Quatro Estações escrita por Bruninhazinha


Capítulo 3
Inverno




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714620/chapter/3

A neve chegou a Konoha mais cedo que o esperado. Uma única madrugada de inverno foi suficiente para deixar as ruas da cidadela forradas por uma camada espessa de gelo. As árvores que decoravam a vila estavam totalmente secas, sem suas típicas folhagens, o céu acinzentado pairava e o sol escondeu-se entre as nuvens densas. O frio era inclemente; poucos moradores ousavam sair do aconchego de suas casas.  

Ainda assim, Hinata atreveu-se a se aventurar naquele frio insuportável. Saiu às pressas do Clã Hyuuga agarrada a uma sacola de papel como se sua vida dependesse disso. Estava agasalhada confortavelmente em um enorme casaco, com o pescoço envolto por um cachecol branco. O cabelo estava preso no alto da cabeça em um coque frouxo, as bochechas coradas por conta do vento gélido e os pés afundavam a cada passo na densa camada de neve.  

Hanabi e Hiashi fizeram de tudo para que Hinata não fizesse a loucura de sair naquele gelo, chegaram a tentar obrigá-la a ficar o resto do dia no quarto, mas não adiantou. Ela teve a audácia de sair às escondidas e ainda conseguiu a proeza de não ser pega pelos vigias do clã.  

Mais uma vez cometendo loucuras por Naruto. Ele era o único capaz de fazê-la enfrentar a própria família.  

Algumas pessoas saíam dos comércios carregando sacolas, todas fazendo o possível e o impossível para se protegerem do vento gélido. Puxou o cachecol até a altura do nariz, continuando a árdua caminhada. Estava em frente ao Ichiraku's quando deparou-se com o Sakura e Sasuke saindo do restaurante de mãos dadas. A rosada sorriu ao ver a amiga.  

— Yo, Hina! — acenou, puxando o Uchiha. 

— Yo, Saky-san, Sasuke-san. — cumprimentou-os. O moreno retribuiu a mesura com um sorriso discreto, quase imperceptível.  

Há mais ou menos seis meses os dois iniciaram um relacionamento. Hinata achava graça em como o Uchiha havia mudado nesse meio tempo, demonstrando carinho para com a Haruno. Estava feliz pela conquista da amiga, afinal, mais que ninguém, conhecia a dor de sofrer por um amor não correspondido.  

— O que está fazendo sozinha nesse frio, Hina? — a rosada questionou sem esconder a preocupação, todavia, uma preocupação que não demorou para tornar-se curiosidade. As safiras esverdeadas cravaram no pequeno embrulho que a outra segurava e, antes que a Hyuuga dissesse qualquer coisa, Sakura abriu um sorriso sapeca e disparou a tagarelar como sempre fazia. — Ah, que fofa. Arrumando desculpas para visitar o namorado. Esse Naruto é realmente um garoto de sorte. 

Hinata, sem jeito, abriu um sorriso amarelo.  

— Dessa vez não é um presente. — olhou para os próprios pés, envergonhada. 

— Não? 

— Não. O cachecol vermelho rasgou novamente, então tentei consertá-lo. 

— Tão atenciosa. — suas mãos coçaram tamanha a vontade de apertar as bochechas da morena. Contudo, a vontade logo se foi no momento em que Sasuke pigarreou. Fitou-o de soslaio e rolou os olhos. — Alguém aqui bem que poderia ser como você, não acha, Hina? Dar um presente às vezes, se preocupar. 

Mesmo com a provocação, Sasuke manteve a postura ereta e altiva, com seus olhos de ébano sobre a figura rosada. A áurea que rodeava o Uchiha conseguia ser mais fria que o próprio inverno.  

— Não enche, Sakura. 

Curto e grosso, como o esperado. Sakura cruzou os braços e soltou uma bufada alta.  

Hinata percebeu que teria que dar no pé o quanto antes. Recusava-se a se enfiar no meio das alfinetadas do casal. Certo dia, ela e Naruto tiveram a oportunidade de presenciar uma briga dos dois; sinceramente, sentia calafrios só por rememorar o momento. Era evidente que se amavam, contudo, quando discutiam ninguém era capaz de pará-los.  

— Er... eu preciso ir. 

Eles nem se deram o trabalho de olhar para a garota, envolvidos demais em uma pequena discução.  

Suspirou e saiu de fininho sentindo os dedos adormecerem por conta do frio. Agradeceu aos céus quando chegou em seu destino: um apartamento pequeno com paredes beges, três andares e o que deveria ser um jardim transformou-se em um tapete de gelo.  

Subiu três lances de escada; no último andar, encaminhou-se até a porta do fundo. Uma. Duas. Três batidas. Nada. 

Mais uma. Duas batidas.  

Nada.  

