Entre Dois Mundos escrita por Benihime


Capítulo 10
Os 15 anos de Zoey




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Adaline

Desci do carro e a avó de Zoey veio abrir o portão. Eu gostava dela, era uma senhora muito simpática, com um rosto gentil que imediatamente fazia qualquer um sentir-se à vontade.

 — Oi, Adaline. — Ela sorriu — A Zoey está no quarto, pode ir lá. É a porta no final do corredor.

— Obrigada, senhora.

Segui pelo corredor até o quarto da minha melhor amiga. Zoey havia deixado a porta aberta e pude ver parte de seu corpo. Ela estava meio escondida pela porta do roupeiro que havia aberto, obviamente se olhando em um espelho, a julgar pelo modo como mexia no cabelo.

Minha amiga observou mais um pouco o próprio reflexo antes de virar as costas, andando em direção a uma cômoda próxima. Foi aí que pude vê-la por completo: ela estava usando um vestido preto tomara que caia de saia rodada que fazia seu corpo parecer um espetáculo, e seu cabelo havia sido preso numa trança casualmente jogada sobre seu ombro esquerdo.

De repente, Zoey se virou e me viu, seus lábios se abrindo em um sorriso. Reparei que ela estava de batom, e também que aquela era a primeira vez que eu a via usando qualquer tipo de maquiagem. Ela mal parecia a minha amiga. Parecia diferente, completamente linda.

— E aí, loirinha! — Ela cumprimentou animadamente. — Que bom que conseguiu vir!

— Tá brincando?! Eu não perderia por nada!

A morena se adiantou, seus braços me envolvendo em um abraço apertado. Pude sentir seu perfume floral e suave, o que fez minha cabeça girar de um jeito não totalmente desagradável.

— Caramba, Z! — Exclamei quando ela me soltou, impulsivamente lhe dando um beijo rápido na bochecha. — Você está linda!

Uma de suas sobrancelhas perfeitamente arqueadas, ainda mais destacada devido à maquiagem, se ergueu enquanto ela sorria sugestivamente.

— Z? — A morena repetiu.

— Desculpe. — Dei de ombros, sem realmente me importar. — Meio que saiu sem querer.

— Tá tudo bem. — Ela sorriu calorosamente. — Na verdade ... Até gosto mais de Z.

Corei e olhei em volta, mais como uma desculpa para desviar os olhos dela. Imediatamente fiquei boquiaberta com a quantidade de livros, que pareciam estar por toda a parte.

— Uau. — Exclamei. — Não pensei que fossem tantos assim.

— Achou que eu estava exagerando, é?

— Ah, qual é, Z! — Eu ri. — Até parece que você nunca fez isso.

Ficamos no quarto dela batendo papo por um longo tempo. Depois de mais ou menos uma hora, fomos chamadas para jantar, e comi a pizza mais deliciosa que já provara na vida. A família dela era animada, contando piadas o tempo todo, o que nos fazia morrer de rir. 

Já era tarde quando nos retiramos de volta para o quarto dela, onde nos deitamos juntas em sua cama, tão próximas que eu podia ouvir as batidas de seu coração.

— Pena que amanhã tem aula. — Ela disse com um suspiro. — Podíamos fazer uma festa do pijama.

Sorri e apertei de leve seu joelho, que estava mais perto de mim.

— Quem sabe na próxima?

Um pouco depois meu avô ligou para avisar que havia chegado e estava me esperando. Zoey me acompanhou até a porta. Nas sombras do batente, escondidas tanto de sua família quanto do meu avô, parei para olhá-la nos olhos.

— Feliz aniversário, Zo.

— Obrigada, Adaline.

Estremeci sem saber o motivo. Ela sempre me chamava pelo apelido e, apesar de ter imaginado como meu nome soaria em seus lábios, jamais imaginei que seria tão bom. 

Seus olhos verdes, brilhando na luz fraca que vinha de algum cômodo mais para dentro da casa, capturaram os meus e prenderam meu olhar. Eu simplesmente não consegui parar de olhar para ela, até que Zoey se inclinou e me beijou. Um beijo de verdade. Nos lábios. Rápido e contundente, como o flash de um relâmpago.

— Isso fica entre nós, ok? — A morena abriu um sorriso travesso. — Nosso segredinho.

— Só se ... — Corei com o que estava prestes a dizer, mas a atração selvagem que senti por ela naquele momento me deu coragem. — Só se eu ganhar mais um.

Zoey cruzou os braços, me encarando com uma expressão cheia de malícia.

— Isso é uma ordem, pequena Addie?

Gostei de ser chamada daquele jeito. Ninguém nunca me chamara de Addie, quanto mais de pequena. Não consegui evitar um sorriso.

— Talvez.

— Está bem, então. — Minha amiga riu baixo. — Que escolha tenho senão obedecer?

Ganhei mais um beijo e então Zoey me empurrou levemente, sinalizando que eu devia ir logo. Trocamos um sorriso de despedida e corri para o carro do meu avô.


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