90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 7
Capítulo 5 - Babado forte


Notas iniciais do capítulo

Como prometido...
Mais um capítulo na mesma semana!
E dessa vez ele está gigante... Boa leitura, e não se esqueçam de ler as notas finais!



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- Bem, agora que já separamos os quartos, é melhor subirmos para arrumar as coisas. - Alice sugeriu, felicíssima, acenando para sua gigantesca mala rosa.


- Alice tem razão, e já está tarde. - Emmett acrescentou. Todos nós o fitamos no mesmo momento, desconfiando do súbito sono dele.


- Desde quando você dorme tão cedo, Emm? - Jasper perguntou, com uma sobrancelha arqueada. Isso o deixava muito, mas muito, sinistro.


- Desde que vou ter uma bela companheira de cama - ele retrucou, sorrindo como uma criança que acaba de ganhar um doce.


Uma resposta bem digna de Emmett, pelo que eu podia notar nesse primeiro dia.


- Cala a boca, Emm... - Rose começou. - Ei, o que é isso aqui? - Ela indagou, tomando nas mãos envelopes, que antes estavam sobre a mesa de madeira pura, no meio da sala.


Ela ignorou nosso burburinho e continuou a desvendar o que havia dentro dos envelopes. Depois de um tempo, todos os presentes na sala perceberam que eram contas.


- Hum... Meninos, vocês já pagaram essas contas aqui? - Rose perguntou enquanto analisava uma por uma.


- Contas? Que contas? - Jazz ergueu os olhos para fitar a ex-freira.


- Emmett já pagou a conta, foi a vez dele esse mês. O bom de tudo é que foi tão barato, que sobrou dinheiro para comprarmos um monte de coisas e... - O pupilotário parou de falar, e fuzilou Emmett, ao perceber a real situação.


Depois, foi a vez de Jasper lançar um olhar sombrio para o demment, que se encolheu. Sem resistir, comecei a gargalhar. Foi minha vez de receber olhares furiosos.


- Que foi? Não posso rir da desgraça alheia em paz? - Perguntei, sarcástica. Os garotos apenas reviraram os olhos e voltaram a encarar Emmett.


- Ahn... Então, eu ia pagar, mas ai eu encontrei um play station da hora, e decidi pagar no outro dia... Mas... Esqueci. - Deu de ombros.


- VOCÊ. NÃO. PAGOU. AS. CONTAS? - Ed-boy sibilou, furioso.


- Desculpe, cara, foi sem querer, mas o play station é da hora, não tem como negar - justificou.


Os garotos continuaram o encarando com raiva.


- Você tem ideia do que diz aqui? - Ed-boy questionou Emmett.


- É... Que temos que pagar as contas? - O bobão chutou inocentemente.


- Também - assentiu, ainda furioso. Quase gritei por mais, estava adorando ver uma briga ao vivo e tão pertinho de mim. Era tão emocionante!


A tensão ainda estava no ar.


- Você sabe o que essa carta significa, Demmentt? - Disse meu pupilotário, abanando nervosamente o papel em sua mão.


- Não - ele coçou a cabeça.


- NÓS VAMOS SER DESPEJADOS, SEU IDIOTA! - Gritou com fúria.


- Nós... O que? - Emmett estava chocado.


- Vamos ser despejados, vamos perder a casa, morar debaixo da ponte, o que você quiser... E tudo isso é culpa sua! - Meu pupilotário o acusou.


A situação era engraçada... Eu culpava Ed-boy por estar infernizando minha passagem de noventa dias na terra, e ele culpava o amigo pela perda da casa. Será que todos possuíam uma culpa, aqui na terra?


- Não... Não pode ser. - O bobão ainda estava chocado.


- A realidade dói, Emmett. Não se vive só de joguinhos de play station e mulheres! - Jasper alfinetou mais ainda. - As responsabilidades existem para serem cumpridas! Você é o mais velho de todos nós, deveria ser o mais ajuizado. Não acredito que é tão criança para umas coisas, e tão adulto para outras. Não se pode viver na ilusão para sempre, Emmett! - Jasper terminou seu discurso.


Demmentt saiu correndo dali, e Rosalie encarou os garotos com desaprovação.


- Vocês foram muito duros com ele... - Suspirou. - Está certo que ele errou por não ter pagado as contas, mas vocês sempre souberam que Emmett, apesar do tamanho, é um crianção. Não podiam cobrar dele algo que ele não é... Agora ele deve estar magoado e culpando a si mesmo.


