90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 16
Capítulo 14 - TPM


Notas iniciais do capítulo

POSSO OUVIR O CORO DE ALELUIA...
EU ESTAVA NA RETA FINAL DAS PROVAS GALERA, ME DESCULPEM...

MAS TENHO UMA NOTÍCIA BOA: ESTOU DE FÉRIAS E AGORA VOLTAREMOS A TER CAPÍTULO TODA SEMANA SE TIVER MUITOS REVIEWS! BEEEEEEEEEEEEIJOS.



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Ponto de vista: Edward

   Isabella parecia estar à beira de um ataque de nervos. Andava de um lado para o outro repetidas vezes, parecendo uma louca psicótica tendo um ataque de pelanca. Certo, eu andei assistindo “As Branquelas” demais.

   Engatinhei cautelosamente me afastando da janela, para que ela não visse que tinha a observado, muito menos desconfiasse que eu não fiz o favor de devolver logo seu colar. Eu sou mesmo um panaca por não ter devolvido logo essa coisa inútil a ela. Pode ser supersticioso, sei lá. Arebaba. E lá vamos nós de novo com esse negócio de novela...

   Ah, bem, talvez eu mande esse colar pelo correio sei lá, de qualquer jeito é só deixar no jardim e ela vai reconhecer. Estou com MUITO medo da cara que ela está fazendo agora. Será que descobriu tudo? AH NÃO...

   PALMAS PARA O PANACA DO ANO!

   Acabo de derrubar o abajur, fez um barulho imenso e ela notou. Eu sou tão foda que tenho me ferrar sempre. Acho que algum dia ficarei traumatizado, essa garota está me enlouquecendo.

  

Ponto de vista: Isabella

   Anjos, aprendizes e qualquer ser que viesse do céu desprovido de mais informações (dicionários ou manuais decentes) deviam ter algum tipo de proteção. Por exemplo: MEU COLAR CELESTIAL; que por obra do destino, continua nas mãos de um mendigo dono de um sorriso fofo... Ai, ai.

   Bem, deixa isso para outra hora porque EU ESTOU ATERRORIZADA!

   AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH.

   Obrigada, ainda não me sinto melhor. E por que eu estou conversando com o meu subconsciente? Eu estou pirando?

   EU. VEJO.COISAS.

   Certo, essa na verdade foi uma frase maneira dita por um pirralho em um dos filmes proibidos que roubei da biblioteca celestial e assisti. Não que isso venha ao caso agora... Ah meu Deus, será que Você está me punindo por ser tão radical? Não, né? Eu sou muito maneira para receber punições. E azarada. E egocêntrica, segundo o Charlie. NÃO QUERO LEMBRAR O CHARLIE! Ele também mentiu para mim! Que droga...

   MAS EU CONTINUO VENDO COISAS.

   Por que tem sangue escorrendo de mim? Eu fui ferida! Ah meu God! Fui ferida! Será que a Terceira Guerra Mundial começou e não me avisaram? Droga, odeio ser a desinformada da história. Literalmente.

   - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, SOCORRO! EU FUI FERIDA! - Gritei com desespero.

   É claro que eu estou desesperada, afinal, eu estou ferida gravemente, não é? Só em situações catastróficas o sangue escorre. Então eu estou passando por uma. Ah, que se dane, eu dormi nessa aula.

   Vi uma ligeira movimentação vinda da janela à frente, e um abajur sendo derrubado por um corpo... Ed-boy!

   - ED-BOY! - Rosnei furiosa. - EU SABIA! EU SABIA QUE VOCÊ ERA UM TERRORISTA! - Acusei indignada.

   Só podia ter sido ele. Fato um: meu pupilotário me odiava. Fato dois: era um terrorista e sabia manusear bombas, que por sua vez, eram usadas em guerras. Fato três: em guerras, as pessoas se machucam. Fato quatro: EU SOU A VÍTIMA DA VEZ!

   - VÃO DORMIR SEUS INÚTEIS! ALGUÉM AQUI TEM UMA VIDA SOSSEGADA E SEM PERVERÇÕES, AO CONTRÁRIO DE VOCÊS! - A vizinha demoníaca gritou.

