Um lar para Ripley escrita por Sullie K


Capítulo 2
Gotas de chuva


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que gostem desse novo capítulo.
Bem, antes de mais nada, aqui vai uma consideração sobre esse começo de história que eu tinha que ter avisado capítulo passado, mas esqueci: o Valium só começa a ser comercializado nos anos 60, eu sei, e essa história se passa nos anos 50. Mas eu tomei certa "licença criativa" nesse quesito. Fazer o quê. É só pra deixar claro que não foi um deslize, eu pesquisei sobre. Mesmo assim, quis coloca-lo aqui. uashasu



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Amanheceu um dia ofuscado pelo mormaço que retornava lentamente. Tom Ripley despertara com o primeiro indício de luz forte que surgia pela escotilha do quarto. Não conseguira dormir muito bem com Peter ao seu lado na cama de solteiro, mas contentava-se em saber que ao menos Peter ainda dormia.

Saiu silenciosamente para pegar um ar, e do lado de fora já se via algumas poucas pessoas de pé. Reconheceu um dos estrangeiros franceses, mas não chegou a cumprimenta-lo. Nenhum sinal de Meredith ou seus tios; estavam dormindo, imaginou. Melhor assim. Sentiu uma solidão boa e bocejou, exaurido. Não passavam de seis horas da manhã e o barco se movia com cautela e lentidão pelo mar que parecia não ter fim. Ansiou pela Grécia e memórias boas de sua primeira viagem à Mongibello vieram à tona. Tremeu por um segundo ao pensar que pudesse fazer com Peter o que fizera com Dickie; rapidamente afastou esse pensamento horrível de sua cabeça.

O clima havia abafado-se e o vento soprava bem mais fraco agora. Tinha certeza de que iria chover mais tarde. Passou alguns minutos observando as águas calmas quando sentiu alguém logo atrás de si. Virou-se e viu Peter com os cabelos mais desgrenhados que o comum. Ele vestira um sobretudo sobre o pijama e sorria discretamente para Tom. Parecia cansado, apesar do tanto que dormira. Desejaram bons-dias um ao outro e ele recostou-se ao lado de Ripley, deixando seus ombros se encostarem.

Tom estava alegre; não estava preocupado com se Meredith ou sua família poderiam chegar ali naquele instante, ficara confiante com o rumo que os eventos começaram a tomar. Não vacilaria, é claro, mas sentia-se mais relaxado. Além disso, precisava deixar Peter sair mais cedo ou mais tarde, e o horário da manhã fora uma boa ideia. O Kingsley parecia tranquilizado.

“A cama não estava um pouco apertada para você?” Perguntou para Tom.

“Para mim estava bom. Você estava com febre e não quis te deixar só.” Ele respondeu, cauteloso em suas palavras. “Ainda está se sentindo cansado?”

“Um pouco, admito, mas não febril.” Olhou para o amigo, parecendo instigado. “Obrigado, Tommie.”

“Você estava em trinta e nove ontem.” Ripley exagerara um tanto, todavia, prosseguiu. “Fiquei um pouco preocupado e falei com um doutor. Ele me disse que era algum tipo de gripe da Europa.”

“Por Deus, não é para tanto!” Peter riu. “Estou bem, Tom. De verdade.”

O americano concordou com a cabeça e, juntos, mantiveram o silêncio para olhar as ondas tacanhas que iam e voltavam. Ripley contava o tempo em sua mente e já se via em hora de risco. Quanto mais próximo do momento exato em que Meredith subiria ao convés ele tirasse Peter dali, menos insistente Peter seria. Uma gota de suor frio escorreu em suas costas, mas, subversivamente, gostava da adrenalina da situação. Contou mais cinco minutos antes de chamar a atenção do Smith-Kingsley de novo.

“Vou voltar ao quarto, quer descer comigo?” Olhou-o nos olhos. “Podemos ver sua febre novamente, também.”

