90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 4
Capítulo 2 (PARTE II) Bem vinda Bella, ou não!


Notas iniciais do capítulo

Oi galeera,

boa leitura a todos.



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   - Bom, agora que você já me mostrou o que queria, vou embora, Alice - Edward fez menção de sair, mas a anã segurou seu braço com determinação.

 

   - Nem pense nisso, Edward! Você vai ficar, e isso é uma ordem! - A piloto de baratinha mostrou sua moral.

 

   - Tem certeza, irmãzinha? - Ele perguntou perversamente enquanto me fuzilava com o olhar.

 

   - Tenho, e sem mais desculpas, Edward. - Ela deu a palavra final. - Vocês deveriam se portar com maturidade e desculparem um ao outro - sugeriu em seguida.

 

   Vendo a fúria emanando de Edward não pude perder a chance de sacaneá-lo. Essa minha característica de irritar os outros ainda mais quando já estão furiosos ou estressados me garante o titulo de ser mais odiado do céu, e também, uma vida com muita comédia. Então, o que me impediria de me divertir um pouquinho aqui na terra?

 

   Os anjos algumas vezes são tão ingênuos... Pensem comigo, quem em sã consciência confiaria os podres do passado de alguém a uma aprendiz que não consegue resistir a uma piadinha sequer? Mas isso garantiria a minha diversão, então maravilha.

 

   Quer dizer, ver meu pupilo prepotente passando vergonha deve ser legal, não? Claro, isso não deveria ser feito pela própria anja-da-guarda dele... Mas ele precisa de umas liçõezinhas, vai!

 

   - Ah Edward, não aguento mais brigar com você! Quero voltar a ser sua amiga - ele me fitou, confuso com o "voltar". - Se lembra de como éramos felizes quando brincávamos de Ed kids? Que eu era a inventora do "Ed-kids", um suplemento alimentar o qual transformava pessoas normais em super-heróis? Lembra que você se transformava no Ed-boy? – Fiz drama, relatando os casos mais engraçados (e vergonhosos) da infância de Edward.

 

   O escândalo foi tão chamativo, que logo todos os convidados da festa de aproximavam para ver mais de perto o que se passava ali.

 

   - O quê? Mas eu não... - Edward tentou se pronunciar, mas o interrompi prontamente.

 

   - Ah, Edward, não acredito que você esqueceu de todas as tardes que passamos assistindo Astro Boy juntos, e que foi por causa dele o seu nome de super-herói "Ed-boy" - Insisti, enquanto cruzava os braços e batia o pé no chão com impaciência.

 

   Todos os convidados, a anã e Rosalie riram. O olhar colérico de Edward se intensificou.

 

   - Ah, Edward, deixa de ser orgulhoso, a Bella está te pedindo desculpas, não custa nada vocês voltarem a ser amigos - a anã se pronunciou. - Ah, e depois eu quero que vocês me expliquem direitinho essa história de já se conhecerem! - Exigiu.

 

   - Ah, Ed-boy - um convidado grandalhão falou entre risos - não sabia dessa de super-herói, cara! Agora você não pode mais reclamar quando eu assisto os power rangers, maninho! - As covinhas do grandalhão de aprofundaram, deixando-o com um rosto jovial, de bebê. Escutei um suspiro baixo atrás de mim. Era Rosalie.

 

   Hm, ali tem...

 

   Edward ainda me encarava, furioso, enquanto eu ria cada vez mais, sem me importar de respirar. Minha barriga já doía de tanto gargalhar. Sentia meu corpo enfraquecer, mas pouco me importava, estava adorando aquilo tudo.

 

  Certo, daqui eu podia ir direto para o inferno então... Era melhor fazer isso valer à pena!

 

   Voltei a focar minha atenção em Edward, mas desta vez, ele abriu um sorriso perverso.

 

   - Oh sim, agora eu me lembro bem - ele continuou sorrindo e me encarando. Parei abruptamente de gargalhar, incrédula. - Também estou me recordando que você era fã da Floribella, e vivia me implorando para te chamar assim. - Enlargueceu ainda mais o sorriso.

 

   Mentiroso! Fajuto! Prepotente!