- Pois ele deveria - meu pupilotário disse, com rancor.


- É muito fácil culpar os outros, Edward... Veja no que você se transformou, através dessa prática. - A ex-freira argumentou.


- Você não sabe de um terço do que eu passei, Rosalie. Você nunca foi como eu... Você não sofreu como eu, por causa de outras pessoas. Você não se decepcionou, como eu me decepcionei. Por isso, Rosalie, nem você nem ninguém tem o mínimo direito de me julgar! - Declarou, por fim.


- Quer saber, Edward? Eu não te entendo mesmo! - Ela bufou com raiva e se retirou dali, provavelmente indo atrás de Emmett.


Todos na sala estavam em silêncio, inclusive eu. É, podem se chocar, eu não tirei onda nem nada do tipo.


Fiquei pensando em tudo o que Jasper e Rosalie haviam dito... Aquilo fazia algum sentido... Mas até onde aquilo se aplicaria a mim?



POV EMMETT


Entrei no meu quarto, batendo a porta com força, o que resultou em um barulho alto.


Bufei, eu nunca faria nada direito!


Joguei-me na cama de roupa e tênis, não estava nem um pouco a fim de me dar tempo para pensar em tudo o que havia acontecido.


Queria vegetar aqui, como uma ameba...



...



Alguns minutos depois batidas soaram em minha porta.


- O idiota aqui quer ficar sozinho! - Desdenhei em meu próprio pedido.


Ouvi a porta sendo aberta. Merda, nem de trancar a porta eu havia lembrado!


- O idiota ai não irá ficar sozinho. - A voz de Rosalie dominou todo o meu quarto.


Ela estava ali, sem me acusar. E eu que havia a considerado mais uma em minha lista! Bufei diante da minha burrice.


- Emm... - Me virei para encará-la, e a vi sentando-se ao meu lado na cama. - Não vou comentar o que aconteceu agora a pouco, mas... Quero dizer, que muitas vezes nós cometemos erros, e as pessoas nos culpam... Mas nós sempre temos uma segunda chance. Sempre poderemos concertar as coisas. - Ela sorriu para mim, e meu momento depressivo pareceu se esvair no mesmo segundo.


- De onde você tirou tudo isso? - Perguntei, perplexo com a bela frase de Rosalie.


- Da bíblia - sorriu, orgulhosa. - Ser freira tem suas qualidades...


- Você não é mais freira... - A lembrei.


Ela me fuzilou com o olhar, e desejei ter ficado de boca fechada. Resolvi desconversar.


- E se eles nunca me perdoarem? - Perguntei, fazendo bico.


- Então não são seus amigos de verdade. - Ela supôs.


- Não... - Divaguei. - Eles são meus amigos de verdade. - Falei, com firmeza.


- Bem... Se estiver certo do que diz, não fica ai se culpando. Você está perdendo o tempo em que poderia estar gastando para concertar seu erro! - Riu. - Emm... Eu confio em você! - Me encorajou.


Ai papai... Com ela sorrindo assim, quem não fica animadinho?


- Pode deixar, Rose, vou concertar! - Lhe dei um beijo na bochecha.


Então uma lâmpada pareceu se atender no topo da minha cabeça.


Uma ideia.


Ideia que salvaria nossa casa, o paraíso das mulheres - e agora, segundo meu novo desejo, da Rosalie.


Praticamente fugindo - mas com muita dignidade - do meu quarto, dirigi-me ao escritório, sem nem me despedir de Rose, onde resolveria o problema.


E mais uma vez a mente genial de Emmett Cullen iria salvar a pele de todos...


Corri até meu monitor e o liguei, arfando. Tinha que fazer o quanto antes, pois se não pagássemos logo as contas, seríamos despejados. E morar debaixo da ponte não faz meu estilo, podis crê!


Nada me expulsaria do meu futuro ninho de amor com a ursinha.


Com poucos cliques, entrei na internet e digitei habilidosamente o site que continha a peça chave para salvar nossas contas: GAME CHAT.


Após o site ter carregado, procurei pelo chat e criei um usuário...


Então percebi que podia tirar uma onda, enquanto fazia o trabalho sujo. E também teria de chamar atenção, para que o sucesso viesse o quanto antes... Com um sorriso diabólico no rosto, digitei no nickname: VELHINHA TARADA.


