Yo conozco tu rostro escrita por Lena V


Capítulo 2
Capítulo 2 - Quase Liberdade


Notas iniciais do capítulo

Perdoa os errinhos e não desiste de mim



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Mais tarde naquele mesmo dia, uma viatura vinda do Florida Women's Reception center chega, trazendo a garota da foto.

A colocaram numa sala na delegacia e algemaram-na à mesa.

Logo Michael entrou na sala, sentou-se em frente à garota, que não era mais uma garota, já era uma mulher e ele não deixou de perceber isso.

—Senhorita... - Ele parecia procurar o nome da mulher em uma das folhas em sua mão, apesar de ter decorado toda a sua ficha - Ruvelle - Ele falou olhando dentro dos olhos castanhos dela

Ela arqueou a sobrancelha num  pedido para que ele prosseguisse

—Trouxemos você aqui para nos responder algumas perguntas - Ele começou a falar mas não ganhou a atenção da mulher - Temos uma foto... - Ele colocou em cima da mesa - Pode identificar pra mim?

—Sou eu - Foi tudo que ela disse

—E a outra?

—Você tem a foto, acredito que saiba quem é a outra.

Ele abaixou a cabeça, naquele momento percebeu que o interrogatório não seria tão fácil como ele imaginou

—Você é a Titi? - Ele perguntou sem fazer rodeios

—Meu nome é Cinthia

—Isso é um sim?

Ela sorriu em resposta, nem confirmando nem negando.

—Preciso que você responda as minhas perguntas

—O que eu ganho com isso?

—Negar informações para a investigação é crime - Anunciou ele

—Não sei se lembra, mas eu já estou presa - Ela chacoalhou a mão mostrando que estava algemada à mesa

Ele levou as mãos a cabeça, percebeu que ela não iria ajuda-lo em nada, talvez ela nem tivesse informações, mas algo em Michael fazia com que ele acreditasse que ela sabia de algo importante.

—O que quer?

—O que todo preso quer - Ela sorriu - Liberdade

—Se me ajudar, eu te ajudo - Anunciou - Me diz, qual a sua ligação com a Sin Rostro?

—Ela é minha irmã - Ela Falou sem demonstrar nenhuma emoção.

Talvez ser abandonada na prisão e não receber a ajuda da irmã que certamente poderia ter tirado ela de lá, tenha mudado seus sentimentos para com ela.

Michael saiu da sala sem falar mais nada.

Se Cinthia era a irmã traída da Sin Rostro ela com toda certeza poderia ajudar a encontra-la.

—O que conseguiu? - A parceira de Michael havia chegado

—Ela é irmã da Sin Rostro... - Ele falou abrindo um sorriso

—Acho que ganhamos na loteria...

Michael foi atrás de alguém que pudesse ajuda-lo com a liberdade de Cinthia já que ela não falaria nada enquanto estivesse presa.

—Você não pode solta-la - Dizia a sua parceira enquanto ele revisava as papeladas

—Se não soltarmos, perderemos a nossa única chance de achar a Sin Rostro

—Você leu a ficha dela, ela é perigosa Michael.

—Vamos cuidar dela -Ele olhou para sua parceira como se isso fosse óbvio - A soltamos, ela ajuda a prender a Sin Rostro, nos cuidamos para que ela não faça nada de errado e depois ela volta pra cela.

—Esta enganando ela...

—Estou fazendo o meu trabalho - Ele terminou de assinar os papéis - Vamos, ela é nossa responsabilidade agora

—Você só me mete em confusão - Ela comentou seguindo seu parceiro.

Eles conseguiram soltar a Irmã da Sin Rostro, levaram-na para o Marbella onde ela ficaria no quarto da irmã e seria vigiada 24hs por dia.

—Não vou mentir, a sensação de estar fora das algemas é incrível - Disse Cinthia se jogando na cama - Uma cama decente... Que saudades...

—Podemos conversar agora? - Michael estava parado encostado na porta

—Claro que podemos, o que quer saber da R?

R... R de Rose, R de Sin Rostro ou será que ela tinha outro nome?

Bom... Michael não se importa com isso, não agora, ele queria juntar todas as informações possíveis sobre a Sin Rostro par conseguir pega-la. Seus nomes falsos não importavam muito.

—Vocês eram próximas?

—Acredite em mim, policial. Se alguém realmente a conhece, esse alguém sou eu.

