90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 10
Capítulo 8 - Batalha da tequila


Notas iniciais do capítulo

Dedido este capítulo a todos os meus leitores que tiveram a paciência de esperar por mim! Obrigada por tudo gente!
E só pra não perder o hábito: EU TOMEI REMÉDIO SABIA? KKKKKK. Mas foi porque eu peguei uma baita gripe... O que não vem ao caso... kkkk
OK, VAMOS LER! E NÃO ESQUEÇAM DE OLHAR MEU COMENTÁRIO LÁ EMBAIXO!
AAAAAH: TEM UMA NOVIDADE! TEREMOS MÚSICA!
é suuuuuuper importante que baixem (ou abram no youtube) e escutem. Ajuda no clima.



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Ao ingerir toda a bebida presente no copo, fiquei um pouco zonza, mas me recuperei prontamente.


- Essa... - Solucei. - Essa... Bebida é muito dooooooida... - Falei com dificuldade. Minha boca parecia estar dormente.


- Amigaaaaas... - Alice fungou. - Eu sempre tive um sonho... - Começou a discursar.





...

- E esse sonho que eu sempre tive, me fez lembrar isso agora, desse sonho que eu sempre tive. E é muito triste - começou a chorar copiosamente. - saber que nunca... Nunca o concretizei. Isso traumatiza, poxa! Esse sonho que eu sempre tive é o sonho da minha vida porque eu sempre tive ele desde pequena! É um sonho e eu preciso realizá-lo. Eu sempre tive ele! O sonho que eu sempre tive, sabe. Eu preciso realizar ele porque eu sempre tive ele - falava enquanto chorava. - E EU PRECISO REALIZAR ELE! EU SEMPRE TIVE ELE! O SONHO É MEU! EU SEMPRE TIVE ELE! - Exclamou. - Acabou meninas - disse, cabisbaixa.


Busquei o guardanapo na mesa, emocionada com o discurso brilhante da anãzinha. A ex-freira enxugava as lágrimas com o vestido.


- E qual é o sonho que você sempre teve, anã? - Perguntei, muito emocionada. - Nós vamos realizá-lo hoje, amigaaaaa... - Disse antes de começar a chorar.


Minhas amigas e eu começamos a chorar copiosamente. Era um momento de muitas emoções fortes.


- Eu sempre quis fundar um... - Soluçou. - Um clube - a anã declarou.


A ex-freira secou as lagrimas e assumiu seu posto de loira do bar. Depois da diversão nós a deixaríamos no banheiro, seu lar, o que era bom já que a gasolina do porsche da Alice seria economizada. O banheiro ficava pertinho.


- Oh, Rooooose - chamei. - Rooooooose - cantarolei. - Rose, Rose, Rose, Rooooose - continuei a verbalizar seu nome em melodia.


- O que foi? - Me indagou.


- Nada não... Eu só quis cantarolar o seu nome - respondi e comecei a rir sem parar.


- Isso foi tão... ENGRAÇADO! - Alice considerou e começou a gargalhar alto também. Logo a ex-freira se juntou a nós. O bar inteiro nos assistia.


- Me aba... Me abanem... Eu vou morrer de tanto rir - Fiz escândalo.


- ABANEM ELA! EU PAGO VOCÊS PRA QUÊ SEUS PREGUIÇOSOS?! - A anã resmungou.


Nenhuma alma penada se mexeu. Egoístas que só olham para si mesmos!


Quando o movimento no bar voltou ao normal, resolvemos pedir mais uma dose de Tequila.


- Garçom. - Rose chamou. - GARÇOM! - Gritou, desta vez.


O cretino se fez de surdo.


- Irmã, deixa de ser loira - Alice riu. - Eu sei um jeito infalível para o garçom vir aqui - confidenciou em seguida.


- Eu duvido - a ex-freira disse desconfiada.


A anã sorriu maquiavelicamente ao se levantar da cadeira de uma vez só e cambalear até a mesa onde uma criança segurava um apito.


Sem pestanejar, ela roubou o apito das mãos da criança.


- AAAAH, ME DEVOLVE! - O menino gritou, com os olhos cheios de lágrima.


- Espera, pirralho, eu tenho uma aposta a ganhar! - Tentou sorrir, mas tudo o que conseguiu foi uma careta.


Rose franziu o cenho ao deduzir o que ela faria.


- Garçom - Alice chamou primeiramente. Ninguém atendeu. A anã acomodou-se novamente a sua cadeira, pronta para mais uma tentativa. - GARÇOM!


Ninguém veio.


Sem dó nem piedade - e com razão - a anãzinha endiabrada apitou com um fôlego inesgotável o apito da criança. Imediatamente TODOS voltaram suas atenções para nós.


- Vocês já podem voltar a suas conversas agradáveis eu só quero o garçom - fez caso.


Todos os garçons vieram de uma vez. Depois conversaram e só sobrou um.


- O que deseja, senhorita? - Perguntou.


- O que eu desejo? - Ela encarou o garçom com lágrimas nos olhos. - Eu sempre tive um sonho, sabe? E esse sonho que eu sempre tive...


E lá vamos nós de novo...




...


- E é isso... - Terminou.


- Então por que a senhorita não funda um clube agora? - O garçom sugeriu.


Alice piscou duas vezes.


- Oh, você é um gênio! - Disse, felicíssima, enquanto abria sua bolsa e tirava uma nota de cinquenta. - Tome, você merece essa gorjeta! Agora me traga aqui mais três tequilas! - Exclamou.


O garçom estava paralisado.


- Senhorita, se deseja tanto beber aconselho participar do concurso "Batalha da Tequila", que será realizado daqui a cinco minutos no bar. A inscrição custa dez reais, e o vencedor ganha bebidas de graça por hoje. - Informou, repentinamente muito prestativo após a gorjeta.


Alice nos fitou maliciosamente.


- Meninas? - Convidou.


- Vamos nessa! - Rose respondeu por todas animadamente.




...

POV EDWARD


- Não adianta! Não aceito suborno - esclareci, até que algo me veio à mente. Algo que eu queria muito. Há anos. - Então... - Voltei ao assunto. - Jasper e Emmett querem minha ajuda para conquistar minhas irmãs, estou certo? - Verifiquei.


- Sim, Edward. É isso. Por favor... A felicidade dos seus melhores amigos e das suas irmãs que está em jogo! Não se comporte como um garotinho ciumento - Jasper pediu. O fuzilei com o olhar. Quem era o garotinho ciumento agora?


- Eu nunca agi assim! - Me defendi com raiva. - Eu ajudo vocês. Mas tenho minhas condições. - Observei.


- Ah, eu falei! Eu falei, cara! O Edward é nosso parceiro, sabia que ia ajudar! - Emmett disse, dando tapinhas nas costas de seu irmão. Jacob parecia achar interessante nosso dilema.


