Remus havia pedido para que ela o encontrasse em Londres trouxa, no St. James’s Park, um dos parques Reais mais antigos de Londres, localizado na Cidade de Westminster. Ele sempre ia para lá quando precisava ficar sozinho e pensar, na maioria das vezes ele pensava nela e em como gostaria que as coisas fossem mais fáceis, ele havia perdido as contas de quantas vezes havia falado para Nymphadora Tonks que eles nunca dariam certo. Depois de um tempo, até mesmo ele deixou de acreditar naquele absurdo.

Ele fechou os olhos e sentiu o vento bater em seu rosto. Não poderia colocar a vida de Tonks em perigo. Eles estavam em guerra, ele era um monstro velho e pobre, ele não a merecia. Balançou a cabeça negativamente ao vê-la andar em sua direção, logo após aparatar atrás de uma árvore. Seus cabelos e olhos não estavam coloridos, ambos estavam castanho-escuros e ele suspirou colocando a mão direita no bolso da frente da calça. Acalme-se Lupin, ele pensava. Ela tinha a expressão de que não dormia há alguns dias, foi o que ele percebeu assim que ela estava a três passos dele.

— Olá Remus – a jovem soltou em um suspiro.

— Olá Tonks – ele a ouviu suspirar e se amaldiçoou internamente.

— Você gostaria de conversar algo em particular ou.... É sobre a Ordem? – Nymphadora pergunta e ele inclina a cabeça levemente para o lado direito.

— Particular... – Lupin solta devagar – Você se incomodaria se eu falasse enquanto andamos pelo parque?

A menina negou com a cabeça e começou a andar ao lado dele. Ela percebeu que desde a última reunião ele havia emagrecido, suas olheiras estavam mais profundas e a barba estava por fazer. Era como se ele tivesse desistido, e ela não queria que ele desistisse.

— Eu geralmente venho aqui para pensar – começou e olhou para ela – Boa parte das vezes é sobre a licantropia, ou parte.... Sobre você.

— Remus... Se você me trouxe aqui para... – Nymphadora iniciou a frase mas cortou no meio ao ver a expressão dele.

— Eu não vim aqui para tentar colocar na sua cabeça coisas que eu já percebi que nunca vão entrar – ele suspirou – Até porquê essas coisas não entram mais na minha – solta em um fio de voz curto e a observa parar de andar e cruzar os braços.

— Remus hoje não é aniversário dos gêmeos Weasley – ela comenta e encara a careta dele – Não é primeiro de abril.

— Eu sei que dia Fred e George fazem aniversário, querida – ele fala sarcástico e a vê revirar os olhos – Eu não estou brincando.

Ela o observou por alguns minutos e suspirou descruzando os braços e voltando a andar ao lado dele. Ao perceber que ele estava nervoso ela deu um pequeno sorriso e aproximou sua mão direita da mão esquerda dele, fazendo vez ou outra seus dedos se encostarem. Ele a olhou e sorriu, entrelaçou seus dedos e levou a mão dela até sua boca, beijando-a levemente.

— Eu tinha pensado no que te dizer mais de cinco vezes – Remus suspirou e sentiu um carinho em sua mão – Mas eu realmente eu não sei por onde começar....

— Você deveria tentar começar do início – ela lhe dá um sorriso doce e aperta sua mão como sinal para ele continuar.

— Eu gostaria de agradecer por você nunca ter desistido de mim – ele inicia e continua a andar com ela ao seu lado, suas mãos unidas – Eu merecia que você tivesse desistido, eu te fiz sofrer muito Dora e sinto muito por isso – ele passa a mão livre nos cabelos e fecha os olhos – Quando eu percebi que estava apaixonado por você.... Foi uma das coisas mais difíceis para mim. Eu sou mais velho, pobre e sofro com a licantropia. Eu nunca quis que você tivesse que passar por algo do tipo – ele percebe que ela apertou sua mão para que ele mudasse de assunto – Agora, olhando para você eu percebo o quão sortudo eu sou. De poder compartilhar esse amor com você – ele vira a cabeça para ela e dá um pequeno sorriso – É do seu lado que quero ficar até o fim dos meus dias, passando por todos os momentos e é do seu lado que pretendo terminar de envelhecer - ri e inclina a cabeça a observando pelo canto dos olhos – É  com você que quero filhos, uma casa e um lugar pra chamar de lar... Se bem que pensando por outro lado, você já é o meu lar.

— Remus... – Nymphadora solta com os olhos um pouco arregalados.

Remus Lupin chega mais perto da menina, puxa uma caixinha que estava no bolso de sua calça. Uma pequena caixa preta com alguns detalhes em roxo e lilás, ele a abre e Tonks observa as alianças com uma linda pedra roxa no centro.

 - Você, Nymphadora Tonks, aceita se casar comigo? Mesmo eu sendo esse homem cheio de defeitos e complicações? – ele solta por fim, ficando de frente a ela, o olhar dele cheio de expectativa contra o olhar dela cheio de surpresa.

— Eu.... É claro que eu aceito Remus! – ela fala mais alto e solta um sorriso.

Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa Dora pula em cima dele e solta uma risada gostosa. Remus passa seus braços peça cintura dela dando uma leve apertada no lugar, os lábios dos dois se juntaram. Ele a encosta na árvore mais próxima a eles e sorri ao perceber que os cabelos dela passavam por todas as cores.

— Posso chamar você de Sra Lupin agora, sabia? – diz sorrindo.

— Você pode me chamar do que você quiser – ela ri e junta seus lábios novamente.