 

   Como ele podia mentir e me fazer passar aquela vergonha toda? No céu, tinham vários anjos que assistiam tal "novela". Eu ria deles, fazia piadas. Como ele OUSAVA cogitar a possibilidade de eu perder meu tempo assistindo uma louca que colocava nomes nos próprios tênis? BAM-BAM? Ah, ninguém merece!

 

   - Floribella! Cara, não acredito que você gostava disso, Bella! - O grandalhão riu mais ainda. O fitei, séria. - Epa. - Ele pareceu pensar por um momento. - Bella, Floribella. Ahhh, cara, se seu apelido é Bella, seu nome podia ser facilmente Floribella! - Ele riu mais ainda. - Esses apelidos de infancia de vocês - acenou para mim e Ed-boy - são muito maneiros, vou chamá-los dessa maneira agora! Radical mesmo! – Debochou.

 

   - Também adorei! - Outro convidado se pronunciou.

 

   - É cara, são apelidos maneiros, ainda nos vão fazer rir muito! - Mais outro se pronunciou.

 

   Isso não está acontecendo... Isso não está acontecendo...

 

   Eu e meu pupilo nos encaramos com raiva.

 

   - Isso é culpa sua, Ed-boy - eu murmurei baixo para ele.

 

   - Quem começou foi você, Floribella - ele respondeu. - Ah, onde estão seus bam-bans? - Riu baixinho, tirando sarro da minha cara.

 

   Ah que desgraçadooooooo!

 

   - Juro que se eu não tivesse metas a cumprir, te dava uns bons tabefes, e se também não fosse pecado, claro - acrescentei.

 

   - Ah, não... - Ele assoviou lentamente. - Mais uma fanática por religião aqui não dá.

 

   - Não sou - retruquei indignada. Esse era exatamente o motivo para eu estar assim, a beira da expulsão do céu.

 

   - Menos mal – ele disse, sem interesse.

 

   - Então Bella, agora que você vai morar aqui, saiba que será muito bom para você mesma se não se meter na minha vida, como fez agora há pouco. Ou, sua vida vai virar um inferno. Não tenha dúvidas com relação a isso, Floribella.

 

   Caso perdido. Eu seria obrigada a me meter na vida dele. Eu era sua anja-da-guarda, não teria como realizar minha missão sem ser um tanto intrometida.

 

   - Vamos ver se seus poderes de super-herói vão ser suficientes para isso, Ed-boy - Debochei, voltando a rir.

 

   - Não sei como você soube dessa história... - Ele murmurou pesaroso - mas seja lá como for, se está mesmo me desafiando se prepare. Porque acredito que a fofura e seu tênis bam-bam mágico não vão ser páreos para meus planos maquiavélicos. Sua vida vai realmente virar uma droga, Floribella.

 

   - Vamos ver. - Duvidei.

 

   - Vamos ver - ele afirmou.

 

   Mal sabia ele que a minha “vida” já estava uma boa droga.

 

   Calma Bella, depois piora...

 

   E o pior de tudo isso era saber que eu estava ali unicamente por ele. Para ajudá-lo a mudar.

 

 

  POV ROSE

 

 

   - Rose, Rose, meu docinho, por que não se entrega a mim? – Emmett me cantou.

 

   - Já disse que não posso, Emmett, é pecado. E eu ainda vou conseguir voltar para o convento, assim que a justiça determinar, afinal, elas não tinham motivo algum para me expulsar. Eu cumpria as regras a risca.

 

   - Ah, Rose não faça isso comigo!

 

   - Meu destino é o povo da fé Emmett! Quero cantar aleluia, rezar, fazer caridades... É meu destino!

 

   - Se você voltar para o convento eu juro que eu me visto de mulher e vou também te seguindo, Rosalie. – Ele jurou.

 

   - Não faça isso, vai estragar sua vida... – Eu murmurei baixinho, no fundo, eu sentia algo por ele. – Emmett, estamos numa festa, podemos falar sobre isso depois?

 

   - Tudo bem, Rose – ele concordou e voltamos a nos concentrar na festa. Apenas na festa.

 

 

POV EDWARD

 

 

   Quem aquela garota pensa que é para querer me colocar no bolso assim, tão facilmente? Mal sabe ela que se meteu com o cara errado: Edward Cullen.