“Se isso te deixar mais tranquilo.” Felizmente, Peter assentiu e desceram ao quarto apertado.

Já lá dentro, com Tom sentindo-se bem mais seguro, ele pegou um termômetro em sua mala e mediu a febre do amigo. Como esperava, Peter não passava dos trinta e seis e meio. O inglês ficou aliviado, e pediu mais uma vez que Ripley não se preocupasse. Voltou ao estudo obstinado de suas partituras — disse que só sairia para o almoço —, o que fez o rapaz indagar se realmente seria uma grande dificuldade manter Peter no quarto até o fim da viagem. Tom saiu para comprar um jornal e fumar um cigarro. Dessa vez, seu próprio cigarro. Prestava sempre atenção aos arredores para acautelar-se da presença de Meredith ou de Peter Smith-Kingsley. Estava tudo sereno durante a manhã, pacífico, até. Em menos de doze horas desembarcariam no Pireu e, com sorte, não chegariam a esbarrar nos Logue na saída. Era difícil, imaginou, com a quantidade de gente que estaria apressada para sair o mais rápido o possível do navio. Passou no bar e pediu um expresso para sentir-se acordado.

Bebia pacientemente quando viu os cabelos cor de palha que destacavam-se entre as poucas cabeças que vagavam pelo convés. Meredith também o viu. Dickie Greenleaf não deixaria de assombra-los enquanto ele não se visse livre do mar. Acenou para ela e aproximou-se em discrição. Ela sorria um sorriso bobo e parecia ter acordado há pouco.

“Bom dia, Dickie. Acredita que estava pensando em você agora mesmo?” Ela ansiava por contato, mas ele não se movia. Tom contentou-se em sorrir pequeno e beijar a mão da garota, como imaginou que Dickie faria se lhe ocorresse um surto de cavalheirismo.

“Bom dia. Espero que você e sua família tenham dormido bem. O balanço do navio é enjoativo às vezes, não?”

“Ah, uma hora você se acostuma, já fiz essa viagem algumas vezes com eles. Você sabe como é, os mais velhos têm um sono pesado.”

Ripley tirou os óculos e guardou-os no bolso do casaco com cuidado.

“Meredith, preciso conversar com você.” Continuou, com ar de quem falava sério. A jovem cedeu e o ouvia atentamente. “Te contei que estava em custódia policial, certo? Ninguém além deles sabe que estou aqui.”

Deu mais algumas informações policiais inventadas na emoção do momento, sem muita fé na verossimilhança. Contou do inspetor italiano Abelli, que estava encarregado do caso e que não saia de sua cola. Descreveu-o como um sujeito careca e baixinho; se não se enganava, vira alguém deste porte no navio.

“Só preciso de sigilo, sabe? Se você pudesse dizer aos seus tios que cometeu um erro, que eu não sou o Dickie Greenleaf, isso seria...” Falava ritmada e calmamente. “Bom. Seria muito bom.”

“Oh, não há um problema! Mas e quanto a mim? Acha que esse Abelli vai fazer alguma pergunta sobre nós?” Meredith deu uma ênfase aborrecedora ao “nós”, que deixou Tom estressado.

“Certamente que não. A polícia italiana sabe ser discreta. Se ele quisesse saber sobre nós, eu mesmo o informaria.” Repetiu a ênfase. “Aliás, não deveria estar falando com você. Mesmo que você seja a única pessoa normal que conheço neste maldito barco.”

Ela soltou uma risadinha leve. “A propósito, realmente acho que a tia Laureen deve ter se confundido; não vi nem sinal de Peter Smith-Kingsley por aqui! Nem no jantar, nem depois.”

Nem eu.” Pensou em dizer algo mais, porém manteve-se calado por ora. “Terei de voltar ao meu quarto agora. Não posso te dar o número, infelizmente, por causa da custódia. Acho que te vejo no almoço, então?”

