90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 9
Capítulo 7 - Paquerando


Notas iniciais do capítulo

Escrever o começo desse capítulo foi fácil, mas depois tudo foi ficando mais difícil porque eu realmente não sabia se tinha graça, ou não. Espero que entendam se não sair o capítulo que eu desejava presenteá-las. O próximo sairá melhor!
AVISO:
AAAAAAAAAH, EU ESTOU COM MUITA RAIVA. Vocês sabem o que é abrir a parte das fics mais recentes e ver que tem uma fic que praticamente pegou sua ideia? E a minha fic foi postada antes, que saco! Não cito nomes pq não sei o que se passa pela cabeça da autora da fic, talvez uma mera coincidência... Emputei, confesso! Vou acalmar meus ânimos... Ou tentar. Obrigada por todo o carinho de vocês, e se souberem das reais intenções de tal autora, ME COMUNIQUEM POR FAVOR, PORQUE EU ODEIO QUANDO ISSO ACONTECE!!!
Boa leitura!



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POV JASPER


   Subi vagarosamente as escadas da nossa possível nova casa. Era parecida com a casa das garotas, em parte. Possuía quatro quartos, sala, cozinha, banheiros... Seria um lar agradável.




                                                                                                 ...




    Continuei analisando a casa, até me deparar com um dos quartos. Era espaçoso, possuía paredes harmoniosas o suficiente para abrangerem sem dificuldades todos os meus posts punk, e um ar de estúdio. Tudo o que eu e minha guitarra precisávamos!


     O que me fazia lembrar o dia em que fui expulso da minha ex-banda de heavy metal: Os metaleiros.


     Aquilo causou um grande impacto na minha vida, e por mais que eu estivesse prestes a cursar música na Forks University, me sentia vazio. Desde tal acontecimento, eu nunca conseguira tocar algo decente na minha guitarra. Nunca mais conseguira compor músicas. Era um músico falido, em decadência. A inspiração nunca voltaria para mim.


     Ou pelo menos era o que eu achava, até dormir ao lado de uma fada. Sim, pois Alice só poderia ser classificada como tal. Eu, antes cego, não havia notado quão linda e graciosa ela era. Mas, naquela noite, observando-a tão perto de mim, e me sentindo tão parte de sua mágica, a inspiração me enlaçou novamente.


     Sem perder tempo, me escondi no porão da casa, para compor. Madruguei para conseguir tocar e criar um trecho de música, mas me senti satisfeito quando o dia clareou. Alice havia conseguido despertar o músico, já esquecido, dentro de mim. E naquela manhã, quando a encontrei tão animada na porta do quarto do seu irmão, ou quando a mesma estava em meus braços - mesmo que por um breve espaço de tempo -, pude me sentir completo. Agora eu sabia o quanto precisava daquela fadinha ao meu lado!


     Se eu, ao menos, soubesse como conquistá-la...


     - Então, brother, gostou do quarto? - Meu irmão pulou em cima de mim, ao me perguntar isso.


     - Sim, Emmett. - Bufei. - Devo lhe agradecer por ter interrompido minha linha de raciocínio, também? - O indaguei com amargura.


     - Ah, foi mal. - Desculpou-se. - Hey, no que estava pensando? - Me questionou, curioso.


     Eu realmente não sabia se devia desabafar com ele. Era um bobão... Entretanto, mesmo que bobo, ou infantil, era meu irmão. Uma pessoa que me conhecia há anos... E que, basicamente, conhecia muito bem as mulheres. Poderia até me ajudar, quem sabe...


     - Emmett... - Hesitei. - Você promete não rir?


     Ele ergueu a mão, em forma de juramento.


     - Eu... Eu descobri que estou gostando da Alice. - Revelei.


     No primeiro momento, meu irmão me fitou sério. No entanto, ele começou a tremer e... Quando vi, Emmett já estava gargalhando ruidosamente.


     - Ah, eu sabia! - Riu. - Eu sabia que você e a anã tinham algo! O poste e a anã, que belo romance melodramático!


     Revirei os olhos.


      - Me lembre de nunca mais lhe contar nada... - Resmunguei.


      - Ei, calma... - Gargalhou mais. - Calma... Eu... - Riu. - Eu... - Riu mais ainda. - Vou te ajudar a seduzir a anã. - Terminou, ainda gargalhando.


