mais uma vez. Ou mais algumas vezes. Quanto mais nós nos beijávamos, mais parecia que o beijo ficava melhor. Deve ser por isso que todas as garotas são tão malucas a respeito dele. Antes que eu sente em seu colo e as coisas saiam do meu controle, mordo seu lábio de leve e abro a porta do lado do passageiro. Ele inclina a cabeça para trás, frustrado. Ele segura meu braço, guiando minha mão até a parte de trás de sua cabeça, no que se tornou um emaranhado de cabelos, e coloca a própria mão em minha cintura, me trazendo para mais perto. Quando olho, seus lindos olhos verdes estão cheios de desejo. Sem resistências, acabo me entregando a mais um beijo. Só um.

—Ei, Thomas. Eu tenho mais coisas para fazer. –Falo, rindo. Ele grunhe, mas desiste de me fazer ficar.

—Tudo bem. Vou te deixar ir embora... Dessa vez.

—Que possessivo. Tenho que fazer bom uso do meu tempo. –Tento arrumar o cabelo do garoto, que puxa minha mão e deposita um beijo na mesma.

—Beijar parece ser um ótimo jeito de fazer bom uso do seu tempo.

—Até você enjoar da minha boca. –Acabo falando sem querer. Thomas olha para mim, confuso.

—Não vou enjoar da sua boca. Você beija muito bem, se quer saber. Por que disse isso?

—Porque foi o que Luke disse para mim.

Ele ergue as sobrancelhas, surpreso. –Eu achava ele um idiota. Mas me sinto mal agora. Não devemos nos sentir assim em relação aos retardados, não é?

Abro um sorriso. –Vou entrar. Até amanhã. –Ele beija minha mão novamente antes que eu saia do carro. Observo Thomas até o carro sair do meu campo de visão, e entro em casa sentindo o calor do meu corpo diminuir gradativamente. Seth está olhando vidrado para a televisão, apertando diversos botões em um controle de videogame.  

—Boa tarde. –Coloco a mochila no sofá e aceno na frente de seus olhos, fazendo o possível para atrapalhá-lo. Ele dá um tapa em minha mão e pausa o jogo.

—Boa tarde. Aquele era Thomas? –Ele aponta para a rua, onde alguns minutos antes, o carro de Thomas estava parado.

—Era.

—Por que ele parou e vocês ficaram lá dentro por quinze minutos? –Ele pega um pirulito de um pote de doces e o coloca na boca.

—Seth!

—Esquece. Não precisa dizer. –Ele sorri maliciosamente e volta a jogar o videogame. Reviro os olhos e pego a mochila, subindo para o segundo andar com ela nas costas. Enquanto estudo, me pego pensando em Thomas em vários momentos, pensando em seu beijo, seu toque, até mesmo sua voz. Ouço um toque e viro o rosto para o celular.

—Alo?

—Dora, falou com seus pais?

—Oi Luke. Falei. Eles deixaram você ficar aqui. Você vem na quinta mesmo?

—Sim. Como você está?

—Bem. E você?

—Muito bem. Estou com saudade, mas é bom saber que vou ver você em alguns dias.

—Uhum. Já fez o seu cronograma de viagem? O que vai querer fazer quando estiver aqui?

—Não sei. Quero comer em todos os restaurantes que a gente ia quando namorávamos. Estou com saudade da comida também. Ouvi dizer que abriu um aquário na cidade . E quero ir para a praia.

—Tudo bem. Nós vamos. Evey tá louca pra te ver.

—Nossa, verdade. Tenho que ver os meus amigos também.

—Seus amigos você quer dizer eu e Evey né.

—Não. Os outros também.

—Nós somos suas únicas amigas.

—Eu sou popular, ao contrário de vocês duas. Perdedoras.

—Ei. Nós estamos andando com os populares agora.

—É mesmo? Conseguiram fazer amigos depois que eu fui embora?

—Pode apostar que sim. Evey até arranjou um namorado popular. E super bonito.

—Não tão bonito quanto eu.

—Você se acha, né garoto?

—Ela tá namorando então? Puxa... E você?

—Eu o que?

—Tá namorando também?

—Namorando não, mas to saindo com alguém.

—Me mostra quem é, que vou enchê-lo de porrada.

—Por que?

—Sou um amigo ciumento. Mateus não fez isso ainda?

—Claro que não. Mateus tem medo dele. E você também deveria ter.

—Medo? Não tenho medo de nada, gata. Preciso desligar. A gente se fala em alguns dias. Você vai me buscar no aeroporto?

—Se der eu vou sim. Beijos.

Desligo o celular e umedeço os lábios. Espero que tudo dê certo enquanto Luke estiver aqui. E espero que ele não encha Thomas de porrada. Realmente espero.