   Mais uma na minha lista negra. Ela também poderia ter me ferido, afinal, a desgraçada não gostava de ninguém. E achava que qualquer movimentação em nossas casas era algo relacionado às atividades libidinosas.

   - Mas que merda... - Ouvi meu pupilotário resmungar. E minha raiva voltou em potência máxima. .

   - Como você pôde?! - O indaguei, dando um toque de dramaticidade exagerada. Talvez estivesse andando muito com a anã.

   Ed-boy me fitou, com cara de culpado. Eu sabia!

   - Olha, eu juro que ia devolver, só queria dar uma olhada e... - Ele começou a explicar.

   HÃ?! Meu pupilotário pirou. Ah. Meu. Deus. Será que todos foram contaminados por um vírus novo e poderoso que acaba com a sanidade humana?

   EU. CONTINUO.VENDO.COISAS.

  AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH.

   Para minha sorte, Alice adentrou meu quarto, fazendo com que eu excluísse a teoria anterior. Ela me parecia sã, entretanto, preocupada... Mas é claro! Deve ter notado que eu estou ferida!

   - Bella, aconteceu alguma coisa? Aposto que ouviram seus gritos do outro lado da cidade! - Reclamou.

   Não contive as lágrimas. Ninguém me ama, ninguém me entende. Sou uma pobre aprendiza incompreendida e excluída da sociedade que... Ah, esqueci. Deixa pra lá.

   - Não tá vendo? Eu estou sangrando! Fui ferida! - Confessei, em meio a lagrimas.

   A anã arregalou os olhos.

   - Ah, amiga! Tá doendo? Deus, tenho que te levar ao hospital! Vamos, vou pegar a chave do porsche - disse, finalmente captando a gravidade da situação.

   Sem esperar um segundo comando, a segui, deixando para trás um pupilotário com cara de tacho. E aquilo foi a coisa mais legal que eu já tinha feito em meus poucos dias de convivência com humanos.

\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t Ponto de vista: Edward

    Isabella saiu, deixando-me surpreso, olhando o nada. Eu poderia chutar a parede e quebrar meu pé de ódio se não estivesse curioso para saber o que acontecera. O desespero da garota deixou-me exasperado em saber o que se passara. Mas a louca seguiu minha irmã para outro local da casa... Deixando-me sem respostas. Sem graça!

   Com um suspiro, me joguei na cama, tentando relaxar. Estava muito tenso, principalmente quando cheguei a cogitar que Isabella soubesse o paradeiro de seu colar.

   - Que saco, já estou pensando naquela maluca de novo... - Murmurei, me repreendendo por isso.

   Depois de vários minutos divagando e girando de um lado para o outro na cama, decidi levantar e ir até a cozinha, tomar água, esperando que o sono viesse.

   E foi a pior besteira que eu podia fazer. A cozinha me lembrava o dia em que a garota mais insana do mundo me fizera dançar sob azulejos.

   Suspirei, tomando um copo qualquer em mãos e me dirigindo até a geladeira para enchê-lo de água.

   - Ei, cara, aonde você vai com meu copo de leite? - Espantei-me ao ouvir a voz de Jasper, atrás de mim.

   Constrangido, devolvi seu copo.      - Desculpe, Jazz. Insônia? - Perguntei, tentando puxar assunto.

   Pelo menos isso me ajudaria no quesito ''não pensar em malucas''.

   Jasper levou o copo à boca, tomando alguns goles de leite - e ficando com um bigodinho branco - antes de me responder.

   - Estava compondo - disse, simplesmente.

   Espantei-me com a notícia. Achava que a vida musical do ex-metaleiro estava morta e enterrada.

   - Você estava... - Repeti debilmente.

   Ele assentiu.

   - Sim, minha inspiração voltou desde que dormi com sua irmã - mandou na lata novamente.

   Por que o lance de "oi, dormi com a sua irmã, beleza?” não era tão agradável aos meus ouvidos?

   - Ah, sim... - Murmurei.

   O ex-metaleiro me fitou.