      - Acontece, que eu não quero "seduzir a anã". Eu quero conquistar a Alice. - O corrigi, cruzando os braços, impaciente. - E se você continuar a chamando de anã, eu juro que contarei isso a ela, e deixarei que a própria se entenda com você. - Acrescentei.


      - Não! Não! - Pediu prontamente. - Eu já parei... Juro! - Me assegurou. - Então, eu vou te ajudar a conquistar a ...  A... Alice. Ou simplesmente paquerar. Porque paquerar é o que há!


      O encarei com desconfiança.


      - E como você fará isso? - Pedi.


      - Bem... Na verdade, vou trabalhar por mim e por você. Acho que você já percebeu que eu gosto da Rosalie... Que, coincidência ou não, é irmã da an... - Tossiu. - Alice. Eu já tinha um plano pra descobrir se a Rose gosta de mim, ou se eu vou precisar conquistá-la... Posso compartilhar o plano com você, para fazer o mesmo com a anãlice... - Ele parou abruptamente, se dando conta do erro cometido.


      Era o que eu achava, até vê-lo gargalhando novamente.


      - Anãlice... - Riu. - Demais! Ela vai me matar, mas vai valer a pena!


      O fitei com fúria. Ele parou de rir.


       - Ok, ok, já entendi... Continuando, o plano é o seguinte: Na faculdade, vão aparecer muitas mulheres gatas. Vamos usá-las para provocar a Anãlice, e a Rosalie. Se elas ficarem com ciúmes, quer dizer que gostam da gente. Se não... Vamos ter que conquistá-las. Mas ai já é outra história...


       - Entendi. - Falei. - Então, amanhã. Faculdade. Gatas. Alice. Certo?


       - Elementar, meu caro Jasper, elementar! - Disse, se achando o sabichão, enquanto bagunçava meu cabelo.


       Ouvimos passos se aproximando e paramos abruptamente de conversar.


       - Meninos, podem descer, por favor? Edward já está lá e preciso de todos reunidos para informá-los uma coisa sobre a compra da casa. - A voz de Rosalie soou.


       Eu e Emmett nos entreolhamos.


       - Aconteceu alguma coisa... - Murmuramos em uníssono.




                                                                                                   ...




        - Certo... Todos estão aqui, já posso começar. - Rosalie parecia nervosa. - Bem... Pelo que vejo, a casa agradou a todos. Entretanto, temos um pequeno problema... - Murmurou.


        - Qual? - Edward a indagou, nervoso.


        - O preço... - Rosalie soltou num suspiro. - O cartão da Alice libera até certa quantidade... É claro que ela não sabe disso, mas Carlisle se sente um pouco... Inseguro, quanto ao vicio da minha irmã. Eu acho bem prudente, já que a Allie é meio exagerada quando se trata de compras. No entanto, agora... Bem, precisaríamos de uma quantia bem pequena além do que o cartão pode nos oferecer... - Suspirou. - Ou seja, essa casa possui quatro quartos e três moradores, se arranjarmos mais um em pouco tempo, poderemos comprar a casa, se não...


         Ela não completou a frase, mas todos nós sabíamos o que aquilo significava.


         - E não podemos abrigá-los em nossa casa - ela continuou -, temos apenas quatro quartos, e três já são ocupados. - Justificou em seguida.


         Ficamos certo tempo em silêncio. Eu cogitava quantos conhecidos tinha, e quais deles seriam bons companheiros de casa.


         - Espera ai! - Ouvi meu irmão falar. - Galera, eu conheço um cara que está à procura de algum local perto da universidade... Ele também vai cursá-la, é legal, e mora em La Push atualmente. - Argumentou.


          - Ótimo, Emm. Convide seu amigo para morar com vocês e... - Rosalie ponderou. - Dividir as despesas!


          Ao final do dia, estávamos todos felizes com a compra da nova casa. E, ansiosos, para conhecer nosso mais novo companheiro.


          À noite deitei-me ao lado da minha fadinha e pensei em como o plano a afetaria no dia seguinte.




                               ...                                                                              


   - Então ta fechado... - Edward declarou. - As meninas vão no porsche amarelo com minha irmã, e nós - acenou para Emmett e eu - vamos no meu volvo. Isso facilitará as coisas amanhã, quando vocês tiverem de levar suas coisas de volta pra casa, que será liberada bem cedo. - Argumentou.