- Não comemore antecipadamente, Emm. - Jasper suspirou. - Quais são suas condições? - Me indagou.


- Além do dinheiro já proposto antes... - Dei um meio sorriso. - Quero que me retribuam o favor me ajudando a conquistar alguém.


Um momento sem som algum foi passado. O silêncio foi quebrado por Emmett - como sempre.


- Eu vou ganhar cem dólares! - Anunciou, rindo alto. - Ah senhor, eu e Alice vamos ficar ricos! - Disse olhando significantemente para Jasper. - Ok, Edward, nós vamos te ajudar a conquistar a Bella - Gargalhou alto - Ed-boy e Floribella. Eu sabia, cara, eu sabia que aquelas brigas eram um fogo avassalador! - Arregalei os olhos ao ouvir tamanho absurdo.


Que coisa irritante! Por que todos insistiam em achar que eu e a garota mais irritante do mundo tínhamos algo?


- Isso está fora de cogitação, Emmett - rosnei. Ele emudeceu. - Eu quero que vocês me ajudem a reconquistar a Tanya. Não envolve de maneira alguma a Floribella - deixei claro.


Dessa vez o tempo de silêncio foi duradouro. E eu mesmo tive de rompê-lo.


- É pegar ou largar - alertei.


- Edward, você tem certeza? - Jasper me olhou em dúvida. - Cara, a Tanya não foi muito legal no namoro de vocês. Como você pode a querer de volta? - Me perguntou num tom indignado.


Mas não era ele o dono da minha vida!


- Porque eu a amo - disse, calando a todos por mais algum tempo.


- Eu tenho uma teoria sobre esse suposto amor - Jasper murmurou. - Mas não vou discutir com você. A vida é sua e você não é nenhuma criança. Já pode lidar com as consequencias dos seus atos. Apesar de... - Respirou fundo. - De querer seu bem, por ser seu amigo, eu vou te ajudar. - Declarou, por fim.


Sorri por ele não se meter na minha vida. Jasper sabia muito bem o quanto eu odiava isso.


- Se meu irmão vai te ajudar, eu também to dentro. - Emmett anunciou. - Então, fechado? Rose, Anãlice e Tanya?


- Fechado. - Assenti.


- Fechado - foi a vez do Jazz.


- Vocês agora são meus companheiros de casa. Meus amigos. Então eu também to dentro - Jacob falou.


Entreolhamos-nos.


- Desculpa, Jake, mas ninguém aqui quer ser corno... - Murmurei.


Ele riu.


- Ah, qual é, eu estou falando em ajudar. Nada de pegar as garotas de vocês. A amizade é mais importante! - Todos sorrimos e selamos nosso acordo.




...

– Muito bem... - Era a hora de dar o passo inicial. - Emmett, para conquistar a Rose você terá que ser... Insistente e ousado. Ela tem fixo na cabeça que seu destino é o convento. Primeiro, você tem que mostrá-la que existe outra opção.


- Como? - Me questionou, interessado.


- Flerte. Paquere. Cantá-la é o meio mais viável - sugeri. - Mostre-a que você está aqui. Para ela.


Emmett suspirou.


- Minha voz é péssima, cara. Eu desafino. Não dá pra cantar.


Bufei.


- Cantar, passar cantada, demmentt! - Expliquei impacientemente.


- Ah... - Seu rosto se iluminou. - Nisso eu sou muito bom! E criativo, também - gabou-se.


- Ok. Esse é o primeiro passo - concluí. - Agora, o seu caso Jasper. O mundo de Alice resume-se a shopping, cartões de crédito e compras. Você é praticamente um invasor... Tem que se infiltrar no mundo dela.


- Como farei isso?


- No seu caso você precisará de... Coragem. E de um banho de loja.


- O QUÊ? - Deu um salto para trás.


- Nós teremos que te transformar na criatura mais fashion que esse mundo já viu - falei, com um pouco de pena do meu amigo.


- E... Minhas roupas de metaleiro? - Murmurou, ainda não se dando conta da imensidão da mudança.


- Joga fora. Ou a gente queima - dei de ombros.


- NÃO! - Negou prontamente.


- Ou isso... Ou nada de Alice - o acordei para a realidade.


Embasbacado, Jasper caiu no sofá.


- Isso... Vai ser muito difícil. - Fungou.


- Eu sei... Mas conquistar a mulher da sua vida - fiz uma careta. Odiava romantismo. - depende disso.


- Oh... - Colocou as mãos na cabeça. - O que eu não faço pela Alice? - Resmungou. - Tudo bem, eu topo...


Sorri.


- E como vocês pretendem me ajudar?


Emmett se adiantou.


- Ainda lembramos que a Tanya adora festas. Nesse caso... Faremos uma festa com o pretexto de inaugurar nossa nova casa. Para que ela não desconfie de nada convidaremos vários universitários! Vai ser uma super balada para inaugurar nossa nova casa! - Declarou, feliz da vida.


Revirei os olhos. Seria até um plano inteligente, se não fosse certa coisa...


- Ah, certo. Suponho que você esqueceu-se do nosso PEQUENO empecilho - ironizei.


Demmentt me encarou, boquiaberto.


- Oh céus, é mesmo... - Murmurou, desnorteado. - Droga! E agora?


- Pensem em outro modo - sugeri.


- Mas esse era o melhor plano de todos! - De repente algo pareceu ter se iluminado no irmão mais velho de Jasper. - E se nós pensássemos em um modo de acabar com o empecilho? Seria melhor do que cancelar a festa.


O encaramos chocados.


- Você as vezes me assusta com esses ataques passageiros de inteligência, irmão - Jasper disse por todos nós.


Até mesmo Jacob já havia captado o jeito malandro - e burro - de Emmett.


- Vou pensar em algum jeito... Não se preocupem - Emmett nos garantiu. - MAS, enquanto ainda estamos em nossa futura ex-casa, e as garotas ainda não chegaram, eu e o Jake vamos dar uma olhada... Em uns emails do computador. Tchau. Ah, e não venham porque pode ser que... Ah, que se dane! Só não venham! - Ordenou.


Fitei Jasper de relance, e percebi que ele estava igualmente desconfiado.


- O que será que esses dois estão aprontando? - Se auto-indagou.


- Vindo do Emmett, eu espero qualquer coisa - afirmei.


- Igualmente - Jasper concordou.




...

POV EMMETT

- Vem, Jake, eu tenho que trancar o escritório antes que eles inventem de nos espionar! - Apressei meu ex-amigo virtual.


- Calma, Emmett - Jake pediu, enquanto parava na porta escritório para respirar, visivelmente cansado.


- Entra - mandei.


Jacob me obedeceu e ao adentrar o escritório, imediatamente parou para analisar o computador.


- E aí? É uma boa versão? - O indaguei.