   - Olha, cara, eu entendo a sua preocupação de irmão. Só tenho as melhores intenções com a Alice e quero deixar isso bem claro. - Tentou me confortar. - Só temo que isso não possa se concretizar... Ela estava pasma hoje, e eu, idiota, saí praticamente fugindo da situação. Bem, agora, provavelmente, nunca mais terei chances com ela. - Deu de ombros, tristonho.

   Vendo um cara naquele estado, senti pena. Jasper, apesar de ser meio lunático, era um amigo leal e tinha muitas chances de fazer minha irmã - também lunática - feliz. Iam ser um lindo casalzinho lunático e iriam ter filhos lunáticos... Ah, certo, eu seria TIO de crianças lunáticas?

   Decidi afastar tais pensamentos negativos.

   - Não se preocupa, eu vou te ajudar. Talvez tenhamos errado no estilo. Você sabe, hoje em dia têm muitos deles. - Falei a primeira coisa que me veio à mente.

   Os olhos de Jasper brilharam.

   - É verdade! Eu li isso em um dos artigos da revista! E, para ser sincero, achei essas roupas coloridas que compramos um pouco... Afeminadas. Não fazem meu estilo, você sabe, sou um cara muito... Másculo - afirmou.

   Controlei minha vontade de rir e jogar na cara todas as vezes que Jazz tinha se escondido ou fugido como um cachorrinho amendrotado. Não era a hora certa de enxotá-lo, principalmente quando o mesmo estava me ajudando a reconquistar Tanya.

   - É - concordei sem muita vontade. - Em que grau de evolução anda a festa em que reconquistarei Tanya? - O indaguei.

   Jazz franziu o cenho.

   - Quer ouvir a minha teoria? - Murmurou baixinho, meio indeciso.

   Revirei os olhos.

   - Dispenso. Quero SÓ notícias da festa. Nada de julgar meu amor com relação à Tanya - o repreendi.

   - Amor - ele bufou sonoramente, mas fez o que pedi em seguida. - Gato do Arrocha partirá para a ação amanhã mesmo, Emmett já encomendou bebidas, inclusive uma reserva que poderá ser pega no prédio Rustoff, o qual fica a apenas um quarteirão daqui, e o Buffett já foi contratado, mas só irão começar a produzir a comida quando dermos o sinal. Ou seja, quando EU ligar. - Completou, orgulhoso de si mesmo.

   - Bom, muito bom... - Admiti.

   Jasper sorriu.

   - Eu sei... - Gabou-se. - Ah, mudando de assunto, estou achando muito estranho o fato do Emmett e do Jake passarem todas as noites juntos trancados no escritório. E você?

   Mordi o lábio.

   - Será que eles descobriram o lado... Er... Nanny People da vida? - Soltei e comecei a rir.

   Para minha surpresa, Jazz também riu.

   - Não, não... Falaram seu nome, talvez estejam armando algo para a festa - o fitei apreensivo. - Ei, ei, calma. Algo a seu favor, digo.

   Constatei que ele estava sendo sincero pelo tom de sua voz.

   - E você? - Questionou. - Geralmente dorme como pedra... Por que está acordado? - Pediu, curioso.

   Dei de ombros.

   - A garota da janela ao lado é louca - expliquei, gargalhando em seguida.

   Jasper pensou por algum tempo.

   - Ela parece ser legal. Quero dizer, Alice e Rosalie gostam muito dela. Consequentemente, deve ser uma garota legal - corrigiu-se.

   Neguei veemente.

   - Ela é louca, insana, surtada, anormal, maluca... - Iniciei.

   Jazz riu e interrompeu minha lista de adjetivos referentes à Isabella.

   - Você tem uma definição bem forte sobre a Bella. Já tentou ver algo, além disso? Digo, uma pessoa não pode ser só maluca. Pode ser presunçosa, idiota, simpática, benevolente... Você sabe. - Argumentou.

   - Mas eu especifiquei várias características - observei.

   - Não. Você falou com palavras diferentes a mesma coisa: ela é maluca, em sua concepção. Não detectei nenhuma outra característica, o que quer dizer que você não conhece suficientemente bem nossa vizinha para julgá-la. Ela pode ser uma pessoa maravilhosa e você nem sabe. Isso é meio que um preconceito... Acho. Você criou uma imagem sobre ela, uma impressão qualquer, e qualquer coisa que a mesma faça será isso o que você pensará. De qualquer jeito, acredito que a Bella não se importe muito com o que você pensa. Percebi que ela não tem muita empatia por você - disse.