 

   E depois ainda me desafiou... Com certeza não tem amor a própria vida. Não mesmo. Ela já deveria ter escutado boatos de que eu sou um cara egoísta, cafajeste, que não está nem ai para ninguém. Admito, sou tudo isso. Mas não quero mudar, não há necessidade. A vida fez isso comigo, então a própria que pague. Seja lá quem for que zelava por minha felicidade aqui, desistiu de mim. Então, eu mesmo também desisti de mim mesmo. Sou um caso perdido, só isso.

 

   Girei os pés e sai de perto da Floribella entrometida que agora viveria e dividiria as despesas da casa que minha irmãs, Alice e Rosalie moravam também. Ou seja: Eu passaria um bom tempo sem visitá-las.

 

   Certo, todo mundo viu que ela me desafiou, não foi? Pois isso ia custar caro à festa de boas vindas dela, e ainda ia servir de aviso. Sou um cara de ação.

 

   Para não dar bandeira, passei um tempo vagando como uma sombra entre os convidados e a decoração da festa. Localizei meus alvos: o bolo de boas vindas e a sala principal, onde a maioria dos convidados estava. Demorei mais um pouco porque a Floribella parecia estar me vigiando, desconfiada. Ah, mas ela não iria conseguir me impedir.

 

 

   Quando vi que ninguém mais me fitava, apressei o passo e fui me dirigindo até a porta, com a chave do carro quicando em meu bolso. Não, eu não ia embora. Principalmente agora que eu teria algo divertido para fazer: Estragar a festa de boas vindas de uma certa pessoa...

 

 

   Senti um toque suave em meu ombro, me tirando de meus devaneios, além de me deixar profundamente irritado. Quem quer que fosse, estava atrasando meu plano. E eu não estava gostando nem um pouco disso.

 

 

   - Edward... – Alice disse – não vá embora, não ainda. Deixe apenas chegar a hora de cortarmos o bolo – ela pediu.

 

 

CÉU POV

 

 

   - Ah, Charlie, você não precisa ficar tão tenso assim, amigão. Anda, vai ser um bônus pra a Bella aparecer na TV celestial. – O diretor da TV argumentava.

 

   - Não, Rubius, isso irá expor Bella, e quando ela voltar, vai se sentir ridicularizada quando souber que vocês estavam filmando e passando ao vivo toda a missão dela na terra. Nós dois sabemos que meu filho não é um garoto fácil de se lidar, e que isso se deve a minha morte.

 

 

   - A culpa não é sua tudo o que Edward se tornou. E Bella fez por merecer essa missão. Mas que coincidência feliz, não? Sua pupila indisciplinada tentando ajudar seu filho problemático. Hilário, com certeza seria o reality de maior sucesso da TV celestial. De todos os tempos. Ah, vamos Charlie, você nem sabe se Bella irá mesmo voltar para o céu. – Rubius tagarelava, imbatível.

 

   Charlie trincou os dentes.

 

   - Bella vai conseguir, eu confio nela. E meu filho vai melhorar, pode apostar nisso Rubius.

 

 

   - Que seja... Então façamos assim, se você me permitir filmar e deixar transformar isso num reality, Bella tem meu voto para permanecer no céu. – Chantageou.

 

 

   Charlie encarou os lados, indeciso diante de uma proposta que ao mesmo tempo em que acabaria com a privacidade de sua pupila e de seu filho, traria bônus aos dois.

 

 

   - Eu aceito, Rubius. Mas sem excessos, ok? – Charlie disse.

 

 

   - Sabe que fez um bom negócio, Charlie. Sou um homem de palavra.

 

 

   Após a saída de Charlie, Rudius reuniu os câmera-angel e logo começaram a preparar as coisas para filmar a trajetória da aprendiz de anjo mais rebelde.

 

 

 

 

POV EDWARD

 

 

 

 

 

   “Claro irmãzinha querida, eu estou bonzinho agora e vou fazer isso para te deixar feliz”. Ah, cara, se você achou que eu ia mesmo falar isso, é um panaca.

