The Dead Test – O Teste Morto escrita por Pedro Haas


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Eu acho que nao to conseguindo separar os capitulos do jeito certo, ai ai ai quando finalmente começo escrever sem problemas, eu acho um defeitinho.



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Capítulo 3

Estávamos nos portões daquele grande condomínio de várias casas que eu havia avistado no topo daquela rua de hoje mais cedo, era noite, mas, felizmente, as ruas eram bem iluminadas com postes de LED, eles tinham energia elétrica. Eu me senti no paraíso. Agora era a minha vez de olhar em volta como um bobo, observando os detalhes daquele lugar, enquanto Anna tentava interagir com a minha irmã que estava um pouco acuada, porém reagia bem ao rosto de megera que Anna tinha, mas que ao mesmo tempo soava como se fosse confiável.

Os postes com certeza eram os mesmos de antes de tudo ir para o espaço, talvez fossem meus olhos, mas eles tinham a luz um pouco mais fraca, e se você prestasse atenção, elas iam se enfraquecendo com o passar das ruas do condomínio, não sei como funcionava a lógica por trás de um gerador, mas eu não estranhei muito. Haviam um bom número de pessoas, algumas tinham armas — Não, melhor dizendo —, todas as pessoas estavam armadas. Não é de se espantar. Elas andavam em grupos, entrando e saindo de algumas casas, mas pareciam relaxadas, elas viviam como se não tivessem em um apocalipse, e isso me deixava um pouco mais aliviado. Haviam também crianças, e elas andavam de bicicleta pela calçada enquanto passávamos, meninas e meninos limpos, não bem vestidos, mas limpos. Desvio o olhar para Isabelle, suspiro.

Haviam construções altas de madeira, parecidas com os antigos faróis para navios, e algumas pessoas estavam lá, indo de um lado para o outro com rifles nas costas, postos de vigilância, provavelmente. Passamos por ele, e 50 metros à frente, do outro lado da rua, havia outro. Era uma cidade bem protegida.

— Lugar bacana, não é? – Anna comentou – Bem melhor que aquela floresta de merda que vocês estavam andando há meses.

Como ela sabia? Não me lembrava de ter comentado.

— Não foram meses, andamos por estradas, cidades abandonadas e mais um monte de outros lugares – eu olho pra ela transparecendo desconfiança.

Sim, a maior parte do tempo foi em pequenas florestas, onde eu e Isabelle deitávamos por noites inteiras para observar as estrelas, tentando esquecer tudo que acontecia em nossa volta, enquanto o mundo nos puxava de volta quando ouvíamos barulhos de galhos se quebrando ou da armadilha-alarme que eu havia preparado.

— Bem, a maioria de nós chegamos aqui como você – ela olhava para fora, para cima – Andando a esmo por aí, alguns não tiveram tanta sorte quanto você e morreram de fome, outros simplesmente foram devorados – ela fez uma pequena pausa – Pode soar meio cruel, mas ainda bem que sua irmãzinha é surda.

Ela ficou em silêncio a partir daqui.

Bem, ela tinha razão, não era a melhor coisa a se dizer, e se Isabelle tivesse que sobreviver sozinha, nunca iria conseguir detectar de onde o perigo viria, ela teria morrido no primeiro dia se não fossemos eu e meu pai. Não quer dizer que ela não seja forte, claro, mas ela ainda é uma criança, e se ela ouvisse os clamores por socorro, os gritos, os choros; talvez estivesse traumatizada hoje... Foram coisas que eu tentei fingir que não existiam quando tudo começou e nós estávamos na cidade grande. Em parte, estou feliz por ela não ter ouvido nada disso.

— Me desculpe – ela diz, depois de alguns minutos – Cortei o clima foda aqui – ela olha para mim, tentando, se esforçando, para parecer mais animada – Pelo menos, daqui a pouco tempo, tudo isso vai terminar, os zumbizinhos vão se deteriorar de tal forma, que vão ser apenas corpos mortos e nada mais, e seremos apenas jovens adultos nesse mundo se reconstruindo – ela forçou um sorriso, e eu o retribuí.

***

Circulamos o condomínio quase todo, ele era de fato bem grande e com muros reforçados, antes do apocalipse, ele com certeza era um lugar muito luxuoso, isso explicaria os muros. Os novos moradores também podem ter dado uma mãozinha. Passamos por áreas totalmente escuras, áreas que pareciam serem desabitadas. Lugares onde um ou outra pessoa andava na rua, e as casas eram apenas iluminadas com a luz da lua. Passamos algumas ruas e entramos em uma zona com casas ainda mais luxuosas, piscinas e jardins verdes e bem cuidados, e pessoas que apenas viram o carro e o ignoraram; parecia ser o fim daquele labirinto de ruas deste condomínio gigante.

Ou talvez nem tão grande assim, se eu o conhecesse melhor. Fico imaginando se Igor estivesse querendo nos mostrar que nem tudo aqui são flores, as pessoas ali atrás me pareciam, no mínimo, perturbadas, mas, como eu era um estranho, talvez isso os tenha deixados acuados. Na concepção deles, eu poderia estar infectado.

O carro estava desacelerando lentamente, e todos esses pensamentos se esvaíram quando vejo ao final da rua uma grande casa bem iluminada e movimentada, talvez uma festa estivesse acontecendo ali, ou, quem sabe, aquelas pessoas estivessem apenas montando guarda. Prefiro a opção da festa.

Respiro fundo, e uma pequena curiosidade se acende em mim:

— O condomínio – começo a perguntar falando baixo, minha garganta ainda parece formigar, mas já está voltando ao normal – Ele tem um nome?

— Ele já teve vários nomes – desta vez foi Igor quem respondeu – Já foi Nova Esperança, no início; depois mudamos para Pequena Estrela...

— Eu cheguei aqui nesta época, aliás – Anna comentou.

— E agora está dividido, uma parte é Nova Esperança novamente, mas – essa agora foi uma pausa longa – Não, todos nós vivemos em Prestesburgo – ele não me parecia muito feliz em dizer isso, deveria ter seus motivos, resolvi não questionar. Anna fechou a cara, também – O importante que no fim dessa rua está a casa do novo Chefe, então nós os deixaremos bem aqui – quando me dei conta, o carro já havia estacionado – Amanhã nós os buscaremos, andando mesmo, o condomínio é grande, mas nem tanto, não temos tanta gasolina para gastar atoa assim. Podem ficar à vontade, se quiserem ajuda para desfazer as malas – ele deu um sorriso, olha só, ele também tem um senso ácido de humor – Brincadeira – mas era humilde, também – Se tiverem qualquer problema, me procurem, eu moro na rua da frente junto com esta doida aqui – ele apontou para Anna, que deu um sorriso amarelo – Na casa tem comida e algumas coisas que vocês podem achar relaxantes.

— Não se preocupe – eu respondo – Muito obrigado mesmo, Igor.

Ele deu de ombros, e nós saímos do carro, acenando uma despedida para eles, Igor manobra o carro com mais velocidade e quando percebo ele já está virando a esquina.

Então, finalmente entramos em uma casa sem ser para roubar ou sem nos preocupar com os monstros à solta no mundo, meu corpo parecia extremamente mais relaxado que o de costume. Seguro a mão de Isabelle, ela sorri de forma verdadeira. Adentro a casa grande e luxuosa perto do fim do condomínio.

"Ainda existem pessoas boas no mundo"


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Notas finais do capítulo

weeeeellll, deixem seu review leitores ♥ vocês também, leitores fantasmas kkk



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