FÉRIAS DE VERÃO escrita por Denise Reis


Capítulo 4
As Reflexões do Richard Castle


Notas iniciais do capítulo

Galerinha querida, continuo amando TODOS os comentários. ADORO!!! Obrigada a vocês pelas palavras e pelo apoio e em especial a “lovemorelove”, “Cleo Tavares”, “LahAlves”, “maria” e “lenisoldes” que favoritaram.
Bem, gente, como vocês pediram, o Castle foi visto andando por aí.... Vejam o que ele está fazendo e o que ele está pensando.
Continuem comentando, favoritando e até recomendem.
Mil beijinhos.



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Distante de sua casa, Castle estava triste, apaixonado e atormentado e andava por uma bela praça arborizada.

A primeira coisa que fez ao sair de casa foi desligar o seu iPhone. Ele não queria falar com ninguém, principalmente com a esposa. Ele queria pensar e faria isso por conta própria, sem a influência dela. Nem mesmo a voz dela ele queria ouvir. No entanto, ela estava presente por inteira na sua mente e no seu coração, mesmo sem precisar vê-la ou ouvi-la.

Apesar de ser casado com a Kate e viver com ela há mais de mais de onze anos, como casal, ele tinha vida própria e sabia andar com as próprias pernas, no entanto, tudo que fazia, via, falava ou pensava ele se lembrava de Kate, pois ela fazia parte dele. Mais do que uma tatuagem na pele, sua mulher estava incrustada na sua vida.

Enquanto caminhava pelo parque, ele se lembrou da conversa que tivera com a esposa na noite anterior e ainda ecoava na sua cabeça tudo que conversaram e tudo que fizeram antes de dormir.

.........................................

Estavam nus e agarradinhos sob o edredom. Tinham feito amor e, como sempre, a colocara sobre seu peito e fazia carinhos nos braços e nos cabelos dela, quando, depois de trocarem palavras carinhosas que traduziam o amor que sentiam, ele comentou – Amor, ainda não arrumamos as malas para a nossa viagem de férias.— ele deu um sorriso feliz e prosseguiu — Mas não se preocupe, babe, pois vai ser fácil e eu te ajudo. Aliás, nem sabemos ainda aonde iremos, pois combinamos de comprar as passagens aéreas e fazer as reservas do hotel apenas no dia, tipo surpresa. Então, amanhã mesmo, logo depois do café da manhã, nós deixamos as crianças brincando e pesquisaremos no computador e lugares aonde queremos ir. Sendo um local de praia bonita, com areia branca e com hotéis de primeira qualidade, qualquer lugar tá bom. O que não abro mão é que tem que ter areia boa porque prometi aos meninos que eu iria ensiná-los a fazer castelos de areia e eles ficaram animadíssimos.

Ele notara que ela ficara em silêncio e sem se mexer, então ele consultou o rosto dela para ver se ela tinha dormido e ao constatar que ela estava acordada, ele comentou – Pensei que você estivesse dormido.

— Amor... - Kate começou a falar, mas interrompeu

Ela fez uma pausa longa.

— Diga, amor da minha vida.— ele estava radiante só porque falara das férias.

— Houve alteração nos planos, amor... Eu não vou mais poder viajar.— ela falou num tom assustado, sabendo que tinha feito coisa errada e que aquilo ia gerar problema.

— Como é que é, Kate? — ele tirou-a do peito, se sentou e a olhou nos olhos, sem entender o que estava acontecendo— Como assim você não vai mais viajar... Quer dizer, NÓS não vamos mais viajar... Como assim? O que foi que aconteceu? Repita aí, porque eu acho que eu entendi errado ou então estou ouvindo coisas. Deus do céu — ele mudou o tom de voz para preocupado— Amor, você está doente?

