90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 15
Capítulo 13 - Acordos, trégua e chantagens


Notas iniciais do capítulo

DEEEEEEEEEEPOIS DE LEVAR MUITA PATADA DO NYAH!, CONSEGUI POSTAR! POSSO OUVIR O CORO DE ALELUIA!



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POV EDWARD

 

Estava na sala de estar - após ter entrado com Jasper pela porta dos fundos da casa para não sermos vistos pelas garotas -, assistindo futebol americano com Jacob e Jasper.

- Ah, cara, não! A Margarette não pode terminar com o George! Ele fica melhor com a Milly - Jacob resmungou, ao ver o protagonista da novela deixar Milly de lado e correr atrás de Margarette.

Hum, certo. Na realidade estávamos assistindo novela.

- Eu tenho uma teoria sobre o motivo para o George estar fazendo essa besteira - Jazz comentou.

- Cala a boca, Jasper! - Eu e Jacob soltamos instantaneamente. Ninguém mais aguentava ouvir Jasper dizer que tem teorias. Até mesmo Jake, que só o conhece há... Dias.

Ficamos em silêncio para prestar atenção na novela Amor utópico.

- Ah, fala sério! - Jake levou a mão à testa. - Como esse George pode ser tão burro? A Milly é bem mais gata que a Margarette! Se eu estivesse lá, ficaria com ela. E ele podia ficar a vontade com a Margarette corrimão - riu.

Franzi o cenho. Para Jacob era tão fácil escolher a mais bonita e ponto. Recordei de Tanya e de como era feliz ao seu lado, até que começou todo o tumulto da minha vida. Se eu fosse o George, e ela a Margarette, eu ficaria com ela, certo?

Mas, ainda assim, a Milly me parecia muito mais legal. É. E isso é estranho.

- Talvez ele goste mais da Margarette - dei de ombros. - É o que ele sente, não o que nós achamos que ele tem que sentir.

Jacob me encarou, surpreso. Jasper apenas me observava.

- O quê? Ah, não, Edward! Vai dizer que você não percebe o modo como ele olha para a Milly? Só falta escrever em sua própria testa um Eu te amo com todas as letras. - Disse, tentando me convencer.

Fiquei calado durante um tempo, enquanto torcia para que George e Milly pudessem aparecer juntos em mais alguma cena, e, então, eu verificasse a conclusão de Jacob.

Por fim, meu desejo mudo foi concedido. George foi até a casa de Milly, se desculpar por não ficar com ela. Por amar Margarette.

- Milly - ele começou. A garota estava parada em frente ao portão de casa, com uma expressão fria e triste no rosto. - Sinto que lhe devo explicações - fitou o chão, incapaz de encará-la.

Droga! E agora, como eu ia testar esse tal olhar? Que cara covarde! Se fosse eu já teria soltado tudo de uma vez, bufei mentalmente.

A garota abriu o portão e foi encurtando a distância entre si mesma e George. Ele ainda não a encarava.

- Não me deve explicações - murmurou. - Se ela vai te fazer feliz, quem sou eu para discordar? - Indagou.

Seu tom era tão benevolente que fez George - finalmente - fitá-la.

E eu pude ver seu olhar para com a mesma. O brilho de admiração e surpresa era tão notório quanto o céu é azul e Alice é baixinha. Mas não era só aquilo... Tinha algo a mais. Algo que eu não conseguira identificar.

- Pela sua cara, aposto que de agora em diante vai concordar comigo. Milly e George foram feitos um para o outro - Jacob comentou, com um sorriso presunçoso.

Não me dei ao trabalho de responder, pois estava com toda minha atenção fixada na novela.

- Me desculpe, Milly - ele pediu, com uma voz tão amargurada que chegava a me fazer franzir o cenho. - É que parece tão certo ficar com ela... Desde o começo. Foi assim durante tanto tempo! Não posso arriscar isso por algo tão novo - ele deu um sorriso de lamento.

Milly não se abateu, e, ainda fria o bastante para controlar sua carga emocional, falou olhando-o nos olhos:

- Eu o perdôo, George. Mas, por favor, não me fale de seus motivos e lamentações. Basta, para mim, saber que ela o fará feliz de um jeito que eu nunca poderia. Não quebre os pedaços partidos do meu coração. - Murmurou, abaixando o tom na última frase. - George, preciso ir. Meus pais logo chegarão e tenho que estar em casa. Adeus - se despediu dele, voltando a caminhar na direção do portão, sem ao menos olhar para trás.

