90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 12
Capítulo 10 - Estrelas


Notas iniciais do capítulo

PROMESSA É DÍVIDA, E EU CUMPRI! CAPÍTULO GRANDÃO!
Gente, tem uma coisa me deixando chateada. Eu coloco as músicas para dar clima, com tanto carinho, e vocês nem escutam.
Por favor, escutem. Baixem, deixem carregar no YouTube. É importante e dá o clima certo para o momento.
ESPERO QUE GOSTEM DO CAPÍTULO!
BEIJÍSSIMOOOOOS!



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  - Eu me vi em sua ação, Rose. Coloquei-me em seu lugar. Porque já o fiz diversas vezes... E magoei algumas pessoas. Mas nunca notei o quão magoadas elas ficavam. Achava que isso era frescura. – Bella continuou a falar.


   Andamos lado a lado, dirigindo-nos ao corredor, vazio. Todos haviam se recolhido para seus quartos. Eu estava tão confusa! Teria feito o certo ao falar a verdade, o que sentia para todos? Será que me perdoariam?


   Estava embasbacada com aquela compreensão toda vinda de alguém que eu conhecia há três dias. Entretanto, eu já estava tão confusa e decepcionada comigo mesma que não me importava se Bella ainda era uma nova conhecida, ou nova amiga. Ela estava ali, e me entendia mais do que meus próprios amigos e família.


   - Eu sinceramente não entendo as pessoas, Rosalie... – Bella tornou. – Pedem sinceridade, dizem valorizar a honestidade, no entanto, quando alguém resolve ser sincero, justo, honesto, todos ficam magoados e irritados com tal pessoa. O mundo é hipócrita, em minha opinião. Por isso resolvi fazer as coisas do meu jeito. – Abriu um sorriso – bem sacana – riu.


   Ri um pouco de sua espontaneidade. Mas eu precisava de alento, de paz interior. Respirei fundo, me acalmando. As imagens do convento passavam pela minha mente. Fugir, fugir, fugir.


   Era a primeira vez que eu via realmente Bella. Não como uma amiga em potencial, ou minha nova companheira de casa, muito menos como “futura namorada de Edward”... Ainda mais agora, que eu tinha consciência de que a ilusão de ambos serem bastante parecidos se acabava. Na verdade, eu nem tinha certeza se queria mais que ambos ficassem juntos. Meu irmão continuava preso ao passado e Bella parecia ser muito mais digna e boa para ele.


   Não que Edward não fosse bom o bastante. Só...


   - Está pensativa – Bella comentou, tirando-me dos devaneios.


   As recordações do meu irmão a abraçando enquanto dormiam me veio à mente. E se Bella estivesse gostando dele? Eu tinha de alertá-la para o que teria de enfrentar. Os problemas, decepções... Ela merecia saber. Mostrou-se mais ao meu lado do que qualquer um. Era o mínimo que eu devia fazer.


   - Bella, posso te perguntar algo? – Indaguei-a, um pouco receosa, não sabendo como tocar no assunto.


   - Sim – disse, um pouco menos a vontade. Do que ela não queria falar?


   Respirei fundo, tinha de ser direta.


   - Você está gostando do meu irmão? – Bella teve um acesso de tosse. – Por favor, se estiver, me fale... Tem uma coisa que preciso te contar – disse.


   Bella arqueou as sobrancelhas e pensou um pouco, como se estivesse num dilema interno.




CÉU POV

   – EU QUERO ROSALIE CULLEN ABRINDO A BOCA SOBRE O PASSADO DO IRMÃO, ESTÃO OUVINDO?! – O diretor do reality “90 dias com ela” exigia para seus funcionários: os arcanjos influenciadores.


   - Está bem, chefe – assentiram e desligaram para realizar o serviço.


   - Ah, agora sim! – O diretor suspirou ao desligar o telefone e fitar sua televisão, onde passava o reality. – Com essa revelação sobre o passado de Edward Cullen, meu reality que já é um mega-sucesso vai hiper-ventilar no céu! Rá, rá, rá! – Riu euforicamente enquanto se abanava. – Eu ainda vou ter meu nome marcado para sempre na televisão celestial! – Prometeu a si mesmo.




BELLA POV

   Ponderei um pouco. Se eu dissesse a verdade: QUE EU ABSOLUTAMENTE ODIAVA MEU PUPILO IRRITANTE, Rosalie nunca me contaria. Ou demoraria muito tempo para contar, desse modo, minha missão estaria quase comprometida. Mas, por um lado, fingir gostar de Ed-boy era uma tarefa árdua! Impossível gostar de alguém tão irritante.


   Pensei no céu. Em Charlie, em Angela. Em tudo o que perderia se não conseguisse sair vitoriosa dessa missão. É, tinha muita coisa em jogo para eu perder por conta de uma mentirinha boba. Depois contaria a verdade para Rosalie. E logo depois que eu falei da hipocrisia da verdade! Droga...


   - Sim, estou gostando do Ed-boy... – Falei, mesmo soando falso até aos meus ouvidos.


   Rosalie suspirou.


   - Bella, se você gosta mesmo do Edward, sugiro que se prepare para enfrentar alguns problemas... – Ela fitou o chão. – No passado, nós todos passamos por muitos problemas, no entanto, a carga mais pesada foi para Edward. E ele ainda não se recuperou – fez uma breve pausa. – O motivo para ele ser tão... Infantil, ou irritantes às vezes, é em grande parte culpa de tais acontecimentos passados.


   Rosalie andava de um lado para o outro.