   De alguma forma, aquele comentário me irritou. Eu sabia que era verdade, mas odiara que fosse dito por Jasper.

   - É - assenti de forma ríspida.

   Ele abriu um sorriso malicioso.

   - Desculpe, não sabia que isso o irritava - cuspiu venenosamente.

   O fuzilei com o olhar.

   - Não estou irritado! - Rebati.

   - Edward, não... - Tentou responder, mas não dei chances.

   - Tchau, nossa conversa me deu sono - disse furioso e marchei até meu quarto.

   No caminho, ouvi Demmentt gritar algo parecido com: UAU, MEU JOGO JÁ ESTÁ QUASE PRONTO! De todo jeito, estava irritado demais para invadir o local e perguntar do que se tratava. Segui até meu quarto e me atirei na cama.

   Dessa vez, adormeci.

Ponto de vista: Emmett

   - Não acredito! Amanhã mesmo terminaremos, então será só postar na internet! EU VOU PRA OPRAH! – Comemorei, dando uns tapinhas nas costas de meu sócio.

   - Não se esqueça de mim quando ficar famoso – Jake caçoou. – Mas ainda acho um pouco insano da sua parte fazer do Edward e da Bella os personagens principais do jogo... Eles podem ficar chateados. – Alertou-me.

   - Que nada! Eles se odeiam! Vão querer até jogar só para ter o gostinho de poder bater um no outro sem necessariamente serem presos, ou algo do tipo. – Fiz uma pausa, para dar mais dramaticidade à conclusão. – RESUMINDO: EU VOU BOMBAR! SEREI UM SUCESSO! JÁ ESTOU ME VENDO ULTRAPASSANDO THE SIMS, AGE OF EMPIRES, AH... Somos fodásticos, amigo – afirmei.

   Jake riu e deu de ombros.

   - Fodásticos ou não, ainda temos que dormir. E eu realmente estou cansado – bocejou. – Amanhã terminamos e decidimos em qual site postar, ok? Agora vou descansar minhas pálpebras – riu.

   - Beleza, cara – disse e acenei antes de partir, também, para uma ótima noite de sono em meu quarto.

   Quem sabe eu não sonhava com a ursinha aceitando meu pedido de namoro? Bem, ela não estava realmente reagindo bem as cantadas, mas... EU CONFIO NO MEU PODER PERSUASI...DO*? OU SERIA PERSUAZIVO*?

   (*A palavra correta é persuasivo*)

Ponto de vista: Isabella

   Alice e eu estávamos tão desesperadas - ela pelo assento de seu porsche sujo de sangue, eu, PELO SANGUE - que só notamos um fato crucial quando chegamos ao hospital.

   - Alice... - Chamei, notando o que estava errado enquanto via a baixinha andar sobre pantufas de elefante, adentrando o hospital comigo em seu encalço.

   - Não me interrompa, Bella, ou eu vou lembrar QUE VOCÊ SUJOU O MEU PORSCHE! - Rosnou.

   Todos os seres vivos presentes na recepção nos fitaram. E começaram a rir. A anã os olhou, confusa, e sorriu presunçosamente quando uma garotinha que estava ao lado da mãe doente aplaudiu com alegria, achando que éramos algum tipo de atrizes prontas para encenar uma peça ali mesmo.

   - Olha, eu sei que sou linda, MAS QUERO FALAR COM ALGUM MÉDICO DESSE HOSPITAL! QUALQUER MÉDICO! - Exigiu aos gritos. A atendente prontamente discou algum número, pasma com nossos trajes.

   Alice se aproximou de mim e perguntou aos sussurros:

   - Pobrezinhos, devem ser pacientes da ala de psiquiatria. São meio estranhos, não é? Riem por qualquer coisa - murmurou.

   Revirei os olhos, fitando seu pijama de ursinhos e dando uma checada nas pantufas de elefante.

   - A vida é assim - emendei maliciosamente. Ela ficaria louca quando notasse o PEQUENO fato crucial. Não seria bom apressar seus surtos.