— Não, Rick, você não escutou errado e a minha saúde está ótima! O fato é que o Comissário de Polícia, meu chefe, me convocou para uma reunião no departamento dele e me informou que a média de assassinatos na cidade de Nova York subiu bastante. Ele também me disse que a parte da cidade onde mais subiu o número de assassinatos, é a região que a minha delegacia abarca e, por conta disso, todos os Distritos estão com pendências nas soluções dos casos e que estas pendências se dão por carência de policiais, detetives e auxiliares, então pediu a minha ajuda... E no meu caso em particular, Rick, ele disse que a minha ausência iria aumentar o transtorno.

— Ele pediu sua ajuda... E daí? Sim, até agora não entendi... Onde é que entra a parte que você não vai mais viajar? Não estou vendo impedimento algum.

Ela faz um bico demonstrando que estava constrangida com o que tinha feito — Amor, a ajuda que ele pediu é que eu suspendesse minhas férias...

Ele a interrompeu — O que? Ele pediu que você suspendesse suas férias? Não acredito! Muita cara de pau a dele te fazer uma proposta indecorosa dessa. – ele estava pasmo. — E o que você disse, Kate?

— Eu disse “sim”...

— O que? – ele parecia não acreditar o que ouvira— Kate, você não podia ter se comprometido com o Comissário, antes de ter falado comigo. Eu sei que o trabalho é seu e as férias também são suas, mas os dias e o tempo das suas férias são seus e nossos e devemos aproveitar juntos, ainda mais que temos três filhos que dependem exclusivamente de nós, tanto que nós combinamos há seis meses que iríamos viajar e escolheríamos um local bacana para eles. E você escolheu este período, amor, porque corresponde ao período das férias de verão da Lily. Não que eu fosse a pessoa com o poder de “deixar” ou “não deixar” você trabalhar nas férias. Não é isso, mas é porque somos um casal e todos os planos e decisões, nós sempre fizemos  juntos. Isso é o casamento e já estamos nisso há nove anos. E não venha me dizer que “isso não é sobre mim”, como você por várias vezes me jogou na cara, inclusive no dia em que você decidiu ir à capital fazer a entrevista de emprego sem sequer comentar comigo. Na época você não quis me incluir na história de Washington-DC e você com certeza lembra que isso me magoou profundamente e você viu no que deu.

— Amor...

— Não, Kate, me deixe terminar.— ele não falava com grosseria, apenas estava chateado - Kate, se naquela noite eu não tivesse refletido bastante sobre o que você tinha feito e outras coisas mais e não tivesse ido ao parque conversar com você, o que teria acontecido conosco, eihm? Talvez hoje não houvesse um “nós”, muito menos a Lily, o Jake e o Reece.

— Mas fui eu quem telefonou para você, amor.

— Sim, você me telefonou, mas foi para me dizer que já tinha tomado a decisão de aceitar o emprego no FBI.

— Não, não foi isso. Tudo bem que eu iria te dizer que havia tomado a decisão de ir para o FBI, mas a minha intenção ao marcar o encontro com você, era te pedir desculpas e reconhecer que eu fui imatura não só em te esconder, mas também por ter feito tudo de forma premeditada ao agir sozinha sem te consultar e eu até já te falei isso, amor. Você já sabe, Rick, que eu ia dizer que meu sonho era continuar com você e queria te perguntar se você ainda me queria. No entanto, tudo saiu melhor do que eu esperava, pois você me pediu em casamento, e isso era o que eu mais sonhava desde que começamos a namorar.

— Pois é, você ter aceito a entrevista de emprego sem me consultar já foi ruim quando éramos namorados e agora, já casados, Kate,  você disse “sim” ao Comissário, também sem me consultar, só que hoje você não pode me dizer que “isso não é sobre mim”.

— Confesso que mais uma vez eu errei. Amor, foi tudo muito rápido e quando eu dei por mim já tinha dito “sim”. E você está certo, isso também é sobre você, pois somos um casal e qualquer decisão que tomamos diz respeito ao outro.