“Claro. De uma distância que o Abelli não desconfie.” Ela beijou o rosto de Ripley de maneira amigável. Meredith era uma boa garota, Tom também não estaria contente se tivesse a matado. Imaginou-a ainda mais pálida no fundo do mar álgido e foi embora.

Antes de voltar ao cômodo de Peter, passou mais uma vez no bar e pediu outro café preto, pensando no pianista dessa vez. Imaginou como ele conseguia estudar mesmo sem um piano em sua frente e ficou espantado com o compromisso de Peter com a música. Quando desceu ao quarto, o Smith-Kingsley parecia quase de bom humor.

Aceitou também o café de bom grado, alegando que queria manter-se bastante de pé até o fim da viagem. Puseram-se a falar, e jogaram conversa fora sobre os mais variados assuntos, o que acabou levando a um convite por parte de Peter, que parecia vibrante em convocar Tom para passar algum tempo com ele em seu aposento na Irlanda. Era quase um castelo, de acordo com ele, porém não gostava desta palavra. Tom divertia-se com as histórias que ele lhe contava sobre sua cidade natal e a desavença que tivera com um sujeito bêbado num bar inglês. Sentiu-se ordinário quando relembrou de suas pequenas aventuras na América, que não passavam de enfrentar bueiros entupidos e um apartamento caindo aos pedaços.

“Sabe, Tom, continuo confuso.” Peter mudou o assunto e, de repente, Ripley sentiu-se alerta.

“Confuso?” Indagou-lhe, desentendido. “Confuso com o quê?”

“O que você me disse noite passada. Sobre ter mentido para a Meredith.” Ele fitou o outro. “Admito não ter entendido.”

Ripley riu como se houvesse ouvido uma boa piada. Novamente o suor frio em seu corpo magro lhe fazia estremecer em precipitação. Olhava para os lados e via as paredes não tão altas do quarto, feitas de madeira e limpas ao ponto de que chegavam a brilhar. Viu-se pelo espelho pendurado atrás de si e tirou seus óculos do bolso para limpá-los também. Aproveitou estes segundos para organizar cada ponto da história e matutar sobre o que diria. Pelo reflexo, viu Peter assumir um olhar desconfiado.

“Peter, quero que você me prometa uma coisa.” Começou, sentindo a voz ansiando por falhar. “Você não irá falar disso para ninguém, nem para a Meredith.”

“É claro que prometo, mas o que aconteceu?”

Hesitou. “Eu... disse a Meredith que era filho dos Linton.”

A família da empresa que vende carros?” Perguntou, incrédulo.

“Começou como uma brincadeira, quando vim à Itália pela primeira vez e despacharam minhas bagagens no ‘L’ ao invés do ‘R’. Esbarrei nela por lá e, quando ela me disse quem era, me senti muito embaraçado, então a disse que eu era Richie Linton Jr.” Falou em tom de confissão, como se estivesse sendo completamente honesto. Esperou que Peter acreditasse, ou, dessa vez, ver-se-ia forçado a mata-lo. Espantou-se, entretanto, quando um riso alcançou os seus ouvidos.

Peter gargalhava alto, o que deixou-o confuso. Virou-se ao inglês que tentava esconder o sorriso com as mãos e franziu o cenho.

“Deus, achei que fosse algo tremendamente horrível quando você fez tanto suspense!” Recuperou o fôlego e enunciou as palavras que chegavam a Ripley como salvação. “Venha cá, sente-se ao meu lado.”

Tom sentou-se e Peter segurou sua mão, ainda sorrindo e olhando-o como se estivesse prestes a brigar com uma criança que falara um palavrão pela primeira vez. “Não se preocupe, Tommie. E da próxima vez, me conte logo o que está acontecendo.”

“Perdoe-me, fiquei tão envergonhado.” Riu também, para ganhar a confiança do amigo. “Não queria ter de encarar Meredith se você a dissesse que sou um Ripley, e não um Linton!”

“Só me diga, quantas vezes você encontrou com ela?”

