90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 8
Capítulo 6 - Machucada? Eu? Que nada!


Notas iniciais do capítulo

IMPORTANTE:
A demora da postagem foi devido à formatação do meu computador. Infelizmente, perdi o capítulo e tive de redigitá-lo, às pressas. Minha sorte foi essa beta maravilhosa que corrigiu tudo rapidinho... VIVA A AMANDA!!!
FORKS: Na fic, Forks é apenas a universidade. Não existe nenhuma cidade chamada Forks. A história se passa em Nova York.
La Push: É uma cidade que fica próxima a Nova York. Cidade de interior, litorânea.
Bedward: Bed = cama em inglês. Ou seja, Alice foi um pouco... Maliciosa, ao citar no futuro casal favorito desta maneira, no capítulo anterior.
BOA LEITURA!
E agora estou aqui, de volta, computador renovado e com um bom anti-virus.



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– Hum... Deixe-me ver uma receita fácil já que somos cozinheiros de primeira viagem... - Ed-boy falou enquanto folheava o livro em suas mãos atentamente.

Sem paciência, puxei uma cadeira branca que estava próxima a mim, e me sentei.


...


– Ah, perfeito! - Ele exclamou. - Macarronada. Apenas macarrão e molho... Consideravelmente fácil - sorriu e me encarou.

– É esse o prato que teremos de fazer? - O perguntei, mesmo sem saber o que era macarronada, macarrão e muito menos molho.


    No céu não precisávamos nos alimentar, apenas absorvíamos os fluídos vitais. Já aqui... Eu sabia muito bem que os humanos precisavam de comida para se abastecer. Havia até visto algumas aulas sobre a culinária humana, que estava sendo extremamente útil naquele momento. Mas aqueles alimentos... Eu não fazia a mínima ideia.


    - Sou melhor com massas, portanto, eu faço o macarrão e você o molho. - Meu pupilotário declarou.


    - Molho? – Questionei confusa. Eu não sabia nem a cor daquilo!


    - Sim, molho, molho... - Ele respirou fundo. - Molho de tomate! Escuta, nunca fez uma macarronada, provou, ou ao menos viu?


    - Eu... Eu... - Não queria me sentir inferior a ele. - Claro que já! Provei várias e eram... - Ponderei. - Muito boas... Muito boas mesmo.


    Ed-boy arqueou uma sobrancelha, provavelmente desconfiando de mim.


    - Ótimo - falou, por fim. - Os tomates estão na terceira estante da dispensa, e aqui... - Arrancou uma folha do livro de receitas e me entregou. - Está tudo o que tem que fazer.


    Dei uma conferida rápida no papel, e lá estavam todos os passos enumerados. Não devia ser muito difícil... Devia?


    Sem me permitir hesitar diante do meu pupilotário, marchei até a dispensa e procurei pela terceira estante.


    Eu sabia o que era tomate, graças a uma das poucas aulas que havia assistido... Agradecia mentalmente por isso.


    Achei facilmente os tomates, e os levei para a cozinha, onde despejei-os sobre... Qual era mesmo o nome daquilo? Como não me lembrava, apelidei como "apoio de comida", e, continuando, despejei os tomates lá, no apoio de comida feito de mármore.


    Em seguida, procurei por uma faca, com a qual, segundo o livro de receitas, eu deveria cortar os tomates.


    Parecia fácil, já havia feito isso em uma das aulas de culinária, mas havia sido com laranjas... Ah, que diferença faria?


    Lembrei-me do terrível acidente que acabou acontecendo em tal aula e bufei... Como havia sido tão estúpida a ponto de me cortar com a faca?


    Revirei os olhos. Não cometeria o mesmo erro duas vezes. Era impossível... Mesmo que não tivesse aprendido. Respirei fundo, ajeitei a faca na mão direita, e apoiei o tomate sobre o apoio com a mão esquerda.


    Então, comecei a cortar um dos tomates, com bastante cautela. Não cometeria o mesmo erro novamente...



...



    Sorri satisfeita ao perceber que só faltavam dois tomates. Meu pupilotário, impaciente com minha demasiada cautela, se prontificou a terminar de fazer o molho, já que o macarrão - que descobri ser algo amarelo e mole, depois de cozido - se encontrava pronto.


    Continuei concentrada, cortando os tomates restantes - agora perto do eletrodoméstico que se chamava fogão, onde Ed-boy cozinhava o molho.


    Foi quando ouvi um estrondo alto de porta se abrindo. Eu e meu pupilotário nos encaramos, assustados.


    - Talvez tenha sido apenas o vento... - Ele sugeriu.


    Forcei-me a acreditar naquilo e voltei a me concentrar nos tomates.


    - POMBINHOOOS! CHEGAMOS! - O grito soou pela cozinha, e, com o susto, acabei me cortando com a faca.


