Pov’ Emily

Tritão realmente me deixou  intrigada ao seu respeito.  A forma como  ele falava  dos olimpianos.  Ele com certeza  guardava muito  rancor e ódio  contra eles.     Assim, como Èris.    Será que é comum deuses menores  sentirem tanto rancor.    Nós apenas não  tínhamos tronos  ou chalés.  Não tínhamos  tanta importância nas  histórias e  muitas pessoas mal sabem que existimos.   Bem pensando por esse lado, até eu  fico  um tanto  chateada. Podíamos ter mais  igualdade por aqui.

Pensei em voltar para dentro, mas   não estava com  a  mínima vontade de ouvir o que meu querido avô tinha  a dizer.  Ele me acusou de roubar  seu raio de merda e ainda me  bateu.  Rebaixou-me por ser uma deusa menor e me tratou como  nada.  Pela primeira vez havia experimentado  uma pequena parte de sua crueldade que eu tanto li nos livros de quando eu estava na ilha.

Um dia eu poderia até perdoa-lo  mas   agora ainda estava muito recente.  Eu comecei a fazer meu caminho de  volta para  o templo de meu pai, quando  eu sinto alguém puxar meu  braço.   Por  causa de meu trauma com Hermes eu  já  estava pronta para   gritar, quando senti uma  mão   me calar abruptamente.

Quando olhei para  a pessoa  relaxei  um pouco, dei uma cotovelada bem dada nele.    

— Ares   você ficou louco!  - Exclamei ainda tentando me acalmar.

— Tem que admitir que foi  engraçado.  – Ele disse rindo.

— Sim, muito.   – Digo sarcástica.  – Você  não tinha que estar  lá dentro?

—   Bem a reunião foi  encerrada á alguns minutos atrás se  estivesse  lá  saberia.   – Ele diz me pegando  desprevenida.

— É que  eu me  senti um pouco tonta,sabe?   -  Respondi  nervosa. -   Eu não estou muito acostumada a ficar no meio de tanta aglomeração de pessoas.

— Enfim, preciso falar com você sobre sua  mãe.  -  Ares fala e posso ver raiva   brilhar no seu olhar.

—   O que  Mabel fez?   - Perguntei curiosa.

— Afrodite  foi    destilar seu veneno para cima dela  e  bem ela veio até  mim, pedir que me afaste de  você.   -  Ares resumiu tudo e eu revirei os  olhos.

— Não creio  que ela  fez isso.   -  Digo bufando.

—  Ela  não consegue lidar com  o que nós temos e  acha que   eu tenho  segundas e terceiras intenções com você.   – Completou  Ares,  me fazendo ficar ainda mais irritada.

— Eu não entendo a necessidade que todos tem  de tentarem  controlar cada passo que eu dou!   -      Digo com raiva.   -     A minha vida toda eu fui  ensinada a odiar futilidades e  bem acha que isso ficou   preso na minha mente,  meu pai me   criou para odiar  você  e  Afrodite.    Ele  nem ao menos   deixou eu falar o  que eu pensava a respeito disso.     Eu não queria odiar, eu não gosto de odiar  ninguém!  -  Desabafo.  -  E agora que  estamos nos dando bem ninguém consegue lidar com isso. Aposto que papai também  não vai tardar a falar comigo e com você sobre essa amizade.

—  Eu tenho  que admitir que  não te culpo  por ainda  ter resquício de ódio dentro de  você  por mim.   Digo é difícil  esquecer o ódio por alguém, muito  difícil  deixa-lo  ir e  bem eu sou bem detestável tenho  que admitir.  -  Ares   diz    se afastando de mim.

—   Eu sou sua amiga agora, mas eu quero que entenda que tem coisas que  não podem mudar.   -   Digo com pesar.   – Essa amizade que nós temos  é a  uma das  únicas coisas que terá de mim.   Uma simples amizade  e nada mais que isso.   Não  me entenda mal, mas  eu  estou cansada  de todos me encherem o saco por causa disso e  bem acho melhor  não ficarmos tão grudados como melhores  amigos de  infância. -     Ele me  olhava sem  emoção nenhuma.   -       Só para eles deixarem a gente  em paz.  

— Você está me dizendo que  temos  que nos afastar um pouco.  – Ele diz rindo.   -    Você acredita neles, não é mesmo? 

— Acreditar no que Ares.  – Digo sem compreender.

—   Acredita que eu estou apaixonado por  você!  - Ele grita o que acaba me assustando.

— Eu sei que isso  não é verdade  Ares e  não  é  por causa disso que eu sugeri nos afastarmos foi...  – Ele me interrompe bruscamente.

—E  se  for verdade?    - Ares indaga, me fazendo encara-lo  em choque.

— Você  me... -   Eu nem consigo  terminar de falar por que posso sentir.    Como  eu não pude sentir  antes a paixão florescendo no peito dele.     

—  Eu acho  que  estou sim.   – Ares confessa.

— Ares   não!  - Exclamo.   – Você estragou tudo!  Eu  sinto muito mais eu não sinto o  mesmo.    Por que tinha  que se apaixonar  por  mim?!  Eu gostava da nossa amizade  do jeito  que era, agora      o  que  acontecerá?    -   Eu estava em pânico.

— È tão  ruim  assim que  eu esteja apaixonado por  você?   Você me considera tão indigno de você assim?  -  Ele pergunta com raiva.

— Di Immortales!   -      Digo em voz alta.    -  Você  é contra tudo o que eu fui criada e ensinada acreditar.   Ser sua amiga  já foi um passo bem grande que dei e agora  você me pede uma coisa que  não posso te dar!

— Não pode ou não  quer?    - Ares questionou  e eu podia ver eu seu olhar   o quão  ferido ele estava.

—  Os dois.    – Respondi por fim.  – Eu não posso e nem quero.    Não posso por você  ser contra minha natureza e   não quero por  que  Ares...  – Eu Realmente  não sabia o que  falar mais para ele.    -  Ares eu só...  não posso ok?  

— Não  eu vou  te dizer o por que  você  não quer!  -  Ares diz     com ódio.   – Por que seu papai  irritadinho quis  fazer uma  bonequinha para ele poder controlar como uma  marionete e  bem olhe só  para  você, fazendo tudo isso só por que seu papai diz que é errado!   - Ele diz se  virando para ir  embora.

—    Tente entender!  - Grite para o mesmo.

—Eu entendi muito  bem, onde você quer chegar!  - Ele grita  de volta.   –Acredite!  -  Ele diz  indo embora de vez.

Eu fiquei ali  sozinha no corredor,  me sentindo a maior  vadia de todas.   Eu não queria magoá-lo, mas eu não podia ficar com ele.    Eu podia sentir que  havia  quebrado o seu coração,mas eu não podia fazer nada.