“Umas três. Ou quatro.” Peter riu uma última vez, e passou a observar a luminária acesa de seu quarto. Apercebeu-se enciumado e simplesmente se manteve em silêncio por aquele instante.

“Bem, não se preocupe. Se eu a vir, não irei nem mencionar o seu nome.”

Tom agradeceu-o, sentindo-se o homem mais sortudo da Europa. Sua única preocupação agora era com o bem estar de Peter, que parecia ainda abatido pelo sono abrupto da noite passada. Observou as olheiras atipicamente mais densas, e traçou seu perfil com a visão. Peter estava contente, apesar de tudo; pôde também perceber. Contente com a viagem, com suas músicas, com o navio e com Tom Ripley. Tom pediu desculpas mais uma vez e beijou simpaticamente a bochecha de Peter, como Dickie costumava fazer quando estava animado e que deixava qualquer um mais alegre. E o Kingsley sorriu de novo, seu olhar desviando aos lábios de Ripley por um breve segundo.

Naquela instância, Tom soube que tudo iria acabar bem.

O resto do dia correu adequadamente. Almoçaram em momentos diferentes e nenhum deles chegou ao acaso de encontrar Meredith Logue no salão de refeições. Peter fez uma breve sesta logo após, provando que nem o café pudera acabar com o incômodo da ressaca. Tom dedicou suas horas livres para ler algumas revistas que eram vendidas a bordo ou simplesmente passear pelo navio. Pensou no que faria em Atenas, talvez explorar os monumentos da cidade e ver de perto as deterioradas construções. Se Peter tivesse vontade, poderiam pegar um ônibus até o litoral e passar um dia inteiro pela praia; um pouco de sol não havia de fazer mal. Desejava provar um Moussaka, com toda a certeza, prato de berinjelas cujo nome lhe soava exótico.

Quando Peter despertou, já pelas três da tarde, Tom estava no quarto com suas malas. Trocara de roupas e sentia-se renovado. O pianista, por sua vez, via-se com uma dor de cabeça no mínimo fastidiosa. Tom culpou-se por isso, achando que se houvesse contado-lhe a história dos Linton antes poderia tê-lo poupado do desconforto causado pelo Valium com álcool. Ambos Peter e Ripley almejavam pela chegada, e isso felizmente os distraía de qualquer aborrecimento que os perturbasse durante a próxima hora de viagem. Logo antes do aportar do navio, Tom quis ver do convés o barco aproximando-se de terra firme, e, próximo à proa, viu Meredith pela vez que torcia que fosse a última.

Ela vestia um vestido bonito e um chapéu que combinava na estampa meticulosa. Não esperava menos do guarda-roupa da garota. Eles se viram de uma distância e, dessa vez, ela não teve coragem para se aproximar. Foi só quando ele aguardou e finalmente foi até a jovem que ela abriu um sorriso destacado pelo batom vermelho. Conforme o barco se movia em lentidão, o Pireu se tornava um destino cada vez mais propínquo. Alguns pingos de chuva rala os atingiram de súbito e Tom contentou-se por ter estado certo em sua previsão.

“Parece que a viagem já está acabando. Engraçado como o tempo voa em alto-mar.” Ripley teve de discordar, mas Dickie assentiu com a cabeça. Pusera as mãos no bolso como que por um reflexo.

“Por quanto tempo você vai ficar em Atenas?” Ele perguntou, ainda em ligeira paranoia.

“Pouco, só uns dois dias. Depois de amanhã eu pego um trem para Corinto. Vamos passar alguns dias lá com uns amigos dos meus tios.”

“E eu só estou passando por lá. Assim que chegar, já tenho que pegar também um trem para o outro lado do país. É tudo o que sei por enquanto.”

Deus, não consigo nem imaginar como deve ser estar em custódia!” Ela abaixou o volume, temendo que alguém os ouvisse. “Perambular para lá e para cá sem parar e sem poder ser você mesmo. Isso não parece uma proteção, parece o inferno.”