E isso me parecia certo. Afinal, a escolha fora dele, não é? Mas... Parecia tão certo que ele ficasse com Milly. Por que escolheu Margarette?

Antes que eu pudesse arquitetar qualquer outra coisa, George surpreendeu Milly, segurando seu braço e puxando-a para ficar a centímetros de seus lábios.

- Deixe-me beijá-la uma última vez. Por mais compaixão que possa ter por mim. Viverei o resto da minha vida sem os teus beijos, não me prive de um último. - E, em seguida, foi se aproximando vagarosamente da garota. Como se tentasse fixar cada minuto final que lhe restava com ela...

Até que, subitamente, a garota afastou-se.

- Escolhestes os beijos de Margarette. Com os dela, logo se esquecerá dos meus, e não mais encarará esta distância como martírio. É assim que as coisas funcionam. Você tinha dois pássaros livres, e, sábio como és, sábia que teria de escolher um para manter seguro, com as duas mãos. Escolhestes Margarette, então, por que ainda almeja o outro pássaro? Deixe-o voar, George. Deixe-me libertar-me de você. És tão egoísta ao ponto de querer ver-me sofrendo só para acalentar seu próprio coração? - Questionou, com a voz tão controlada anteriormente, agora transformada em um poço de azedume.

George afastou-se, com um suspiro.

- Estou tão confuso, Milly. Nem sei se fiz o certo... Por vezes quero desistir. Como agora. Mas, a escolha foi minha e entendo seu lado. Jamais desejaria vê-la sofrendo, seria demais para o meu coração. Vou afastar-me, como me pedes, mas saiba que em meu coração, mesmo que seja esfriado pela distância, como espero, nunca deixarei de amá-la - fez uma pausa ao ver a garota baixar os olhos, e lembrou-se de sua promessa para não falar coisas de amor, lamentações, com ela. - Ao meu modo, claro. Como uma amiga muito querida - tratou de corrigir, mesmo que seus olhos denunciassem a mentira: ele sempre amaria Milly.

- Que otário! - Resmunguei, indignado. Todos na sala olharam para mim.

Revirei os olhos com aquilo.

- Ele gosta da Milly - falei - e vai terminar com a Margarette!

Jasper abriu a boca para falar algo, mas foi impedido pelo barulho ensurdecedor de porta se chocando contra parede. Emmett.

- GALERA! GALERA, TEMOS QUE SALVAR A PELE DE UMA PESSOA! - Ele gritou, correndo para o meio da sala.

Fiquei desconfiado com a súbita benevolência de Emmett porque um: Ele só ajudava pessoas quando ganhava algo com isso. Dois: Ele deveria estar brigando comigo e com Jasper por termos o abandonado em uma rua qualquer.

- O que aconteceu? - Jacob perguntou.

- É o seguinte, eu pensei em um plano infalível para tirar a velha carrancuda do esquema e poder dar a festa para o Edward reconquistar a Tanya... - Ele fez uma pausa para recuperar o fôlego. - Mas eu vou precisar de um cara corajoso ou chantagear algum cara, para que faça o trabalho sujo... Sabe, dar uns beijinhos na velha. Entretanto, o homem que poderia fazer o trabalho está lá fora, apanhando da Floribella possuída, e ao menos que o Jake se habilite a sair com a velha, não tenho mais nenhuma opção. Nem dinheiro pra contratar um go-go boy! - Declarou, aflito.

Precisei de um segundo para processar tudo o que Demmett havia falado de uma vez só.

MAS É CLARO! A VELHA PARECIA MESMO MAL-AMADA! Se alguém a distraísse, ou desse uns beijinhos nela... Talvez...

AAAAAAAAAAAAI!

- Ok, vamos salvar o tal cara! - Decidi, empurrando todos os outros em direção a porta de saída da casa.

- Hum... Edward? - Emmett me chamou, enquanto eu ainda os empurrava.

Parei um pouco.

- Sim?

- Só tem um problema... O cara ainda não sabe nada sobre o serviço - deu de ombros.