   Fitei o chão, triste. Aquela fora a penúltima noite em que eu dormira ao lado da minha fadinha. Ou, pensando pelo lado positivo, se tudo desse certo hoje, seria uma de muitas que teríamos pela frente.


   - Vamos? Eu estou ansiosa para ver a faculdade! - Alice disse, sorridente. - É nosso primeiro dia, temos que aproveitar!


   - A Anãlice tem razão! - Emmett concordou, piscando para mim em seguida.


   Como já era de se esperar, ele levou um tapa bem no meio da face.


   - Esse é o primeiro de muitos que você levará até aprender a falar meu nome corretamente! - A fadinha, furiosa, o alertou.


   Alice usava um vestido amarelo com um cinto preto no meio do mesmo, dando um charme especial. Sapatilhas pretas com lacinhos nas pontas completavam o look elegante da minha fadinha. Eu me vestia de uma maneira muito diferente da dela. Minha calça jeans escura e minha camisa preta com caveiras ilustradas não estavam na moda - até onde eu sabia -, mas me deixavam com um ar de metaleiro inconfundível.


   A irmã de Alice, Rosalie, trajava um vestido rosa bebê que ia até seus joelhos, sendo moldado por babados. Um visual recatado, bem o estilo dela. Já Emmett, meu irmão apaixonado pela ex-freira, estava vestido com uma calça jeans escura e uma camisa pólo azul.


   Por fim, pude analisar Bella e Edward. Ela vestia uma calça jeans escura, uma blusa branca de alças, e botas de salto agulha - provavelmente Alice havia dado um jeito para que ela calçasse-as. Ele vestia calça jeans, tênis, e uma camisa pólo preto. Preto e branco, opostos. Ri com tamanha coincidência. Ou nem tanto assim, já que Bella parecia adorar a cor branca, com a qual vivia a se vestir.


   - Vamos, ou iremos chegar atrasados - Rosalie nos alertou.


   Seguimos para nossos respectivos carros - garotos no volvo e meninas no porsche -, e fomos para a faculdade.




                                                   ...



   Observando através da janela do volvo, pude constatar a multidão de estudantes que se aglomerava no estacionamento e na entrada da Forks University. Primeiro dia de aula, já era de se esperar que fosse assim. Edward estacionou o carro ao lado do porsche amarelo de Alice. As garotas já estavam lá, paradas, nos esperando. Era hora de colocar o plano de Emmett em ação.


   Saí do carro no mesmo instante que os outros, e de relance, pude notar meu irmão mais velho piscando discretamente para mim. Era o sinal de que ele também estava atento ao plano.


   - Sim, mas foi legal o Emmett ter repetido, a Rose ter perdido um ano por estar no convento, e eu ter nascido no mesmo ano que Edward, apesar dos nove meses de diferença, porque agora podemos estar todos juntos na faculdade e... - Dizia Alice. Ela parou abruptamente de conversar com a Bella quando notou nossa chegada.


   - Finalmente chegaram! - Exclamou Rose. - Eu já não aguentava mais ter que decorar o prédio de cada curso com a Alice tagarelando descontroladamente - reclamou.


   Minha fadinha a fuzilou com o olhar.


   - Certo, certo, certo... Prestem atenção, pois eu não vou repetir! - Rose nos alertou, ignorando o desgosto de sua irmã com a afirmação anterior. - Engenharia mecânica, informática, moda e música ficam para a esquerda - acenou. - Medicina para a direita. - Indicou a direção. - Hum... Temos um problema... - Disse com cautela. - Só tenho um mapa da universidade. Emmett, Jasper e Allie tudo bem, pois vêm na mesma direção... Já vocês dois - indicou Bella e Edward. - Vão ter que descobrir... - Mordeu o lábio.


   - A Isabella vai fazer o mesmo curso que eu? - Edward a indagou, aparentemente calmo.


   - Sim, não sabia? - Rosalie arqueou uma sobrancelha.


   - Você acha que se eu soubesse... ESTARIA AQUI?! - Ele disse, emanando fúria. - Vai ser um desastre! - Declarou, em seguida.


   - SE VIREM! - Minha fadinha se intrometeu. - Rose, Emm e Jazz, VAMOS! - Ordenou impacientemente.