    - Droga, Emmett! Eu acabei de me queimar graças ao seu grito e... - Não escutei mais nada, ocupada com a pontada aguda que sentia em minha mão.


    Era engraçado sentir uma nova sensação.


    Sentir, conhecer, tocar... Era tão diferente de estudar sobre... Tão mais... Intenso. E assustador. Inebriante, até.


    A pontada aguda aumentara, e eu observava o corte - de onde jorrava um liquido vermelho (sangue, dã) -, fascinada com tudo o que sentia. Tudo era novidade para mim. A sensação não era agradável... Mas era nova. E eu era uma curiosa nata.


    - Oh meu deus! Olhem a mão da Bella... - Eu podia ouvir a voz da anã... Tão longe.


    Ainda analisava minha mão e tentava classificar o que estava sentido.


    Felicidade... Não. Tristeza... Não. Solidão... Não. Amargura... Não. Dor... Sim, se chamava dor!


    Era tão mais chocante e aterrorizante senti-la.


    - Pegue meu carro e a leve para o hospital, depressa! - Ouvi a voz de Jasper soar longe...


    - Isabella... Isabella... - Uma voz de veludo me chamava nervosamente.


    Eu não queria perder um só segundo daquela sensação. Não devia desviar minha atenção para outra coisa...


    - Isabella! - A voz de veludo era mais urgente agora.


    - Ela deve estar delirando... Rápido, Edward! - Era a voz da anã novamente.


    - ISABELLA! - Alguém me sacudiu.


    Pisquei os olhos, atônita. Meu pupilotário estava na minha frente, me encarando com... Preocupação?


    - Oi... Ei, por que estão todos me olhando assim? O que aconteceu? - Perguntei, percebendo que os traidores também estavam na cozinha.


    Ia até começar a passar um sermão neles, quando sem mais nem menos, meu pupilotário puxou meu braço, e me arrastou pelo resto da casa até chegarmos a garagem.


    - Ei! Calma ai, camarada! - Funguei. - O que está fazendo? Me seqüestrando? - O indaguei sarcasticamente.


    Ed-boy manteve-se calado. Parecia concentrado demais em algo para me notar. Fiquei chateada com isso.


     - Então, esse é seu novo hobbie? Me arrastar pelos lugares? - Afinei os olhos, bufando de raiva.


    - Muito engraçada, Floribella - ironizou. - Entra no carro! - Ordenou, em seguida, no mesmo instante em que adentrava em uma Ferrari vermelha.


    Ah sim, no céu eu tinha um... Conhecido, que idolatrava ferraris, feitas por humanos, e sonhava em um dia ver uma pessoalmente. Reconheceria tal tipo de carro em qualquer lugar... O que teria me ajudado bastante, se fossem mais comuns nas pistas por onde os outros automóveis passavam...


    Ed-boy não teria me atropelado, e eu teria conseguido recuperar meu colar celestial... Que me ajudaria bastante agora.


    Meu pupilotário abaixou o vidro e ordenou:


    - Entra no carro!


    - Não - teimei.


    - Eu não tenho tempo para jogos idiotas. Entra no carro! - Mandou novamente.


    - Já falei que não vou! - Insisti já furiosa com sua persistência.


    - Você pediu por isso... - Ele resmungou.


    Em seguida, saiu do carro, contornou-o, e parou ao meu lado.


    - Não vai entrar? - Arqueou uma sobrancelha.


    - Não. - Declarei, satisfeita.


    Eu não estava preparada para os planos maquiavélicos dele.


    Ed-boy me levantou do chão, e como se eu não pesasse nada, abriu a porta do passageiro. Logo, me pôs - por incrível que pareça - com certa delicadeza dentro do carro, e fechou a porta. Continuei estática, surpresa com sua ação, enquanto ele contornava o automovel novamente. O que foi de extrema burrice, claro, considerando que daria tempo suficiente para eu fugir.


    Ao entrar no carro, ele continuou sem dirigir uma palavra a mim, sequer um sermão. Parecia muito nervoso, e em contrapartida, a dor já não me fascinava mais, era algo desagradável, do qual, eu queria me livrar. Mas como faria já que havia perdido tal aula?


    A Ferrari foi ligada, e logo estávamos atravessando velozmente as ruas da cidade de Nova York.


    Tentando me distrair da sensação ruim de dor, comecei a divagar...


    E, claro, isso me levava a Edward Cullen. Tudo agora girava ao redor dele, todos os meus objetivos em volta dele. E isso me enfurecia, pois, por mais que quisesse brigar com ele e nunca mais ver seu rosto, eu seria obrigada a conviver com o mesmo... E mudá-lo. Seria eu capaz de tal proeza?


