Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 80
Capítulo 80




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Tiago não tinha muita certeza do que ia fazer quando saiu de casa para ir atrás de Alvo na Travessa do Tranco, talvez apenas conversasse com o irmão, com sorte poderia convencê-lo a voltar pra casa, ou talvez pudesse dar umas tapas em Al, pensou. Em todas as suas fugas da escola nunca tinha ido a um lugar como a Travessa, e ficava se perguntando como o irmão caçula poderia estar vivendo lá, pelo que conhecia de Alvo poderia até apostar que ele ainda fazia xixi nas calças. Tiago riu consigo mesmo, fazer brincadeiras com o Alvo era sempre tão divertido, era difícil entender como aquele moleque desajeitado e encabulado que ele era tinha mudado tanto.

Entrou no Snake Hole e, tal como tinha acontecido quando Harry foi até lá, Ernesto ficou apavorado, e indicou o quartinho onde Alvo estava apenas apontando o dedos sujos em direção a portinha nos fundos.

— Eu já falei que não quero nada, Ernesto — Alvo berrou quando ouviu a batida na porta; Tiago empurrou-a mesmo assim. — Você? o que você está fazendo aqui, Tiago?

— Eu também estou feliz em te ver, Alvo. Lugar bacana você escolheu para viver. Não vai me oferecer uma cadeira? Ah, não tem nenhuma aqui!

— Cara, vai embora.

— Calma, Al, por que você está tão nervosinho? Eu só vim aqui para a gente conversar, pode ser?

— A gente não tem nada pra conversar.

— Tá, eu sei o que aconteceu, e... cara, o Largo Grimauld foi demais, eu nunca tinha pensado nisso! Você mandou bem nessa, só que também mandou mal fugindo de casa desse jeito. Nossos pais estão sofrendo, sabia?

— Eu não tô a fim de ouvir lição de moral, muito menos vindo de você.

— Qual é, Alvo? Já chega, você já teve seus cinco minutos de rebeldia, agora para de bancar o idiota e volta para a escola.

— Você não veio da Irlanda para me dizer isso, veio?

— Claro que não.

— Então, vai embora, vai fazer o que veio fazer, volta para sua perfeita vida de campeão mundial de quadribol, de melhor jogador do mundo, de filho querido do Harry Potter.

— Você é ridículo, Alvo. Ri.Di.Cú.Lo. — Alvo pegou a varinha e apontou para Tiago. — O que você vai fazer, Al? Vai me atacar? Ataca. Eu não vou revidar, eu nem trouxe a minha varinha. Anda garoto, me ataca, não é o que você quer fazer, então faz, hum? — Tiago caminhou para perto de Alvo, e deu um empurrão. — Seu bebê chorão, covarde.

— Eu odeio você, Tiago.

— Ah, eu odeio você, Tiago, eu odeio você... nhê... nhê... ninguém gosta de mim... vê se para de ser idiota, moleque...

— Sai daqui... Sai... — antes que Tiago se desse conta, Alvo tinha pego o banquinho, único móvel do quarto sujo, e lhe acertado, quase no rosto.

— Você tá maluco, garoto? — recuperado do susto foi a vez de Tiago avançar contra o irmão, não tinha intenção de machucar Alvo, mas estava de cabeça quente; derrubou Alvo no chão e prendeu os braços dele contra o peito, pressionando-o com o joelho impedindo que ele se movesse.

— Eu odeio você, eu queria que você morresse.

— Por que, Al? Por que você me odeia?

— Por que? Porque você sempre foi o filho preferido, o maior orgulho da família, o mais talentoso, o mais querido por todo mundo, bom na escola, no quadribol, com as garotas.

— Isso não é verdade.

— É verdade sim! Você sempre teve tudo.

— Cara, você tem problemas, sérios. Nossos pais te adoram, mas eu não preciso dizer isso, por que você sabe! Eles não fazem distinção entre eu, você, ou a Lily.

— Para você é muito fácil dizer isso, para você tudo sempre foi perfeito, todo mundo te adora, ninguém rir do seu jeito, nem botava o pé para você tropeçar e cair no corredor.

— Alvo, era só brincadeira, brincadeira, de irmão.