Mano, se tinha alguém que ia lucrar no mercado de games, esse alguém seria eu!


Mas, é claro, antes de tudo, eu preciso arranjar alguém que me ensinasse a criar um game! Por isso o chat teria de resolver meu problema... Dããã... Leitores bobinhos!


The best player fala para Velhinha tarada:

Sai desse chat sua coroa pervertida!

Ignorei o elogio e continuei minha busca por alguma alma caridosa que me fizesse a gentileza de me ensinar como criar games... De preferência uma alma caridosa e gostosa! Foco na Rosalie, Emmett! Foco na Rosalie!


Tsunami fala para Velhinha tarada:

Maldita inclusão digital! Sai daqui tribufu!

Revirei os olhos. Droga, o negócio de tirar onda estava atrapalhando meus planos. Quase ia trocando de nickname quando...


Rei dos jogos fala para Velhinha tarada:

Porra, brow, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, você deve ser um pitel!


Sorri e comecei a digitar. Ele havia sido o mais educado até agora.


Velhinha tarada fala para Rei dos jogos:

Eu sou muito macho, seu cagão! Só queria zoar... Ei, mano, dá pra me ensinar a fazer jogos?

Aguardei ansiosamente a resposta. Aquilo poderia mudar minha vida... Já me imaginava sendo entrevistado pela Oprah, como o cara que criou o jogo mais famoso e comprado do mundo. Não confessava para ninguém... Mas era meu sonho ser entrevistado pela Oprah.


Rei dos jogos fala para Velhinha tarada:

Eu não costumo ensinar nenhum principiante, porque não tenho paciência... Mas você tem um senso de humor legal, e é macho igual a mim! kkkkkkkkkk... A primeira coisa a fazer é escolher um tema e o nome do seu jogo. Não vale plágios, valeu?

Respondi prontamente. Hoje seria meu dia, podia sentir!


Velhinha tarada fala para Rei dos jogos:

Ainda não tenho um nome, nem um tema... Vou pensar um pouco... Você pode esperar?

Rei dos jogos fala para Velhinha tarada:

Posso... Você tá com sorte hoje, brôw. Mas vê se não demora muito, tenho que comprar uns materiais, minha faculdade começa depois de amanhã.

Velhinha tarada fala para Rei dos jogos:

Não pode ser... A minha também! Você vai cursar na Forks University? Irei fazer informática lá! Sou o Emmett Cullen.

Rei dos jogos fala para Velhinha tarada:

Vou cursar designer de jogos lá! Putz, vamos nos ver, e eu posso te ajudar com o jogo pessoalmente, até. Sou o Jacob Black. Hey, você sabe se tem alguma república vazia por ai? É que eu moro em La Push, então fica difícil de me locomover... E não tenho grana suficiente para morar sozinho em um apartamento ou casa.

Velhinha tarada fala para Rei dos jogos:

No momento não, cara... Mas se eu souber eu te aviso!


- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ VAI QUERER DISCUTIR POR CAUSA DISSO, ED-BOY! - Ouvi gritos vindos do quarto do meu amigo.


- AH, VOU SIM, FLORIBELLA! VAMOS BRIGAR ATÉ ALGUÉM GANHAR ISSO. E EU SEI MUITO BEM O QUE EU QUERO! - Essa voz com certeza era de Edward.


Espera ai! Parou tudo! Sorri maliciosamente enquanto digitava... Ai, ai, Edward... Bella...


Velhinha tarada fala para Rei dos jogos:

Já tenho um tema e um titulo para o jogo, e é sucesso garantido cara!

POV BELLA

- Eu realmente não estou acreditando na sua infantilidade, Edward! Por que eu não posso ficar com o lado direito da cama? - Indaguei, furiosa.


- Porque EU quero dormir no lado direito! - Ele retrucou, igualmente raivoso.


Veja bem nossa situação... Uma cama king-size dividida ao meio por almofadas. E nós, discutindo sobre quem ficaria com o lado direito, desejo de ambos.


É, depois da briga lá embaixo, assim que Rosalie foi atrás de Emmett, decidimos subir e arrumar as coisas, cada qual em seu quarto.


E agora estávamos eu e Edward assim, brigando. Novidade? Nenhuma!


- A cama é minha, então eu que dou as cartas por aqui - tornou, egoísta.