 

 

   Alice ia desconfiar, e inevitavelmente eu perderia o sigilo e o bom resultado do plano. Ia ser uma droga. Mas, como um trapaceiro de primeira linha, eu sabia mentir muito bem.

 

 

   - Para quê esperar até cortar o bolo, Alice? Isso nem é um aniversário! – Fingi impaciência.

 

 

   - Ah, por favor, Edward... – Ela pediu com os olhos brilhando igual ao gato do Shrek.

 

 

   - Tá, tá, mas só até vocês cortarem essa porcaria de bolo. Depois eu vou me mandar. – Restringi.

 

 

   - AAAH, EU TE AMO TANTO, TANTO, TANTO! – Ela me abraçou euforicamente.

 

 

   - Se você continuar com toda essa coisa melosa, eu vou vomitar – eu alertei, sem humor algum.

 

 

   - Você realmente precisa de umas boas... – Ela repetia aquilo pelo menos umas cinco vezes por dia para mim.

 

 

   - Não quero ouvir o resto. E chega dessas hipóteses absurdas, ok Alice? – Pedi, meio que exigindo.

 

 

   - Tudo bem. – Ela quase sussurrou. – Ah, mas eu ainda amo você porque você vai ficar! – Acrescentou, feliz da vida.

 

   E logo ela sumiu, entre os convidados da festa.

 

 

   “É hora do show”, pensei, e sai da casa em direção ao meu carro.

 

 

   Meu carro era minha maleta de segurança. Na verdade, em sua mala, havia literalmente tudo o que eu precisava no dia-a-dia. E as coisas que, algumas outras pessoas, jamais imaginariam.

 

 

   - Hm... Para o bolo... – Murmurei baixo enquanto passava os olhos pelos objetos que acabariam com o lindo bolo de boas-vindas da Floribella.

 

 

   Pimenta? Não. Alho? Não. Hm... Claro!

 

 

   Acabar com aquele bolo apetitoso me deixaria em maus lençóis com minhas irmãs, além de que eu nem ao menos beliscaria ele. E claro, meu negócio era contra a Floribella. E só. Então...

 

 

   Laxante. Isso com certeza seria um terror para a reputação da garota lá. E só colocaria no pedaço dela, os outros estariam livres. Peguei com vontade a caixa e amassei o bastante para que coubesse no bolso da minha calça jeans. Ótimo, agora só faltavam minhas bombinhas juninas.

 

 

   Para quê isso? Para um gran finalê decente. Plano malfeito, não é coisa digna de um bom trapaceiro como eu.

 

 

   De algum modo as caixinhas que carregam as bombinhas juninas estavam dentro da minha camiseta... Eu me sentia um homem-bomba no Iraque. Mas aquele era meu território, e a invasora? Três dicas: Gata, olhos verdes, irritante. Isabella, claro.

 

 

   Adentrei a casa das minhas irmãs como se nem houvesse saído, e de fininho fui me aproximando do bolo, com o cuidado para que ninguém notasse minhas reais intenções reais.

 

 

POV ROSALIE

 

 

   Eu e Emmett nos encarávamos às vezes. Era estranho. Até que minha irmã mais nova chegou lá para me livrar daquele constrangimento. Por que Emmett simplesmente não entendia que meu destino estava no convento?

 

 

   Alice me puxou, e eu acenei com a cabeça para Emmett, que me olhava atônito.

 

 

   - O que foi, Ally? – A indaguei, confusa. Um brilho perverso dominava seus olhos.

 

 

   - Sabe o Edward? E a Bella? – Me perguntou.

 

 

   - Nosso irmão mal-humorado e nossa nova companheira de casa. Acho que sei, né. – Revirei os olhos, sarcástica.

 

 

   - Euachoqueelesdãoumparperfeito. – Falou sem respirar, batendo palminhas.

 

 

   - Alice, não entendi nada! Dá pra falar mais pausadamente? – Pedi.

 

   - Argh, tá. Eu acho que o Edward e a Bella dão um belo casal – declarou.

 

 

   - Hm... – Fitei Bella que ria descontraída junto de Jasper e outros convidados. Depois fitei Edward, alheio a tudo. – Eles são meio... Opostos?