    Tentei me convencer de que eu era, e, para não me trair, voltei meus pensamentos - pela primeira vez - para a tal faculdade. Eu não sabia que curso faria, no entanto, sabia que teria de cursar a mesma coisa que meu pupilotário... Qual seria o curso dele?


    - Qual curso irá fazer? - Perguntei curiosa.


    - Agora não, ok? Temos que ir para o hospital o mais rápido possível. - Me cortou.


    Levei a mão à boca.


    - Oh! Quem se machucou? - Indaguei, aflita.


    Ele se limitou a me fitar ceticamente, e voltou sua atenção para a pista de novo.


    Respirei fundo e contei até dez... Eu não ia brigar, não ia brigar, não ia brigar...



    ...


    - Temos mesmo que entrar? - Questionei meu pupilotário, ao caminhar até a entrada do hospital.


    - Não retrucarei graças ao seu estado - disse, frio.


    - Meu estado?


    Ele não respondeu dessa vez.



...

    Agora estávamos caminhando entre os corredores do hospital, até o consultório de algum médico. Ainda não havia entendido o porquê daquilo. E meu pupilotário não se dava ao trabalho de me explicar. Sempre um inútil, bufei.


    Ed-boy parou de repente e bateu de leve em uma porta branca. Aguardamos um pouco e um homem sorridente a abriu. Ao fitar seu jaleco branco, descobri que ele era o médico. Muito inteligente... Pensei com ironia.


    - Entrem, entrem... - Postou-se de lado para permitir nossa passagem.


    Adentramos a sala e sentamos em cadeiras de frente para uma mesa lotada de papéis, amostras grátis de remédios, canetas, entre outros. Por trás da mesa encontrava-se uma grande poltrona de couro, e ao seu lado, um computador de última geração.


    Passei os olhos pelo resto da sala enquanto o médico se sentava. Possuía aparelhos e acessórios médicos de última geração e uma porta branca que se destacava em meio as paredes azuis piscinas. Seria um banheiro ali?


    - Então, mocinha, o que você tem? - Encarou-me, já acomodado em sua poltrona, com os dois braços cruzados em cima da mesa.


    - EU? Nada, e você? - Ri, achando tudo aquilo muito louco.


    O médico riu comigo, o que me fez pensar que ele havia tentado me fazer cair em uma pegadinha.


    - Muito bem... - Pigarreou. - Agora, vamos falar sério, me avisaram que a senhorita está com um corte que necessita ser medicado para não infeccionar. Estou certo? - Tomou uma caneta azul nas mãos, e anotou algo em um dos vários papéis que havia em cima da mesa.


    - Eu? - Gargalhei alto. - Deve haver algum engano, me desculpe, mas...


    - É ela mesma doutor. - Meu pupilotário me cortou.


    - Certo, então deixe-me dar uma olhada... - O médico começou, dando a entender que iria puxar minha mão para analisá-la... Entretanto, eu não ia deixar Ed-boy me sacanear! Não dessa vez!


    - É sério, eu não tenho nada. Ele - acenei para meu pupilotário - adora fazer piadinhas que me envolvam. - Confidenciei.


    O médico arqueou as sobrancelhas.


    - Creio que o Sr. Cullen não brincaria com algo tão sério quanto a saúde... - Murmurou, sério.


    - RÁ, RÁ, RÁ. - Imitei o tom de ironia do meu pupilotário, que bufou no mesmo instante. - Você não conhece o Sr. Cullen... - Deixei minha acusação pairar no ar.


    - Hã, senhorita...  - Ele parecia desconcertado. - Não estou entendendo o que está se passando aqui, mas se a mandaram para que eu a atendesse, é porque está necessitando... Então deixe-me pelo menos examiná-la - pediu.


    - Mas eu não preciso ser examinada! Estou completamente bem! - ignorando as pontadas fortes na minha mão, claro.


    - Querendo ou não, vou examiná-la, esse é meu trabalho! - Disse, num tom restritivo.


    - Já que você faz tanta questão de examinar... - Sorri perversamente. - Por que não examina o Ed-boy? Ele com certeza precisa de algo que reponha seus neurônios urgentemente.


    Meu pupilotário me fuzilou com o olhar. O médico contou até dez, e voltou a falar comigo.


    - Tudo bem, senhorita. Você está completamente certa. Só preciso verificar, sabe? Para ninguém reclamar dos meus serviços. - Argumentou.


    - Acho que chegamos a um acordo. - Declarei.


    - Por favor, sente-se na maca. - Pediu, mais calmo, enquanto puxava um lencinho para enxugar o suor em sua testa.


    Caminhei vagarosamente até a maca, e uma vez já sentada lá, esperei o médico vir até mim. Meu pupilotário permaneceu sentado.