 

Na terça feira, encontro Evey abraçada com Alex, conversando com Matt. Ela parece feliz, e Alex só consegue olhar para ela. Ainda parece receoso com o namoro, mas a felicidade se sobressai.

—Parem de torturar Matt. –Falo, cutucando o braço dele. –Vocês o pegaram só pra fazer ele segurar vela?

—Eu segurei vela durante cinco anos com Nath e Marcos. Tenho que fazer alguém sofrer também. –Alex brinca, mexendo no cabelo de Evey.

Matt suspira pesadamente.

—Matt, Luke está ansioso para conhecer você. –Eu falo, e o garoto arregala os olhos.

—Eu?

—Sim. Eu e Evey falamos de você várias vezes para ele. Agora que ficamos próximos, ele quer conhecê-lo. –Evey concorda com a cabeça.

Thomas aparece no fim do corredor, e sorri para nós.

—Bom dia. –O cabelo dele está arrumado, e ele veste uma bermuda cinza e uma camisa preta. Está bonito como sempre.

—Já Thomas... Acho que ele não está tão ansioso assim. –Falo baixinho.

Matt alterna o olhar entre mim e Thomas, e se despede para falar com seus outros amigos. Nessa hora, começa a chover. A chuva é fraca, mas no decorrer do dia fica mais forte, com trovões e raios. A luz não chega a cair, mas no fim do período, estou apavorada demais. Assim que o último sinal toca, Thomas aparece na minha sala, e corre para ficar ao meu lado. Matt também fica por perto quando descemos as escadas, e me dá um abraço caloroso antes de ir embora. Alex e Evey falam várias coisas para mim, mas não entendo direito. Suas vozes se misturam com a chuva forte e decido parar de tentar entender. Não vejo Marcos e Nath. Devem ter ido embora já.

—Então nós vamos indo. –Alex fala, depois de vários minutos (ou será que não foram tantos assim? Pelo menos foi o que pareceu) olhando nervosamente para mim, sentada no banco com uma blusa cobrindo a cabeça.

—Não querem carona? –Thomas pergunta, e sua voz soa mais clara, por estar sentado ao meu lado no banco, a mão em torno do meu corpo de forma protetora.

—Eu chamei um táxi. –Evey diz e se agacha para falar com Thomas. –Cuide dela. Nós vamos indo, ok? Se precisar de alguma coisa, ligue para nós. 

Depois que eles vão embora, Thomas tira o capuz do moletom de meu rosto e eu vejo seus lindos olhos olhando com preocupação para mim.

—Onde você quer ir? –Ele se levanta e me oferece a mão. O céu atrás dele está muito escuro. Muito escuro para ser somente três da tarde. Um raio ilumina a paisagem de repente, me fazendo encolher. E claro, depois do raio, um trovão forte faz quase a escola balançar com o barulho. Como eu não me movo, Thomas me pega no colo com cuidado e eu abraço seu pescoço. Ele atravessa o estacionamento rapidamente, mas várias gotas de chuva nos atingem com violência. Já dentro do carro, Thomas usa uma toalha para limpar meu rosto. Nesse momento a chuva começa a cair com mais força, e agradeço por já estar no coberto. –Quer ir para casa?

Estremeço. Minha casa não inunda, por ficar na parte alta da cidade, mas tem muitas paredes de vidro, que me dão sensação de insegurança. Além disso, muitas ruas ao redor do condomínio costumam alagar por ficarem na parte mais baixa. Mas não falo nada para Thomas, que começa a dirigir em direção ao meu condomínio. Ouço o toque de um celular, e tento reconhecê-lo. Acho que não é meu. Thomas para o carro e atende o celular.

—Alô? Seth? Ela está comigo. Merda. –Uma pausa. –Certo. A gente liga depois.

Ele gira o volante e começa a ir na direção contrária à minha casa.

—Algumas ruas inundaram. Não dá para entrar no condomínio agora. Seth vai para a casa de um amigo e Sarah está com Fernanda. Eles vão ligar quando estiver tudo liberado. Pegue o celular ali, por favor. –Demoro para entender o que eles está falando. Está chovendo tão forte... Pego o celular e o estendo. Ele começa a dirigir mais devagar enquanto disca um número.

—Não vou conseguir ir hoje. Pedro está aí? Ele não vai conseguir ir para casa também? A gente resolve depois. Obrigado. –Ele desliga de novo e pega uma rua que eu não conheço.

—Aonde a gente vai, então? –Pergunto, tentando reconhecer o lugar através das grossas gotas de chuva que atrapalham minha visão.

—Para a minha casa.   -Ele diz virando o volante. 


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