- É. Vai dar para baixar coisas numa boa... A memória desse tipo é espaçosa. O problema é ver quantos programas teremos que baixar para criar o jogo - observou.


- Não importa, cara. Só quero que esse seja o melhor jogo online de todos os tempos! Eu e você vamos ficar ricos ao lançar a segunda versão em cd! - Falei, sonhando com meu futuro promissor. E com a Oprah, claro.


Liguei o computador e deixei Jake se sentar na cadeira em frente ao monitor, enquanto eu deslocava outra para sentar ao seu lado.


Jacob começou a analisar os programas e o que eu teria que baixar.


- Isso vai demorar um dia, cara... - Deu o veredicto.


- Dorme hoje aqui para acabarmos essa parte, temos espaço - propus.


Jake franziu o cenho e acessou o Google para verificar outra coisa. Sua expressão escureceu.


- Não vai dar. Vou voltar para casa e arrumar minhas coisas. Amanhã vejo vocês na mudança para a nova casa, e antes, na faculdade - tentou dar um sorriso.


- Ok... Então adiante o que puder... - Disse, um pouco triste por não poder finalizar uma etapa do meu grande projeto.




...

- Pronto, Emmett - Jake chamou minha atenção. - Fiz o que dava para hoje.


- Valeu, Jake - agradeci.


- De nada. Eu vou indo. - Saiu apressadamente do escritório.


Estranhei, mas não fiz nada para impedi-lo. Em vez disso fitei o céu consequentemente notando que já escurecia. As garotas ainda não haviam voltado.


Quando dirigi minha atenção ao computador, pude ver o que Jacob havia procurado no Google: Calendário de luas.


Torci o nariz, mas também nada fiz. Cada maluco com suas loucuras...





...


POV BELLA

- VIRA! VIRA! VIRA! - A galera gritava animando os sobreviventes da batalha da Tequila.


Eu me esgoelava convulsivamente porque a nanica tava no meio deles. É, tamanho não é documento quando você tem uma habilidade para beber.


Rosalie e eu não havíamos aguentado o suficiente para estar lá.


- VAI NANICA! MOSTRA QUEM TEM O PODER! - Gritei para apoiá-la.


- VAI ALLIE! MOSTRA PARA ESSES TERRORISTAS DA MODA QUE TAMANHO NÃO É DOCUMENTO! - Rosalie, já meio desinibida pelo álcool, gritou.


Alice mostrou o dedo do meio para o lado errado, meio zonza por conta da bebida também. A única em um bom estado ali era eu.


- Desculpa moça! - Pedi, ao trombar numa senhora.


- Moça? - Uma voz grossa vinda da mesma, soou.


Então percebi a situação. Traveco...


- Desculpa, não havia notado a sua... Opção sexual - murmurei baixinho para ser discreta.


- Está me chamando de homossexual? - Indagou ferozmente.


Bufei com aquilo.


- Não minha querida, eu não estou te chamando de sabão para partes genitais! - Revirei os olhos.


- EU SOU HOMEM! - Se exaltou. - HOMEM! HOMEM COM "H" MAIÚSCULO! - Acenou para o zíper da sua calça. - TÁ VENDO? SABE QUAL É O NOME? T-E-S-T-Í-C-U-L-O! - Sibilou.


Ele estava me achando muito burra, né?


- Eu não estou falando de literatura! Que saco! Pra que eu iria querer saber se o texto é pequeno? - Rosnei. - Você bebeu? Porque você está falando coisas incoerentes e sem nexo - esclareci.


- Olhe direitinho e veja a diferença entre a minha calça e a sua! - Ele pediu impacientemente.


- Na realidade, não estou vendo muita diferença entre o zíper da sua calça, e da minha... - Analisei mais um tempo. - Ah, sim! Agora já sei a diferença!


O suposto traveco esperou.


- A minha calça tem três zíperes, a sua tem quatro - sorri, satisfeita por ter um Q.I. tão elevado, e por perceber que a bebida não me debilitara em nada. Pisquei e percebi um erro. - Ah! Espera, espera! A minha tem cinco e a sua tem três - disse, por fim.


A pessoa saiu resmungando, enquanto se retirava dali. E depois a mal educada era eu!


- Bella! Bella! - Alguém em cutucou.


- TÁ QUERENDO MORRER? - Gritei irritada. Odiava ser cutucada! Odiava!


- Calma! - Rosalie riu. - Olha! - Acenou para o local onde ocorria a competição. - Agora só sobrou a Alice e o homem ali no concurso! Minha irmã tem chances de ganhar! - Anunciou, feliz da vida.


- Que evolução - admirei. - Agora ela não poderá mais pilotar baratinhas.


- Pilotar baratinhas?


- Lei seca - ri. Eu havia estudado aquilo.


- MEU DEUS! - A ex-freira teve um ataque.


- O que foi? - A questionei.


- Nós bebemos, não poderemos dirigir para casa - murmurou.


- A gente dá um jeito depois. Suborna alguém, sei lá - solucionei.


A ex-freira sorriu.


- Tem razão! Podemos ligar para os meninos! - Disse.


- É - dei de ombros.


- Ah. Não. - Ela sibilou vagarosamente em seguida, focada em outro local.


Segui a mesma direção com os olhos e avistei a anã passando mal enquanto tentava virar seu último copo de tequila.


Naquele momento meu desespero falou mais alto. Ela estava tão perto de ganhar... Seria frustrante se perdesse. Puxei Rosalie pelo braço e adentrei a multidão que se reuniu para assistir a "Batalha da Tequila". Em meio a resmungos e gritos de apoio aos participantes, conseguimos chegar à frente. Alice ainda tentava engolir o resto da Tequila. Seu concorrente estava chegando perto.


- VAI ALICE! - Gritei para apoiá-la. Entretanto, não surtiu muito efeito. Encarei minha amiga, quase desmaiando de tão embriagada.


Foi quando me lembrei do longo discurso. Do sonho. Garra. Era isso que a anã de jardim precisava para vencer.


- SE VOCÊ VIRAR ESSE COPO A GENTE FUNDA SEU CLUBE AQUI! - Gritei para Alice.


Ela imediatamente me fitou, paralisada. Algo pareceu lampejar em seus olhos, e ela prontamente continuou a engolir com coragem o resto da tequila.


- AO CLUBE VENENO! - Ela ergueu o copo vazio. Havia ganhado a competição.


- E temos a nossa vencedora! Senhorita Alice Cullen! Bebida de graça para você... E suas acompanhantes! - O juiz da competição anunciou.


Alice deu um meio sorriso e tentou se levantar para caminhar até nós. No entanto, acabou cambaleando e caindo EM CIMA de nós.


Ela levantou um dedo, como se pedisse permissão para falar.