   \t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t     ...

   - Olha aqui, querida, você tem certeza que esse caipira é o ÚNICO MÉDICO DISPONÍVEL DESSA JOÇA? - A anã berrou, furiosa.

   - Sinto muito, senhora... A menos que pague uma tarifa extra... - A atendente corrupta sugeriu.

   O semblante da anã se iluminou. Provavelmente já devia estar acostumada a pagar propina.

   - Claro... Entendi - disse, levando a mão onde supostamente estaria o bolso da calça. SE ela estivesse vestindo uma calça. - Espera aí... - Balbuciou pálida. - Não acredito que... - Foi quando olhou para si mesma e esboçou uma expressão nada agradável.

   - Calma, Alice... O mundo não acaba, olha... - Tentei acalmá-la.

   - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - Berrou.

\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t   ...

   Ponto de vista: Alice

   Como pude ser tão descuidada? De pijama no hospital! Que vexame!

   Mal me aguentava em pé quando o caipirão e Bella me faziam sentar, enquanto tentavam acalmar-me inutilmente. O ASSENTO DO MEU PORSCHE TÁ SUJO E EU TÔ DE PIJAMA NO HOSPITAL, ALGUÉM ENTENDE A GRAVIDADE DA SITUAÇÃO?

   - Óia, se acalme... Eu intendo as condição e vou inté consultar a formusura aqui de graça - sorriu.

   Quase desmaiei. A SITUAÇÃO PIOROU! Minha melhor amiga sendo consultada pelo caipirão porque eu estou sem dinheiro!

   - Mas tem condição - ficou sério e se aproximou do meu ouvido, impedindo Bella de ouvir o que quer que viesse a seguir. - Quéro o endereçu e o telefone da formusura ali - exigiu.

   A SITUAÇÃO SÓ PIOOOOOOOORA! O CAIPIRÃO TÁ PAQUERANDO MINHA MELHOR AMIGA-BARRA-FUTURA NAMORADA DO MEU IRMÃO (não que ele saiba disso).

   - Ah... Olha caipirão, não pode ser de graça? - Abri um sorriso amarelo.

   Ele fitou Bella, e acompanhando seu olhar, percebi seu vestido sujo de sangue. Engasguei. Era minha melhor amiga e estava machucada.

   - Tenhu meu preçu - declarou presunçosamente.

   - Maldita inclusão - murmurei enquanto pedia um papel e uma caneta à atendente. Teria que dar nosso endereço e nosso telefone, afinal, Bella não tinha celular.

   Isso me lembra que teríamos de comprar um para ela...

\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t     ...

   - Está melhor amiga? O caipirão não te machucou? - Indaguei Bella quando a mesma retornou, após a consulta, sorrindo.

   - Sim, não era nada demais. Ele me levou a uma amiga ginecologista que me explicou que estou menstruada. Por isso minha irritação, o sangue, etc. - Explicou.

   A fitei, chocada.

   - Você não sabia o que era menstruação? - Perguntei pasma.

   - Não... Nunca tive isso antes - declarou, dando de ombros.

   Uau. Dezoito anos sem "virar mocinha"?

   - É... Nossa - murmurei.

   - Podemos ir agora? - Ela me indagou.

   - Ah, sim, claro - assenti sem querer mencionar o fato de que provavelmente o caipirão logo a procuraria. - Quando chegar em casa te dou alguns absorventes.

   - Ah, você é uma ótima amiga! - Ela me abraçou.

   - Hum... Obrigada - agradeci me sentindo culpada por ter aceitado o suborno do caipira.

Ponto de vista: Céu

   - Ah, agora está completo o ciclo! - O diretor declarou, com olhos brilhantes.

   - Ciclo de...? - O assistente perguntou.

   Rudius revirou os olhos.

   - De coisas para fazer algo memorável, imprestável! Agora também temos sangue, tragédia, decisões e traição no meio... Entende? - Tentou explicar, impaciente.

   O assistente pensou um pouco sobre o assunto.

   - Mas, chefe... E o amor? É sempre uma peça fundamental - disse.

   O diretor o fuzilou com o olhar.

   - NO MEU ALGO MEMORÁVEL NÃO É! - Berrou e expulsou o assistente de lá, nervoso.

