Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist
Em Hogwarts, os olhares e as conversinhas pelos cantos eram todas endereçadas à Alvo. Logo que chegaram, ele e Harry foram direto para sala da diretora, que já os esperava.
— Ora, ora, se não é Alvo Severo, de volta a Hogwarts! Por favor Sr. Potter, sente-se —Alvo sentou com a cabeça baixa ao “sermão” de Susana Bones. — Professor Potter, acho que o senhor tem aula nesse horário, não?
— A, sim, claro, tenho sim, inclusive, eu já estou de saída, eh, Alvo quando terminar, me procura. Com licença — Harry saiu, deixando que Susana resolvesse que punição daria a Alvo.
— Então, Sr. Potter, eu serei breve, o senhor sabe das consequências dos seus atos, e tudo o mais, logo receberá punições adequadas às suas atitudes — Alvo não olhou para Susana mas suspirou. — Bem, vai ser o de sempre: nada de quadribol, nada de visitas à Hogsmeade, nem de tempos livres e todo o resto, em relação às suas detenções depois mando um de nossos monitores lhe avisar os horários, e, ah, daqui a duas semanas o senhor fará os exames que perdeu. Pode ir.
— É só isso? —Alvo perguntou surpreso
— Por que? O senhor quer ser expulso? — respondeu a diretora em tom bom humorado.
— Ahm, não. Então eu vou indo.
— Ah, bem-vindo à Hogwarts, Alvo — Bones disse quando Alvo abria a porta, o garoto apenas parou por um instante, e olhou para o quadro de Alvo Dumbledore. Definitivamente todos tinham razão, o seu lugar era em Hogwarts, e então, saiu da sala.
Enquanto caminhava pelos corredores do castelo Alvo, ficava cada vez mais ansioso. Queria reencontrar os amigos, Penélope e Hugo, que não via há muito tempo, queria voltar a sua sala de aula e aproveitar o seu último ano o máximo possível, mas antes de disso, precisava falar com o seu pai. Ele esperou na sala de Harry até o final do primeiro tempo, afinal, ele só teria aulas depois do meio dia.
Harry entrou na sala e encontrou o filho sentado no chão escorado na sua mesa com os olhos fechados, os braços nos joelhos; ele reparou que o rosto do filho tinha voltado ao que era antes, um pouco mais maduro, claro, mas não aquela expressão que tinha encontrado há algumas semanas, cheio de magoa e ódio, e sim a expressão do garotinho que há sete anos ele havia deixado na estação. Os mesmos olhos, o mesmo nariz, as mesmas mãos, o jeito de sentar, de se vestir, enfim, era o seu Alvo.
— Ahm, faz muito tempo que você está ai? — Alvo disse quando abriu os olhos.
— Não, acabei de entrar — Harry fechou a porta e sentou no chão ao lado do filho. — E então, como foi com a diretora?
— Cinco minutos — Al olhava para frente, enquanto brincava com a abotoadura da manga da camisa. — Nada que eu vá realmente sentir falta.
— Hum... — os dois ficaram em silencio por um instante.
— Eu te devo desculpas — Harry fez menção de falar, mas deixou que ele continuasse. — Não só a você, na verdade. Desculpe por ter mentido, por ter traído a sua confiança, por ter usado a casa, por ter envolvido outras pessoas nisso, por ter sido fraco, estúpido, idiota, imbecil e ... — Al tinha a voz trêmula e apesar de continuar olhando para a frente, Harry percebeu que o garoto tinha os olhos molhados.
— Você já foi desculpado, sabe disso, todos cometemos erros, é natural, além do mais você não é imbecil, idiota, muito menos fraco, pelo contrário, você é muito forte — novamente os dois ficaram em silêncio, dessa vez por mais tempo, e Harry percebeu que Alvo chorava de cabeça baixa, e discretamente colou o braço nos ombros do filho e o trouxe para perto; quando parou de chorar, Al levantou junto com o pai, e olhando nos olhos de Harry disse.
— Eu só queria que você soubesse que eu não te odeio.