- Eu estou... - Soluçou. - Be-bem! - Completou. - VAMOS BEBER MENINAS! A NOITE É UMA... - Se apoiou em nós para erguer-se. - CRIANÇA! - Sorriu tortamente. - GARÇOM! - Chamou.


- Sim, senhorita? - Fez-se prestativo.


- Quero minha tequila! - Exigiu.




...


POV EDWARD


- Se elas não voltarem em meia hora eu vou ligar para a Alice, Edward - Jasper disse, preocupado.


- Relaxa, cara - o tranquilizei. - Elas devem ter ido ao shopping. Alice é rata de shopping, você sabe.


- Eu sei, mas... Eu me preocupo, ora! - Confessou.


- Se você não aprender a relaxar vai ficar tão grudento que nem a Alice vai aguentar! - Ameacei.


Jasper se rendeu.


- Relaxando! - Repetiu, como se fosse um comando.





...

POV BELLA




- Alice eu não... - Ela enfiou mais um copo cheio de tequila na minha boca - vou aguentar - sussurrei.


- Seja feliz! Hoje é de graça minha querida! - Disse toda sorridente. - Melhor ainda porque é a fundação do Clube Veneno!


- Mas o que nós integrantes devemos fazer? - Arqueei uma sobrancelha.


Rose se juntou a nós para ouvir.


- Beber, não se importar com o amanhã e com homens ingratos... Além de P-A-Q-U-E-R-A-R! - Sibilou.


Franzi o cenho.


- É o que?


- Bellinha, eu sei que você não sabe como se paquera. Mas, para sua sorte, assim que a música do nosso clube tocar - sim, sim eu pedi para o cantor do bar - você verá a mestra em ação! - Acenou para si mesma.


Fiquei quieta por estar meio zonza, esperando o momento em que Alice cumpriria o que havia dito.


Quando a música acabou e outra começou a ser cantada, a anã de jardim quicou de onde estava, gesticulando escandalosamente para mim. Aquela era a deixa. A música.




Link 4shared (rápido e seguro)

http://www.4shared.com/audio/l7muWFU4/010-Ritchie_-_Menina_Veneno.htm


Link Youtube (não precisa fazer download)

http://www.youtube.com/watch?v=-8BNS6py6Cg



A anã começou a se aproximar dos homens que dançavam em câmera lenta. Em seguida, passou a virar a cabeça de um lado para outro rapidamente, fazendo com que o cabelo curto milagrosamente balançasse e ela parecesse um personagem de desenho animado. Quando finalmente focou em sua primeira vítima, olhou de relance para mim e gesticulou mais uma vez. Fiquei mais atenta, louca para ver o que aconteceria.


Se ela já estava me fazendo rir com aquela cena da caminhada estilo filme do Hollywood, quando se aproximou de seu alvo foi pior.


Alice começou a remexer o copo como uma esquizofrênica a beira de um ataque, girando a cabeça para que o cabelo curto balançasse. O ápice da cena maluca foi quando a ex-piloto de baratinha se jogou no chão, ainda girando cabeça. Fiquei boquiaberta enquanto assistia o alvo de Alice se aproximar da mesma. Aquela loucura toda havia dado certo?


Vendo que sua vítima se aproximava, a anã parou subitamente de girar a cabeça e se pôs de pé. Logo, começou a piscar descaradamente o olho esquerdo. Piscou, piscou, piscou.


O alvo continuava se aproximando, até que...


- Com licença, senhorita. - Ele disse. - Eu sou médico e vi a senhorita tendo um ataque. Se quiser, posso levá-la a um hospital. Sei como é incomodo ter crises no meio de tanta gente - continuou, sério.


Ri demais. Alice fitou o suposto médico boquiaberto, e, com o resto de vergonha na cara que lhe restava, disse:


- Já passou. Até mais - e veio para o meu lado, morta de vergonha.


Começamos a beber novamente... A noite ia ser longa...




...

- Mas eu não sei dançar! - Resmunguei. O mundo todo girava diante de mim e isso era engraçado.


- Aprende, Bellinha! - Alice disse. - Eu te ensino!


Eu ri da cara dela.


- Obrigada, mas já aprendi demais com você sobre paquerar - debochei.


- Foi puro azar. Agora vem, a Rose já está lá no meio se acabando, só falta a gente! - Me puxou. - Vamos antes que a Rose beije mais gatos que a gente! E olha que ela já está três homens na frente, querida.


Arregalei os olhos. A freira virou... Pegadora?




...

– Vai por mim - a anã pôs a mão no meu ombro. - O segredo é rebolar e chegar até o chão. O resto que se dane! - Jogou as mãos para o alto e começou a dançar.


Curiosa, tentei.


- Isso! Isso! Agora vai até embaixo! - Alice aprovou.


Fatalmente o movimento feito por mim me lembrava uma colher cozinhando algo no forno.


- Assim? - Perguntei alto.


- É! VOCÊ DANÇA DEMAIS! - A ex-piloto de baratinha me encorajou.


- Valeu anã! - Agradeci. Ela me fitou sombriamente e voltou a dançar.


Continuei a dançar. Eu estava gostando daquilo. De me sentir em sintonia com o som. Mas legal ainda era ver o mundo girando só para mim. Egoísta, eu sei. Porém, legal. Muito legal.




...

- Venham! Venham! Quero tirar uma foto nossa na fundação do Clube Veneno! - Alice dizia, doida de pedra enquanto atirava para fora tudo que encontrava em sua bolsa.


Eu continuava a dançar desinibidamente e Rosalie batia o pé no chão, impaciente.


- Achei! - Alice anunciou ao achar o celular pink. - Epa. - O sorriso se esvaiu. - CARACA. ESTAMOS PODENDO MENINAS. 35 LIGAÇÕES PERDIDAS! HAHAHAHAHA! - Riu.


- Retorna logo isso, Alice. Pode ser nossa carona de casa. Ah não ser que nós fossemos com o VENTO, AS NUVENS, O CÉU! - A ex-freira começou a divagar.


- Dá licença - puxei o celular rosa e cliquei no botão para retornar ligações. - Praticidade é tudo! - Declarei meu lema.


As meninas riram, afoitas.


Alguém atendeu o celular.


- Oi, tudo bom? - Perguntei educadamente. Só ouvi gritos. - AI MEU OUVIDO! EU FUI EDUCADA! VOU DESLIGAR ESSA JOÇA! - Dito e feito.


- Passa pra cá, vou tentar - a ex-freira pediu.


Entreguei o celular para ela e a mesma repetiu meus passos.


- Não consegui ouvir nada - franziu o cenho.


- ME DÁ! - Alice recuperou o celular e clicou no botão verde, para retornar ligações.


Imediatamente a anã congelou.


- É o Jasper... - Sussurrou. Depois abriu um sorriso largo. - Alô? Ah, oi Jasper! Tá tudo bem aqui! Aliás, melhor. Eu ganhei um concurso de Tequila, acredita? - Gabou-se. - Não, não... - Respondeu a algo. - Ah, fora alguns tarados tá tudo normal por aqui.