 

 

   - Não são não! – Ela negou. – Você não viu a briga deles? Um parecia a cópia do outro, retrucando na mesma moeda. Acho que a Bella podia trazer de volta nosso Edward feliz. – Ela disse, animada.

 

 

   - Não sei... Ele está tão carrancudo, que não sei se conseguiria viver de outra maneira. – O brilho nos olhos de Alice não diminuíram. – Acho que eles não dariam certo. Está claro que se odeiam, e aquela da Bella conhecer a infância dele só serviu pra os dois brigarem através do... Sarcasmo.

 

   - Bem, sozinhos, eu acho que não teriam progresso, mas... – Me olhou com malicia.

 

 

   - Alice, você não vai fazer isso... – Murmurei, incrédula.

 

 

   - Mas claro que eu vou! E você vai me ajudar, porque você quer a felicidade do nosso irmão, certo? – Ela fez chantagem emocional.

 

   Pensei por um instante. E se aquilo realmente fosse bom para Edward? Eu teria tentando ajudá-lo pelo menos, não é?

 

 

   - Eu vou me arrepender amargamente de fazer isso, mas... Ok, to dentro.

 

 

   - AAAAAH! Eu sabia que você me entenderia! – Deu pulinhos de alegria. – Ótimo, agora deixa tudo com a gênia maquiavélica do amor aqui, quando eu armar um plano, te informo.

 

 

   - Ok, Ally. – Concordei e ela bateu palminhas, quase saltitando de tanta felicidade.

 

 

   Coisa de Alice, suspirei.

 

   - Agora vamos, vou cortar o bolo antes que Edward surte e vá embora – ela suspirou.

 

   - Vai indo na frente, eu aviso a todos – sorri.

 

   E assim fiz, logo, estávamos todos reunidos ao redor do bolo, cantando, rindo, comemorando. Menos Edward, como sempre.

 

 

POV EDWARD

 

  

   Enquanto todos estavam ao redor do bolo cantando como retardados, eu resolvi agilizar a parte das bombinhas juninas do meu plano.

 

   Com certa discrição, fui as distribuindo por locais estratégicos da sala de visitas.

 

   Ao lado de um sofá, atrás de uma samambaia, debaixo de um tapete... Alice com certeza não ia querer me ver por um bom tempo depois dessa bagunça toda, mas seria engraçado. Então, valeria a pena. Tudo por uma comédia.

 

 

   Com o círculo que encurralaria a todos entre as bombinhas pronto, terminei a fase um do trabalho com as bombinhas. Agora eu só teria de acendê-las no momento certo.

 

 

   Quando a cantoria cessou, esperei Alice terminar de cortar várias fatias do bolo, e peguei a primeira que vi na minha frente.

 

 

   Habilidosamente, puxei o laxante da minha calça jeans e me encolhi um pouco para que ninguém visse, ou suspeitasse do que eu estava fazendo. Estragando a suculenta fatia de bolo com laxante. Quase um crime. Quase.

 

 

   Seria divertido demais irritar a Floribella para ser um crime. Coisas divertidas não deveriam ser crime. Bem... Fora aquelas que te destroem. Mas essa não me destruiria. Seria apenas um aviso para Isabella. Para mostrar com quem ela estava lidando.

 

 

   Ao terminar de espalhar o laxante pela fatia de bolo, sorri falsamente amigável e me aproximei do sofá branco onde Floribella conversava – ainda sem uma fatia de bolo – com meu irmão postiço idiota – também ainda sem fatia de bolo – Emmett.

 

 

   - HAHAHA, você é realmente incrível, Floribella! Tipo, eu nunca pensaria em grudar com cola alguém e uma cadeira. E logo o diretor do seu antigo colégio! Radical mesmo – ele falava com admiração. Tive vontade de surtar ao ver o idiota tão iludido pela máscara de boa moça daquela... Daquela... Argh.

 

 

   - Não me chame de Floribella – ela ordenou, sombriamente, o que só fez demmentt (Emmett + demente) rir mais ainda.

 

 

   Pelo menos para isso meu irmão postiço servia: Me ajudar a usar constantemente apelidos que irritam. E nesse caso, nosso alvo era Isabella.