Senti vontade de bater nele até a morte. Mas soube que só salvar o cara do ataque de esquisitice de Isabella ia me ajudar naquela hora.

- Ok, quando o salvarmos ele vai ficar tão grato que nos ajudará em qualquer coisa que pedirmos - disse, me achando muito esperto.

 

 

 

POV ISABELLA

 

 

Desci a mão naquele infeliz. Como ele ousava roubar meu colar celestial? Sentei-me em cima do mesmo, com uma perna de cada lado e comecei a tortura merecida.

- Isso é por você ter roubado o meu colar! - Desferi um tapa em sua face.

Alice gritava para eu bater com mais força e Rosalie tentava amenizar minha fúria. Sem sucesso.

- AH, ISSO É MELHOR QUE BARRACO DE TELEVISÃO! MAIS PARA A DIREITA, BELLA! MAIS FORTE! - A anã gritava, animada.

- Isso é por você ter me decepcionado! Eu confiei em você! - Estapeei a parte direita do seu rosto.

Bufei de raiva e me preparei para o terceiro golpe.

- E ISSO É POR VOCÊ SER ABSURDAMENTE FOFO QUANDO SORRI COM OS DOIS DENTINHOS! - Desferi o terceiro tapa.

Quando eu me preparava para o quarto, o infeliz abriu um sorriso com os malditos dois dentinhos. E, eu sem me aguentar, me atirei para o lado, desistindo. Eu não resistia ao maldito sorriso! Era fraca. Fraca!

Gorda, feia, besta, idiota, fracassada... Entre outros! E FRACA! FRACA, FRACA, FRACA! Comecei a chorar. Muito. Praticamente abri uma hidrelétrica.

- Calma, garota. Não chora - uma voz masculina soou, enquanto alisava delicadamente meu cabelo.

Incapaz de fitar quem quer que fosse, por me sentir abaixo de qualquer pessoa, apenas aceitei cordialmente a mão que me ajudou a levantar e em seguida segurou meu queixo, levantando-o. Então o que vi foi simplesmente o sorriso mais lindo de todo o mundo.

 

POV EDWARD

 

 

 

 

- Vem cara - escutei Emmett ajudar o tal homem dos dois dentinhos a se levantar, enquanto observava Jacob ajudar Bella. Ela parecia arrasada.

Mas o que fazer? A garota era maluca! Uma hora estava tentando cometer um assassinato, em outra simplesmente vê a vítima sorrir e desiste. E o pior de tudo isso é que o Jacob otário vai ajudá-la. Queria o ver ajudá-la quando ela começar a irritá-lo...

- Edward - Emm me chamou. - Vou levá-lo para nossa casa e conversar com ele sobre o plano... Mas acho melhor oferecermos algo. Sabe... Estadia não dá, porque nossa casa está lotada. Poderíamos ajudá-lo a convencer a Bella a deixá-lo ficar. Sabe, eu não sei por que ela começou a bater nele, mas deve ser algo importante. Podíamos conversar com os dois! - Tentou.

Prendi a respiração quando vi Jacob segurar o queixo de Isabella.

- Legal, você fala com ele, eu falo com a Bella - declarei sem nem ao menos pensar.

Notei Emmett abrir a boca levemente.

- Você não a chamou de Floribella! Meu Deus! O mundo vai acabar! - Fez drama.

Revirei os olhos e me afastei, indo na direção de Jacob e Isabella. Eu precisava avisá-lo que ela não era flor que se cheirasse!

- E o que ele fez? - Ouvi meu companheiro de casa a perguntar.

- Ele roubou meu colar celestial e me decepcionou - Isabella murmurou, com um bico. Olhando fascinada para algo em Jacob.

Revirei os olhos com aquilo.

- Tudo bem, tudo bem. Chega de drama, Floribella. Se você não sabe, o mundo é feito de decepções. E assaltos são comuns - disse secamente.

Ela me fitou com os olhos marejados.

- Aquele colar é muito importante pra mim! - Exclamou, fazendo birra.

- É só pedir ele de volta! O cara está bem aí - acenei para minha casa, onde Emmett já havia entrado com o cara dos dois dentes.

- Ele pode roubar de volta se morar na casa ao lado! - Tornou. Respirei fundo e contei até três.