   Chocados com o tom de Alice, seguimos suas ordens, deixando Bella e Edward discutindo no meio do estacionamento.


   - Ou aqueles dois vão acabar se matando, ou vão ter um fogo avassalador na cama - Emmett considerou.


   - Acho mais fácil ambos se matarem - murmurei.


   - Eu aposto cem reais que eles vão ficar juntos! - Minha fadinha se intrometeu.


   - Acho isso tecnicamente impossível, Allie - Rose opinou. - Aposto cem que as brigas deles vão continuar até que não se vejam mais.


   - Concordo com a Rosalie. Cem nas brigas deles. - Entrei na aposta.


   - Ah, cara, vocês dois são tão sem graça! Cem no fim da virgindade do Edward! - Meu irmão objetou.


   O encaramos chocados.


   - Ainda bem que a Bella apareceu, ou eu iria continuar pensando que ele estava virando gay depois daquele lance com a Tanya - disse, dando de ombros. Ele claramente não havia entendido o motivo para nossos olhares chocados.


   Após os lances terem sido feitos, continuamos a caminhar por entre os corredores da faculdade. Estavam bem movimentados, e pude notar alguns olhares cobiçosos do público feminino - ou não tão feminino assim - lançados para mim e Emmett. Também constatei - com bastante irritação - flertes lançados para Rosalie e Alice. Já estava começando a me perguntar quando Emmett colocaria nosso plano em ação, quando ele atrasou o passo para propositalmente ficar ao meu lado.


   - Plano em ação - me alertou, enquanto apressava o paço novamente, gesticulando para que eu repetisse o feito.




                                              ...

                POV BELLA

   - Olha, se você não sabe em qual prédio devemos entrar, é melhor irmos à recepção para perguntar qual é. - Sugeri, já cansada de tanto dar voltas pela faculdade.


   Ed-boy havia me feito andar bastante com sua "noção básica" sobre a Forks University.


   - Ok, eu desisto. Reconheço quando estou errado - respondeu.


   Gargalhei alto.


   - Claro, claro... - Assenti sarcasticamente. - Você só está concordando comigo por estar tão cansado quanto eu - esclareci. - Vamos logo - o puxei em seguida, sem dar chances para meu pupilotário retrucar.





                                                ...

  - A recepção fica logo ali - acenei para uma porta de madeira fina.


  - Como você sabe? - Ed-boy me indagou, desconfiado. Fala sério, o único que não merecia confiança ali era ele!


  - Por causa da placa - respondi, enquanto revirava os olhos.


  Meu pupilotário imediatamente fitou o local que eu indicava, e suspirou, decepcionado com meu acerto.


   - Vem, depressa, ou chegaremos atrasados a aula - me apressou.






                                                  ...

   Ao nos aproximar da porta de entrada da recepção, meu pupilotário deu leves batidas na mesma. Impaciente, ignorei a educação e abri a porta de uma vez.


   - Praticidade é tudo - declarei, enquanto sorria presunçosa. Em resposta, Ed-boy revirou os olhos, mas manteve-se calado.


   Adentrei a recepção sem olhar para frente, o que resultou num belo trombo, e, como consequencia, numa bela queda.


    - Por que você não olha por onde anda? - Alguém reclamou rudemente. Estava pronta para retrucar quando fitei o certo "alguém".


    Era só um garoto. Tinha cara de bebê, cabelos negros e dois olhos azuis que no momento não me encaravam. Indignada por ter levado um desaforo de uma criança, voltei a bolar uma resposta bem azeda.


    - É claro que... - Parei subitamente de falar quando percebi que o garoto olhava com uma cara patética para mim. - Perdeu algo aqui? - Franzi o cenho.


    - Não, não - negou, constrangido. Em seguida, apressou-se em levantar do chão e me estendeu a mão num gesto de cavalheirismo. - Me desculpe pela resposta e pelo trombo. Eu sou o Alec. - Se apresentou, sorrindo. Confusa com sua mudança repentina aceitei sua ajuda e fui puxada para cima.


    - Ah, oi. Eu sou a Bella. - Lhe disse. O garoto sorriu para mim em resposta.


    - Alec, o que está acontecendo aqui? - Uma voz soou atrás do garoto.