- Fala sério, eu sou a visita, portanto, é seu dever me tratar bem - sorri triunfante ao ver meu pupilotário bufar.


Ele começou a andar de um lado para o outro continuamente, enquanto passava as mãos - nervosamente - pelo cabelo acobreado. Parecia estar pensando.


- Hum... - Murmurei, ao reparar no possível meio para atingir Edward Cullen, caso ele fizesse mais alguma coisa contra mim.


Seu cabelo perfeitamente bagunçado. Ed-boy careca com certeza seria hilariante, eu me divertiria todos os dias em que convivesse. Mas, claro, as regras transmitidas a mim me impediam de fazer coisas... Radicais demais, contra meu pupilotário. Bufei, a contragosto.


Convenhamos, seguir minuciosamente - ou nem tanto assim - as regras da lista de tarefas não estava me ajudando. Aquelas "dicas" pareciam difíceis demais para serem realizadas por alguém como eu. Mas eu tinha de cumpri-las, era uma meta já que a lista havia sido feita por arcanjos especialistas em perfeição. Eles deviam ser muito mais sábios que eu...


- Falou algo? - Meu pupilotário me indagou, impaciente.


Balancei a cabeça negativamente, e ele voltou a andar de um lado para o outro. Eu já estava ficando zonza de tanto observá-lo repetir os movimentos!


- Fica logo com essa droga de lado direito! - Cedi, emburrada.


- Não, não... Pode ficar! - Ed-boy retrucou.


- É sério, Ed-boy, se quiser, pode ficar com o lado direito - tornei a falar.


- Fica você! - Ele disse.


- Você! - Mandei.


- Você! - Ed-boy repetiu.


- Já que você quer tanto... - Dei de ombros. - Eu fico!


O otário só pareceu se dar conta do que tinha feito uns segundos depois.


- Fiz besteira... - Murmurou, mortificado.


- É, valeu mesmo, Ed-boy - provoquei com o tom de voz mais sacana possível.


- Não abuse da minha gentileza, Floribella! - Ele reprovou.


- Tá, tá...


1x0 para mim! O lado direito é meu! RUUUUUUUUUUUUUUUUAR!


- Vamos dormir, estou cansado - pediu.


- Hum... Ok. Só vou colocar um pijama - avisei, e segui para o banheiro, que se encontrava dentro do quarto.


Sorri satisfeita aprovando minha atitude. Boa Bella! Os humanos dormiam com pijama, não é?


Coloquei uma camisola de algodão, um pouco acima dos joelhos, bastante confortável. Em seguida, voltei ao quarto e me joguei no meu lado direito da cama, evitando encarar meu pupilotário, mas secretamente feliz por ter o superado em algo.


Demorei um pouco a dormir, pelo desconforto da presença de almofadas ao meu lado. Enquanto ainda estava acordada, refleti um pouco sobre as conversas que havia presenciado...

...

POV ALICE

Acordei depois de uma longa e ótima noite de sono ao lado do meu Ken. Não que tivéssemos feito algo...


Suspirei. Mas eu ia conseguir, iria seduzi-lo. Tudo o que precisava era de uma boa tarde de compras para ficar tão musa da moda quanto a Gisele B.!


Levantei-me da cama com certa rapidez, louca para convidar as garotas a me acompanharem! O santo shopping nos desestressaria e absorveria desses problemas.


Fui até o banheiro que se localizava dentro do quarto - totalmente punk - de Jasper. Com certeza, quando eu fosse sua namorada, daria um belo jeito naquele quarto.


Após fazer minha higiene matinal e pentear meus cabelos, vesti um vestido amarelo com estampas em cores neon que ia até meus joelhos, e uma sapatilha preta, de lacinho. Sempre na moda, sorri para mim mesma.


Ou eu não me chamava Alice Cullen, futura musa da moda, ou deusa das futuras festas mais badaladas de todo o mundo. Eu já podia ver meu nome em cor neon, brilhando em todos os outdoors do mundo... Sem delirar, Alice, sem delirar!


Agitei meu corpo, a fim de espantar os devaneios... Precisava agir naquele instante! Agir!


Caminhei animadamente até o quarto do meu irmão, Edward. Ao chegar lá, quando abri a porta...


- CHOQ... - Imediatamente pus uma mão tapando minha boca. - Quei... - Sussurrei baixinho, desta vez, para não acordá-los.