Dessa vez, Tom concordou como Tom. Mantiveram a harmonia quieta que a água trazia. Tom estava vivo, portanto, Dickie estava vivo; talvez nunca fosse capaz de sentir-se completamente em paz depois de ter fingido ser o Greenleaf. Mas planejava afastá-lo o máximo que conseguisse, e estava a poucos minutos de conseguir cortar o último laço visível com este nome.

Ao passo de que o barco atingia o porto e os passageiros apressados amontoavam-se no convés, olhou Meredith e sentiu-se mal. Estava sendo para ela exatamente o que Dickie fora para ele: um sonho distante e inatingível. Um traço de admiração e atenção que logo sumia. Em seu caso, não soubera lidar com isso muito bem. Esperava, ao menos, que a Logue fosse mais feliz quando se esquecesse dele. Pela primeira vez, sentiu-se aliviado com o pensamento de ser esquecido.

Sem nem que ela pudesse se despedir, saiu na primeira oportunidade em que a viu distraída. Voltou rapidamente às escadas e deu de cara com Peter, que carregava tanto a própria mala, quanto as de Tom. Pegou as suas e misturaram-se habilmente entre as pessoas que esperavam por deixar o navio que chegava ao seu destino. Pela pequena ponte de madeira que agora o ligava à terra, deixaram-no com rapidez. A chuva engrossava aos poucos e correram para pegar um táxi. Peter indicou ao chofer, primeiro em inglês, depois em francês, para que os levasse ao hotel Antoniou.

Mais uma viagem tranquila e, desta vez, bastante veloz. Quando chegaram ao hotel, não passavam de quinze para as cinco. Era um lugar modesto, discreto. Um dos que Tom acreditava ser árduo de achar para quem não conhecesse a cidade. Era branco como a maioria das construções de Atenas, com algumas varandas adornadas por flores e uma enorme porta verde clara para recebê-los na entrada. Nada muito simples, entretanto.

Peter alugara duas suítes, e insistira em pagar por Tom. Uma porta as conectava; certamente eram quartos agrupados, para famílias grandes ou casais que prezavam por privacidade. Tom estava fascinado com a paisagem que se via da sacada do segundo quarto e Peter persistiu na ideia de que Ripley se acomodasse ali. Via a chuva cair impiedosamente sobre os incontáveis telhados das casas e um sentimento de pertencer o abraçou quando respirou o ar agradavelmente frio. Logo mais, o pianista também o acompanhou, observando junto dele o horizonte que parecia infinito. Por detrás, envolveu Tom em seus braços, estimando o calor necessário. O americano sorriu. Pois era tão pleno que sentia-se ali, que sentia vontade de chorar. Prometeu a si próprio que não iria mais tocar no assunto Greenleaf e que deixaria Dickie descansar em paz. Isto é, se não voltasse a ver Meredith Logue, mas quais eram as chances reais disso? Deixou-se descansar.

Ficaram ali, estáveis, por um bom tempo; a respiração calorosa de Peter próxima ao seu pescoço lhe causava arrepios. Tiveram de entrar só por causa da tempestade que agravava-se. Lá dentro, a temperatura era mais do que deleitosa. No dia seguinte, acordariam cedo para comprar um guarda-chuva, porém, até lá, só queriam descansar e realocar as energias.

Peter foi para a cama mais cedo que Tom. Adormecera cerca de meia hora depois de retirar-se ao seu quarto e tomar um banho. Tom, por sua vez, esperou até que mal pudesse manter seus olhos abertos para entrar na banheira de água morna. Demorou-se ali e aproveitou o barulho da chuva caindo sobre o telhado. Estranhou quando, num segundo qualquer, sentiu o suave balanço do barco novamente. Saiu rápido do banho, um pouco atordoado com a ilusão.

Não tratava-se, entretanto, do balançar do navio que o levara até a Grécia. O parecia, no máximo, uma gôndola de Veneza. Ou talvez o pequeno barco de San Remo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e não deixem de comentar o que acharam. :D