   - Bem, na verdade, os acontecimentos passados afetaram a todos nós. Sabe por que fui para o convento? – Me fitou. – Para superá-los. Foi como uma válvula de escape, mas acabei me identificando e ficando por lá. Alice, naquela época, entrou em forte depressão, ou “virou emo” como alguns dizem. Tentou cortar os pulsos duas vezes. Edward se trancou em seu próprio fundo, fixou idéias sem fundamento sobre a vida em sua cabeça. Tornou-se amargo, indiferente.


   A ex-freira tinha os olhos perdidos, em alguma parte do corredor à frente, lembrava de um passado distante... E perto. Para eles.


   - Sabe o porquê de tudo isso, Bella? – Me fitou. Balancei a cabeça negativamente. – Por conta de um acidente – murmurou baixo. – Um acidente que matou nosso pai, Charlie Swan, e marcou nossas vidas para sempre.


   Eu podia ver claramente que Rose fazia algum esforço para não chorar, entretanto a tristeza em sua voz era tão audível quanto se sinos badalassem para me avisar.


   Estava tão perdida na amargura da ex-freira que só me toquei do nome citado certo tempo depois: Charlie Swan. Charlie. E não pude evitar pensar no meu tutor. E não pude deixar de sentir sua falta.


   Não podia mentir para mim mesma, apesar de ter sido muito bem acolhida (menos pelo meu pupilotário), sentia uma falta imensa de Charlie e Angela. Também não podia deixar de pensar no que ambos fariam se estivessem aqui, comigo. Não podia deixar de perceber a imensa lacuna que se abria a cada minuto, sabendo que as únicas duas pessoas (anjos) que realmente gostavam de mim do jeito que sou não estavam nesse momento ao meu lado, para me apoiar, me confortar, me encher de conselhos patéticos, ou apenas para me lançar olhares: aprovadores ou não. Sentia tanta falta!


   Eu entendia a dor de Rosalie. Perder algum ente querido deveria ser mil vezes pior do que ser proibido de vê-los por certo tempo. Ainda assim, a lacuna dentro de mim era muito grande.


   - Também sinto falta de um Charlie – comentei, baixo, confessando vergonhosamente a mim mesma que eu estava com medo e sozinha. Eu precisava de Charlie.


   A ex-freira sorriu amigavelmente e voltou a fitar o teto.


   - Como ele é... – Depois de certo tempo tornou. – Como é o seu Charlie?


  Um sorriso sorrateiro dominou minha face. Era fácil falar do meu tutor.


   - Ele é um chato, mandão, que vive me dizendo o que fazer, ou não fazer... Mas é um grande homem. Ajudou-me muito. Não só um grande homem... – Ponderei, procurando a palavra certa para definir o que Charlie significava para mim. – Um grande amigo... Não, não só isso... Ele é... – Respirei. – Um pai. Meu segundo pai. Meu tutor. – Completei, por fim.


   - E seus pais? – Rosalie me indagou em seguida.


   Franzi o cenho. Ruim não era não ter, ruim era saber que já teve algum dia, mas que não se lembra.


   - Eu... Não os conheci – menti, sendo em parte verdade, já que eu não me lembrava dos mesmos.


   - Desculpe – Rosalie pediu. – Só estou falando coisas que magoam as pessoas hoje. Sinto-me péssima! – Exclamou.


   - Não, isso não... Não me magoou – tranqüilizei. – É só um pouco estranho falar sobre isso. – Falei.


   Então percebi que eu havia basicamente comentado pontos cruciais de minha vida, e em conseqüência disso, tinha perdido o foco principal: o motivo para Edward Cullen ser o cara mais irritante que já conheci na vida (e no céu).


   - Então, Rose, por que o Edward foi quem sofreu mais com a morte do pai de vocês? – Tornei.


   A ex-freira baixou os olhos.


   - Ele se sente culpado... Culpado por tudo o que lhe aconteceu naquela época... – Sussurrou. – Olha Bella, não posso contar mais porque sinceramente não sei o que se passou pela cabeça de Edward. Não posso ler mentes – disse sarcasticamente. – E, além disso, não me sinto bem em recordar o acidente. – Confessou.


   Assenti. Ela já havia me dado informações preciosas, e não desejava deixá-la pior do que a mesma já estava – por mais sacana que eu fosse.


   No entanto, o silêncio prolongado fez minha curiosidade se atiçar em um ponto. Rosalie havia me perguntado como era meu tutor, agora eu queria saber como era seu pai. Mas... Seria certo perguntá-la sobre isso? Com a mesma nesse estado?


   Como curiosa nata, decidi perguntar.


   - Rose... – Mordi o lábio, cautelosa. – Como era... O seu Charlie? – Questionei-a.


   Ela sorriu milagrosamente, aliviando um pouco a tensão e tristeza em seu rosto.


   - Ele não foi o melhor pai de todos. Mas era um cara legal. Sinceramente, era isso o que eu pensava dele quando era mais jovem... Parece que só valorizamos as coisas quando as perdemos. – Acrescentou. – Hoje, reconheço que apesar de não ter nos dado toda atenção do mundo por conta do trabalho, ele era o pai que mais amava sua família em todo o mundo. Só não soube demonstrar. Ou nós não deixamos que ele demonstrasse.


   “Ele queria notas altas, esforços, prêmios. Mas ao contrário do que nós pensávamos, não era para mérito próprio. Ele queria ver-nos felizes. Uma pena que só tenhamos descoberto o quanto Charlie nos amava depois do acidente.


   Meu pai escrevia todas as noites cartas onde dizia o que sentia. De verdade. Não escondia nada. Desde a sua felicidade quando soube que Alice havia ganhado o papel principal numa peça da escola, até sua irritação quando soube que uns garotos estavam tentando arrumar confusão com Edward. E, no final de todas as cartas, dizia com direito a várias exclamações que nos amava tanto que parecia que seu coração podia explodir a qualquer hora de tanto amor.