    - Hum... Vamos ver o que temos aqui... - Murmurou enquanto puxava minha mão. - Nossa... Terei que dar dois pontos na sua mão, senhorita. - Me informou.


    - Ponto? - O que diabos ele iria fazer com a minha mão, que ainda sangrava?


    - Sim. Permaneça sentada, vou pegar os objetos necessários. - Disse, e se dirigiu a parte onde estávamos há minutos atrás, abrindo uma gaveta e tirando de lá várias coisas. Reconheci alguns objetos, outros, não.


    O médico voltou prontamente para perto de mim. Ed-boy continuava a me assistir, de longe, ainda sentado.


    - Fique calma, vou fazer com que doa o mínimo possível. - Falou, como se eu estivesse a ponto de explodir de tanto nervosismo.


    Revirei os olhos, e, super calma, estendi minha mão para o médico dar os tais “dois pontos".


    Ele começou derramando uma substância num algodão, e em seguida, começou a espalha-la em meu corte.


    Aquilo... ARDIA!


   - O QUE O SENHOR PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? - Gritei exasperada, enquanto puxava minha mão, que ardia, parecendo em chamas.


   Me apresentaram ao diabo e eu não soube? Ah, claro... Se toca Isabella, você é sempre a última a saber das coisas!


   Ed-boy, de longe, começou a rir. Desgraçado!


   - Limpando seu corte, para que não apresente infecções. - O médico respondeu, num tom profissional. Bufei de chateação.


   - É mesmo? E o senhor provavelmente deve estar com a cara pra trás, ao pensar que colocando essa substância que arde mais que... Que... O inferno, irá ajudar em muita coisa. Só está piorando a dor! - O acordei para a realidade. - Coloque mais dessa substância na minha mão e eu não respondo por mim! - O alertei e estendi a mão novamente.


    - Tudo bem, senhorita. - Assentiu, e colocou o algodão de lado.


    Respirei aliviada, e alheia novamente aos procedimentos do médico, encarei meu pupilotário, que me fitava maliciosamente, como se algo estivesse prestes a acontecer.


   Foi quando senti minha mão ser furada. Me mexi abruptamente, com o susto, e acabei atingindo "os países baixos" do médico. Sem querer.


   Ele gemeu de dor e deu dois passos para trás, com o dedo indicador sendo apontado em minha direção.


   - Você! Você é uma louca! - Acusou.


   Desci da maca, indignada.


   - Você me fura e eu sou uma louca? Eu podia te denunciar na polícia por danos físicos! - Reclamei.


   Ainda sentado na cadeira, Ed-boy tremia de tanto rir.


   - Vou chamar o substituto. Eu que não atendo mais você! - Desdenhou.


   - Não vai fazer falta! - Declarei.


   Em seguida, ele se retirou da sala, mancando.


   - Você é insana! - Ed-boy disse, ainda gargalhando alto.


   - Ora, eu não tenho culpa se você me trás a um hospital onde existe um certo médico incompetente. - Bufei.


   A cada reclamação minha, Ed-boy ria mais. Por isso, decidi ficar calada até o médico substituto aparecer.



...



   Quando a porta se abriu, respirei aliviada. A dor estava ficando pior.


   - Intaum é daqui que mi chamaram, sôr? - Perguntou o homem que adentrou o consultório.


   Arregalei os olhos ao perceber a barba e o chapéu caipira que ele usava. Fiquei mais assustada ainda com a bata e o crachá: Afélio Mhoris, estagiário.


   - Er... Você é o substituto? - Indaguei receosa.


   - Eapois! - Abriu um sorriso. - Sente na maca, belezuura, vou cuidar dár sua mão. - Engoli a seco.


   - Então, seu Afélio, acho que não será mais preciso, minha mão já está bem melhor e...


   - Nada disso! Trate da mão dela, Afélio. Quero-a novinha em folha. - Meu pupilotário disse, só para me sacanear.


   Fechei as mãos em punhos.


   - Ai! - Gemi, me auto-incriminando.


   - Vou cuirdá da sua mão, minha anja - prometeu.


   - Tá... - Murmurei, conformada. Era isso ou nada.




...




   Surpreendentemente, o caipira foi muito cuidadoso, e dessa vez, quase não doeu. O fitei, agradecida.


   - Obrigada.


   - Di nadá... Veja bem, belerzuura... Vou te dar meu cerlular, ligue quando quisér. - Me estendeu um papelzinho amarelo com números escritos. - Nóis pode marcar de ir a uma balada sertaneja e...


    - Valeu - o cortei, metendo o papelzinho na calça jeans que vestia. Ele pareceu não gostar da minha reação precipitada.


    O caipira fitou meu pupilotário, e depois a mim. Em seguida, repetiu o movimento novamente.


    - Ah, entendi... - Murmurou, cabisbaixo. - Ocês são namorados.