Ela jogou o celular para nós após isso.


- ELE É UM CHATO! - Resmungou e encerrou a chamada.


- E agora, meninas? Vamos voltar a dançar? - As indaguei, doida para voltar à pista de dança.


- Não... - Alice murmurou. - Tenho algo melhor em mente. Clube Veneno em ação, queridas! - Declarou. - Vamos. Passar. Alguns. Trotes. - Explicou pausadamente.




...

POV EDWARD

- Desligou... - Jasper suspirou. - De novo.


- Deixa pra lá, cara. Devem estar se divertindo - disse, bem calmo.


- Claro! Com tequila e num bar! - Jazz ironizou. - Sabe o que a Alice me disse? Sua irmã participou e GANHOU um concurso para ver quem bebe mais, Edward! Isso é absurdo! - Reclamou.


Impossível que a baixinha tivesse ficado tão maneira assim de uma hora para a outra.


- Tem certeza? - Verifiquei.


- Sim! Até porque todas as três pareciam bêbadas no celular!


- É, a baixinha evoluiu no meu conceito... - Murmurei, fitando o teto.


- ACONTECE, que o seu conceito não mede perigo, Edward!


- Ah, deixa de paranóia, Jasper. - Resmunguei. - Vamos fazer assim, se elas ligarem de novo, a gente vai atrás delas. Fechado?


- Se não tem outro jeito... - Suspirou. - Fechado.


- Ei, galera! Alguém sabe de quem é esse número de celular que ligou para mim dizendo que minha avó estava no asilo infernizando a vida dos outros idosos? - Emmett apareceu na sala, chateado.


- Deixa eu ver, Emm - Jazz pediu.


Ao fitar o número presente na tela do celular, Jasper abriu um sorriso sorrateiro.


- De acordo com os termos do nosso trato, é hora de buscar as garotas, Edward - disse.


- Se tivéssemos o endereço - murmurei, despreocupado, assistindo televisão.


- Espera ai! Foram elas que me passaram trote? - Emmett estava visivelmente indignado.


- Sim, Emm. - Sorri. - Encare a realidade, você foi passado para trás por garotas bêbadas - Gargalhei alto.


- Que droga... - Emmett xingou baixinho.


- Vamos ligar pra elas! É o jeito! - Jazz sugeriu.


- Não. Elas não querem ser incomodadas. - O fitei. - Deixe que elas nos liguem. Quando um dos nossos celulares tocarem, deixem que eu atendo. Sei me virar com garotas. Apesar de só querer uma... - Falei dois tons mais baixos.




...

Minutos depois, meu celular começou a tocar insistentemente a música Holly wood died. Uma das minhas favoritas.


- Alô? - Atendi.


Risinhos do outro lado da linha.


- Falem o que querem, garotas - pedi. Silêncio absoluto por um minuto. Provavelmente tinha as assustado com minha esperteza elevada.


Acenei para os meus amigos se aproximarem e deixei no alto-falante, antes gesticulando para que fizessem silêncio.


- FALA PRO JASPER QUE ELE É CORNO! A ALICE TÁ NO MAIOR AMASSO COM UM GATO, AQUI! - Ouvi o grito da Isabella.


Jazz congelou imediatamente e me olhou, suplicante.


- Ok, Floribella. Me diz onde vocês estão! - Pedi com calma.


- DESCULPA ED-BOY, MAS A ENTRADA DE SUPER HERÓIS FRACASSADOS FOI PROÍBIDA AQUI! - Gargalhou alto, se achando muito engraçada.


- DIZ PRO EMMETT QUE DEPOIS DESSA NOITADA EU NÃO VOLTO PRO CONVENTO NUNCA MAIS! - Rosalie riu, depois de Isabella.


Emmett arregalou os olhos.


- JASPER, ESSA É PRA VOCÊ, ENSAIAMOS E TUDO MAIS! ESCUTA SÓ! - Pausa. Todos nós mudos, prestando atenção ao som do telefone. - Garçom, aqui nessa mesa de bar, você já cansou de escutar, centenas de casos de amor! Garçom...


- ME DIGAM LOGO ONDE VOCÊS ESTÃO! - As interrompi com berros.


- ESTAMOS NO CÉU, COLEGA! - Isabella gritou em resposta. - VOAR, VOAR, SUBIR, SUBIR - cantarolou em seguida.


Cerrei os punhos, cansado de tanta enrolação.


- OU vocês me contam, OU eu deduro vocês pros nossos pais. Dirigindo alcoolizadas? Tsc. Tsc. Adeus cartões de créditos, dinheiro para questões judiciais e... - Pensei no caso de Isabella. - Adeus paz interior. - Franzi o cenho, aquilo tinha saído muito ruim.


- AAAAAAAAAH, MEU CARTÃO NÃO! EU CONTO! EU CONTO! PEGA PAPEL E CANETA AÍ! - Alice respondeu afobadamente, como o esperado.


- Viram como se lida com uma mulher? - Falei satisfeito para Jazz e Emmett.




...

- Me larga, Ed-boy! - Floribella se debatia contra mim. - Eu quero dançar! Eu quero dançar! - Se descabelava enquanto eu a levava em direção ao meu volvo. Jazz - com Alice - e Emmett - com Rose - seguiam atrás de nós. Estávamos no estacionamento do bar onde as garotas se encontravam antes.


- Quieta, Floribella. Para de se debater ou terei que levá-la até o carro de uma maneira pior - ameacei.


Ela arregalou os olhos e sorriu perversamente.


- Eu sabia - deu um tapa na minha bunda. - Danadinho, hein? - Riu. - Se você não fosse tão chato eu até te daria um beijinho - fez um bico exagerado e deu outro tapa na minha bunda.


Céus! Pior do que ter que cuidar de sua inimiga... É cuidar de uma inimiga pervertida!


Abri a porta do passageiro e acomodei Isabella lá, colocando - inclusive - o cinto de segurança. Bêbada do jeito que estava nem pensaria em fugir.


No banco de trás, Rosalie sentou-se no colo de Emmett para caber os quatro. Não gostei muito daquilo, claro, afinal sou o irmão dela. Mas meu ciúme também se devia ao fato de que Rose estava especialmente pervertida quando bêbada. Lancei uns mil olhares de aviso a Emmett para que ele não caísse nos encantos da minha irmã, nem se aproveitasse dela nesse estado. No dia seguinte ela se odiaria e também odiaria a Emmett.


- Emm - ouvi minha irmã murmurar manhosamente pela milésima vez. Apertei as mãos contra o volante. - Eu já te disse como você está especialmente gostoso hoje? - Flertou.