   Entretanto, nós, sua família, fomos horríveis com ele. Minha mãe era a única que se empenhava em amá-lo com a mesma intensidade. Eu fingia não o escutar, ignorando-o. Ele escreveu sobre isso em uma das cartas, em quanto se sentia triste com isso, e, o quanto, mesmo assim, me amava e admirava-me. Edward estava feliz demais com sua vida perfeita para notá-lo. Sabe, antes, Edward e Charlie eram como carne e unha, inseparáveis. Mas a adolescência e Tanya chegaram, então meu irmão passou a passar mais tempo com suas próprias conclusões. Quando Charlie o chamava para programações juntas, ele não ia mais. Tinha que ir com Tanya para não sei onde, tinha que treinar futebol... Enfim, Charlie também havia perdido a atenção de um filho.


   Alice e Charlie sempre se deram super bem. Ela era a 'garotinha do papai'. Com o passar do tempo, Charlie tinha de trabalhar mais, e os horários dos dois não se encaixavam mais já que Alice tinha teatro, e mil outras coisas. Mal se viam.


   Você sabe o quanto é difícil acordar toda manhã e pensar no que poderia ter sido feito de diferente, Bella? Sabe o quanto é difícil entrar no cemitério sabendo que você nunca mais vai ver seu pai sorrir. Sabendo que você não o valorizou enquanto ele sempre esteve ali...”


   - Nossa... – Assoviei.


   E pensar que eu tinha julgado-os rebeldes sem causa, no início.


   - Eu penso em Charlie todos os dias. Nos seus cabelos castanho chocolate, seus olhos da mesma cor, seu bigode que o dava um ar de chefe... – Murmurou e me fez imediatamente lembrar meu Charlie. Meu tutor.


   Rindo, comentei:


   - Engraçado, meu tutor também tem olhos e cabelo castanho chocolate, e o bigode... Nossa não vou nem comentar! – Disse aos risos.


   - Que coincidência estranha – Rose riu um pouco. – Quero conhecer esse seu tutor algum dia – afirmou em seguida. Paralisei imediatamente.


   Ela só poderia ver Charlie quando morresse, no mínimo.


   - É, quem sabe algum dia... – Disse, sem selar nenhum compromisso.


   Passamos alguns minutos em silêncio.


   - Você tem alguma foto? – Rosalie perguntou-me de repente. – Do seu tutor?


   - Não... – Respondi.


   - Ah, que pena... Eu guardo uma de Charlie – sorriu. – É minha melhor recordação. Uma foto do meu pai sorrindo. Poderíamos compará-los.


   Uma idéia lampejou em minha mente, junto com a curiosidade.


    - Por que não me mostra? – Sugeri. – Posso dizer as características do meu tutor.


   - Não vai ser tão bom quanto uma foto, mas... Vamos! – Disse, puxando-me pelo corredor.



                                                 ...

   - Eu sempre a levo comigo, para onde quer que vá – Rosalie disse, ao vasculhar sua bolsa, em procurada da tal foto.


   Esperei pacientemente enquanto a ex-freira remexia algumas gavetas, já que pelo visto a foto não se encontrava em sua bolsa. Foi quando a mesma deu um pulo para trás.


   - Achei! Olha – mostrou-me a foto.


   De primeira, não o reconheci. Estava um pouco menos corado na foto, do que no ao vivo. Mas ao analisar melhor os traços, as feições, o cabelo, os olhos, o bigode...


   - Bella? Bella, você está bem? – Rosalie parecia nervosa.


   - Estou... – Menti. Muito mal por sinal.


   ERA CHARLIE! O PAI DE ROSALIE! DOS CULLEN! CHARLIE, MEU TUTOR! O MEU CHARLIE!


   Mas como poderia ser o mesmo Charlie? Meu tutor sempre foi muito paternal para comigo, não o cara excluído que Rosalie havia comentado!


   - Seu pai... – Murmurei. – Parece-me muito... Afetuoso – pausei. – Na foto, digo – corrigi meu erro.


   - Ele era, de fato. Se nós tivéssemos o deixado mostrar esse seu lado... – A ex-freira suspirou.


   Dessa vez, não retruquei. Ainda estava em choque com a descoberta. Charlie, pai dos Cullen... E meu tutor?!


   Ah, mas no domingo eu teria uma longa conversa com ele. Ah se teria!


   - BELLA, ROSALIE, VAMOS AGORA OU CHEGAREMOS ATRASADOS NA FACULDADE! – A voz de Emmett soou, de longe.


   - Vá Bella, eu preciso de um momento para mim. Um momento para repensar, refletir. E tem de ser agora. Tenha uma boa aula! – Disse, abraçando-me amigavelmente.


   - Obrigada, Rose – disse, sincera. – E boa sorte com sua... Reflexão!


   Acenei enquanto dirigia-me para fora da casa. E a ex-freira ficou ali. Talvez ela decidisse ir para longe, para o convento mesmo sem ainda estar judicialmente liberada. Talvez decidisse ficar.


   Eu queria que ela ficasse. E compartilhasse suas experiências comigo. Seria interessante aprender com a Rosalie.




                                             ...

   Ed-boy já estacionava seu volvo no estacionamento da Forks University. Eu, Alice e os garotos optamos por ir em um só carro, ao invés de ter que buscar o porsche de Alice. Dessa parte, Rosalie se encarregou, já que faltaria a faculdade hoje.


   Provavelmente fugiria com o porsche de Alice...


   - Boa aula, galera! – Emmett desejou ao sair do carro.


   Desci também e – acompanhada irritantemente do meu pupilotário – caminhei em direção ao prédio de medicina.


   Estava na metade do caminho quando um “foguete” me interrompeu.