    - NÃO! - Me apressei em negar, exasperada.


    - Não? - Os olhos castanhos do caipira brilharam.


    - Não. - Falei baixinho, percebendo a grande roubada em que estava entrando.


    - Ara, isso é maravilhoso, sô! - Disse, sorridente.


    Encarei Ed-boy.


    - Temos que ir. Estamos... Ocupados. - Inventei uma desculpa não tão esfarrapada assim.


    - Vamos - ele assentiu, rindo. Com certeza tiraria onda com a minha cara por dias.


    Caminhei apressadamente na direção da porta de saída do consultório, afim de sair do local o quanto antes.


    - Num esqueça de ligar, anja! - Escutei os gritos do caipira, atrás da gente.


    Praticamente voamos entre os corredores do hospital, até chegarmos ao estacionamento, onde a Ferrari de Jasper estava estacionada.


    Adentrei-a sem pestanejar, queria dar o fora do hospital o quanto antes.



...



    Estranhei quando Ed-boy começou a dirigir, sem fazer comentários sobre o caipira, nem me zoar. Estávamos parados em um sinal vermelho, quando ele fez seu primeiro comentário.


    - Sabe, o caipira era um cara legal... Bem, um pouco louco... - Sorriu perversamente, como sempre. - Para te chamar de anja, só alguém bem louco! Mas ainda assim... Um cara legal. Você devia sair com ele. - Sugeriu de zoação, gargalhando alto em seguida.


    Afundei mais contra o assento confortável da Ferrari. Iria ter de aguentar os comentários do meu pupilotário até chegar na casa do próprio, onde teria de aturá-lo mais o resto do dia, e um longo dia. Vida cruel!




...



    Quando finalmente Ed-boy estacionou o carro na garagem de sua casa, estranhamos o silêncio que tomava conta do local. Sem pestanejar, adentramos-a no mesmo instante, fazendo com que a porta nos imprensasse, não permitindo nenhum dos dois entrar.


    - Me deixe entrar primeiro - pedi, tentando parecer calma.


    - Eu cheguei primeiro, eu entro primeiro - meu pupilotário declarou, como se fosse algo inegável.


    - Eu entro primeiro - rangi os dentes.


    - Tá, tá, tá. Entra logo. - Ele revirou os olhos e permitiu minha passagem.


    Ao alcançarmos a sala de estar, o silêncio continuava, no entanto, o mais estranho de tudo, era que os garotos, Alice e Rosalie, estavam lá, acomodados no sofá e calados. Todos pareciam pensar em algo, preocupados.


    - O que aconteceu? - Eu e meu pupilotário perguntamos em uníssono. Essa nossa mania de sempre fazer as coisas iguais estava me irritando seriamente!


    - O advogado do proprietário da casa veio aqui. - Jasper esclareceu.


    - E...? - Dessa vez Ed-boy perguntou sozinho.


    - Vocês serão despejados em dois dias. Pagando, ou não. O proprietário alugou a casa para outras pessoas. - Foi Alice quem terminou.


    Vi a angústia dominar meu pupilotário, e voltar a alcançar os outros garotos. Eles agora não tinham exatamente uma casa...


     - O que faremos? - Emmett os indagou.


     - Precisamos de uma casa nova. E dinheiro. - Jasper respondeu, como se fosse óbvio.


     - PARA TUDO! - Alice saltou sofá, abruptamente. - EU sei uma casa que está a venda. - Anunciou, sorrindo.


     Todos a encaramos no mesmo instante, ansiosos.


      - Vamos fazer o seguinte... - Murmurou enquanto vasculhava sua bolsa, jogando para fora papéis sem mesmo checá-los. - Eu não vou deixar o Jazz... Quer dizer... O Emm, o Edward e o Jazz sem casa se eu puder fazer algo. Por isso, - tirou um cartão de crédito reluzente e um cheque da bolsa - eu darei a vocês meu cartão de crédito sem limites, para que comprem a casa. Tudo vai parar na conta dos nossos pais mesmo - deu de ombros. - E quanto ao cheque... - Olhou na direção onde eu e Rosalie nos encontrávamos. - VAMOS AS COMPRAS MENINAS!


       - Por quê? - A indaguei, louca para me livrar daquele martírio que seria acompanhar uma viciada em compras... Nas compras!


       - Você ainda me pergunta por quê? - Disse, chocada. - Não precisa ter um motivo especial para fazer compras... Mas, hoje, nosso caso é especial. Será que todo mundo esqueceu que amanhã será nosso primeiro dia na faculdade? - Perguntou, histérica, agitando as mãozinhas contra o ar. - Preciso de roupas novas!


        - Ally, ninguém esqueceu, apenas sabemos do seu súbito entusiasmo quando o assunto se trata de compras e festas. E... Já que não poderei corresponder a ele, acho melhor ajudar os meninos com a casa. - Rosalie tirou seu time de campo.