    Alec imediatamente estancou. Eu já ia lhe chacoalhar para ver se o garoto não estava tendo algum tique nervoso quando o dono da voz surgiu diante de mim. Ah, e de Ed-boy, que por permanecer calado durante todo o acontecimento, fora esquecido.


    - Eu quero uma resposta... - O moreno alto e musculoso parou abruptamente de falar ao me fitar. - Alec. - Terminou.


    O garoto do trombo literalmente tremia. Comecei a ficar preocupada.


    - Er... Alec você está tendo um tique nervoso? - O indaguei.


   Ed-boy - antes esquecido - levou a mão à testa com minha pergunta, e o moreno bonitão riu baixinho.


   - Não liguem para o meu irmão - justificou, em seguida. - Alec só tem quinze anos, às vezes não consegue controlar o nervosismo - riu o bonitão.


   Ah, certo. Quando eu digo "bonitão" é porque o cara realmente era um show. Alto, forte, cabelos negros e um par de olhos azuis iguais aos de Alec.


   - Quantas vezes eu vou ter de repetir, Demetri! - O garoto do trombo exclamou. - Quinze anos e dez meses. Quase dezesseis - resmungou.


   - Desculpa, galera, ele quer ser grandinho a todo custo - debochou. - Vamos, Alec, ainda tenho que levar você ao colégio. - Chamou o irmão. - E... Bella?


   - Sim? - O encarei.


   - Qual curso você irá fazer? - Me questionou.


   - Medicina - respondi.


   - Farei administração. É o prédio ao lado do de medicina - sorriu.


   - Ah... Que bom - falei com um falso entusiasmo.


   - Vejo você por ai, tchau - se despediu.


   - Tchau, Bella! Eu também venho amanhã com meu irmão, se der. Qualquer coisa eu te procuro no prédio de medicina! - Alec gritou, já no corredor.


   Respirei aliviada. O garoto parecia realmente ter problemas mentais.


   - Vem Ed-boy, ainda temos um prédio a achar - o puxei para o balcão de informações da recepção.






                                                ...

  - E essa é a sala... - Parei um instante para conferir - setenta e dois. Chegamos, Ed-boy - anunciei.


  Sem obter nenhuma resposta sonora, resolvi encarar meu pupilotário. Espantei-me com o que vi. Ed-boy estava pálido, paralisado e patético.


   - Você tem... Certeza? - Me indagou monotonamente.


   - Claro que sim! Se quiser pode checar - o entreguei o mapa. Ele deu uma rápida olhada, e mordeu os lábios.


   - Só me dê um momento - pediu enquanto fechava os olhos.


   - Puxa, que legal! Parece que todo mundo tirou o dia para ter tique nervoso - reclamei, enquanto cruzava os braços.


   Três minutos depois, meu pupilotário ainda estava no seu "momento".


   - Ah, deixa de palhaçada, Ed-boy! - Agarrei seu braço. - Anda, vamos entrar - o reboquei para dentro da sala.


   Quando adentramos o local, a primeira coisa que notei - além das carteiras - foi um grupo de garotas reunido no fundo da sala, nos encarando entre risinhos e comentários. Tentei ignorá-las e continuei puxando meu pupilotário até as carteiras do lado esquerdo da sala - diga-se de passagem, longe das garotas esquisitas.


   Tentar não é poder. Uma das garotas esquisitas veio até nós. Possuía o cabelo tingido de loiro - a raiz era preta -, um corpo magro, e um ar de superioridade. A loira de farmácia estava vestida com uma mini-saia jeans, uma blusa rosa colada, e sandálias de salto.


   - Ed, quanto tempo! - Cumprimentou meu pupilotário.


   A partir dai eu entendi o porquê da paralisia - repentina - cerebral do Ed-boy. Com uma possível perseguição de uma loira de farmácia daquelas, eu também ficaria num estado deplorável.


   - Ta-tanya? - Gaguejou.


    - Está surpreso em me ver aqui, Ed? - Riu. - Ah, seu bobo, você sempre soube que eu iria fazer medicina - disse melosamente.


    Aquela conversa estava começando a me interessar. Saber sobre o passado do meu pupilotário seria algo fundamental na busca por uma solução no presente.


   - É... Lembro-me de algumas coisas do tempo em que namorávamos - deu de ombros.