— E agora então, que temos três filhos, Kate, todas as decisões também dizem respeito a eles, Kate. Tudo que nós fazemos de bom ou de ruim reflete neles. – ele pegou as mãos dela entre as suas, acariciou-as e reivindicou de forma amorosa — Então, meu amor, ainda dá tempo. Reconsidere.

— Eu não posso, Rick.

Ele sentiu que ela tremia, então a abraçou — Amor, vamos dormir e amanhã a gente volta a falar neste assunto.

— Rick...

— Pssssiiii...— ele fez um sinal carinhoso, reproduzindo aproximadamente o som característico de pedir silêncio, para eles não tocarem mais naquele assunto — Não vamos mais falar sobre isso hoje, amor. Tivemos um dia agitado. Por um tris, a Gina não foi parar na mesa de Necrotério da Lanie... Porque ela me tira do sério e eu tenho até medo da minha reação, pois estou vendo a hora de eu não suportar mais aquela criatura e terminar matando.

— Uaaauuwww!!! Pelo que estou vendo, a sua reunião com ela foi tensa.

— Eu diria que foi muito tensa. Ela é uma ótima editora, eu sei, mas ela tem umas atitudes desprezíveis... Ela faz umas coisas estúpidas que até hoje eu não consigo entender como foi que eu me casei com ela e o pior, como se não bastasse, é que eu sabendo quem era a peça, eu voltei a namorar com ela...

Kate segurou o lençol sobe o seio e demonstrou estar chateada - Sério, que você vai me falar da Gina como sua ex-mulher e ainda me fazer lembrar que você voltou a namorar com ela justamente no dia em que eu tinha tomado coragem para aceitar ir para os Hamptons com você? No dia em que finalmente consegui enxergar que você não era mais aquele playboy egocêntrico e imaturo e que eu poderia ter futuro com você? Logo aquele dia em que eu havia conseguido derrubar boa parte do muro de proteção e ao ver aquela cena, eu construi um muro mil vezes mais forte e maior. Você pode não ter percebido como eu fiquei arrasada naquele dia, mas ela percebeu , sorriu e tripudiou de mim de forma silenciosa. Ah, Castle, tenha a santa paciência! Que você fale daquela cobra como sua editora, tudo bem, porque ela faz um ótimo trabalho. Mas ficar me falando dela na condição de sua ex-esposa e sua ex-namorada. Aí é demais! Eu a odeio. Eu não sou e nem quero ser amiguinha dela, nem mesmo falar dela. Uma coisa é trata-la com urbanidade nos lançamentos dos seus livros porque reconheço que ela faz um trabalho impecável como Editora, mas daí a você me falar dela como ex-esposa e ex-namorada... Aí já é pedir muito, Castle. – Kate estava encolerizada.

— Hey, moça, eu falei ex-esposa e ex-namorada. E eu não estou falando sobre ela com saudade, com carinho e muito menos com amor... Deus me livre! Aliás, eu já te falei que eu nunca amei a Gina... Ela é envolvente e quando eu vi já estava casado e não demorou muito eu pedi o divórcio, você sabe.

— É, Castle, como eu sei também que voltaram a namorar e escolheram me contar justamente no dia em que eu ia te dizer que iria para os Hamptons com você. Eu detesto falar sobre ela. Detesto!

— Meu amor, pode até ser frase feita, mas você sabe que eu só tenho olhos para você.

— Eu sei, mas eu a detesto. – ela estava com o rosto rígido diante da repulsa que tinha por Gina— Não me canso de repetir que você sabe que eu detesto aquela criatura, principalmente pelo fato dela ter viajado com você para os Hamptons naquele verão e eu fiquei o verão todo sofrendo...

— Querida, você está sendo tola. – ele deu um beijinho na face dela.

— Ah, é? Se esse meu comportamento é tolo, então vamos então falar sobre o Josh...