Até que percebi a burrada que tinha feito... Em minha precipitação, havia me esquecido que Jasper já estava vestido da maneira... Diferente.

Alice o encarava, boquiaberta. Parecia espantada demais para ter qualquer outra reação. Jasper olhava para todos os lados, querendo fugir. Covarde!

- Hã... Eu vou ver o que está acontecendo lá em casa! - Deu a desculpa e saiu correndo para nossa casa.

Deus! Será que teria que ensiná-lo como se portar, também?

- Então, Isabella, voltando ao assunto - tornei. - Você não...

Iniciei, mas senti alguém me cutucar.

- O QUE FOI DESSA VEZ? - Gritei furioso, dando de cara com a cara de espanto de minha irmã.

- Edward... - Alice murmurou. - O Jasper... Saiu do armário? - Perguntou-me, com uma careta.

O QUÊ?!

 

 

 

POV ISABELLA

 

 

 

Com a pergunta de Alice, não aguentei e comecei a ter uma crise de risos. Jasper realmente estava parecendo um gay com aquela calça legging rosa e a blusa roxa com ombreira.

- O que foi? Pra mim ele estava muito... - Meu pupilotário ponderou. - Estiloso!

Não aguentei e gargalhei mais alto ainda.

- Edward, Jasper estava, de fato, na moda... - Alice suspirou. - Entretanto, a moda que ele seguia era a... Feminina - terminou, com outro suspiro.

A essa altura eu já chorava de tanto rir.

- FEMININA? - Ed-boy se exaltou. - Emmett é um idiota! - Bufou, enquanto andava de um lado para o outro.

Alice e eu nos entreolhamos com um "hã?'' mudo. O que Emmett tinha a ver com Jasper assumir ser... Gay?

- Olha Alice, esqueça o que viu agora a pouco, ok? - Meu pupilotário pediu. - Jasper logo vai voltar ao normal! Prometo! - Disse.

- Jasper nunca foi normal... - Murmurei inocentemente.

Alice, Ed-boy, Jacob e Rosalie - que estava calada até o momento - me olharam, espantados.

- O QUE DISSE?! - A anã praticamente gritou.

- A verdade, oras. Jasper sempre foi meio... - Hesitei. - Sensível? - Dei um sorriso amarelo.

Alice abriu a boca para falar algo, mas não conseguiu e, após um tempo muda, correu para nossa casa, aos prantos.

- Ai meu Deus! Alice! - Rose gritou. - Vou ver o que está acontecendo com ela, Bella, por favor, reveja seus conceitos sobre o Gato do Arrocha, ele não seria louco de roubar alguém que o deu abrigo. Por favor! - Pediu, e em seguida correu atrás de Alice.

Foi só alguém mencionar o nome do desdentado que meu humor foi por água abaixo. Ótimo! Bufei e cruzei os braços.

- Bella... - Ed-boy iniciou.

O encarei furiosa.

- Nem vem com essa, Ed-boy! Não há nada que me faria mudar de idéia com relação ao Gato do Arrocha - resmunguei.

Meu pupilotário pareceu ponderar por um tempo. Ele parecia... Pensar?!

Certo, isso era estranho. Depois de muitos segundos constrangedores de silêncio, resolvi que estava na hora de voltar para casa, então, quando estava virando-me para agradecer ao moreno do sorriso bonito pelo apoio, Ed-boy interrompe meu ato.

- O QUE FOI AGORA? - Gritei, chateada.

- Eu tenho uma proposta para fazer a você - mordeu o lábio.

Hum... Uma proposta!

- Fala - interessei-me.

Ele respirou umas cinquenta vezes antes de falar.

- Eu... Eu paro de... Brigar com você e... Te irritar - Gaguejou freneticamente. - Se você deixar o Gato do Arrocha morar com vocês.

SABIA! SABIA! SABIA! Estava bom demais para ser verdade, não é? Ele era um chantagista de quinta, mesmo!

- Não aceito nem morta! Quem me garante que você iria cumprir? E outra coisa, quem me garante que aquele cara não vai roubar mais nada? - Falei, cínica.

Ed-boy suspirou e pareceu contar até cem para não me esganar até a morte.

- Certo, eu vou te contar uma coisa, mas se você espalhar por aí, eu te MATO - ameaçou.