   Eles namoraram! Eu estava literalmente chocada. Seria por causa de Tanya todo aquele rebuliço na vida de Ed-boy?


   - Eu me lembro de muitas coisas... - Flertou descaradamente. Em seguida me encarou. - Sua nova namorada é muito bonita, Ed - sorriu falsamente.


   Mais uma vez, tive que me adiantar. Por que as pessoas sempre pensavam que éramos namorados?


   - Eu não sou namorada dele! - Exclamei.


   - Ah, entendo, ainda estão ficando... - Sorriu maliciosamente para meu pupilotário. - Bom, Ed, eu vou indo. A gente se vê... - Se despediu com uma piscada.


   Ed-boy permaneceu paralisado feito um bocó.


   - Cara, não acredito que você namorou a loira de farmácia - debochei, rindo alto.


   - Não fale mal da Tanya! - Retrucou furioso. - Não fui eu quem foi descaradamente paquerado por um pirralho - riu.


   - Paquerada por um pirralho? - Franzi o cenho, confusa.


   - O garoto da recepção, de quinze anos, estava claramente dando em cima de você - zombou. - Cuidado, Floribella, se você ficar com uma das suas pipoquinhas poderá ser acusada de pedofilia - debochou.


   - O pirralho não deu em cima de mim. Só foi educado - argumentei, mais para livrar minha cara da zoação de Ed-boy, do que para defender Alec.


   - Certo, certo... - Disse com ironia.


   Ao abrir minha boca para retrucar, o professor entrou na sala de aula.






                                          ...

   – Aquela mulher é louca - Ed-boy comentou, indignado. - Só deveríamos estagiar no sexto período, e ela quer que façamos isso com apenas semanas de aula! - Reclamou.


   - Louca ou não, seremos obrigados a fazer isso - falei, já resignada.


   - Odeio que me imponham coisas! - Resmungou.


   - Eu também - disse, num suspiro. A quantas coisas eu estava tendo que me resignar para voltar ao céu?


   Estávamos nos dirigindo para o refeitório da faculdade, quando as esquisitas apareceram de novo. E adivinha? A loira de farmácia foi bater um papo com o Ed-boy. Ao vê-la se aproximando, ele paralisou subitamente.


   - Oi, Ed - ela o cumprimentou, me ignorando descaradamente.


   Ed-boy demorou certo tempo até mexer a boca. Tempo suficiente para que eu o sacaneasse.


   - Liga não, Tanya. O Ed-boy está tendo uma paralisia cerebral, mas daqui a pouquinho ele volta. - Debochei e me fui me distanciando deles, em seguida. Eu não queria ser a vela do balacobaco!


   - Bella! Onde você está indo? - Meu pupilotário gritou. E eu, simplesmente, ignorei.






                                     ...

   Continuei caminhando por entre os carros do estacionamento com direção ao refeitório. Provavelmente Alice e os outros já estariam lá. Eu tinha de perguntá-los sobre o passado do meu pupilotário antes que o próprio estivesse presente, ou nada seria dito. Ed-boy devia ter passado por algo no passado para ter se tornado tão... Rebelde. Ou seria meu pupilo um rebelde sem causa? Era melhor cogitar tudo, já que por aqui eu sempre era a última a saber das coisas.


   - BELLA! - Ouvi alguém me chamar aos gritos, ainda no estacionamento.


   Decidi ignorar. Poxa, parecia que todo mundo tinha tirado o dia para gritar meu nome! Isso era um pé no saco!


   - BELLINHAAAAAAAAAA! - Gritou mais uma vez. A partir dai, eu já sabia quem era.


   Meu Deus. E agora? O que eu faço? O que eu faço?


   FUJO!


   Comecei a correr - estabanadamente - o mais rápido que podia para me livrar da anã de jardim. Era tudo ou nada!


   - BELLINHAAAAAAAA! - Continuava a gritar. Apressei-me mais ainda e atingi uma velocidade considerável - consideravelmente lerda.


   Um grupo de pessoas apontava para mim, chocados com a cena de fuga. Ah, qual é, valeria a pena se eu conseguisse me livrar das ideias malucas da Alice!


   Ouvi rangidos de motor sendo ligado, e me desesperei mais ainda. A platéia só aumentava, cada vez mais animada. Gritavam, riam, apontavam. Que mico! Onde é o buraco mais próximo para eu me enterrar, por favor?