— Só faltava isso agora. Pelo visto a nossa noite que começou tão bem, ficou um pouco tensa com a conversa sobre as férias de verão e agora vai ficar um lixo se falarmos do Josh. Kate, uma coisa é eu falar sobre a Gina que é minha editora, outra coisa é você falar daquele cara. Eu odeio o Josh, pois quando eu me lembro dele, só me vem à cabeça a cara dele se exibindo com você, com aquela expressão ridícula de que você era dele.

— Ah, então você também não suporta falar do Josh, né?

— Kate, que tal esquecermos essa história de falar sobre estas pessoas que moram no nosso passado, eihm?

— Acho bom.

Ela estava visivelmente aborrecida, então ele a abraçou e sem se preocupar com a nudez de ambos, ele se levantou e puxou o lençol que ela se escondia — Vem, amor. Vamos tomar banho. A gente lava o corpo e joga fora toda esta irritação...

Ela aceitou a mão dele e, juntos, entraram no box e ficaram sob o jato quente de água.

— Kate, você sabe que eu te amo e não tem mulher no mundo que mexa comigo como você mexe.— ele a abraçava e a acariciava.

— Eu também te amo, babe— ela já estava derretida.

Entre carinhos, palavras doces, muito amor e paixão, fizeram amor sob o jato da ducha quente e após vestirem seus respectivos pijamas, dormiram abraçadinhos de conchinha.

.................................

Após caminhar por meia hora e pensar tudo que acontecera na noite passada, sentou-se no mesmo balanço que há mais de doze anos era não só o ponto de encontro, mas também o marco do amor dele e de Kate.

 Ali era um local aberto, arejado e tranquilo, onde eles conversavam sobre os problemas e suas soluções e o nome do brinquedo era o mais apropriado, pois ali faziam um “balanço” da existência dos dois em qualquer fase da vida deles, seja nos difíceis ou felizes, das dúvidas ou nas certezas, nos medo ou na coragem, no desespero ou na esperança e em outros momentos fundamentais para a vida de ambos, inclusive nas mudanças e isso se dava desde a época em que eram apenas amigos, embora já estivessem apaixonados, mesmo que inconscientemente e algum tempo depois, muito secretamente.

Ali eles conversaram no dia em que ele ficara sabendo que Kate terminara o namoro com o Josh. À época, eles tinham completado três anos como amigos, só que ele se sentira ludibriado e rejeitado por Kate, pois ela o evitara após se recuperar do tiro no peito. Ela pedira um tempo, só que esse tempo passou, ela se recuperou e não o procurou.

Mas o sofrimento dele estava maximizado, porque ele havia confessado o seu amor e ela não se lembrava e o pior, sumira. Com isso, ele fechou seu coração, decidiu seguir com sua vida e nunca mais procura-la, só que o destino não quis assim. Ela o procurou, entrou na fila de autógrafos do mais novo livro dele e quando chegou a vez dela, ele foi surpreendido. Só que o sorriso que ela esperava e estava acostumada a receber não veio e ao invés disso, encontrou desprezo e indiferença não só naquele exato momento onde apenas escreveu uma dedicatória e a dispensou, mas também na saída da livraria quando ele passou por ela sem lhe dirigir sequer uma única palavra e quando provocado por ela, ele a rejeitou com palavras duras.

Contudo, depois de ser ríspido com Kate, ela demonstrou que ficou magoada com o descaso dele e com poucas palavras anunciou o final do seu namoro com o Josh e se afastou.

Tudo mudou assim que ele recebeu aquela notícia bombástica, não só porque sentira que ela estava de certo modo receptiva, mas também porque com o final do namoro dela com o médico, ele via um fio de esperança de que ela passasse a vê-lo não somente como amigo, mas também como um homem que a amava, então foi atrás dela e sentaram-se naquele balanço.