   - OI BELLA! – O adolescente esquisito com quem eu tinha trombado dias atrás disse. – Tudo bom? Eu estava aqui casualmente com meu irmão, quando te vi, e quis falar com você, sabe? – Ele me olhou. – Hey! Você realmente está muito bonita hoje! Você lembra-se de mim? O Alec, o garoto que você trombou na secretaria! – Continuou tagarelando.


   - Oi, Alec – falei primeiramente. – Sim, eu me lembro de você. – Meu ânimo não se comparava nem a um centésimo ao do garoto.


   Comecei a rir como louca quando percebi seu visual. Seu cabelo estava estranhamento penteado do mesmo que o de Ed - boy. Esse, inclusive, estava com uma carranca no rosto, provavelmente já tendo percebido o novo penteado do pirralho.


   - Então, eu estava pensando, sabe... – Tornou, ignorando meu riso.


   - No que você estava pensando, Alec? – O irmão mais velho do garoto interrompeu, aparecendo de repente. 


   O pirralho começou a tremer convulsivamente, como se estivesse tendo um piripaque. Com pena de Alec, resolvi ajudá-lo.


   - Ele está conversando comigo – respondi.


   Alec me fitou, chocado.


   - Ah, oi Bella! – Demetri me cumprimentou, com a voz transformada em algo mais doce e amável. – Desculpe pelo tom de antes, é que o Alec jurou que só vinha aqui para dar uma olhada nos calendários dos concursos da faculdade, mas ao contrário, ficou sentado ali em frente ao prédio de medicina. Nem imagino por quê. – Ironizou.


   Encarei o pirralho, boquiaberta. Ele virou meu fã, ou está pensando que vai conseguir algo... Céus, que ilusão!


   - Não é nada disso! Droga! – Alec resmungou. – Você sempre faz isso, estraga minha vida! – Reclamou.


   De fato, Demetri era um estraga prazeres completo para o irmão mais novo. E, certo, ele atrapalhava tudo o que Alec fazia. Considerando isso, resolvi ajudar o pirralho mais uma vez.


   - Então, Alec, o que você estava dizendo antes do seu irmão interromper? – Pedi.


   Dessa vez, foi Demetri quem me fitou chocado.


   - Eu... Eu... Queria saber se você... Sabe... – Encarava o chão, corado. – Você... Você... Sabe, eu queria saber se... Você sabe...



                                               ...



   - Sabe... Se você... Sabe...


   - Chega! – Ed-boy interrompeu. – Pede logo, garoto! – Disse, impaciente.


   - Bella, você quer sair comigo? – Pediu, quase morrendo de nervosismo.


   Ok, o pirralho literalmente pirou achando que eu vou sair com ele.


   - Alec, você é doente! – Demetri levou a mão à testa. – É claro que ela vai recusar! Garotas mais velhas não saem com adolescentes! É quase uma regra – e essa última palavra desencadeou a pior parte de mim.


   A parte que quebra regras, sem pestanejar!


   - Eu aceito sair com você – respondi.


   Demetri e Ed-boy olharam para mim, boquiabertos. Meu pupilotário teve um ataque de tosse em seguida, e Demetri não conseguiu articular nenhuma palavra com nexo.


   - É sério? Você vai mesmo sair comigo?! – Alec perguntou, com os olhos arregalados.


   - Sim – disse, simplesmente.


   E Alec desmaiou. Demetri – ainda mudo – foi amparar o irmão, e o ataque de tosse de Ed-boy só piorou.


   Como eu sou uma pessoa super caridosa – e não perco uma oportunidade de sacanear meu pupilotário – me aproximei de suas costas e lhe desferi um super tapa.


   Meu pupilotário me fitou com ódio, mas continuou a tossir.


   - Ah, não parou! Vou tentar de novo! – Declarei. Ed-boy gesticulou que não com – desesperadamente - as duas mãos, mas eu fiz questão de não ligar.


   Dei um tapa mais forte em suas costas, fazendo com que o mesmo cambaleasse para frente.


   - Não! Eu já me recuperei! – Fez questão de exclamar, após o tapa.


   Demetri ria da cena, enquanto abanava seu irmão, ainda desacordado.


   - E você, Demetri, vai continuar rindo ai ou levar seu irmão para o... – Tossiu. – Hospital? – Logo após, tossiu novamente. E se tocou no que isso lhe traria como conseqüência.


   Sorri sorrateiramente enquanto me aproximava de suas costas novamente.


   - Não! – Tossiu. – Eu estou bem! JU... – Tossiu novamente – RO!



                                            ...

POV ROSALIE

   Após um taxi ter me deixado no bar onde havia passado a pior noite da minha vida, liguei o porsche de Alice e dirigi pelas ruas de Nova York.


   Engraçado como eu iria sentir falta de tudo. Até das coisas que mais odiava, como o barulho, prédios a perder de vista... Sim, só valorizamos as coisas quando as perdemos...

   Se houvesse outra solução para me redimir do mal      que havia feito... Alguma maneira que me livra-se dessa culpa...


   Não. Não tinha. O jeito era fugir para o convento – enquanto não descobrissem que não sou mais pura - e só voltar quando estivesse preparada. E quando todos não estivessem mais com raiva de mim. Que burra havia sido em contar tudo o que sentia!


   As ruas passavam por mim como flashes. Diminuí a velocidade a fim de contemplar a paisagem urbana que eu não veria por certo tempo. Sentiria tanta falta!


   Se houvesse uma solução!


   PARA SE REDIMIR DO MAL, FAÇA O BEM!

   Imediatamente parei o carro ao notar tal placa. Obrigada meu bom Deus! Obrigada! Ao estacionar o carro em uma vaga ao lado da placa, a li com calma:


FEZ ALGO RUIM E NÃO VÊ COMO SE REDIRMIR?