- Rose, Rose, não brinque com o fogo... - Emmett retrucou. - Você pode se queimar - abriu um sorrisão. Buzinei a fim de que ele acordasse e parasse de ceder aos flertes da minha irmã.


- Ah, eu adoro fogo! - Ela se animou.


Lancei um olhar fuzilante para Emmett, que me ignorou, falando em seguida:


- Cuidado, Rose. Hoje eu estou que nem melancia quente... Louco pra te fazer mal!


Buzinei continuamente até não ouvir mais nada. Muitos motoristas atrás de mim reclamaram, mas fiz pouco caso. A minha sorte era que Isabella estava quieta - e novamente emburrada - ao meu lado. Já Alice dormia calmamente.




...

- Mas você disse que era pra eu cantar a Rose! - Emmett justificou.


- Não agora, demmentt! Ela está em um estado debilitado, se fizer algo que a mesma não goste, ela te enforcará pela manhã. Além disso, onde já se viu? Que raio de cantada é essa: hoje eu estou que nem melancia quente, louco para te fazer mal! Isso chega a doer no ouvido, sabia? - Rosnei.


- Desculpa se eu uso minha criatividade, cara - deu de ombros e apressou o passo.


Continuei a caminhar lentamente com direção a casa. Sempre vigiando Isabella. Eu estava de babá naquela noite. Bufei com aquilo.


Ao adentrarmos a casa, nos dirigimos para nossos respectivos quartos - ou quartos temporários.





...

Isabella gargalhava sem parar.


- Você... - Perdeu o fôlego. - Você está dizendo que vai me dar um banho frio se eu não ficar quieta e dormir? - Riu mais ainda.


- Não estou dizendo. Estou te ameaçando seriamente - corrigi.


- Ameace o quanto quiser - sorriu perversamente. - Você não me deixou dançar, agora eu não te deixo dormir. Ação e reação entendeu? - Sinalizou com os dedos.


Suspirei pesadamente.


- Nós precisamos dormir, Isabella! Temos aula na faculdade amanhã! Não posso acordar com a cara amassada - resmunguei.


- Ah... - Ela riu. - Para a loira de farmácia não ver, né? Entendi! - Eu podia ver seus dentes brancos mesmo na escuridão.


- Não... - Murmurei baixo.


- É CLARO QUE É! - Gargalhou mais alto ainda.


- E se for? E daí? - Arqueei as sobrancelhas.


Ela se sentou na cama.


- Vamos fazer um acordo - disse. - Você vai pegar alguma música e me deixar dançar. Depois você dorme.


- Ah, claro! E ainda vamos ficar muito felizes por acordar minhas irmãs e meus amigos! - Ironizei.


- Então vamos dançar... NA COZINHA!


Arregalei os olhos diante de tal proposta.


- Você enlouqueceu? Dançar na cozinha? - Ri. - A cozinha é um local de comida e nada mais. Nada de dançar ou algo do tipo.


- A cozinha é o local ideal para dançar sem ser descoberto. E você vai dançar comigo, eu odeio dançar sozinha! - Fez bico.


Ri ainda mais da careta emburrada que ela transmitia. Isabella bêbada era hilária.


- Tá, tá - cedi, aos risos. - Mas só uma música! E depois: CAMA.


Levei um tapa.


- Sem coisas pervertidas, por favor. - Pediu. Gargalhei ainda mais alto daquilo - apesar de ter sido violentado.




...

- Som?


- Eu trouxe.


- Música?


- Eu trouxe CDs que por sua vez tem músicas.


- Cozinha?


- Estamos nela, caso não tenha notado.


- Hum... Então tudo está ok. Já podemos dançar.


- Eu ainda tenho que ligar o som à tomada e colocar o cd dentro - interferi.


- Então faça logo, dã! Eu quero dançar! - Berrou.


Ri mais ainda. Convenhamos, ter algum contato com sua maior inimiga bêbada e choramingando é hilário.


Caminhei lentamente carregando o som e o apoiei no azulejo, logo conectando sua tomada. Em seguida, encaixei o cd dentro e deixei a primeira música tocar.


Isabella franziu o cenho.


- Parece música de enterro! - Reclamou.


Passei para a número dois, enquanto revirava os olhos impacientemente.


- Ah... Não é aquilo que eu esperava, mas serve - disse, exigente.


Quando eu tinha esperanças de que ela fosse começar a dançar para acabar logo com isso, eis que Isabella me surpreende mais uma vez.


- Eu quero dançar em cima do apoio de comida! - Pediu.


- Onde? - Arqueei as sobrancelhas.


- Ali! - Acenou para o azulejo.


- Você quer dançar em cima dos azulejos? - A indaguei perplexo. Nunca ouvira ideia tão absurda e tentadora.


- É. - Assentiu.


Suspirei. Provavelmente ela bateria o pé até conseguir o que quer. Estava andando demais com a Alice.


- Vem, eu te ajudo a subir - murmurei meio a contragosto.


Já em cima dos azulejos, Isabella estendeu a mão para mim.


- Você disse que dançaria comigo. - Lembrou. - Eu odeio dançar sozinha!


Ri mais uma vez da careta e subi com um só impulso nos azulejos.


- Vamos, dance logo que eu tenho uma noite toda para dormir - a apressei.


Isabella sorriu e começou a requebrar como louca. Arregalei os olhos com tamanho atentado a dança. Enquanto eu permanecia calado - e assustado - com a cena, ela chacoalhava a cabeça, fazendo com que os cabelos balançassem furiosamente. Deus, quem a ensinou isso?


- Floribella, onde você aprendeu a dançar? - Indaguei.


- Hoje no bar. Alice me ensinou.


Abri a boca e não fechei mais. Alice normalmente era tão graciosa! O que teria acontecido?


Tequila demais na corrente sanguínea.


- Pare, Isabella! Ver você dançando desse jeito insulta meu lado dançarino! - Resmunguei. Ela parou para me encarar, com uma sobrancelha erguida.


- Faça melhor, então - me desafiou.


Passei para a terceira música e puxei minha maior inimiga para os meus braços - que irônico.


- Vou lhe ensinar como se dança de verdade, Isabella - murmurei.





Link 4shared (rápido e seguro)

http://www.4shared.com/audio/rNhR6nWA/Train_-_Hey_Soul_Sister.htm

Link Youtube (não precisa fazer download)

http://www.youtube.com/watch?v=WnfW8ttjd-Q&feature=fvst




Comecei com o básico. Se avançasse demais era bem capaz que Floribella não me acompanhasse.


Dois pra lá, dois pra cá...


Isabella mal se movia, acanhada.


- Sinta a música, Isabella. Mexa-se de acordo com o ritmo. A música é quem comanda seu corpo agora, não você. - Murmurei.


O efeito aos poucos foi crescendo, e logo nós dançávamos juntos no compasso da música. Agora reinventávamos passos, não mais o básico "dois pra lá, dois pra cá". Eu a girava, e observava seus pés desenharem contornos graciosos sobre o azulejo.