Sentados no balanço, eles conversaram e pelo estado de tensão de Kate, ele pode perceber que ela ficara amedrontada com a possibilidade de perdê-lo de vista e, tentando ser honesta e se aproximar mais dele, revelou seus medos e traumas que a faziam sofrer e agir daquela forma. Confessou que tinha consciência de que tudo aquilo era por conta do assassinato da mãe. Falou também sobre o desejo que tinha de ter um futuro com um parceiro que a respeitasse e que a fizesse feliz e fosse uma figura presente e permanente na sua vida. Contudo, sabia que nada daquio poderia acontecer enquanto ela não encontrasse o assassino da mãe. Por fim, apesar de querer muito achar um parceiro naqueles moldes, ela confessou sobre o pânico que sentia daquilo acontecer e, por conta disso, ela ergueu uma barreira como forma de proteção tanto para nenhum homem fazê-la sofrer, quanto para ela própria não se entregar porque sabia que a infelicidade seria inevitável, não somente para ela mas também para quem estivesse com ela.

Ao ouvir aquele relato comovente, sobre a necessidade de encontrar e prender o assassino da mãe, ele também percebeu que, de forma indireta, ela estava pedindo sua ajuda e aquilo era o que ele mais queria. Ele queria ajuda-la a ser feliz. Ele queria que ela fosse feliz. Ele queria dar felicidade a ela. E essa felicidade ele queria compartilhar com ela. Ele queria que ela fizesse parte da vida dele do mesmo modo que queria fazer parte da vida dela. Na verdade, ele queria que eles tivessem uma vida juntos, portanto, após ouvir toda a narrativa dela, ele se prontificou a ajudá-la e ainda a avisou que a tal barreira não ia durar para sempre.

Anos mais tarde ele soubera que naquele mesmo balanço, em uma noite, sob um forte temporal, Kate ficara pensando sobre o amor que sentia por ele, sobre o amor que ele afirmou sentir por ela e tomando coragem para decidir se iria se permitir amar e ser amada e se teria ainda coragem de encará-lo, já que eles haviam brigado feio. Então, naquela mesma noite, durante uma forte tempestade que atingia Nova York, entre raios, chuvas e trovões, ela decidiu enfrentar seus medos e, sem se importar por estar encharcada, o procurou no loft. Naquele dia se concretizou a mais linda história de amor que ele pensou jamais existir, que, para sorte dele, ambos eram os protagonistas.

Aquele balanço também foi palco de mais uma mudança de fase da história de amor deles. Foi ali que ele a pedira em casamento.

 Por uma infeliz coincidência este fato também se deu após uma grande briga que tiveram por conta da insegurança dos dois. A insegurança de Kate era porque ela não tinha certeza se ele queria ficar somente naquele romance, mas sem compromisso ou se ele queria um futuro concreto com ela. A insegurança dele era por que tinha dúvida se estava pronto para dar mais um passo no relacionamento deles, pois no fundo, por mais que ele a amasse e a quisesse para o resto da vida, ele tinha medo de se comprometer devido aos seus dois casamentos desastrosos.

Menos de um mês antes do casamento deles, os dois também se encontraram neste mesmo balanço para organizar uma fuga, sim, uma saída às presas da cidade de Nova York, ou seja, mais um passo muito perigoso e não menos importante. Eles iriam fugir para o Canadá, mudar de nome e mudar de vida porque Kate estava sendo ameaçada de morte pelo assassino da mãe dela. Só que o amor que ele tinha por ela era tão grande que para ele a vida não teria sentido se ela não estivesse ao seu lado, então não a deixou ir sozinha. Ele foi com ela. Mas graças a Deus, durante a viagem eles decidiram retornar e mais uma vez com a ajuda de Deus ela conseguiu prender o assassino da mãe dela e eles ficaram livres para se casar e viver felizes.

Outro momento importante neste mesmo balanço foi quando já estavam casados e ela conversava com ele sobre a possibilidade de ser Capitã de Polícia e sobre o recente convite que recebera para concorrer ao Senado dos Estados Unidos.