         A pintora de rodapé me encarou, quase chorando.


         - Você não vai me abandonar, vai Bellinha? - Fez bico. Céus, de onde ela havia tirado aquele apelido ridículo?! - Você não vai imitar o que essa loira rabugenta do demo, projeto de irmã falsificada, acabou de fazer comigo, vai?


         - Alice! - Rosalie exclamou chocada. - Eu não acredito que você está me xingando só porque não fiz seus gostos! – Reclamou, indignada.


         Fitei o chão, checando minha capacidade de correr de uma maneira bem discreta.


         - Vou - admiti.


         - O QUÊ? - Alice gritou, de olhos arregalados.


         Logo após, se jogou no chão, fazendo drama.


         - Vocês não me amam! - Chorou escandalosamente. - Eu ajudo vocês, dou um teto, cartão de crédito sem limites, carinho, amor, estilo... E o que vocês fazem comigo? Me rejeitam! Me excluem! Me chamam de chantagista emocional e anã! - Olhou-nos com desgosto. - EU... - Levou a mão à boca. - EU VOU CHORAR ATÉ AFOGAR VOCÊS! SEUS PERDIDOS! INGRATOS! - Xingou-nos. - Quando vocês se vestirem como mendigos, sabem o que vou fazer? - Negamos com a cabeça. - Vou passar e fingir que nem vi! Vou desfilar e pisar em cada um de vocês com meus saltos agulha! - Ameaçou revoltada.


         Ninguém parecia sensibilizado o suficiente com o show da anã para se dispor a acompanhá-la nas compras. Devia ser algo muito ruim...


         - Ingratos, ingratos! Quando eu me jogar de um prédio não venham chorar no meu velório! - A anã se debatia contra o chão.


         A ex-freira bufou ruidosamente, e em seguida, puxou a anã para cima, levantando-a num só impulso.


         - Ou você para com o show, ou eu mesma te benzo! - Rosalie ameaçou.





         CÉU POV

 

          – Não deixem a loira benzer a bipolar! Isso é uma ordem, me escutaram? - O diretor gritava, se comunicando com os influenciadores pelo telefone celestial. - Não ouviram?


           O diretor, irritado, colocou o volume do telefone no máximo, e gritou:


           - NÃO DEIXEM A LOIRA BENZER A BIPOLAR!


           Houve um tempo de silêncio do outro lado da linha, que logo acabou, pois tiveram de falar antes que o diretor surtasse.


           - Ah, claro... Vocês querem saber como... - Uma pausa foi feita. - VOCÊS JÁ DEVERIAM SABER, SEUS INCOMPETENTES! - Barulho do outro lado da linha. - ALELUIA! SIM, SIM... É CLARO QUE É COM A BELLA! - Mais propostas do outro lado. - O quê? O loiro esquisito? - Riu sarcasticamente. - Nem reencarnando! Nada disso! Nada de loiro esquisito e a bipolar indo as compras! Eu quero nossa aprendiz e a bipolar! - Ordenou e desligou o telefone na cara dos influenciadores.




           POV BELLA

          

           Alice tinha se calado imediatamente quando Rosalie havia citado "benzer" no meio da história.


           - M-me desculpe... - Gaguejou. - Eu estou muito sensível hoje.


           - Tudo bem... Só não repita. - Rosalie restringiu.


           A anã balançou a cabeça positivamente.


           - Anote o endereço da provável futura casa dos rapazes num papel, nós vamos agora comprá-la. - A ex-freira pediu.


           Habilidosamente, Alice apanhou uma caneta rosa pink e um papel da bolsa, anotando o endereço da casa, conforme a irmã havia pedido.


           - Pronto - disse, aparentemente recuperada do drama anterior.


           - Certo. - Rosalie recebeu o papel em mãos, e virando-se para os rapazes, acenou para que todos a acompanhassem.




...




           Quando ouvi o barulhento ronco do motor da Ferrari de Jasper longe, eu sabia que eu e a anã estávamos sozinhas em casa.


           E também que eu estava super vulnerável aos seus ataques emocionais.


           Ela me fitou sorrateiramente. Eu podia sentir que estava em perigo.


           - Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor! - Implorou, os olhos brilhando.


          - Er... - Vasculhei minha mente a procura de uma desculpa convincente que me tirasse dessa.


          - Eu prometo que não vamos demorar muito nas lojas! - Me assegurou.


          - Promete? - Arqueei minhas sobrancelhas, desconfiada. Não parecia tão seguro dar crédito a uma viciada em compras.


          - Prometo, é sério! Nada de demora em lojas! - Repetiu mais confiante.


          Ela estava me fitando de uma maneira que era até crueldade. Chantagista emocional de primeira!