A cena que eu via era inusitadamente inesperada, e ao mesmo tempo, me dava uma boa ajuda com meus planos Bedward.


Sorrindo largamente, corri até o quarto de Emmett para chamar o bobalhão e minha irmã, afim de que vissem aquela cena inusitada.


Abri a porta do quarto de uma só vez, fazendo um estrondo enorme.


- GEEEEEEENTE! ACORDEM, ACORDEM! VOCÊS PRECISAM VER ISSO! - Gritei euforicamente.


Emmett e Rosalie levantaram suas cabeças, sonolentamente, para me encarar. Eu já dava pulinhos de agitação.


- O que foi, Alice? - Rose perguntou, mal-humorada, credo!


- Maninha, maninha, você não sabe o BABADO FORTE que eu tenho para te mostrar... E, aliás, nunca saberá se não me acompanhar agora mesmo! - Alertei.


Rosalie se levantou da cama na mesma hora, curiosa que era. Fitei surpresa Emmett, que havia se levantado mais rápido ainda que Rose.


- Eu amo babados fortes! - Declarou, animado.


- Isso aí, Emm! - Aprovei.


Fui saltitando em direção ao quarto de Edward, com Rosalie e Emmett em meu encalço.


Abri a porta do quarto cautelosamente, e...


- O que estão fazendo? Espiando o quarto de Edward a essa hora da manhã? - Quase dei um salto mortal quando ouvi a voz do meu Ken, nos desaprovando.


- Shhhhh - Emmett colocou o dedo entre seus lábios, em um pedido de silêncio. - Alice vai nos mostrar um babado forte! - Anunciou baixinho.


- Babado forte? - Meu Ken me indagou, e algo pareceu se acender em seu olhar.


Apenas assenti com um gesto.


- Não sou de espiar as pessoas, ou de fofocar mas... - Ele fez uma pausa. - Não há quem resista a babados fortes! - Disse com um brilho nos olhos. - Chega pra lá, Emm, também quero ver! - Pediu.


- Babado forte é o que há! - Falei, eufórica.


Em seguida, terminei de abrir a porta do quarto, me divertindo com as expressões de choque estampadas nas faces da minha irmã, do meu futuro namorado, e do meu amigo bobalhão.


- E então, o que acham? - Pedi, tentando me controlar para não soltar gritinhos de felicidade.


- Eu estou sem... Palavras. - Rosalie declarou, embasbacada com a cena.


- Isso, com certeza, é um babado forte! - Jasper aprovou, visivelmente surpreso com o que via.


Emmett permanecia calado. O fitei ansiosamente esperando por seu comentário.


- Me tirem daqui... Se não quiserem que eles acordem - acenou para Bella e Edward.


Habilidosamente o puxamos para fora do quarto.


- E agora, Emm, o que você achou? - O questionei.


- O APOCALIPSE VAI ACONTECER! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - O bobalhão esperneou, correndo em círculos com as mãos na cabeça.


- Hey, Emm, Emm para! - Jasper tentou pará-lo, sem êxito algum.


- EMMETT! - Rosalie deu um grito.


Abruptamente o bobalhão parou para ouvi-la.


- Por que o apocalipse vai acontecer? - O indaguei, com um certo tom de curiosidade.


- Se Bella e Edward, que praticamente não se matam por falta de oportunidade, estão naquela cena... É só o que falta acontecer! - Se desesperou.


- Fala sério... - Bufei. - Eu avisei que o babado era forte! - Revirei os olhos.


Passamos alguns segundos recuperando o fôlego, quando tive uma ideia brilhante.


- Rosalie, acho que está na hora de darmos aquele empurrãozinho que eu te falei! - Declarei.


No começo ela me fitou, sem entender... Loira burra, argh! Depois de um tempo, ela entendeu. Eu podia ouvir os coros cantando aleluia.


- O que faremos, Allie? - Me perguntou.


- Primeiramente, vou precisar da ajuda dos meninos. Então, vamos contar tudo para eles, e logo sem seguida entramos em ação. Fechado? - Estirei a mão.


Todos - por algum milagre - entenderam meu tom e cobriram minha mão com as suas.


- Viva a anã e seu faro para babados fortes! - Emmett exclamou.


O fuzilei com o olhar imediatamente.


- Você não devia ter dito isso... - Rosnei.


Comecei a me aproximar dele, com o punho fechado.


- Alice, não... - Minha irmã murmurou num pedido, baixinho.