Enfim, aqueles encontros e mudanças de fase realmente não poderiam ser em outro local que não fosse ali, um balanço. Sim, sentados em um balanço, eles faziam o “balanço” da vida deles, ou seja, eles analisavam o amor que sentiam, analisavam o que queriam, o que podiam ou o que não podiam fazer, aonde poderiam ou não poderiam ir, pesavam os prós e os contra de todas as atitudes e caminhos escolhidos e por sorte e com a ajuda de Deus, sempre acertavam nas suas escolhas.

Houve muitos outros encontros naquele balanço, não só para analisar a vida ou para mudar de fase. Eles iam ali também para celebrar as escolhas e os acertos. Iam ali também simplesmente para se divertir com o brinquedo, ou seja, balançavam-se e sorriam felizes ao sentir a brisa fresca no rosto.

Ali eles levaram todos os filhos que, com muito cuidado, sentavam-se e balançavam-se. Por vezes colocavam a Lily, o Jake e o Reece no colo, com muito cuidado e isso deixava a todos felizes e sorridentes.

Voltando ao presente após uma hora recapitulando sua história com a esposa, sentado ali entre as grossas correntes de aço que sustentavam o brinquedo, Rick meditara e fizera o balanço de sua história com a Kate. Ele não tinha nenhuma dúvida sobre o amor que sentiam. Não tinha dúvida sobre as escolhas que fizeram.

Encheu o peito de ar e soltou de vez pela boca e fez um rápido balanço dos acontecimentos que tinha se lembrado durante aquela hora que passara ali sentado e também sobre o seu desentendimento com Kate na noite anterior e naquela manhã.

Não tinha dúvidas que apesar de estar magoado pelo fato de uma simples discussão acerca um assunto trivial ter se transformado em uma briga que o motivou a sair de casa daquela forma, sua vida com a Kate tinha muito mais momentos maravilhosos e felizes do que os tristes, porque eles eram um casal que se amava. Eles tinham uma vida normal como qualquer casal, só que não viviam de fachada. A felicidade e o amor deles era real, contudo, havia oportunidades em que suas opiniões divergiam e enquanto não se chegava a um consenso, eles discutiam e até brigavam, como acontecera na véspera e também naquele início de manhã, contudo, nenhum dos dois era de guardar mágoa ou de ficar remoendo o assunto ou pior ainda, voltar a falar sobre ele somente para provocar outra briga. Não. Isso não acontecia. Um sempre queria o melhor para o outro e para a vida em comum e principalmente para os filhos, portanto, uma vez equacionado o problema, ele ficava no lugar certo, ou seja, no passado. Enterrado.

Pensativo ele se levantou e resolveu caminhar. Deu uns passos, parou e girou o corpo para ficar de frente ao balanço. Torceu a boca e deu um leve sorriso, sinalizando que aquele momento de reflexão lhe fizera bem. Aliás, ele até achava que aquele local era mágico, pois todo o balanço que faziam ali, o resultado era positivo.

Confiante, Castle retornou a caminhada e, apesar de estar dando passos lentos, ele corria para a felicidade. Ele corria para a sua felicidade. Ele corria para a felicidade de Kate. Ele corria para a felicidade do casal. Ele corria para a felicidade da sua família que fora formada com um amor forte e verdadeiro que nada nem ninguém poderia destruir.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Bem, pelo menos o Castle está decidido a voltar prá casa.
Falta ele expressar seu posicionamento acerca dela trabalhar nas férias e sobre as férias da família.
......
Richard Castle meditando no balanço: https://n12.picjoke.net/useroutputs/1260/2016-11-17/12-pt-311eef8d4b5b518d40afcc69e14d0f75.jpg
E aí, o que será que o Caste vai fazer?
E a Kate? Será que ela foi para o distrito ou está em casa se divertindo com as crianças? E se foi, aonde será que ela deixou seus filhos? Como é que anda a cabeça da detetive Beckett, da esposa Kate Castle e da mãe, Kate?
Comentem, galera!!!
Bjis



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