PARA SE REDIMIR DO MAL, FAÇA O BEM! DÊ ABRIGO PARA UM DOS MORADORES DE RUA DE NOVA YORK! O ENDEREÇO PARA SE INSCREVER EM NOSSO PROJETO É (...)

   Ao anotar o endereço, arranquei o porsche e dirigi em alta-velocidade até o local, onde me inscrevi com facilidade no projeto.


   - Não se preocupe senhorita, o morador de rua estará aqui amanhã, com tudo pronto para a senhorita levá-lo a sua moradia. – Me tranqüilizou.


   - Certo, o buscarei amanhã depois da faculdade! – Avisei.


   A atendente assentiu e eu me senti renovada. Fazer o bem era realmente fantástico! Agora tinha forças e um novo companheiro de casa que me apoiaria. Conseguiria enfrentar a fúria dos meus amigos e familiares sem fugir! Sentia-me menos decepcionada comigo mesma.



                                                        ...

POV BELLA

   As aulas discorreram normalmente. Com a loira de farmácia chamando a atenção de Ed-boy toda vez que eu estava próxima do mesmo. Se ela estava com ciúmes? Não sei. No entanto, cada vez eu estava mais certa que sim. Bem, mais certa ainda depois que assimilei e descobri que Tanya era a ex-namorada de Ed-boy. Mas não entendi o lance do ciúme. EU NUNCA IA QUERER ALGO COM MEU PUPILO IRRITANTE! POR QUE TODOS NÃO BOTAVAM ISSO EM SUAS CABEÇAS?! ERA ALGO TÃO CLARO DE SE NOTAR!


   Já me encontrava no carro, no meio – espremida – entre Emmett e Alice. Jasper e Ed-boy estavam na frente.


   O silêncio dominava o local.



                                                     ...

POV EMMETT

   Eu pensava em Rose. Apesar de ela ter dito algumas coisas que me deixaram triste, eu não tinha ficado com raiva. Mas para manter minha moral elevada, decidi fazer drama. Certo, isso agora estava me deixando bolado, porque com todo mundo brigado com ela, não havia mais motivos para Rose não voltar para o convento.


   Se Rose não estivesse lá quando eu chegasse... Nem sei o que faria. Já se estivesse, mandaria minhas melhores cantadas, rá!



POV BELLA

   Continuei calada até que senti algo me beliscando.


   - Ai! – Gemi.


   Todos imediatamente olharam para mim. No entanto, percebi um olhar diferente por parte de Alice: pedia silêncio.


   - Acho que foi só uma impressão minha, calma – tranqüilizei a todos.


   A anã respirou aliviada. Entretanto, um segundo depois senti outro beliscão. Com raiva, olhei para o local, e, por mais estranho que isso possa ser, encontrei um bilhete. Sem hesitar, abri-o discretamente, curiosa para ler.


   Seja discreta, Bella. Aqui é a Alice. Você acha que a Rose está certa? Que eu ligo demais para a moda?... Por que... Bem, eu estava pensando... Se até a Rose acha isso, e é minha irmã, o Jazz que não é muito ligado ao mundo fashion deve pensar muito pior! O que acha? Talvez seja por isso que ele nunca me deu muita bola...

   Revirei os olhos com aquilo. Será que Alice não parava um só segundo de pensar em Jasper?


   “Você terá de ajudar Alice a controlar tal compulsão por roupas, acalmá-la nos momentos difíceis, e talvez até uma amizade, quem sabe?”

   E eu me lembrei do relatório de Charlie. Se Rose já tinha dado o pontapé inicial, não custava nada usar isso ao meu favor. Percebi que havia também uma caneta próxima ao local onde o bilhete se encontrava antes. Prontamente a peguei e comecei a escrever.

   Bem, Alice... Você não deve surtar. Mas, se quer minha opinião, apesar da Rosalie ter sido dura com você, acho que realmente às vezes você exagera... NÃO SURTE!!!

   Cautelosamente para ninguém perceber, embrulhei o bilhete e deixei-o no mesmo local de antes. Alice pegou-o discretamente.


   Quando começou a ler o mesmo, os olhos de Alice arregalaram-se, e sua boca entreabriu. Era só o que me faltava se a piloto de baratinha ficasse com raiva de mim também! Já estava de bom tamanho odiar e ser odiava por meu pupilotário!


   Alice estava tão chocada que não sabia se escrevia ou tremia. Emmett parecia muito relapso em seus pensamentos para perceber o fuzuê que acontecia, do contrário, já teria roubado o bilhete e nos sacaneado.


   Ao sentir o mesmo beliscão, senti uma vontade enorme de matar Alice. Mas me controlei.


   AAAAAAH! E AGORA?! ESPERA... JÁ SEI! BELLA, VOCÊ VAI ME AJUDAR A ME VESTIR E PENSAR MENOS EM MODA! VAMOS AO SHOPPING AMANHÃ MESMO, ASSIM QUE CHEGARMOS À CASA DOS MENINOS, LEVARMOS NOSSAS COISAS DE VOLTA PARA NOSSA CASA LINDAAAAA, E PRONTO. A NOVA ALICE CULLEN ENTRARÁ EM CENA! SUPER DESPREOCUPADA COM MODA E COISAS FÚTEIS...


   Ah... Eu vou chorar... E o que eu faço com minhas roupas da moda da próxima estação? Eu já tinha até comprado! Droga...


   Charlie estava certíssimo ao me alertar sobre o vício de Alice em moda.      Ah, claro, afinal ele deveria conhecer muito bem a FILHA que tem! Como sempre: EU SOU A ÚLTIMA A SABER DAS COISAS!


   Puxei a caneta e comecei a escrever.