- Mexa-se - dessa vez foi a vez dela de me zoar.


Mal havia notado o quão perdido estava nas silhuetas perfeitas marcadas por seus pés a cada compasso.


A destrambelhada de antes agora se libertava, revelando-se uma boa dançarina até - para uma iniciante.


Girava em torno de mim. Eu era o seu centro. O seu tudo. Ela era a minha feiticeira. E a música... Seu feitiço.


Nossos olhos mal se desviavam. Éramos como imãs opostos atraídos para um campo único de gravidade. Podíamos desviar para o mais longe possível... Mas sempre voltávamos ao centro.


Os olhos verdes-azulados transbordavam musicalidade. Ambos estávamos envolvidos demais com a música e a dança para notar qualquer coisa além de nós. O feitiço transformara-se numa bolha onde nada mais existia. Apenas eu, os azulejos, e a garota que dançava sobre eles, no ritmo da música.


De repente, Isabella parou e o encanto foi-se junto. Irritado por tal pausa, a indaguei:


- Por que parou?


- Você disse que era só uma música e depois eu teria que ficar quieta e dormir - me lembrou. Foi quando finalmente notei que a música havia acabado.


Queria voltar a dançar, a sentir a magia, mas nunca admitiria isso a minha pior inimiga.


- Bem lembrado. Vamos - comandei.


Fui o primeiro a descer dos azulejos, ajudando Isabella em seguida.


Já saíamos da cozinha quando ela virou-se abruptamente de frente para mim.


- Essa foi a primeira lição, Edward... - Murmurou. - Às vezes somos obrigados a fazer coisas de que não gostamos, no entanto, podemos torná-las melhores ou no mínimo suportáveis. Basta querer encontrar o lado bom delas.


Eu iria comentar o quão perto do jogo do contente de Polyanna ela estava, quando a mesma virou-se e continuou a andar calmamente. Como se nada tivesse acontecido.


Isabella me confundia, me intrigava e me irritava. Não poderia lhe agregar características boas como doce, adorável, simpática ou hilária (este, só quando bêbada)... Pois Isabella era uma multiplicação louca e incomum de vários dígitos e vírgulas, sem pontos finais, retas lineares, ou qualquer coisa do tipo que pudesse situar a alguém. Ela era indecifrável. E isso intrigaria a qualquer um. Principalmente a um curioso nato, como eu.




...

POV BELLA

Não siga em frente. Você vai se arrepender.

Bastou minha consciência tentar me alertar para atiçar minha curiosidade, fazendo com que eu quisesse mais ainda continuar a caminhar pelo túnel escuro, em direção a luz.

Com o tempo, a claridade foi ficando mais forte. Cegando-me. Estava a ponto de desistir quando uma mulher loira belíssima apareceu no final do túnel e estendeu a mão, convidando-me a acompanhá-la. A mulher transmitia tanta ternura que seria impossível recusar seu convite. Eu a conhecia de algum lugar, apesar de não me lembrar claramente da mesma.

- Venha, Bella - chamou-me. Ao ouvir sua doce voz, apressei o passo. Queria chegar perto dela o quanto antes.

Ela parecia exalar uma camada irresistivelmente doce e terna, que penava a fim de me envolver. A mulher tinha grande simpatia por mim. De onde a conhecia?

Ao me posicionar a sua frente, estaquei. Em seguida estendi a mão para tocá-la, e ela segurou-a delicadamente, como se pudesse quebrar.

- Que bom que está aqui, querida - disse amavelmente.

- Quem é você?– A indaguei, curiosa.

A loira franziu o cenho, fazendo-me notar o quão belo e corado era seu rosto. Parecia ter trinta e poucos anos, e ser bem conservada.

- Sinto muito por isso - gesticulou, recuperando a expressão terna e soltando minha mão. - Meu nome é Renée. - Se apresentou. Parecia que queria dizer algo mais, no entanto, simplesmente emudeceu após ter dito seu nome.

- Sou Bella - falei, por educação, afinal ela já havia me surpreendido ao citar meu nome anteriormente.

- Eu sei, querida - riu docemente.

Analisei o local atrás da mulher, porém, nada vi.

- Onde estamos?– Questionei. Ela era tão adorável que eu mal me importava se estava sendo impertinente.

- Você quer saber?

- Sim - disse sem sequer hesitar.

Renée estendeu-me sua mão, e eu a segurei com firmeza.

- Feche os olhos - sussurrou.

Obedeci, e logo estava caindo. Podia sentir o vento se moldando ao meu corpo, que interagia fortemente com uma gravidade indomável. Caía tão depressa que por um segundo senti medo. No outro, meus pés já estavam firmes, fincados no chão. A fim de saber como havia pousado, abri os olhos.

Não vi de onde havia caído. Eu estava numa cozinha. O ambiente possuía paredes claras e uma porta estreita que dava acesso a uma pequena dispensa. Não sabia como havia adquirido tal conhecimento. Apenas reconhecia o local estranhamente familiar.

- Venha, filha, vou preparar pipoca para nós dois - uma voz de homem soou na entrada da cozinha. Em seguida, o próprio adentrou-a rindo alegremente, com uma garota de cabelos castanhos e dois olhos azuis-esverdeados inusitadamente idênticos aos meus. Ela também sorria, igualmente feliz.

Senti meu corpo paralisar ao notar que logo o homem me veria e daria um escândalo ao perceber uma estranha em sua casa. Senti minhas pernas tremerem quando os dois olhos - também azuis-esverdeados - fincaram em minha direção. Havia me metido em uma baita confusão, sabia disso.

Entretanto, ao contrário do que tinha pensado, o homem sorriu e gesticulou para a filha.

- Querida, pegue a panela que está ali por favor - pediu, ignorando o fato de eu estar ali. Foi quando virei para trás e notei que a panela estava logo atrás de mim, em cima da pia.

Antes que eu pudesse sair do local, a garota correu em minha direção.

- Ei, ei, cuidado! - Levei a mão à boca ao notar que tinha alertado em voz alta. Pronto. Estava frita.

Mais uma vez fui ignorada. E dessa vez foi mais sinistro ainda. A garota, simplesmente, passou por mim. Atravessou-me. Como se eu fosse nada. Um fantasma. Algo imaterial.

- Aqui está, papai - levou a panela até o homem, orgulhosa com seu ato.

- Obrigada, Bella - ele agradeceu.

Congelei. Bella. Olhos azuis-esverdeados. Cabelo castanho ondulado. Até onde isso seria só uma coincidência?

- Meu Deus, onde fui me meter*?– Me auto-indaguei, tranquila por saber que ninguém me escutaria.

Vencida por minha curiosidade, me aproximei da garota, a analisando. Ninguém me veria ou sentiria minha presença, portanto, seria seguro.