Mexi as mãos, instingando-o a continuar.

- Ele não vai ter tempo para roubar ninguém. Além de fazê-lo jurar que não irá fazer isso, para ele morar com vocês, terá que fazer um servicinho para mim... - Fez uma pausa. - Ele irá sair com a vizinha de vocês, distraí-la, talvez beijá-la - fez uma careta. - Enquanto damos uma festa, e eu reconquisto a Tanya.

Comecei a rir maleficamente. Aquele plano estava ficando interessante... O desdentado tendo que beijar a velha bruaca, e meu pupilotário apaixonadinho? ECA! HAHAHAHAHA! Humanos, humanos, tolos...

- Não ria! - Ed-boy disse visivelmente chateado. - Tanya faz parte de um passado que eu quero resgatar, certo? Uma época em que eu era feliz... - Murmurou, suspirando em seguida.

Praticamente estanquei quando ouvi aquilo. Então quer dizer que Ed-boy estava fazendo aquilo tudo para... Ser feliz de novo?

Bem, ele tinha o direito.

Eu já havia lido sobre o amor. Várias vezes. Achava aquilo patético e muito... Humano. Talvez porque eu houvesse me esquecido como era amar. E isso não significasse mais algo importante para mim.

O que eu lia nos livros me falava de algo quase obrigatório, devastador, doce e venenoso. Obrigatório porque SEMPRE acontecia. Doce porque trazia tanta felicidade que deixavam as pessoas bobas. Venenoso porque ia te corrompendo por dentro, tirando sua individualidade e lhe fazendo pensar mais no outro do que em si mesmo. Devastador, porque quando o tal sentimento acaba para uma das partes, tudo o que sobra é um buraco no lugar do coração.

O amor era algo triste e desnecessário. Para mim. Mas se meu pupilotário buscava isso para ser feliz, eu tinha de ajudá-lo, não é? Porque na verdade eu estava aqui para mudá-lo, mas se ele encontrasse um jeito de ser feliz, ia estar ocupado demais amando Tanya para pensar em estragar a vida das pessoas. E eu iria voltar para o céu, meu lugar.

Eu o ajudaria. Mas, precisava de algo...

- Eu te ajudo. Mas tenho duas condições. - Declarei.

O rosto de Ed-boy se iluminou de repente, e o moreno que havia me ajudado me fitou, curioso.

- Quero meu colar de volta, e nossa trégua só acaba quando EU quiser - abri um sorriso vitorioso. - Do contrário, eu expulso o desdentado de casa, e esse tal plano vai por água abaixo.

Acho que vi meu pupilotário engolir um litro de saliva e arregalar os olhos antes de responder qualquer coisa.

- O-ok... - Gaguejou. Isso já devia ser efeito do amor, certo? Por ele estar apaixonado por Tanya já ficava patético antecipadamente. - Por que não colocamos um prazo? Tipo um dia, uma semana no máximo para nossa trégua? - Disse, fazendo uma careta.

Ri. Muito. Ele achava mesmo que eu ia dar o braço a torcer, podendo passar o resto do meu tempo na Terra sem ele me incomodar?

- Não, obrigada. Nosso acordo está maravilhoso assim - dizendo isso, me despedi dos dois e caminhei na direção da casa, contando os minutos para voltar para o céu e vendo alguma esperança nisso... Finalmente.

 

 

 

POV EDWARD

 

 

- Ótimo, cara. Agora só temos que contar ao homem sobre nosso plano. Mas acho que ele vai aceitar, já que se não o fizer ficará sem moradia por muito tempo - Jake me animou.

Porém, eu estava ocupado demais bolando alguma coisa para passar meu tempo sem irritar Isabella. Idiota fazer um acordo daqueles... Mas o que fazer, se era a única maneira para ela aceitar meu acordo? Eu tinha de fazer isso por Tanya, não tinha?

Assim como George teve que dizer adeus a Milly, para ficar com Margareth.

- Vamos - o chamei, caminhando em direção a casa.

AGORA VINHA A PARTE DIFÍCIL!

 

 

...

 

 

POV ISABELLA

 

 

Ao adentrar a casa, ouvi berros vindos do primeiro andar, onde ficavam os quartos. Curiosa como sou, segui os sons e me deparei com o quarto de Alice. E com a mesma com o rosto vermelho e olhos marejados. A ex-freira tentava a consolar de todos os jeitos. Sem sucesso.