           - Então vamos - cedi, de má vontade.


           - AAAAH - ela pulou em cima de mim para me abraçar, o que resultou numa memorável queda. - Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada! - Agradeceu veemente. - Você é demais! Magnífica! Maravilhosa! DEEEEMAIS! - Me concedeu elogios gratuitos.


           - É melhor irmos antes que eu me arrependa - a alertei.


           No mesmo instante, ela se levantou e me levou consigo.


           - Vamos logo! Mal posso esperar para ver a nova coleção estampada nas vitrines das lojas! - Anunciou eufórica.


           E a partir dali eu sabia que tinha feito um péssimo negócio.




...

           Sabe quando você acha que fez um péssimo negócio, e descobre que fez um VERDADEIRO péssimo negócio?


           Esse era meu dilema do momento. Esperar a anã provar mil e uma roupas, ou, pior ainda, me fazer provar mil e uma roupas. Na loja que estávamos no momento, era o primeiro caso. Enquanto eu balançava meu pé impacientemente sentada numa cadeira, a piloto de baratinha saía do provador a cada cinco minutos com uma roupa diferente e pedia minha opinião. Eu, bastante esperta convenhamos, dizia que todas estavam boas. Mas não era o bastante para ela.


             - E essa, Bellinha? - Perguntou enquanto girava com um vestido lilás de seda. Se ela continuasse me chamando de Bellinha...


             - Se você parasse de girar igual a uma barata tonta, eu poderia ver o vestido e te dar uma resposta coerente. - Fui curta e grossa.


             - Barata tonta? Ah, isso é péssimo! Vou trocar! - Avisou e entrou novamente no provador.


             Revirei os olhos instantaneamente. A vendedora ao meu lado estava realmente me irritando enquanto tentava me fazer provar algo. Por mais que eu recusasse e desse a desculpa - totalmente verdadeira - de que eu só estava ali para acompanhar Alice, ela continuava insistindo.


              Cinco minutos passados, a anã saiu do provador com um vestido pink ridículo, que possuía grandes bolas amarelas ao invés de estampas decentes, e como se não bastasse, um laço enorme envolvendo a cintura. Não consegui segurar o riso, e comecei a rir alto.


               - Como estou? - Ela perguntou satisfeita, balançando de um lado para o outro.


               - Srta. Cullen, devo comentar que a senhorita está magnífica! - A vendedora puxa-saco elogiou Alice pela milésima vez.


               Me revoltei com sua falsidade, e resolvi falar a verdade para a baixinha, que parecia super contente com o elogio descarado.


                - Magnífica... - Concordei misteriosamente. Ambas me fitaram. - Se quiser parecer uma embalagem de presentes. - Soltei de uma vez só.


                A verdade é que a vendedora só não me esfolou viva porque haviam testemunhas. Alice focou sua atenção em seu reflexo, no espelho, e franziu o cenho. 


               - A Bellinha tem razão... - Murmurou. - Se me garantissem que o meu Ken aceitaria esse presente - acenou para si mesma - eu vestiria isso por... Um dia. - Terminou. - Roupas usadas por tempo demais é algo totalmente contra as leis da moda.


               Continuei respirando fundo e contando até dez a cada "Bellinha" que saía da boca de Alice, a cada roupa que eu tinha de opinar, e a cada comentário sujo da senhora abstinência em - desesperada por - vendas. Quando, finalmente a anã decidiu que iria levar APENAS duas blusas, uma sandália de salto, e uma calça jeans. Dirigimo-nos ao caixa da loja.


                - Aceitam cheque? - Alice perguntou enquanto vasculhava sua bolsa a procura do mesmo.


                - Não. O proprietário baniu o aceitamento de cheques, pois alguns clientes caloteiros estavam nos caloteando. - A funcionária do caixa informou.


                A pintora de rodapé, que já estava com o cheque em mãos, abriu a boca, surpresa.


                - Mas... Mas... - Respirou fundo. - Olha, não podem aceitar só dessa vez? Não sou uma caloteira, sabem muito bem disso, pois já comprei aqui outras vezes. - Argumentou.


                - Desculpe querida, mas só aceitaríamos seu cheque se levasse o lindo vestido rosa que vestiu há poucos momentos atrás. - A vendedora se intrometeu, sempre disposta a levar um lucro. - Ele não era feio. Acho que sua amiga exagerou. E o comprando, a senhorita atingiria um preço aceitável para o uso do cheque. - Explicou, achando que estava enganando alguém além dela mesma.


                Surpreendendo a mim, que a rotulara como "viciada em compras e ponto" por conta das características descritas na lista, Alice foi firme na resposta:


                - Então fiquem sem lucrar nada, porque não levarei nada se desejam me chantagear. Adeus, e tenho muita pena do péssimo atendimento de vocês! - Disse, e foi saindo, com o nariz em pé.