Senti vontade de tocá-la. Quem seria a irreal ali? A ilusão? Eu, ou ela?

Sem me abater, ou perder tempo ponderando, estiquei a mão para tocar sua pele alva. Quando o fiz, um choque elétrico percorreu o meu corpo. Por inteiro. E eu comecei a me desmaterializar.

- O que está acontecendo?– Me desesperei.

Tentei segurar em algo, mas minha mão atravessou tudo o que tentei. Cedi a meu destino certo e suspirei enquanto meu corpo sumia e minha visão se tornava turva.

Agonia.

Tossi ruidosamente. O que era aquilo? O ar se perdia. O oxigênio faltava. Me debati contra mim mesma, era insuportável aquela situação. Não conseguia respirar.

Dor.

Pontadas agudas de dor em partes específicas. Eu as sentia da pior maneira possível.

- Pare! Pare por favor! - Eu berrava. - Não quero morrer! - Chorava.

Frustração.

– Está tudo escurecendo! Tudo escurecendo! - Gritei. - Eu não quero morrer! - Chorei enquanto continuava a me debater.

Meu coração sangrava.

– Eu amo você. Não quero deixá-lo. Não quero morrer - murmurei com minha voz falha.

– NÃO! NÃO! NÃO! - Pensei significantemente.

Num instante, como se nada tivesse acontecido, eu estava no fim do túnel, mais uma vez ao lado de Renée. Rodeada por toda sua ternura e paz.

- O que aconteceu?– Falei, sentindo as lágrimas da cena anterior se arrastar pela minha face.

- Você fez sua escolha, querida. Todos têm livre-arbítrio - a fitei, entendendo nada. - Você escolheu lembrar. Recuperar agora as lembranças que lhe foram tiradas para que pudesse evoluir - explicou melhor. - E seu interior sentiu que você estava preparada.

- Eu não escolhi isso - murmurei, lembrando-me da agonia, dor, frustração...

- Sim, escolheu - afirmou.

Foi quando lembrei. Eu me toquei no momento da cozinha. Apesar do meu eu - mais novo - ter me atravessado antes, o momento do meu toque foi uma escolha minha. Teria sido aquilo que havia desencadeado todas essas consequências?

- Sim - Renée respondeu ao meu pensamento.

- Eu sempre quis isso... - Ponderei. - Mas agora...

Não havia sido por isso todos esses anos fora da regra? Não me lembrava como havia ficado tão sarcástica e debochada. Apenas acordara no céu com tal intuito. As lembranças me trariam de volta o motivo? O por quê?

Quando ia perguntar isso a Renée, a mesma havia sumido. E eu estava sendo sugada para o fim do túnel.

Acordei suando frio. E com uma baita dor de cabeça.


- Ah, a Bella adormecida finalmente acordou - meu pupilotário fez o trocadilho infame de cada dia.


- Putz! Que dor de cabeça - levei a mão à testa, quando tentei me sentar na cama.


- Se chama ressaca - Ed-boy revirou os olhos. - Toma - me entregou uma bolinha branca, dura. Fiquei a tateando. - É um comprimido, serve para ressaca.


Era incrível como meu pupilotário havia acordado com eficiência naquele dia.


- Obrigada - agradeci a explicação.


Já havia aprendido sobre comprimidos. Era a primeira aula sobre saúde humana. Não podia faltar ou levaria ocorrência. Não que uma a mais fizesse grande diferença, mas... Ok, eu gostava da área de saúde. Era a única aula que eu frequentava com certo interesse.


Engoli o comprimido com a ajuda de água, que estava presente em um como deixado no criado mudo ao lado da cama de Ed-boy.


Ao fincar os pés no chão, me lembrei do sonho estranho. Tudo tinha parecido tão real... E eu ainda me lembrava de Renée e de suas feições. Estaria mesmo me lembrando? Me lembrando da minha vida como humana?


As únicas coisas que eu sabia é que não tinha vivido há tanto tempo assim - ou seja, não era velha -, e que eu seria - de longe - a última pessoa na minha turma que poderia lembrar. A falta de lembranças e minha rebeldia exacerbada - aparentemente sem causa - eram em parte a causa das minhas ocorrências. E também o que me distanciava do poder de lembrar. Só seria concedido a aprendizes de anjos quando formados. Ou seja, quando já fossem anjos.


Então... Ao ser expulsa do céu, eu correria um sério risco de nunca mais poder recuperar minhas lembranças?!


Desesperei-me. Seria uma tragédia!


Por outro lado... Aquele sonho parecia estar recheado de lembranças, mas... COMO?


Como eu poderia estar conseguindo me lembrar? E que causas - se isso estivesse mesmo acontecendo - isso remeteria?




...




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Notas finais do capítulo

Oi meus leitores lindos! (puxa-saco)
Esse capítulo foi importante pois desencadeou muitos mistérios da fic. Tipo: POR QUÊ O JAKE PROCUROU SOBRE LUAS NO GOOGLE E TAVA TÃO APRESSADO?
COMO A ROSALIE VAI REAGIR QUANDO ACORDAR E VER O ESTRAGO QUE A BEBIDA FEZ?
SERÁ QUE OS GAROTOS VÃO CONQUISTAR AS GAROTAS?
COMO BELLA REAGIRÁ AO RECORDAR O PASSADO? INTERFERIRÁ EM ALGO?
O ROMANCE DE EDWARD E BELLA COMEÇOU?
EDWARD REALMENTE APRENDEU A PRIMEIRA LIÇÃO?
... E muito mais!!!
Espero que tenham gostado.
LEMBRANDO QUE POSTAREI +2 CAPÍTULOS ESSA SEMANA SE TIVER UMA GRANDE QUANTIDADE DE COMENTÁRIOS, COMO PROMETIDO.
(TAMBÉM ACEITO RECOMENDAÇÕES, HIHIHIHI... E PONTOS DE POPULARIDADE, JÁ QUE ME LEVARAM 100 OOO: )
Certo, chega disso pq eu já tô virando uma abusada... kkkkkkkkk
BEIJOOOOOOS
AAAAAAAA EU TENHO UMA FÃ! MINHA PRIMEIRA FÃ! ESTOU FELICÍSSIMA! OBRIGADA PELO SEU CARINHO "OUTRA CAROL" XARÁ (É DO TWILIGHT FICS)! UM GRANDE BEIJO!
OBRIGADA A GALERA QUE MANDOU AS RECOMENDAÇÕES TB... VOCÊS N TEM A MÍNIMA NOÇÃO DO QUANTO ISSO ME DEIXA MAIS FELIZ QUE BORBOLETAS SALTITANTES!
AH, CHEGA!
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOS
ATÉ LOGO... (NÃO FAÇAM MACUMBA PRO MEU COMPUTADOR, PLEASE).