- Oi - falei, atraindo a atenção das duas para mim.

Passei algum tempo pensando no que falar.

- Bem, Rose, eu aceitei que o desdentado venha morar com a gente, a qualquer momento ele deve estar chegando - declarei.

A ex-freira se levantou da cama onde consolava Alice imediatamente. E abriu um sorriso.

- Ah, obrigada, Bella! Obrigada, obrigada, obrigada! - Agradeceu-me enquanto se jogava em cima de mim. - Você não sabe o quanto isso é importante para mim, e o quanto alivia minha alma fazer o bem. Que bom que permitiu isso! - Disse, feliz da vida.

Apenas assenti. É claro que eu não contaria sobre o acordo e os benefícios que isso me traria para ela, não é?

- Bom, tenho que ir arrumar o quarto de hóspedes! - Exclamou. - Bella, anime a Allie, por favor - suplicou baixinho em seguida, para que só eu ouvisse.

- Ok - abri um sorriso amarelo enquanto via a mesma desaparecer porta a fora.

Ótimo, como eu consolaria a anã agora?

- Oi, Alice - murmurei, sentando ao seu lado na cama.

Ela sequer me respondeu.

Eu só conhecia um jeito de animar a anã... E isso não seria ao menos cogitado para mim.

- E aí? Por que está chorando? - Indaguei, tentando entender porque ela estava daquele jeito.

O silêncio dominou o local novamente.

Levantei-me da cama e comecei a reparar no quarto de Alice - já que não tinha mais nada para fazer, pois ela sequer conversava comigo.

Todo pintando de rosa, com toneladas de revistas de moda em uma estante, enquanto outra trazia uma tonelada de artigos sobre festas. As duas paixões da baixinha. Uma porta com uma placa "closet" me deu calafrios imaginando a quantidade de roupas ali.

Continuei olhando, e tudo o que vi agora eram coisas... Normais. Televisão, janela, cortinas, mesa com computador de última geração...

Certo, ela gostava de tecnologia. Muito.

(Música - Gift of a friend)

YouTube

Droga, por que eu estava pensando nisso agora? Entreolhamos-nos com o grito de dor que ecoou por nossa casa.

http://www.youtube.com/watch?v=CZtUA9_ID0U

4shared

http://www.4shared.com/audio/-QdYrKYc/Demi_Lovato_-_Gift_Of_A_Friend.htm

Tradução

http://www.vagalume.com.br/demi-lovato/the-gift-of-a-friend-traducao.html

 

 

Olhei alguns livros, CDs e DVDs que ela guardava em uma prateleira, quando me deparei com algo inesperado.

Alice tinha um mural, onde colava fotos e fatos inesquecíveis para si mesma. Curiosa, resolvi dar uma olhada em tudo.

A primeira foto era a de Charlie. Senti meu coração bater descompassadamente quando li a frase abaixo da fotografia: "Para sempre sua menininha".

Era tão inocente, tão... Infantil. Talvez fosse como ela se sentia quando se lembrava do pai. Para sempre protegida por ele, para sempre a filha mais nova, para sempre a princesinha do papai. Eu poderia rir, mas não tinha vontade. Sentia apenas uma forte empatia. Eu também me sentia protegida por Charlie, de alguma forma.

A segunda foto era a de uma mulher muito bonita, parecida com ela. Li a frase e descobri ser sua mãe: "A melhor mãe do mundo".

Abaixo estavam alguns momentos engraçados entre a anã, seus irmãos, Emmett, Jasper, um homem loiro e Esme, sua mãe. Edward não estava lá.

Perguntei-me porque não. Mas a foto seguinte me fez sorrir, lá estava meu pupilotário, com as duas mãos bloqueando sua face, parecendo muito mal-humorado por estar saindo em uma foto. É, ai estava minha resposta. Ed-boy odiava fotografias.

Rindo, passei para a próxima foto. E praticamente emudeci, paralisei.

Era uma foto minha, de Rosalie e sua, bêbadas, no bar. Gargalhei baixinho, enquanto lia a frase: Clube veneno, inesquecível.

Sorri, feliz por também estar no mural de Alice. Por fazer parte de sua vida.