- Nem vem, Rose. Eu vou bater nesse louco por cada ANÃ que ele já falou, ou chegou a mentalizar!


- Tudo isso? - O bobalhão me encarou boquiaberto. - Os anãs sonoros podem ser um pouco justos... Mas os mentais, não! Por favor, irmãzinha postiça! – Pediu, choroso.


- Nem me pagando, Emmett!


Quando eu ia espancar o idiota, dois braços fortes me seguraram, e um cheiro inebriante se chocou contra mim. Meu Ken!


Instantaneamente relaxei...


- Podemos focalizar os planos, novamente? - Meu Ken pediu.


E como eu negaria um pedido vindo dele?



...

POV BELLA


Era noite, e eu estava invadindo o quarto de alguém, com um aparador de grama. Onde estava? Eu reconhecia, mas não sabia exatamente...

Notei que havia adentrado o quarto de Edward, quando vi o local familiar ao meu redor. Era simples, acolhedor e deslumbrante. Não combinava em nada com ele.

Foquei o aparador de grama em minhas mãos, pesado, fazendo-me lembrar de que fora até ali com algo para fazer. Sempre algo controlando meus passos, bufei com isso.

Fitei Edward e seu cabelo acobreado me lembrou do que eu fora designada a fazer: Raspar seu cabelo.

Sorrindo presunçosamente, encaixei a tomada do aparador, que abruptamente começou a funcionar, ainda em minhas mãos.

Em seguida, comecei a raspar o cabelo acobreado de Edward, enlarguecendo meu sorriso a cada vez que via suas mechas reluzentes caírem no chão.

Ao terminar o serviço, sorri satisfeita e me virei para voltar de onde viera, e guardar o aparador de grama... Não é que ele havia feito um bom serviço, também?

Chegando a porta do quarto de Edward, resolvi dar uma última olhada para trás, e vi Edward, careca. Não consegui segurar o riso, e comecei a gargalhar descaradamente.

- Como ousa me acordar? - Uma voz sombria ressonou, me fazendo parar de gargalhar no mesmo instante.

O medo pulsava em minhas veias, e eu não conseguia me mexer.

Ele abriu os olhos, e lá já não estavam as esmeraldas, e sim um par de olhos cor de sangue. Vermelhos até a alma.

Alarmada, comecei a - inutilmente - tremer.

Percebendo isso, Edward riu, e começou a se aproximar de mim, me deixando mais apavorada.

- Você não passa de uma garotinha com medo, Isabella - sua voz sombria pareceu pior ao citar meu nome.

Então ele abriu a boca, exibindo seus caninos salientes.

- Vam-vam-piro? - Gaguejei, perplexa.

- Sim... - Ele cheirou meu pescoço descaradamente. - Está com medo?

Fitei-o, arqueando uma sobrancelha.

- Você é muito otário mesmo se cogita a possibilidade de eu ter medo de você, algum dia. - Revirei os olhos. - Só estou indignada com os arcanjos! Até de capacho de vampiro me colocaram, agora! - Bufei.

- Vou te mostrar por que você deve ter medo de mim, Isabella - ele murmurou no meu ouvido.

Dei um tapa na cara dele.

- Eu espero que isso não se repita, seu vampiro pervertido! - Xinguei alto.

Furioso, ele se aproximou, pronto para me morder...

- Não, não, não! - Gritei, apertando os olhos.


Depois, para meu alivio, percebi que havia tido um pesadelo. Isso acontecia com frequência no começo... Quando eu morri, e deixei meus pais desolados, na terra.


Mas já havia se passado tanto tempo... Nem deveriam estar mais vivos. E eu não me lembrava quem eram meus pais, ou quem eu era antes de morrer.


Os arcanjos haviam achado melhor apagar minha memória.


Desde então, em forma de vingança, eu havia decidido não me adaptar ao céu. E, ironia ou não, agora estava lutando para voltar ao céu. No local que sempre desejei voltar e ficar com meus pais... Na Terra.


Claro que eu nunca cogitaria um pupilo otário nos meus planos, mas...


Bufei, frustrada... Se ao menos eu soubesse... Mesmo assim, não poderia ir atrás deles... Só oitenta e nove dias agora, Bella, só mais isso...


Lutei contra as lembranças das frustrações que cercavam minha vida... Eu não desejava encará-las de frente agora. Não estava preparada.