                Aquilo havia sido muito... Digno, da parte dela.


                Algo que não fazia parte do meu vocabulário, hum. E naquele instante, quando vi a injustiça, quis repará-la. Mas de uma maneira minha. Uma maneira muito... Muito sacana.


                Sorri perversamente enquanto falava:


                - Desculpem a crise da minha amiga, ela vai se acalmar, tirar o dinheiro necessário e voltar a loja. A esperarei aqui. - Avisei, e, antes mesmo de obter uma resposta, acomodei-me na cadeira que estava sentada antes.


                Aquele era um ponto estratégico, considerando meu grande objetivo: Sacanear a loja que havia tentado sacanear a anã. Era bem justo, em minha opinião, se o ditado que dizia "ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão”, porque não “sacana que sacanea sacaneador, tem cem anos de perdão e sorte”?


                Puxei uma revista e fingi folheá-la. Teria de esperar o momento certo.


                Minutos passavam... E nada.


                Estava quase desistindo, quando uma perua aparentemente muito rica e consumidora nata, adentrou a loja.


                Percebi a distração dos poucos funcionários da loja de luxo, e resolvi que AQUELA era a hora certa. O tudo ou nada.


                Inclinei-me na direção da vitrine e procurei os locais onde estavam expostos os preços careiros da loja. Eram tabelas, as quais, eu poderia trocar livremente os números de posição e criar novos preços. Ri ao pensar que com certeza cobraria meus cem anos de perdão e sorte.


                Com rapidez, onde havia o preço de botas caríssimas, troquei os números, e agora as botas estavam a preço de feirinha de rua. Já uma calça jeans que custava possuía um preço bastante acessível, começara a custar mais caro que um vestido de luxo. Sorri satisfeita e com habilidade, troquei os preços das outras roupas que encontravam-se na vitrine.


                 Ao terminar o serviço, dei um tchauzinho bem falso para as atendentes, e sai da loja.


                 - Por que não saiu da loja comigo? – Alice apareceu do nada e perguntou, chateada.


                 - Eu estava meio ocupada me vingando da loja. – Sorri. – Acho que você vai gostar.


                 Dizendo isso, segui com ela ao meu encalço, e passamos discretamente pela loja que estávamos antes. A anã arregalou os olhos ao notar os preços da vitrine.


                  - Você é... Maligna. – Ela disse, rindo alto.


                  - Fiquei meio chateada com a sacanagem delas. Odeio injustiças. – Reclamei, frustrada.


                  A piloto de baratinha ainda gargalhava.



                   - Acho que estou te devendo essa. – Riu, enquanto me dava tapinhas de leve nas costas. – Amigas? – Estendeu a mão para mim.


                   Ponderei um tempo... Por que não, afinal?


                   - Amigas – assenti e entrelaçamos as mãos, em uma forma de cumprimento.





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Notas finais do capítulo

Olá leitores(as)
E aí, curtiram?
Só para deixar todo mundo com um gostinho de quero mais, vou falar o título do próximo capítulo.
PAQUERANDO
Vocês não tem noção de como estou me divertindo ao escrever tal capítulo.
Vou fazer um acordo com vocês... Se chegarmos aos 110 comentários, eu posto o PAQUERANDO.
Então, topam?
...
Ah, e gostaram da amizade entre a Bella e a Alice? Me foquei bastante nisso nesse capítulo.
Beijíssimos,
Carol.
CONTATO:
WWW.formspring.me/carolmtenorio
WWW.twitter.com/carolmtenorio
Nota da beta:
Ain gente, nem sei o que dizer, achei esse capitulo P-E-R-F-E-I-T-O
Mtoooo bom, gostei mais da parte que a Bella tava no medico e o mesmo mostrou o dedo do meio pra ela quando ela acertou seu ponto fraco... AUHSHUAHUSHUHAUHUSUHA
Me divirto muitoo com o que a Carol escreve, ela é uma ótima, escritora, parabéns Carol, fico muito feliz em betar a sua fic, mesmo em dia de jogo kkkkkkkk.
Quem gostou deixa review e recomendações oks?? Mesmo quem não gostou deixe review falando o que tem de ruim ( eu acho ne? Ahushuahus a fic é da Carol, ela faz o que ela quiser)
Beijinhos
NÃO ESQUECAM, OS REVIEWS INCENTIVAM A ESCRITORA......
CAMPANHA DAS RECOMENDAÇÕES AINDA ESTÁ AI....OBRIGADA PARA AS MENINAS QUE RECOMENDARAM, EU SAI PULANDO PELA CASA, MEU IRMÃO ACHOU QUE FOSSE GOL DO BRASIL... RI DEMAIS!