Será que ela me deixaria ali quando eu partisse para o céu? Talvez eu pudesse vir visitá-la... Mas não. Ela nunca poderia me ver enquanto não morresse. Meu coração apertou por dentro, e suspirei.

Por que eu aceitara ser sua amiga, sabendo que nunca poderíamos continuar quando eu partisse?

Passei para outra foto, desejando que todos aqueles sentimentos fossem embora. Mas o que encontrei me fez parar novamente. Não havia foto alguma, apenas uma mensagem.

Preciso de uma foto com a Bella. Urgente!Sorri instantaneamente, e percebi que talvez assim como eu nunca a esqueceria, ela não me deixaria de lado. Mesmo quando eu estivesse longe. Porque eu sempre estaria em seu mural, não é?

A fitei, jogada na cama, e franzi o cenho. Não poderia deixá-la daquele jeito.

Puxei a foto em que eu, Rose e ela estávamos bêbadas e a levei comigo enquanto sentava-me ao seu lado, na cama.

Ela me olhou abruptamente assustada, e eu apenas sorri, mostrando-a a foto.

- Ah, você encontrou isso... - Murmurou e enterrou a cabeça no travesseiro.

Suspirei e arranquei o travesseiro.

- Clube veneno, lembra? Sempre contar as coisas uma a outra? - Não acredito que eu estava falando aquilo.

Ela lançou-me um olhar significativo e se sentou na cama.

- Você não está sozinha, Alice. Eu não estaria naquele mural de graça, não é? - Ri. - Afinal, eu aceitei ser sua amiga - dei de ombros.

A baixinha me abraçou. Pega de surpresa passei um tempo para acreditar que era eu mesma, A EXCLUÍDA, ANTI-SOCIAL, ETC. Que estava fazendo aquilo. Decidi não me importar com isso e a enlacei, retribuindo o abraço.

- Estou tão mal, Bella... Eu rasguei roupas! Você tem noção do que é isso? E descubro que ele é simplesmente... Gay - comentou, frustrada. - Nunca poderemos ficar juntos! É uma sina!

Ri daquilo. É, eu não aguentei.

- Ah, Alice, você está o julgando. Talvez não seja isso... Ele pode se vestir do jeito que quiser, não é verdade?

- Você tem razão - ela suspirou. - Sinceramente, não sei de mais nada. - Murmurou, com uma careta.

- Eu também não - sorri, e continuamos abraçadas, falando besteiras.

Era algo tão simples e natural que eu me perguntei por que nunca havia feito isso com Angela, minha única amiga do céu.

 

 

POV CÉU

 

- HAHAHAHAHA! Quem diria, Isabella toda sentimental – Rudius comentou enquanto assistia a aprendiz abraçar a amiga humana. – Com certeza minha audiência vai saltar, os anjos adoram ceninhas melodramáticas – riu.

Rudius decidiu dar uma espiada no pupilo de Isabella, Edward, e não se decepcionou ao ver a cena. Gargalhou mais alto ainda.

- Pobre humano desdentado! – Caçoou. – Quando ver quem é a velha... Ah, mas com certeza não perderei a cena! – Sorriu maldosamente. – Ah, eu sou um sucesso! Esse reality tá melhor que novela! Talvez eu odeie um pouco menos a Isabella... – Deu de ombros.

Afinal, a aprendiz, apesar de muito irritante, era a causadora de todo o seu sucesso.

 

 

...

Depois de deixar Alice em seu quarto, já melhor, fui direto para o meu. Não iria facilitar meu encontro com o desdentado pela casa.

Ao chegar lá, percebi que já havia escurecido. Eu tinha passado mesmo tanto tempo assim com Alice?

Fui pega de surpresa quando, em uma rápida olhada no calendário, percebi que já era sexta. Ou seja, no outro dia, nada de faculdade.

Como o tempo passava rápido! Uma semana convivendo com os humanos.

Gargalhei lembrando tudo o que havia acontecido. Eu havia feito duas amigas, entrado em um clube, brigado com meu pupilotário, arranjado uma trégua, sido roubada e reencontrado o ladrão... Que mundo louco!

Dirigi-me a janela. O céu era praticamente um imã para mim.