— Não, você sempre gostou de me fazer passar por ridículo, me humilhar porque eu não sei voar... você até mandou a sua vassoura de presente pra mim, só para me humilhar.

— É claro que não! Eu mandei a vassoura de presente por que era o seu aniversário, e...

— E aproveitou para me fazer ele lembrar mais uma vez que eu não sei voar? Quer saber, eu me senti muito bem quando queimei aquela vassoura.

— Você queimou a vassoura que eu joguei a final do mundial de quadribol? Ora, seu... Alvo, você não entende nada? Será que você não entende? Eu mandei a minha vassoura de presente pra você por que era uma coisa importante pra mim; eu dei o pomo pra Loreley, meu uniforme pra Lilian, e a vassoura para você! Imbecil! Eu vim para casa para contar aos nossos pais que eu e a Loreley vamos nos casar, e eu queria que você fosse o meu padrinho de casamento.

— Padrinho de casamento?

— É, Alvo, padrinho de casamento; normalmente as pessoas convidam o melhor amigo, mas, eu... Humpf! — Tiago soltou os braços de Alvo, e sentou no chão. Os dois ficaram sentados no chão, lado a lado, em silêncio, por alguns minutos.

— Eu sou ridículo...

— É.

— O papai... deve estar... com rai...

— Só esperando que você volte para casa.

— Você acha que o papai vai me perdoar?

— Cara, eu aposto que até o Harry Potter já teve um momento como esse.

— Você acha?

— Não! Mas, é aquela coisa, um castigo talvez, um sermão, aquele papo de valores morais, essas coisas... depois passa, vai por mim... vamos para casa?

Alvo foi recebido em casa com todo o carinho e ao invés de sermão, recebeu do pai um abraço. Harry agradeceu pelo filho ter voltado e Giny paparicou seu garoto o máximo que pôde.

— Eu falei com a diretora... — Harry disse no dia seguinte quando tomavam café da manhã. — Você pode voltar para a escola.

— Obrigado.

— Mas você vai ter que cumprir alguns castigos e tirar “Excelente” em todos os exames. — Alvo apenas balançou a cabeça; a atenção foi desviada ao barulho de Tiago e Loreley, que vinham entrando e conversando, ou melhor, discutindo.

— Foi ideia sua, se não der certo, será sua culpa.

— Claro que vai dar certo, Tiago, a não ser que você...

— Que eu o que?

— Queira estragar tudo com magia.

Estragar tudo com magia? Humpf! Por favor! Bom dia.

— Bom dia, Tiago, Loreley. Algum problema?

— Nenhum, Sra. Potter, apenas o seu filho que é muito teimoso.

— Isso é verdade. Bom, mas eu queria perguntar a vocês se aquela história de casamento é sério?

— Claro que é sério, mãe.

— Em duas semanas? Mas, então, é preciso cuidar nos preparativos... por exemplo, onde vocês preferem, em Godric´s Hollow, ou...

— Londres, a gente vai casar em Londres. Na igreja de St. Patrick.

— Igreja? Londres, mas...

— Casamento trouxa.

— Casamento trouxa?

— É, como os trouxas se casam, igreja, padre, um monte de frescura...

— Mas por que vocês resolveram assim?

— Advinha de quem foi a ideia?

— Bom, Sra. Potter, na verdade, nós queríamos fazer algo diferente no nosso casamento. A senhora acha que tem algum problema?

— Claro que não, é uma ótima ideia.

— Mesmo?

— sim, principalmente por que, sendo o Tiago um jogador famoso como é, o casamento de vocês poderia atrair muitas atenções, e assim, no mundo dos trouxas, fica mais reservado.

— Exatamente o que eu pensei, Sra. Potter. Viu, eu não falei? —Loreley disse a Tiago.

— Hum, só quero ver onde isso vai dar! Agora senta aí e come! — Loreley fechou a cara para Tiago e sentou à mesa.

— Bom, deixando de lado o casamento, Loreley, e o bebê? — Giny perguntou muito entusiasmada.

— O bebê... bom...o bebê...

— Você já foi ao hospital, quer dizer, você já procurou saber como está o bebê, não foi?