   Após a saída de seu subordinado, Rudius divagou em suas próprias conclusões.

   - É, alguns romances me dariam mais audiência... - Admitiu.

   Imediatamente discou o número dos Influenciadores.

   - QUERO QUE INSPIREM O ROMANCE LÁ NA TERRA! - Exigiu de cara.

   - Mas chefe, não somos querubins, nem cupidos... - Tentaram se explicar.

   - SÓ FAÇAM! - Disse, quase desligando o telefone. Apenas controlou-se pela idéia ousada que surgia. - E QUERO ISABELLA E EDWARD JUNTOS! NOW!

   - Chefe isso não é... Contra as regras? - Murmuraram.

   Rudius bufou sonoramente.

   - Claro que não, afinal, não vamos interferir no livre-arbítrio de ambos... Vamos dar um pequeno empurrãozinho... - Sugeriu maliciosamente. – ENTENDIDO?

  Antes que seus subordinados respondessem, o mesmo desligou como de costume.

   - Agora sim as coisas vão começar a esquentar... - Prometeu a si mesmo.

Ponto de vista: GATO DO ARROCHA

  

   Eu tinha mesmo que seduzir a velha rabugenta?

   A louca dançava “I Will Survive” enquanto varria a casa! Que humilhação... POR QUE ESTOU ME SUBIMETENDO A ISSO?

   Vou fugir. Antes sem-teto do que sem dignidade.

   Espera aí. Eu tenho dignidade?

   Ah, é, NÃO. Então é melhor ficar no aconchego do lar com as moradoras gatinhas. Da velha eu cuido depois. Ou seja, amanhã. Ih...

  

Ponto de vista: Edward

   Estava apontando minha nova máquina mortal para a janela de Isabella. Bem, na verdade era um estilingue, com munições de bexigas d’água.

   Enquanto mirava, vi a mesma adentrar o quarto e soube que era a hora certa de atacar seu território.

   Fui pego de surpresa quando a mesma virou-se em minha direção e sorriu, apesar de ver o que eu estava prestes a fazer.

   - Não vai funcionar, Edward – me alertou calmamente, como se eu estivesse com um buquê de flores.

   E de repente meu estilingue era um buquê de flores. Pisquei os olhos, confuso, enquanto fitava as belas rosas vermelhas e o cartão perfumado. Aquilo não era meu. Nunca faria aquilo!

   - Não vai funcionar, Edward – Isabella falou novamente, com o mesmo tom melancólico.

   Encarei-a, indignado pela mesma não aceitar um ramalhete de flores tão bonito. Quem ela pensava que era? A Miss Universo?

   - Olha aqui, Isabella... – Tentei retrucar.

   - Bella – ela me corrigiu prontamente.

   Revirei os olhos.

   - Bella, Isabella, Floribella, TANTO FAZ. Se você não quer o buquê, não tem problema... Eu faço isso – sorri perversamente enquanto soltava o ramalhete de flores e deixava-o cair, bem na frente de Isabella.

   Ela seguiu a queda do buquê com os olhos, e, em seguida, me encarou, indiferente. Tive a nítida sensação de que um raio me atravessara. E que a frieza em seu olhar era palpável.

   - Acho que alguém aqui está precisando crescer – murmurou, ainda com o maldito sorriso sarcástico no rosto.

   Por uma fração de segundos, percebi que seu habitual vestido branco parecia luminoso enquanto voava para todos os lados por conta do vento. Os cabelos castanhos de Isabella também seguiam a mesma dança, enquanto seus olhos permaneciam duros, pesando sobre mim.

   - O que você quer? – Perguntei, um pouco intimidado com seu olhar.

   Ela passou as pernas pela janela, e, quando vi, estava se aproximando de mim. NO AR. Isabella estava... Voando?

   - O que... – Iniciei.

   Quando percebi tudo, ela já estava sentada no parapeito da minha janela.

   - Não faça perguntas difíceis – resmungou. – Eu sou assim. E você gosta da mesma maneira – acrescentou presunçosamente.

   Encarei-a com um ponto de interrogação pesando sob minha face. COMO ASSIM EU GOSTAVA DELA E ELA SABIA?