   Não sou muito boa com isso... Mas posso te ajudar. Ok, amanhã, então.


   Entreguei o bilhete nas mãos de Alice, que abriu um sorriso ao o ler, e, em seguida, me abraçou. Todos ficaram sem entender o motivo de euforia da anã, entretanto, como Alice nunca foi muito decifrável, ninguém se deu ao trabalho de desconfiar.

                                                       ...

POV JASPER

   Ao chegarmos a nossa casa, Edward estacionou o volvo e todos saíram do carro. As garotas entraram na casa primeiro, conversando sobre algo. Aproveitei esse momento para puxar meu amigo e meu irmão para conversar sobre minha “mudança de visual fashion”. Eca.


   - Quando vai acontecer? – Perguntei. – Preciso me preparar psicologicamente – expliquei em seguida.


   Emmett riu da minha desgraça, e Edward deu um sorriso malicioso.


   - Se prepare, iremos comprar as roupas amanhã mesmo – me informou.


   - AMANHÃ?! – Exclamei, pego de surpresa.


   - Sim, amanhã. Você quer conquistar minha irmã, ou não? – Edward me pressionou.


   - Quero... – Murmurei, abatido. – Mas é que estou com medo... E se não der certo?


   - Claro que vai dar! Confie em mim! Quando foi que eu te decepcionei? – Edward me indagou.


   Revirei os olhos.


   - Todas as vezes em que tentou me ajudar – respondi com convicção.


   Edward se limitou a dar um risinho nervoso. Emmett riu mais ainda de toda a confusão.


   - O quê?! Você tem certeza disso, Allie?! – Ouvimos a voz de Rosalie soar dentro da casa.


   - Rose? – Emmett murmurou, eufórico. – Ela não foi embora! – Quicou. – Ah, eu tenho que ir lá cantá-la! Tchau! Boa sorte ai com a mudança! – Desejou apressadamente e – correndo – adentrou a casa.


   - Emmett nunca vai mudar mesmo... – Falei, sem muito entusiasmo.


   - É mesmo um demmentt...



POV BELLA

   - É claro que eu tenho! Quero conquistar o Jasper e não vou medir esforços! – A anã declarou. – Além disso, vocês duas foram as únicas verdadeiras comigo.


   - Então quer dizer que não está mais com raiva de mim? Mesmo depois do que eu disse? – Rosalie disse, atônita.


   - Claro que não! – Alice a tranqüilizou, abraçando-a em seguida. – Você me fez abrir os olhos... Foi só difícil enxergar no começo. Mas, no final das contas, isso me ajudou. Agora sei como conquistar o meu Ken! – A piloto de baratinha estava extremamente eufórica.


   - Eu vou te ajudar com o plano, Allie – Rosalie se prontificou. – E a Bella também.


   O Quê?! Eu?! Ah, valeu mesmo hein! Não basta um encontro com um pirralho, agora ter que acompanhar uma viciada em compras ao shopping no dia de amanhã! Sacanagem! Claro que eu já tinha prometido a ela... Mas eu achava que com a presença de Rose ela não se importaria se eu não fosse!


   - Ai que tudo, meninas! Vou conquistar meu bofe! – Alice bateu palminhas e deu pulinhos.


   - ROSE! – Emmett apareceu de repente no quarto e enlaçou a ex-freira em seus braços.


   Os olhos arregalados de Rose denotavam seu choque com a ação de Demmentt. É, os burros também amam!


   - Ah, você não foi embora! – Disse, felicíssimo.


   - Claro que não... Por que iria? – Rosalie falou, igualmente feliz. Até se tocar do que estava fazendo.


   A ex-freira afastou-se abruptamente de Emmett.


   - O que foi, Rose? – Emmett murmurou, confuso. Eu e Alice nos entreolhamos, igualmente sem entender nada.


   - Você! – Ela apontou. – Como teve coragem de se aproveitar de mim ontem, Emmett? – Acusou.


   Olhamos chocadas para Demmentt. Não... Ele não seria tão sacana assim!


   - Eu? – Ele murmurou.


   - Sim! Tirou minha pureza! – A ex-freira disse, ressentida.


   - EU? – Emmett gritara. – Eu só trouxe você para casa! – Afirmou. – A não ser que eu seja sonâmbulo... Mamãe disse que quando eu era mais novo andava pela casa dormindo, atrás de um copo de leite... – Emmett divagou.


   - Era só o que me faltava! Perder minha castidade com um sonâmbulo! – Rosalie se desesperou.


   Alice começou a ter uma crise de risos, e não pude deixar de acompanhá-la. Hilário! Hilário! Entretanto, quando a anã começou a falar coisas sem nexo, deduzi que não ríamos pelo mesmo motivo.


   - Rose... Como você deduziu... – Riu mais. – Que o Emmett fez isso? – Continuou a gargalhar.


   - É só olhar as marcas em meu corpo para perceber – murmurou com raiva.


   - Marcas? – Emmett arregalou os olhos. – Uau, cara, eu sou feroz! – Gabou-se, feliz da vida.


   Alice ria ainda mais.


   - Rose, essas marcas... – Riu mais ainda. – Não foi o Emmett. No bar, você... – Gargalhou alto. – Ficou com vários caras, e eles fizeram isso. Mas... – Continuou a rir. – Não perdeu sua “pureza”. – Se jogou no chão de tanto rir.


   - Emmett, então, não... – Ponderou. – Não foi você! Ai meu deus! Desculpe-me! – Pediu.


   - A Rose ficou com vários caras no bar? – Emmett estava chocado.


   - Sim – respondi por Alice, que se debatia no chão de tanto rir.


   - Não acredito! Como pôde me trair?! – Emmett gritou.