— E eu queria que você soubesse que eu amo você — Harry abraçou o filho, tentou se controlar mas foi inevitável, as lágrimas escorreram dos seus olhos.
— Ahm, bom, eh, eu vou ver se encontro o Hugo e a Penélope por ai, afinal eles também merecem minhas desculpas — Alvo disse desprendendo-se do abraço do pai e enxugando as lágrimas dos olhos.
— É mesmo, vai lá então — ele levou o filho até a porta. — Juízo, hein!
— Valeu pai.
Alvo foi direto para o salão comunal de Grifinória, e ficou esperando Hugo e Penélope. Os dois só apareceram quando já estava perto do almoço e ficaram muito felizes ao ver que ele tinha voltado e que estava bem mais animado. Os três foram juntos para o Salão Principal almoçar e enquanto comiam não faltou conversa.
— Tipo, Al, você já teve ideias ruins, mas o Snake Hole, foi a pior, aquele lugar é horrível — Penélope falou com cara de nojo. — Você não deveria ter fugido daquele jeito — Alvo revirou os olhos, receber lição de moral de Penélope era realmente demais! — Poderia pelo menos ter chamado a gente, né? — Penélope deu uma boa risada e um soco brincalhão no amigo. — Você é mesmo meio maluco!
— É, foi um pouco estúpido, mas eu voltei. Então o que aconteceu por aqui enquanto eu aproveitava as excelentes instalações lá na Travessa do Tranco?
— Nada muito interessante, bobagens, por exemplo, a slytherin princess, tá namorando o gigantinho, sonserina para variar está em primeiro lugar no campeonato de quadribol e na Taça das Casas, nós continuamos cumprindo o papel dos monitores, estamos sem festa desde a última vez, as pessoas fazem de conta que a gente não existe... pelo visto nada que você já não saiba — Penélope disse percebendo que Alvo não parecia interessado no discurso. — E agora, que você voltou, como vai ser? Alguma ideia para agitar as coisas?
— Claro, tenho uma ideia muito boa.
— Não! Você deve tá de brincadeira! — Hugo praticamente gritou.
— Eu tenho um monte de castigo para cumprir, então vocês podem me ajudar, se quiserem.
— Claro, claro, nós ajudamos, estamos juntos nessa não é, Hugo?
— Claro, juntos — Hugo respondeu sem muita convicção e Alvo riu com vontade. — Hey, Al, é verdade que o Tiago está aqui com vocês?
— É...
— Poxa, eu queria tanto vê-lo, quer dizer...
— Mas vai passar pouco tempo, tem umas coisas que ele vai resolver e...
— Hey Al, como você está? — Alvo foi interrompido, pelo cumprimento de Rubinho que trazia Lilian nas costas, ela estava morrendo de rir, mas parou ao ver Penélope; Rubinho colocou-a no chão, e a abraçou, Lily parecia sumir quando Rubinho a abraçava.
— Hey, Rubinho! Você tá abraçando a minha irmã!
— E beijando a sua irmã! — Rubinho riu e beijou os lábios de Lilian.
— Hey, Al! Para, Rubinho! Ei! Eu preciso ir, depois a gente se fala, eh, tchau, Al, tchau, Hugo — Lilian deu mais um beijo no namorado e saiu.
— Ei, cara, ainda bem que você voltou.
— É bom estar de volta — Alvo ficou conversando com Rubinho e Hugo; Penélope acabou pensando que estava “sobrando” e saiu; Alvo não deixou de notar — Parece que as coisas entre você e a Penélope... — disse a Hugo depois que Rubinho se foi.
— Tá tudo bem entre nós, quer dizer... Mais ou menos. Eu não quero mais me meter em encrenca, sério, a gente pisou na bola, foi divertido até, por um tempo, mas agora, eu quero “andar na linha”, mas a Penélope, parece que ela, eu não sei, tem necessidade de procurar confusão, é como se ela quisesse de todo jeito fazer a mãe dela ficar com raiva.
— Essas coisas acontecem, às vezes.
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