Bulletproof Wings escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 29
Isso não vai funcionar mais


Notas iniciais do capítulo

Vamos ver como a treta se desenvolve.



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— Corram — gritou Jungkook, e os outros rapidamente o obedeceram. Foram velozmente para a porta. Jungkook teve que voar e empurrar os que estavam à sua frente para que passassem antes que as portas se fechassem. Procuraram logo as escadas por onde tinham subido, mas uma boa quantidade de espectros subia por ali, parecendo ter sede de sangue à prova de balas.

— Essa não — murmurou Namjoon.

— Por aqui — ordenou Yoongi. — Conheço um atalho.

Yoongi tomou a frente, e os outros o seguiram. O Juízo se aproximava.

— Você não vai pra onde eu tô pensando, vai?

— Tem uma ideia melhor, Chim Chim?

Yoongi alcançou a sala com chão de vidro e abriu as portas. Colocou todos para dentro rapidamente e trancou a porta na hora que Abraxas estava alcançando-os. Afastou-se enquanto ele batia na porta, nervosamente. Hoseok e Namjoon verificaram as portas laterais, que estavam trancadas.

— Ótimo — disse Namjoon. — Estamos presos aqui, hyung.

— É por aqui — disse Yoongi, indo para o lado oposto ao qual entraram. Abriu a porta dupla, revelando uma sacada.

— Ah, eu costumava vir aqui — disse Taehyung. — Enquanto estava oculto.

— Gapsida! — Gritou Yoongi, abrindo suas asas.

— Hyung — hesitou Jungkook. — O que você vai fazer?

— NÓS vamos sair pela sacada.

— Como assim? — Perguntou Hoseok. — Estamos no segundo piso.

— É, e você tem asas pra quê?

— Mas e o Tae?

— Vamos levá-lo, Hopi.

— Impossível — disse Namjoon. — Temos asas, mas nunca as usamos. Eu não sei nem se vou me aguentar!

— Não se preocupem — disse Taehyung, que encarava a vista da sacada. — Eu pulo.

— Tae! — Protestou Jimin. — Estamos tentando salvar você. Enfrentamos o Juízo pra te tirar de lá. Se fosse pra você se matar de novo, a gente não precisava nem ter voltado.

— Não é tão alto, hyung.

— Não é alto pra quem pulou de um andaime — acrescentou Namjoon.

— Não tem outra opção — disse Taehyung, olhou para Namjoon. — Eu vou sobreviver.

Namjoon hesitou.

— Eu sei que vai. Porque você precisa. Escutem, temos uma vantagem se formos por aqui. Eles terão que dar a volta.

— Não voarão atrás de nós? — Perguntou Jungkook.

— Eu li que o Juízo vive na casa o tempo todo, então eles não costumam voar. Mesmo que tenham asas, elas não estão “treinadas”, digamos assim.

— Ah, e as nossas estão — disse Jimin, irônico.

— Gostava mais de você quando não era tão sincero — brincou Namjoon. — Mas está certo. A parte boa é que nossas asas jovens estão cheias de vontade de bater por aí. Estão preparadas.

— Chega de aula, Moni — disse Hoseok, abrindo as asas. — Não temos tempo. Essa porta vai cair a qualquer momento.

— Sejam rápidos — disse Yoongi, voando por cima da sacada e, pela primeira vez, saindo dos domínios da casa. Hoseok o acompanhou. Os outros foram em seguida.

Taehyung subiu na proteção da sacada com cautela. Sentou-se com as pernas para o lado de fora. O pé-direito do primeiro piso tinha três metros, como convinha. Era a altura da queda, um nada comparado à queda que havia levado à sua morte. Claro que a ausência de água no fim do percurso deixava as coisas um pouco mais perigosas. Ele encarava aquela vista, tentando se preparar.

De repente, as portas do outro lado se abriram estrondosamente. Taehyung olhou para trás, sorriu para Abraxas e pulou. O impacto com o chão machucou seus pés, e ele arquejou, mas não se importou com a dor e começou a correr.

— 다시 run, run, run... — murmurou ele, enquanto corria, tentando acompanhar os cinco que voavam acima dele.
A predisposição das novas asas realmente os estava ajudando a não cair, mas ainda assim não era o voo mais bonito do mundo. Jimin deu uma rápida olhada para trás. Viu Abraxas dando as costas e voltando para dentro da casa. Como Namjoon dissera, o Juízo não voa.

Os meninos paravam às vezes, para dar a Taehyung a chance de alcançá-los. O pobre garoto já estava um tanto esbaforido, mas não desistia. Só parou quando finalmente alcançou o fim dos domínios de Abraxas… cuja única saída era pelo ar.