   - Eu não te traí, não sou nada sua! Mas... – Rosalie estava desesperada. – Eu fiquei com vários caras? Como sou suja! – Disse, chorosa, e saiu, dirigindo-se para outro quarto onde provavelmente se trancaria para momentos sórdidos de reflexão.


   - Espera, Rose! – Emmett gritou e foi atrás dela. Eu e a anã só assistíamos a cena do casal.


   A ex-freira parou e Demmentt conseguiu alcançá-la.


   - Você tem uma borracha? – Perguntou a ela.


   O QUÊ?!


   - Não. Por quê? – A própria Rose não estava entendendo nada.


   - Porque eu não consigo te apagar do meu coração – cantou-a.


   Alice e eu começamos a rir. Rosalie adentrou o quarto e trancou a porta, furiosa com a interrupção.


   Emmett não se abateu.


   - ROSE, EU TÔ FAZENDO UMA CAMPANHA DE DOAÇÃO DE ORGÃOS! QUER O MEU CORAÇÃO?! – Gritou (cantada enviada por: Yara_Volturi).


   Não houve resposta. No entanto, Emmett resolveu tentar novamente.


   - ROSE, SEU NOME É TAMARA?! – Gritou.


   Era só o que faltava... Existe algum ser mais burro que o Demmentt?!


   Como Rosalie não o respondeu, ele resolveu continuar mesmo assim:


   - NÃO? PORQUE VOCÊ TÁMARAVILHOSA! – Respondeu por Rose (cantada enviada por Monike).


   A ex-freira continuou calada, entretanto, Emmett insistia!


   - ROSE, VOCÊ GOSTA DE BOB ESPONJA? – Perguntou.


   Mais uma vez, não foi respondido.


   - NÃO?! – Continuou. – PORQUE EU QUERO MORAR NA FENDA DO SEU BÍQUINI! – Declarou (cantada enviada por Tsuu).


   - Emm, a Rose não usa biquínis! – Alice o informou.


   Finalmente Demmentt desistiu e veio até nós, cabisbaixo.


   - O amor de vocês é tão saci: se você chutar ela, como só tem uma perna, você mesmo cai – refleti.


   - O que eu faço? – Emmett indagou, arrasado.


   - Dê um tempo para ela, Emm. Ela precisa disso – Alice disse.


   - Se é assim... Tudo bem. Diga a ela que estou no escritório cuidando do meu jog... De alguns assuntos particulares! Mas que ela pode ir até lá quando quiser – disse.


   - Avisaremos – Alice informou, me incluindo – como sempre – mesmo sem nenhuma palavra dita por mim.



POV EDWARD

   - Jasper, eu estava pensando... – Comentei. – Se você vai virar o cara mais fashion que qualquer um já possa ter conhecido, precisa mudar esse cabelo também. Vou marcar um horário para você no cabeleleiro de Alice. – Concluí.


   - NÃO! – Ele se desesperou com a minha sacanagem. – Por favor, eu já vou ter que jogar minhas roupas de metaleiro super legais fora, e você ainda quer DESTRUIR MEU CABELO? VOCÊ PIROU?! – Gritou, nervoso.


   Na verdade, eu só queria deixá-lo furioso mesmo. Sacaneá-lo. Mas, depois dessa reação...


   - Ok. Ok. Relaxa. Não vou fazer. – O tranqüilizei.


   - É bom mesmo – disse, irritado, e dirigiu-se para dentro da casa.


   Olhei para os lados e ao constatar que não havia nenhuma testemunha, alcancei o celular e disquei o número do cabeleleiro de Alice – tinha tal número por ela ligar várias vezes do meu celular.


   - Salão de beleza Fashion Hair, como posso ajudar? – Uma voz nasal atendeu.


   - Desejo marcar um horário. E um horário bem extenso porque farei uma transformação completa! – Ri, sabendo que Jasper me mataria.


   - Temos uma vaga a tarde. Serve, senhor? – A atendente perguntou, com sua voz nasal.


   - Sim, serve! – Respondi prontamente.


   - Qual o seu nome, senhor?


   - Jasper Hale – Fiz um tremendo esforço para não gargalhar.


   - Horário marcado, tenha um bom dia – e desligou na minha cara.


   Grossa! 



                                               ...

POV BELLA

   No resto dia eu e as garotas organizamos nossas coisas e partimos no porsche de Alice para nossa casa. Os garotos também se mudariam hoje, mas afirmavam que não precisariam de ajuda. Agora sim a convivência começava.



                                                ...

   Ao adentrar a casa, fui direto para o meu quarto. Era lindo! Possuía paredes lilás com móveis brancos, estantes, televisão – pequena -, um guarda-roupa gigante e uma king size no meio. Entretanto, o que mais gostei foi a janela que possuía vista direta para a casa vizinha. E para o céu. De onde eu nunca deveria ter saído.


(Link seguro – Airplanes – B.O.B feat Hayley Williams)

(http://www.4shared.com/audio/5XEGO5Ev/Bob_ft_Hayley_Williams_-_Airpl.htm)

(Link youtube)

(http://www.youtube.com/watch?v=kn6-c223DUU)


   Encostei-me ao parapeito da janela, tentando ver o céu com mais clareza. Estava realmente bonito. Azul escuro, com estrelas o enfeitando. E eu não tinha nenhuma noção do quanto ele era bonito. Só agora. Quando havia o perdido.


   Porque só valorizamos as coisas quando as perdemos...


   E podia até ser bobo, mas senti uma vontade tão grande de estar lá, que fechei os olhos. Imaginei-me subindo, voando, e voando. Até tocá-lo.


   Ao chegar lá, Charlie me abraçaria, Ang abriria um sorriso, e o diretor voltaria a me criticar. E eu faria muitos amigos. Entenderia o porquê de tudo. Então, quando estivesse cansada, me sentaria ao lado de uma das estrelas e veria de perto todo o espetáculo luminoso. Eu seria feliz por toda a eternidade.