   - Você só pode estar delirando – gargalhei.

   Isabella fixou seus olhos em mim, fazendo-me imediatamente parar de rir.

   - Não é? – Acrescentei, sem saber o que falar, sendo mais uma vez intimidado por seus olhos verde-azulados.

   - Preste atenção, Edward – sorriu maliciosamente enquanto se colocava em pé, no parapeito da minha janela.

(Loca – Shakira)  (LINK YOUTUBE) (http://www.youtube.com/watch?v=KsfIHbRcvoA)

   - O que você está fazendo? – Perguntei, mas ao invés de me responder, Isabella pulou da janela e agarrou meu pulso, me puxando.

   Gritei. Aquela garota louca estava querendo me matar?

   - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH – berrei enquanto caía.

   E de repente paramos de cair. Mas não havíamos chegado ao chão.

   - Foi tão ruim assim? – Ela riu. – Você gritou como uma garotinha! – Sacaneou.

   - Eu não gritei! Foi só... A emoção? – Dei um sorriso amarelo.

   Olhei para baixo e percebi que estávamos a vários metros do chão. A fitei, confuso, esperando alguma explicação.

   Mas ela não me deu. Apenas sorriu maliciosamente.

   - Você é louca – murmurei, chocado.

   - Essa é a questão – ela confidenciou. – Eu devo ser mesmo louca por estar te mostrando isso mesmo sabendo as conseqüências.

   Franzi o cenho.

   - Que conseqüências? Quebrarmos alguns ossos caso seja lá o que for isso pare de funcionar e nós cairmos? – A indaguei.

   Isabella gargalhou alto de minha ignorância.

   - Você é tão ingênuo. Definitivamente, um garotinho – afirmou.

   Bufei, indignado com tal comentário.

   - Mas o meu garotinho – acrescentou. – Você é meu pupilo, lembra? – Disse, divertindo-se com minha careta.

   - Sou mais velho do que você – retruquei. – Isso não seria matematicamente possível.

   - É aí que você se engana – riu mais uma vez. Depois, seu semblante ficou sério. – Acho melhor não nos falarmos mais.

   O QUÊ?! COMO ASSIM?!

   - Você é bipolar? – Soltei sem hesitar.

   Ela sorriu... FRATERNALMENTE?!

   O que ta acontecendo aqui?

   - Não. As coisas apenas têm de ser assim. Desculpe, Edward – murmurou, enquanto nos aproximávamos lentamente da janela.

   Passei alguns segundos até entender que aquilo era uma despedida.

   - Hã... Tchau e obrigada pela...? – Tentei pensar em algo. – Sei lá.

   - De nada – ela deu de ombros, rindo, e voltou para sua janela. – Adeus – acrescentou.

   E aquilo de certa forma fez com que meu peito fosse esmagado.

   POR QUE ISSO AGORA?!

   Quando Isabella adentrou a janela, foi como se flashes me cegassem repetidamente. E então estava de dia.

   Eu parecia uma múmia, a observando acordar, e, depois, olhar para o céu com sorriso peculiar. Como se fossem cúmplices.

   Em seguida, alguém adentrou seu quarto, sorrindo. E NÃO ERA ALGUMA DAS MINHAS IRMÃS. Era Jacob.

   - Olá querida – ouvi o mesmo dizer, sorrindo, enquanto beijava a bochecha de Bella.

   Apertei com força o parapeito da janela, rosnei. Mas Isabella não escutou, parecia estar completamente imersa em uma conversa com Jake.

   Em outro acesso de raiva, quebrei o parapeito e caí. A última coisa que vi foram os olhos azul-esverdeados arregalados em pavor.

   - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH – gritei.

   Ao apertar os olhos, percebi que ainda era noite e que eu estava inteiro. Só tinha caído da cama. Mas que droga! Até nos sonhos a maluca aparece.

   Só tem uma explicação: EU ESTOU PIRANDO!


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Notas finais do capítulo

SE TIVER MUITO REVIEW E ALGUMA RECOMENDAÇÃO, TEREMOS CAPÍTULO TODA SEMANA PQ EU ESTOU FÉEEEEEEEEEEEEEERIAS *-*