 

 

   Eu realmente nunca iria conseguir chamá-la de Bella. Acho. Mas era preciso agora, para cultivar o disfarce.

 

 

   - Hey, Bella – chamei.

 

 

   Ela virou-se com uma expressão surpresa para mim. Sorri mentalmente com esse primeiro triunfo.

 

 

   - Oi Edward – ela me cumprimentou cordialmente.

 

 

   - Er... Eu estava pensando... – Dei uma de panaca. – Você aceita essa fatia de bolo? Sabe, é que eu sei que agi mal com você... Então, essa seria uma forma de... De pedir desculpas. – Completei, já ouvindo os sinos de vitória.

 

 

   - Não será preciso a fatia de bolo. Aceito as desculpas por si só. – Me disse. Droga, ela está estragando.

 

 

   - Eu me sentiria melhor se você aceitasse, nem que fosse só para comer um pouco... É que eu me sinto estranho, mal sabe... Por ter sido tão rude com você. Aceite, por favor. – Insisti.

 

 

   Ela me fitou com os olhos me examinando. Parecia desconfiada. É, ela não era tão burrinha assim.

 

 

 

POV BELLA

 

 

   Então meu querido pupilo acha mesmo que eu vou cair em armadilhas de quarta série do fundamental? Ah, fala sério.

 

 

   Edward Cullen, queridinho, você me decepcionou. Parece que os boatos mentiram um pouco... Não foi?

 

 

   Depois de uma guerra mais do que declarada como a nossa, de onde ele tirou a idéia de que eu fosse aceitar presentinhos e sorrisinhos no mesmo dia? Ele acha que eu sou uma otária? Errou. E errou feio. Ele também deve pensar que nunca li ou soube algo sobre como os gregos venceram os romanos com o cavalo de tróia.

 

 

   Rá, rá, rá. Enquanto você usava fraldas eu já colocava o pé para meus coleguinhas caírem, Edward. Tsc, tsc. Pobre, Edwardizinho. Mexeu com quem não devia...

 

 

   Sorri falsamente enquanto aceitava a fatia de bolo. O brilho nos olhos de Edward aumentou perversamente. Ai tinha... Podia apostar todo o meu crédito celestial nisso.

 

 

   - Obrigada, Edward – agradeci, e esperei ele sair de perto para me livrar daquela fatia provavelmente contaminada pela mente de quarta série do meu pupilo.

 

 

   - Hey, não acredito que você vai desperdiçar comida, Bella. Me dá, eu como. – Emmet pediu e roubou a fatia de bolo das minhas mãos.

 

 

   Suspirei resignada e pensei: A escolha de se ferrar foi completamente dele.

 

   Dito e feito.

 

 

   Ah, Ed-boy, você perdeu e perdeu feio.

 

 

   - Bella, eu acho que... Que eu vou no banheiro – Emmett disse de repente.

 

 

   Assim que ele sumiu de vista, encontrei Edward recluso e rindo sozinho. Aproximei-me mais e sussurrei em seu ouvido:

 

 

   - Um a zero pra mim, Ed-boy.

 

 

    Ele me fitou, surpreso por um segundo, mas logo o brilho perverso voltou ao seu olhar.

 

 

    - Ainda não acabou, Floribella. Aliás, a diversão nem começou ainda. – Alertou.

 

 

    - Que seja – bufei.

 

 

    - AAAAAAAAAAAAAAAAAH – todos gritaram ao ouvir o estrondo de uma bomba.

 

 

    O QUE ESTAVA ACONTECENDO?

 

 

    Olhei para Edward e o vi sorrir malignamente. Espera, espera, espera... Por que eu sempre sou a última a saber das coisas?

 

 

    POR QUE NINGUÉM ME AVISOU QUE MEU PUPILO É UM TRAFICANTE DA PESADA?

 

 

 

    POV EDWARD

 

 

   Ri ao ver a expressão assustada da Floribella. Assim como os outros, ela definitivamente não parecia distinguir uma simples bombinha de são João. E essa foi só a primeira explosão.

 

 

   Ai, ai... Parece que infernizar a vida da Isabella vai ser no mínimo divertido. Hum.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam dos comentários, ou eu paro de postar...

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