   Continuei a correr até que - no meio da pista - um porsche amarelo atravessou meu caminho, impedindo minha passagem. Droga! E quando eu ia tentar desviar...


   - Entra no carro! Agora! - Alice ordenou furiosa. Ergui as mãos para o alto em forma de rendição e adentrei o carro, me jogando de uma só vez no banco traseiro. Bom, pelo menos a platéia me deixaria em paz.







                                      ...


   - Foi horrível, Bella! E eu fiquei tanto tempo iludida pensando que ele gostava de mim! - Alice dizia, chorosa. - Bastou que aparecessem umas oferecidas, ele e o Emmett passaram a nos ignorar e a dar mole para elas. Para completar nossa desgraça, eles encontraram o garoto que vai morar com eles, um tal de Jacob, e ai que eles deram um gelo total em nós duas! Ah, como sofro! - Lamentava.


   - Pior sou eu, queridas. Estava até confusa sobre o convento e Emmett, achando que ele havia mudado, e ai ele me apronta uma dessas. É claro que nós não namoramos, nem temos compromisso nem nada... Mas, poxa! Ele vive me flertando, paquerando e sei lá mais o quê! Depois basta aparecer umas desclassificadas para ele me esquecer assim... Cada dia fico mais convencida de que o convento é o meu lugar! - Exclamou Rose.


   - Er... O meu dia foi legal - comentei.


  O silêncio perdurou desde então no carro. Não fazia a mínima idéia do lugar para onde Alice nos levava, mas desejava muito saber. Isso acalmaria os meus ânimos.


   - Alice, para onde estamos indo? - A questionei, incapaz de conter minha curiosidade.


   - Oras, Bella! Qual é o único local do mundo onde algumas garotas podem afogar suas mágoas? - Me fez uma pergunta em vez de me responder.


   - Não sei - admiti.


   - Não sabe? De que planeta você veio? - Riu. - Bells, nós vamos para um bar! Beber para esquecer os problemas, nunca ouviu? - Mordi o lábio e Alice revirou os olhos. - Ok, não precisa me responder.


   - No caso, vocês duas vão beber, porque eu não sei como encararia as freiras depois de ter ficado bêbada - Rosalie tirou de cogitação.


   Alice bufou.


   - Rose! - A repreendeu. - É uma questão emocional! Se você não extravasar seus sentimentos vai entrar em depressão e... E... - Pensou um pouco. - O seu cabelo pode cair!


   Aquela fora uma facada mortal para a ex-freira.


   - Ok! Vamos beber até cair! - Anunciou, animada.


   - E pegar os telefones de alguns rapazes - a anã mordeu o lábio. - Sabe como é, só se cura um amor com outro amor!


   - Essa parte eu estou dispensando! Não vou ter como ligar para rapazes no convento!


   - E você, Bella? Vai se juntar a mim na arte de paquerar? - Alice me indagou.


   Tamborilei os dedos no assento do carro, nervosa.


   - Na verdade... Eu não sei paquerar, e nunca bebi - confessei.


   O carro estancou de uma só vez, e todas nós cambaleamos para frente, e depois para trás. Maldita inércia!


   - Me desculpe, Bella... É que... - Respirou fundo e arrancou o carro. - É difícil acreditar, sabe... Mas, já que você está se abrindo aqui com a gente... Terá um bônus! - Sorriu, enquanto dirigia. Um calafrio alcançou meu estômago. Coisa boa... Não era!






                                                 ...

  POV JASPER

   - Eu sabia, Emmett! Sabia que não dava para confiar em você! Fui um burro - resmunguei angustiado. - Agora elas desapareceram da faculdade, e não deram evidência alguma de que gostavam da gente... Bem, pelo menos se deram, nós estávamos de costas para elas, então não dava para saber!


   - Calma, irmão. Ainda temos um plano B! - Emmett parecia esperançoso.


   - Ah, ta. E qual é o plano B? - Eu o faria engoli-lo!


   - Pedir ajuda para o Jake e para o Edward! - Declarou.


   - Não se preocupem, manos. Eu vou ajudar vocês! - O nosso novo companheiro de casa disse. Ele parecia ser um cara legal.


   - Viu, Jazz? Só falta o Edward aceitar! - Emmett sorria, já se sentindo vitorioso.