O campo terminava em um precipício que não parecia ter fim. Alguns quilômetros adiante, era possível ver uma cidade, separada de Taehyung pelo grande vazio. Ele encarou-o por algum tempo, recuperando sua respiração e enxugando o suor, e finalmente olhou para trás. Abraxas estava a caminho, sem nenhuma pressa. Os outros juízes vinham atrás, todos armados. Os meninos, ainda voando, observaram a aproximação e olharam para Taehyung, pensando desesperadamente em uma maneira de salvá-lo. Antes que pudessem ao menos pensar em formular um plano, ele mesmo disse.

— Vão. Eu me viro daqui.

— Você só pode ter pirado, hyung — disse Jungkook. — Eu já disse, voltamos por você, não vamos te deixar pra trás de novo.

— Já fizeram muito por mim — disse ele, com um sorriso sincero. — Você me salvou da inexistência e me tirou da casa, Kookie. A partir daqui, é comigo.

— Não vamos permitir isso — disse Namjoon. — Ele vai te destruir. Se formos agora, nosso retorno não terá valido de nada.

Yoongi estava inquieto. Parecia pensar fervorosamente em uma solução.

— Vocês enfrentaram Abraxas e me deram uma chance — argumentou Taehyung. — Mas é meu destino, e é inevitável. Eu sou um criminoso, e vou terminar como um.

— Não diga isso — ordenou Jimin, retendo as lágrimas. — Nós vamos salvá-lo.

— É impossível, hyung. Se não forem agora, terminarão como eu. E não se atrevam a fazer isso.

— Ele está certo — disse Hoseok. — Vocês precisam ir, precisam se salvar. Eu fico com ele.

Hoseok lançou a cada um dos quatro um olhar penetrante e afiado como uma agulha. Era uma ordem, mesmo para Yoongi, que era mais velho que ele. Aquela era sua decisão, e deveria ser compreendida. Hoseok não esperou protestos: desceu e ficou ao lado de Taehyung.

— Estaremos esperando, hyung — disse Jungkook, com a voz triste. — Os dois.

— Vocês precisam sobreviver — disse Namjoon, enquanto os outros três se afastavam. Por fim, os acompanhou.

— Hyung, — disse Taehyung, para Hoseok — isso é loucura. Não vai conseguir enfrentá-los sozinho.

— E você vai?

— Não, mas…

— Você não é à prova de balas, Tae. Mas eu sou.

Hoseok tomou a frente em direção a Abraxas, que já estava a poucos metros.

— Ah, sim — disse ele, segurando sua arma. — É à prova de balas, Jung Hoseok. Mas será que é à prova… disto?

Hoseok parou de andar quando Abraxas mostrou sua munição: uma pílula branco-laranja. Enquanto ele a colocava na arma, Taehyung o alertou nervosamente.

— Hyung, saia daqui. Ele vai acabar com você.

— Não, Tae. Eu escolhi te proteger, e é o que farei.

Taehyung quis argumentar que não adiantaria protegê-lo daquela forma.

Mas não teve tempo.



— NÃO!

Quando o peito de Hoseok foi atingido pela pílula, Taehyung gritou. O sangue projetou-se para fora de seu corpo, e ele caiu para trás. Taehyung o segurou e o colocou no chão, devagar. O sangue tomava sua roupa cada vez mais, e Taehyung sentiu sua respiração falhar. Um pouco de sangue escorreu da narina enquanto ele ameaçava fechar os olhos. Taehyung segurou o choro.

— Hyung — disse ele, tentando colocar segurança em sua voz. — Aguente firme.

De repente, a imagem de uma flor branca e brilhante se projetou na ferida, e Taehyung ficou extremamente nervoso. — O que é isso? — Sua voz estava trêmula. — Não vá embora!

Hoseok sorriu fragilmente.

— É o hyung. Está cuidando de mim.

— Quem?

— Eu vou ficar bem. Eu prometo. Agora é sua vez. Proteja-se. — Taehyung olhou para Abraxas, que se aproximava com um sorriso frio, sem nenhuma pressa. Fez que levantaria, mas Hoseok segurou seu braço. — Escute. Só você pode se salvar.

Taehyung assentiu, e se levantou. Nunca teve tanta certeza em sua vida enquanto andava em direção a Abraxas.


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Notas finais do capítulo

E a treta só ganha força.

Gente, amanhã será nosso nº30, o capítulo especial. Como ele é pequeno, será dose dupla.



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