—Michael, me chame de Michael

—Tudo bem então, Michael... Me diga, como isso vai funcionar? Você me soltou, eu te conto tudo sobre ela e então posso seguir com a minha vida?

—Não. Você me conta tudo sobre ela, me ajuda a pega-la e então pode seguir com a sua vida.

—Então teremos vários encontros, é isso?

—Depende da importância das suas informações. Quanto mais relevantes, mais rápido conseguimos prende-la e mais  rápido você poderá ir embora.

—Eu não penso na minha irmã há anos... Por quê não me deixa dormir pra colocar a cabeça no lugar e amanhã conversamos?

Ele assentiu com a cabeça e saiu do quarto deixando um policial na porta do quarto de Cinthia.

Cinthia por sua vez, estava louca para sair daquele quarto, presa há 6 anos, não podia mais esperar para aproveitar sua liberdade.

Só tinha sua roupa do corpo, uma calça justa, uma camiseta preta decotada, uma jaqueta de couro e um coturno. Não era a sua melhor roupa, mas era tudo que ela tinha, foi assim que ela foi presa e assim ela saiu da cadeia.

Ela abriu a porta do quarto e encontrou o policial de guarda

—Você só pode estar brincando... - Ela disse olhando para ele

—Sinto muito - Ele disse sem demonstrar qualquer sentimento com a situação

Ela revirou os olhos e saiu do quarto sendo seguida por ele. Foram os dois diretamente para o bar do hotel onde Cinthia pediu um drink

—Você bebe? - Perguntou Cinthia tentando puxar assunto com sua nova sombra

—Estou trabalhando - Ele respondeu seco

Cinthia não era de conversa, mas ter alguém te seguindo sem trocar uma palavra com você era realmente desconfortável.

Passou então a ignora-lo e focar apenas em sua bebida.

Algumas doses mais tarde ela nem lembrava mais que tinha uma sombra, só queria olhar para as pessoas ao redor. Esse era seu passatempo favorito, observar as pessoas, e enquanto observava acabou por reparar em uma mulher mais velha, cabelos castanhos e cumpridos seu olhos eram escuros e ela parecia tensa. Sentou-se ao lado de Cinthia que teve que disfarçar que estava olhando a mulher.

—A bebida mais forte que você tem e um copo com água e muito gelo - A mulher pediu e logo o barman trouxe dois copos para ela

Ela olhava a bebida e dava um gole no copo com água, isso se repetiu até a água acabar e ela pedir outro, então tudo se iniciava novamente.

—Sua bebida vai esquentar - Cinthia comentou chamando a atenção da mulher que até então não havia olhado para o lado

—Eu não bebo, não mais... Sóbria a uns... -Ela começou a contar os dias mentalmente - 27 dias

—Meus parabéns - Cinthia sorriu erguendo o copo para brindar com a mulher

Elas brindaram e então um silêncio se instalou no local, Cinthia olhava para a mulher que retribuía o olhar mas não falava uma palavra se quer.

—Meu nome é Cinthia - Ela se apresentou

—Sempre aborda mulheres sóbrias quando está bêbada, Cinthia

—Só quando elas me deixam curiosas... Qual o seu nome?

—Luisa...

—É um prazer - Cinthia se inclinou pegando na mão de Luisa e a beijando com delicadeza

Sua sombra parecia não prestar atenção, falava no telefone e parecia ser importante, até que então ele olhou para ela com uma expressão nada feliz

—Michael quer falar com você - Ele disse atrapalhando o momento das duas

—Me passa o telefone... - Ela revirou os olhos

—No quarto, agora - Ele disse se levantando e pagando o bar

Cinthia o seguiu deixando de se despedir de Luisa.

Ao entrar no quarto encontrou Michael bem irritado

Ele havia ido para o escritório para continuar suas pesquisas sobre Cinthia e acabou descobrindo que ela era órfã.

Documentos do orfanato estavam jogados na cama e Cinthia já sabia o que viria logo em seguida

—Você mentiu - Michael parecia furioso

—Na verdade... Não. Eu não menti - Cinthia estava tão tranquila que acabava deixando Michael mais irritado - Sou órfã sim, mas sou irmã da R. Fui adotada pelos pais dela quando pequena. Nós somos irmãs, talvez não dê sangue, mas somos irmãs. Eu não menti - Ela sorriu ao terminar sua declaração

Michael, antes furioso, agora estava tentando encaixar as peças do quebra cabeça. Apenas juntou os papéis do orfanato e saiu do quarto deixando o policial de guarda novamente.


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