   - Acontece... - Respirei por um instante para me acalmar. - QUE O EDWARD É O PROBLEMA! ELE NUNCA VAI ACEITAR NOS AJUDAR A SEDUZIR AS IRMÃS DELE! - Exclamei enquanto levava minha mão à testa, indignado com a tamanha burrice do meu irmão.


   - E você está totalmente certo, Jazz - a voz de Edward soou atrás de mim.


   - Ferrou... - Emmett murmurou melancolicamente.





                                                                                                                                                      

                                      ...

POV BELLA

   Ao adentrar o bar, sentamo-nos em uma mesa bem localizada, e relaxamos. Bem, eu relaxei. Alice estava muito ocupada fazendo o pedido para o garçom, e Rose alisava seu próprio cabelo, provavelmente cuidando para que os fios não caíssem devido ao "estresse". Resisti à forte vontade de sacaneá-la. Não podia fazer isso, ela já estava em um estado crítico por conta do Emmett.


   Um tempo depois, o garçom trouxe o pedido de Alice. Arregalei os olhos ao perceber que não existiam aperitivos. O pedido de Alice se resumia a bebida, bebida e muita... Bebida! Ah, claro, salvavam-se os três copos.


   O garçom os distribuiu habilidosamente na mesa, e em seguida pediu permissão para nos servir com uma bebida chamada "Tequila".


   - Pode mandar a ver! - Alice ordenou acenando para os três copos.


   Conforme o pedido, os três copos foram completamente dominados pela bebida.


   - Agora meninas, peguem os copos... - Obedecemos. - E, vamos beber as três juntas, num só gole! - Declarou. - No um, dois, três e...


   Como seria a sensação de ficar bêbada?


   - JÁ! - Alice exclamou e eu engoli corajosamente a bebida forte. Gole por gole. Até o copo secar.


   Ei, o que está acontecendo?!


   - Tudo ta gi... Gi... - Solucei. - Giraaaaando... - Falei monotonamente. De repente, senti uma empolgação indescritível me invadir.


   - VAMOS BEBER O RESTO MENINAS! - A anã gritou, animadíssima.


   - Simbora! - A ex-freira concordou.


   Fui na onda e colocamos um pouco de cada garrafa de bebida em nossos copos, até enchê-los.


   - Pô, essa vai ser a dose monstro! Vamos ficar doidonas, amigas! Doidonas! - Alice exclamou. - Vamos brindar, para esquecer que os nossos homens estavam paquerando outras! Porque é a nossa vez de paquerar! - Continuou.


   - Eu ainda não tenho... - Solucei. - Homem. - Fiz bico.


   - Hoje você vai ter amiga! Ou eu não me chamo Alice Cullen! - Me assegurou.


   Em seguida, juntamos as taças e brindamos, nos preparando psicologicamente para o surto que ia ser ingerir aquelas bebidas todas juntas.


    - Um, dois, três e... - Fez uma pausa. - JÁ!



                                              ***





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Notas finais do capítulo

Oi leitores!
Galeraaa, é aniversário da AMY, minha beta. Vamos cantar parabéns?
PARABÉNS PRA VC, NESTA DATA QUERIDA, MUITOS GATOS NA FILA, MUITOS ANOS DE VIDA!
Pronto Amy. Tá ai. Betei o capítulo todinho sozinha e te preguei essa surpresa! Gostou? ;D
> Mande você tb os parabéns da Amanda!!!
AGOOOORA, eu quero saber se VOCÊS (leitores) gostaram do capítulo! Deixem comentários!
EE AAH: EU CRIEI UM BLOG! É CAIAM PRA TRÁS! kkkkkkkkkk
Link: http://fanficsdacarol.blogspot.com/
Falando sério agora...
Eu realmente peço desculpas se não atingi o esperado nesse capítulo. Estava lá, contente, o escrevendo, quando a inspiração foi embora. Me esforcei bastante - passei boa parte da madrugada para terminá-lo e o betar - para ele sair hoje. Espero que sejam compreensivos... E o próximo sairá melhor!
NOME DO PRÓXIMO CAPÍTULO:
CLUBE VENENO!
So toxic!
Beijão!
PSS.: RESPONDI A TODOS OS COMENTS! DÊEM UMA OLHADA!