— Não, mãe, ela não foi, eu já insisti e tudo, mas ela só vai se for num desses hospitais trouxas, não confia em nada que se relacione à magia, quer dizer aos métodos mágicos.

— Não é bem assim, Sra. Potter, a senhora sabe que eu não conheço muito bem como isso funciona com os bruxos, e eu prefiroque aconteça de um jeito que eu conheço e que seja confortável para mim e para o nosso filho — Tiago que estava ao lado dela, suspirou e tomou mais um gole do seu café.

— Loreley, eu sei e entendo, mas o que vocês não podem é esquecer que agora não são só vocês dois, agora alguém precisa do cuidado de vocês, e esse cuidado tem começar o quanto antes, vocês precisam saber como está esse bebê, como você está, Loreley, seja num hospital trouxa ou com os métodos mágicos.

— A Giny tem razão, e você Tiago, deve ajudar a Loreley a se decidir, e apoiá-la. Eu conheço um hospital trouxa que é ótimo, a Giny conhece.

— Se você quiser, eu posso te levar lá, já que você prefere assim.

— É e, eu vou junto, eu quero saber como o futuro maior jogador de quadribol do mundo está o quanto antes! — Loreley olhou admirada, mas ao mesmo tempo insegura, para reação de Tiago, temia que ele se decepcionasse se fosse uma menina, pois ele sempre se referia ao maior jogador de quadribol do mundo, e nunca a maior jogadora de quadribol. —mas riu, e ao perceber o sorriso dela, Tiago beijou o seu rosto.

— Meu filho não vai jogar quadribol! Você não acha que algum dia na vida eu vou deixar minha criança voar, acha?

— Minha criança vai jogar quadribol!

— Não vai não!

— Gente, o mais importante agora é cuidar para que a criança de vocês nasça com saúde. Além disso, vocês não podem decidir o que o filho de vocês vai fazer!

— Bom, tem razão, a gente pode ir no hospital, não é, Loreley? — Loreley deu de ombros mas acenou que sim.

— Ah, eu posso ir junto quando vocês forem? — Lilian, que esteve atenta a toda conversa, pediu, fazendo o charme de sempre ao irmão.

— Ah não, Lily, já tem gente demais, se você for ai vai querer levar o Rubinho, e se você for o Al vai querer ir também, e vai ser aquela bagunça... — Lily logo fez cara de quem tinha se decepcionado.

— É, Lilian, só nós três já é mais do que suficiente, você vai de uma outra vez — disse Giny.

— Bom, está na hora de ir trabalhar, Lily, Al, vamos? — Harry disse levantando-se.

— Mas eu já posso ir?

— É claro que sim, e o mais rápido possível, a diretora Bones não vai aceitar atrasos logo na sua volta.

— O que você tava pensando, Alvo, que eu fui lá te buscar, pra você ficar em casa, de boa? Vai estudar moleque, limpar as estufas, o banheiro da Murta-que-geme, o quartinho do Filch ... — Alvo jogou um pedaço de pão na cara de Tiago, que ria, acompanhado por todos, exceto Harry.

— Muito engraçado Tiago, mas você esqueceu dos alunos do primeiro ano, dos diabretes, das mandrágoras, das hortas do Hagrid... — Harry logo começou a rir junto com a família.

— Que engraçado!

— O Tiago tem experiência com isso! — disse Lilian.

— Oh, pai, mas das hortas do Hagrid, o namorado da Lilian já cuida! —Tiago que se acabava de rir, ganhou uma careta da irmã e uma cotovelada de Loreley.

— Cala a boca, Tiago! — Lily quase jogou seu café em Tiago.

— Hey, chega, vamos Alvo, Lily, a guerra de comida fica para depois — Harry, Alvo e Lilian despediram-se de Giny e desapareceram pela rede de Flu.

— É bom ter o Al de volta — Giny disse com o olhar na lareira onde eles haviam desaparecido.

— É bom ter o Al e eu de volta! — Loreley não se aguentou e jogou mais pão em Tiago.

— Tiago, por favor!

— Vocês vão mesmo se casar e ter um filho! —Giny riu, observando o filho e a nora brincando de guerra de comida.


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