Antigamente, quando morava no mesmo, não me importava muito. Vivia para levar advertências. Entretanto, aqui na Terra, eu aprendia a o valorizar a cada instante... Pois toda vez que o observava, da janela do meu quarto, me apaixonava mais pelo mesmo. E agradecia a Deus pela oportunidade de ter um dia estado lá.

O QUE ESTAVA ACONTECENDO COMIGO?!

 

 

POV EDWARD

 

 

 

Balancei o colar de Isabella. Eu esperava diamante, ouro... Mas nada! Era só uma pedra estranha. Claro, tudo o que vinha dela era estranho, certo?

Adentrei meu quarto e me joguei na cama, ainda com o colar em mãos. Depois entregaria a mesma.

A conversa com o Gato do Arrocha havia sido um sucesso, e agora ele nos ajudaria. Além de ter entregado o colar, claro.

Um barulho vindo de algum lugar próximo chamou minha atenção, e acabei me aproximando com cautela da janela.

Percebi que o som havia sido feito pela janela de Isabella, que fora aberta.

Agora a garota olhava através dela, para o céu.

Perguntei-me o que ela via de tão fascinante lá. Era só uma imensidão azul cheia de estrelas, certo? E daí?

Focalizei seu rosto, que parecia sonhador, enquanto ela sequer piscava, fitando o céu.

Sua expressão me lembrou algo... A expressão de George, ao fitar Milly. Droga, eu estava me saindo um ótimo noveleiro!

Mas a expressão... Isabella era apaixonada pelo céu? Ri. Talvez ela, na verdade, quisesse ser astronauta ou algo do tipo.

Quis falar algo, fazer alguma piada, mas lembrei do acordo e desisti. Além de interromper aquele momento, não faria nada engraçado ou legal.

A fitei mais uma vez, e tive que admitir para mim mesmo que ela parecia uma imagem digna de uma pintura naquele momento, enquanto seus cabelos voavam, parecendo dançar com o vento, e seus olhos pareciam tão azuis quanto o céu, e tão brilhantes quanto à lua. Por sua vez, a pele estava tão branca que eu poderia estar apenas tendo a visão de um fantasma.

Então encarei o céu mais uma vez, e me dei conta que ele também faria parte de minha suposta pintura. O modo como seu brilho se refletia em Isabella, fazia aparecer uma conexão invisível e quase palpável.

Suspirei, e me deixei ficar assistindo-os por mais algum tempo. Era tão fácil observá-los...

Já tinha se passado alguns minutos, quando levei um susto com um grito de Isabella. O que teria acontecido?!

(...)

 

Oi gente! Sentiram minha falta? Eu quase morri, literalmente...

De saudades e de doença mesmo! Pra quem lê meu blog, esteve bem informado de que eu fiquei DOENTÉRRIMA e por conta DISSO não tive como escrever nada.

Ah, por favor, né, como alguém vai escrever uma história digna com febre e dor de cabeça?

Bem, mas graças a Deus estou melhor e voltei pra vocês! IUUUUUUUUUPI!

O próximo capítulo será postado segunda-feira, sem atrasos, e depois vocês terão que esperar 15 dias, pois estarei em época de provas. Mas acho que vale a pena, né? Sem contar que estarei sempre atualizando o blog.

GRANDE BEIJO! E AÍ, CURTIRAM O CAPÍTULO E A MÚSICA?

Desculpem-me os que não gostam da Demi Lovato, é que eu tentei achar uma música de amizade bonita, e, bem, a letra dessa é muito bonita... Eu mesma não gosto muito dela. Mas adorei a música!

E vocês? Grande beijo de uma autora louca...

AAAAAAAH, PERCEBERAM QUE O EDWARD JÁ ESTÁ COMEÇANDO A GOSTAR DA BELLA? HUUUUUUUUUUUM.

E, sim, a Bella é a "Milly", o Edward é o George e a Tanya a Margareth. Só o nosso pupilotário favorito ainda não descobriu isso!

BEIJIIIIIIIIIIITOS.

POV ISABELLA

 

 

AAAAAAH, DEIXEM RECOMENDAÇÕES E COMENTÁRIOS. PRÓXIMO CAPÍTULO IREI COLOCAR UM AGRADECIMENTO GIGANTE PRA GALERA QUE RECOMENDOU. VOCÊS MERECEM!


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