Chocada, notei dois braços me enlaçando e um corpo deitado ao meu lado, de uma forma possessiva e protetora.


Não, não, não, não...


- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - Gritei, ao me dar conta das almofadas jogadas no chão, e do meu pupilotário me abraçando como se fossemos um casal feliz.


- O que... - Ele começou acordar.


- Tire suas mãos imundas de cima de mim, seu vampiro pervertido! - Exigi.


Ed-boy, confuso, fitou seus braços, e surpreso, os tirou imediatamente da minha volta.


- Do que me chamou?


- Ah, ah... - Busquei uma desculpa esfarrapada.


- Se não vai falar, não faça suspense - ele revirou os olhos.


Postei-me a sua frente, a fim de dar um aviso a ele.


- Olha aqui, Ed-boy, eu ainda vou ter de dormir mais dois dias aqui, então se você ousar encostar-se a mim mais uma vez, eu não vou ter o pudor de não te bater. Você será um otário morto. - Ameacei.


- Você não imagina como estou apavorado... - Debochou.


Apenas gani algo sem sentido, e em silêncio - ainda de pijama - descemos até a sala da casa. Nenhum dos dois daria o braço a torcer.


No caminho, achei estranho o súbito silêncio da casa... Pelas pessoas que moravam ali, no mínimo ela devia estar uma zona.


- Esse silêncio... Está estranho – comentei, quando chegamos a sala de estar.


- Não vou falar com você enquanto não deixar de ser tão... Idiota.


Revirei os olhos.


- Eu estava falando do silêncio na casa, dã. Não era para os outros já estarem acordados?


- Ahn, sim... - Ele parecia constrangido. - Nossa, meio-dia. – Desconversou.


- Hã? – Agora eu estava voando.


- Já está na hora do almoço, eles já deviam estar aqui! - Ele disse, nervoso.


- Será que ainda estão dormin... - Comecei, mas fui interrompida.


- Olha! Um bilhete! - Em um só gesto, arrancou um papelzinho cor-de-rosa, que estava colado a mesa da sala.


De Alice, com certeza. Em tão pouco tempo, eu já podia distinguir bem a personalidade de cada um naquela casa...


Apenas Jasper ainda era um mistério para mim.


Observei as expressões do meu pupilotário endurecerem.


- Eu. Não. Acredito! - Bufou alto.


- O que foi? - Perguntei com curiosidade.


- Eles foram almoçar sem nós! - Anunciou. - E como se já não bastasse isso, ainda avisaram onde tinha comida aqui em casa... - Revirou os olhos. - Como se EU fosse cozinhar! - Resmungou, por fim.


- E o que vamos fazer? - O indaguei, sem ideia alguma.


- Você, eu não sei, mas eu vou pegar minha moto e ir até o restaurante onde eles estão! - Declarou, balançando o bilhete que também trazia o nome do tal restaurante.


Era difícil admitir, mas eu não queria ficar sozinha.


- Você vai matar sua hóspede de fome? - Fiz biquinho.


Ed-boy bufou e em seguida disse:


- Me siga.


E eu fiz o que ele pediu.


Logicamente, isso não era nem de perto o que eu queria fazer, mas correndo o risco de morrer de fome - eu nunca aprendera a cozinhar, muito menos cozinhar com os eletrodomésticos humanos!, e pior ainda ficar sozinha e indefesa naquela casa, eu preferia seguir meu pupilotário. Mas só faria isso até chegarmos ao tal restaurante!


Ed-boy se dirigiu a garagem, comigo em seu encalço, e ao chegar lá, tirou a chave de sua moto do bolso.


Ao subir em sua moto, me chamou:


- Vamos, depressa!


Quase bufei com aquilo. Quase.


Ele encaixou a chave e a girou. O ronco do motor soou...


(Nota mental: Felicidade de aprendiz de anjo realmente passa rápido... Até demais!)


E morreu. Ed-boy tentou mais uma vez, mas a moto apenas repetiu o de antes.


- Que merda! - Resmungou. - Vou ver o que está acontecendo.


Dito isso, desceu da moto e se pôs a verificar cada milímetro do automóvel.


Sem mais explicações, marchou para dentro de casa novamente. Eu continuei ali, parada, na garupa da moto.


Confusa e indefesa...


Sem drama, Bella, sem drama!



...




Um tempo depois, um Edward Cullen enfurecido voltou e se prontificou a me informar:


- Pode descer da moto, minhas irmãs e meus amigos sacanearam a gente.