   Ou, talvez, pudesse me transformar em uma delas. Brilhar. Ser vista e admirada por todos...


   Ao abrir os olhos, senti-me cansada e acabei adormecendo assim que deitei na cama.



                                                        ...


   Eu estava no mesmo túnel de antes. Mas agora eu sabia para onde ir, portanto, acabei alcançado a luz mais rápido.


   Ao chegar lá, Renée me esperava com toda sua ternura e seu sorriso amável. Não me contive e lhe abracei. Estava tão feliz por poder vê-la!


   - Você me parece mais calma hoje, querida – notou.


   - Vi as estrelas antes de vir aqui – comentei. – Sinto falta do céu!


   - Ah, o céu é realmente maravilhoso – ela sorriu. – Mas nada se compara aos verdadeiros sentimentos.


   - Como? – Franzi o cenho.


   - Esqueça, querida. Você tem algumas coisas para lembrar hoje – murmurou.


   - E se eu não quiser? – Disse, um pouco temerosa.


   - A escolha foi sua, Bella. Não pode retroceder. – Falou firmemente.


   Suspirei e posicionei-me a sua frente, me preparando para pular na luz.


   - Se concentre – Renée pediu antes que eu pulasse e caísse entre a vasta luminosidade.


   Dessa vez não me desesperei. Senti-me plena, completa, ali; senti-me como uma estrela no meio de tanto brilho, luz.


   Até que finalmente meus pés tocaram o chão. Não, chão, não... Algo verde... GRAMA?!


   Então reconheci o local. Era um jardim. Não só um jardim, mas o jardim da minha casa... Estava me lembrando!


   À minha frente, o mesmo homem que estava na cozinha – e que havia me chamado de filha - falava com uma eu mais jovem. Na verdade, com uma eu pirralha.


   - Está vendo ali? – Ele apontava para o céu.


   - Sim, papai – falei.


   - Junte as estrelas e terá uma constelação. Não são lindas? – Disse, sorrindo para mim.


   Aproximei-me para notar que o céu realmente estava maravilhosamente esplêndido naquela noite.


   - Papai! Já sei o que quero ser quando for adulta! – A eu mais jovem declarou, feliz.


   - Fale, filha – meu pai retrucou.


   - Uma estrela! Quero brilhar como elas! – Exclamei.


   Meu pai riu amorosamente, enquanto acariciava meu cabelo e beijava minha testa.


   - Está bem, querida. Você pode ser o que quiser! – Disse.


   E dessa vez quem sorriu fui eu. Com uma lembrança tão boa que chegava a acalentar meu coração.


   Foi quando meu corpo foi sendo puxado de novo... E eu quase gritei que queria permanecer ali... Mas não podia. Quando me dei por mim, já estava no túnel ao lado de Renée novamente.


   - Foi tão bom! – Comentei, sorrindo.


   - Nossa vida não é só feita de coisas ruins. Existem as boas, e as ruins, que não são do jeito como queremos. Mas podemos torná-las melhores – Falou, e eu me surpreendi ao notar que era a mesma coisa que eu havia dito a Edward uma noite atrás.


   - Renée, eu... – Comecei.


   - Você precisa voltar – me cortou.



                                                    ...

   Acordei bem-disposta, feliz. Dei mais uma olhada no quarto todo, e fiquei ouvindo o silêncio. As outras deviam estar dormindo.


   Levantei-me da cama e decidi checar o céu. Caminhei até a janela. Era dia, o sol brilhava com intensidade ofuscante e as nuvens brancas contrastavam-se contra o céu azul claro.


   - Bella?! – Ouvi a voz de... Ed-boy?! Mas eles não deviam estar na nova casa?


   Minha visão foi diretamente ao local de onde a voz vinha. Da janela da casa vizinha. De frente para a minha. E, para minha completa infelicidade, meu pupilotário realmente estava lá.


   - O que você está fazendo ai? – Resmunguei, irritada. Provavelmente ele só estava fazendo isso para me irritar. Nem moravam ali!


   - Não está sabendo? – Deu um sorriso matreiro. – Sou seu novo vizinho! Essa é a casa onde eu e os garotos vamos morar!


   Boquiaberta, cambaleei dois passos para trás.


   - E não me diga que o seu quarto é exatamente de frente para o meu?! – Ironizei.


   Seu sorriso tornou-se malicioso.


   - É. Coincidência, não? – Gargalhou.

                                     


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Notas finais do capítulo

Quem gostou deixa um review!
Kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Gente, algumas cantadas já foram selecionadas e colocadas na fic, mas ainda não achamos A CANTADA GENIAL.
Continuem mandando!
E agora? Como a Bella vai lidar com isso? Ser vizinha do seu pupilotário? Porque agora é permanente, né? Antes só era um tempo... KKKKKKKKKK SE FERROOOOOU!
O SONHO DELA FOI TÃÃÃO LINDO *-*
AH, GALERA, MANDEM REVIEWS, E POR FAVOOOOOOR QUEM FOR A PESSOA DO MAL QUE ESTÁ TIRANDO MINHA POPULARIDADE POR FAVOR SE IDENTIFIQUE OU ME MANDE EM MP O PORQUÊ. JUSTIFIQUE PELO MENOS, NÉ!
MANDEM RECOMENDAÇÕES TAMBÉM, TÁ? PRÓXIMO CAPÍTULO SERÁ POSTADO O QUANTO ANTES.
LOTEEEEEEEM DE REVIEWS E PONTINHOS DE POPULARIDADE!
BEIJÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!
AMOOOOOOOO TODOS VOCÊS!