O QUÊ? QUEM? ONDE?


Desci da moto, ainda confusa.


- Não vamos para o restaurante? - Eu estava morrendo de fome.


- Rá, rá, rá. - Riu ironicamente. - E como iríamos, já que fizeram o favor de esvaziar o combustível da minha moto, além de levar as chaves dos outros automóveis e do portão da casa.


- Hein? - Perguntei, me recusando a acreditar no que aquilo implicaria.


- Traduzindo: Estamos presos nessa casa.


- O quê? - Me desesperei.


- Vamos ter que cozinhar... Ou você VAI ter de cozinhar, se quiser comer algo descente. - Suspirou. - Eu não sei cozinhar. - Declarou em seguida.


Encarei o portão, pedindo por tudo que aquilo não estivesse acontecendo.


- Não podemos pular o portão? – Insisti.


- Você está louca? - Ele riu, debochado. - Não o alcançaríamos nem que quiséssemos... - Fez uma pausa. - Eles pensaram em tudo.


- Nos sacanearam legal - concordei. - Escuta, Ed-boy, é que eu não sei cozinhar... - Confidenciei, fitando o chão.


- O QUÊ? E AGORA, VAMOS MORRER DE FOME? - Se desesperou.


- É - apenas assenti, desistindo.


- Não. - Ed-boy me desaprovou. - Venha, Floribella, vamos cozinhar! - Dito isso, foi me arrastando até a cozinha.




...




Encarei o ambiente e constatei que não conhecia a maioria dos objetos ali.


- Pega - ele me jogou um avental, igual ao que havia colocado.


Vesti o avental e me preparei psicologicamente para o momento.


- Devem ter alguns livros de receitas fáceis por aqui... - Disse, investigando cada armário da cozinha. - Minha mãe havia nos dado alguns, quando resolvemos morar sozinhos... - Revelou.


- Sua mãe deve ser vidente, então - supus de brincadeira.


- Talvez... - Ele parou de repente. - ACHEI! - Gritou em seguida, me dando um susto.


O encarei com um misto de raiva – pelo susto – e alegria – por ele ter achado o livro de receitas.


- Então, Floribella, pronta para cozinhar? - Me indagou, sorrindo matreiro.


Sempre aquele mesmo sorriso debochado, suspirei. Que as dicas da lista me ajudassem a suportá-lo, pelo menos dessa vez!


Ou a comida viraria algo explosivo e muito... Muito... Muito ruim!




Notas finais:







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Notas finais do capítulo

N/A Oi leitores(as)!
E então, o que acharam do nickname do Emmett? kkkkkkkkk
Qual será o tema e o titulo do jogo dele, hein? kkkkkkkk
Gostaram de saber um pouquinho do passado da Bella e o motivo para ela ser... Assim? Espero que sim!
Como eu disse, muita coisa nova começou nesse capítulo, e algumas coisas foram reveladas.
Deixem comentários para eu postar mais e mais e mais! kkkkk
Chantagem emocional barata... Eu sei!
Beijíssimos,
Carol.
Oie gente, meu nome é Amanda ou Manda_Cullen no Nyah e graças a Carol sou a nova beta das fics dela ;) A Tia Carol escreve tão bem né gente ?? kkk Amo as fics dela, já li a a maioria.
Meu, eu adorei o capitulo, ta muito bom, como a Alice e o pessoal faz isso com a Bella e o Ed?? kkkk tadinhos, vão morrer de fome!! A rose e o Emm vão dar um casal mto mlindo ne?
Agradeço a Carol de novo porque eu sou a primeira a ler essa fic maravilhosa *-----*...
Ca, amei, ta simplesmente maravilhoso e muuuuito grande :D.
Amores, quem gosto deixa review vai, não custa nada e incentiva a escritora a postar mais rápido, então não se esqueçam do review em??
Beijos ;*
Estou louca por recomendações! LOUCA! EXTREMAMENTE LOUCA! kkkkkkkk
Quem tiver a boa vontade... Agradeço e muito! Antes que eu tenha de tomar remédios de tarja preta! kkkkkkkkkkk...
Mas avisando: SÓ QUEM QUISER INDIQUE... Quem não quiser, também não é obrigado...
Beijos, beijos, agora vou assistir o jogo da copa!
ADOOORO FUTEBOL! / Carol.