Talvez ele tenha saído. Não, não, fora de cogitação. Naruto só sairia naquele frio em casos de extrema urgência: primeiro, se o Hokage o convocasse a uma missão; tendo em vista que nos últimos meses a paz reinava no mundo ninja, não havia a mínima possibilidade. Segundo, para comer no Ichiraku's, porém havia acabado de passar lá; não tinha ninguém além de Sasuke e Sakura. Além disso, estava frio demais para dar uma mera volta na vila.  

Algo não estava certo e esse pensamento só aumentou seus nervos.  

Hesitante, girou a maçaneta e empurrou a porta. Para seu assombro, ela abriu. Naruto sempre foi descuidado, mas não ao ponto de deixar a porta destrancada.  

Ok, precisava se acalmar. Respira, Hinata, respira.  

Entrou no cômodo. Ao contrário do exterior, a sala era bem aquecida. Retirou os agasalhos, pendurou-os no cabideiro próximo à entrada e passou seus olhos pelo local.  

Poucas foram as vezes que esteve ali; sabia que o rapaz não lidava bem com tarefas domésticas, mas ele nunca deixou a casa em uma situação tão deplorável como agora. O pequeno apartamento virou um aglomerado de lixo e roupas sujas.  

Pasmada — a palavra perfeita para descrever seu atual estado.  

Não soube como, mas atravessou a sala sem tropeçar em nada, caminhando rumo ao único quarto do apartamento. Sentiu-se nervosa já que nunca entrou no quarto de um homem; querendo evitar qualquer cena embaraçosa, empurrou a porta com leveza, espiando rapidamente pela fresta entre a batente e a madeira da porta.  

Naruto estava jogado de qualquer jeito na cama de casal em um sono profundo. Resmungava algo sem sentido, de bruços, com a boca levemente aberta. As costas nuas subiam e desciam com sua respiração ritmada; usava apenas uma samba-canção laranja, um pouco larga.  

O cabelo louro parecia mais bagunçado que o normal e a única cor em seu rosto eram as bochechas avermelhadas.  

Aproximou-se silenciosamente, na pontinha dos pés, para não o acordar. Deu um leve cutucão em seu ombro esquerdo.  

— Naruto-kun? — sussurrou; ele nem se moveu. 

Passou os dedos pelo cabelo macio.  

— Naruto-kun, acorde. — chamou mais alto; não houve resposta. 

Isso a preocupou de verdade.  

Desceu os dedos até a testa do rapaz e segurou a respiração. Estava quente, mas não quente de uma maneira normal. Fervendo seria a palavra exata. 

Febre. Muita – frise o muita – febre.  

Hinata correu até a cozinha, dessa vez esbarrando em tudo o que havia pela frente, mas nem se importou. Abriu o armário e procurou por remédios ou qualquer coisa que pudesse ajudar. Pelo visto seu namorado não se importava nenhum pouco com a própria saúde. Não havia nada além de copos de ramén. Suspirou, apanhou uma panela qualquer, preparou a água e a colocou para ferver.  

Enquanto a água esquentava ao fogo, retornou ao quarto, abriu o armário e surpreendentemente (talvez não tão surpreendentemente assim) foi engolida por uma montanha de roupas sujas e amassadas.  

— Droga. — resmungou sentindo o sangue esquentar enquanto procurava por uma toalha. 

Com a toalha em mãos – novamente na cozinha –, desligou o fogão, despejou o líquido em uma vasilha funda e mergulhou o pano felpudo. Em segundos estava ao lado do namorado com tudo preparado.  

Agora precisava virá-lo de barriga para cima.  

Teve que admitir que não foi uma tarefa fácil, mesmo sendo uma ninja. Naruto era um baita homem – em todos os sentidos, evidentemente; só que, fisicamente, tinha o quádruplo de seu peso e tamanho.  

Torceu a toalha e colocou-a cuidadosamente sobre a testa do rapaz.  

Hinata agradeceu aos céus por decidir fugir de casa justamente no dia em que ele havia adoecido. Sentiu um desconforto no estômago só ao imaginar o que seria do loiro em meio a toda aquela bagunça, sozinho e doente.  

Enquanto esperava a febre abaixar, decidiu organizar a casa. Um ambiente sujo só pioraria a saúde dele. Começou pela cozinha, depois organizou a sala e por fim o quarto e o banheiro.  

Era noite quando terminou. O relógio na parede marcava oito horas. Pela janela da sala viu que a nevasca piorou consideravelmente, nem era possível enxergar as luzes da cidade; nessa altura do campeonato, seu pai já havia descoberto sua fuga. Seria o maior escândalo quando chegasse em casa no meio da noite.  

Suspirou, trancando os pensamentos em um baú no fundo da mente. Precisava concentrar-se em Naruto. Ele precisava dela agora, então um belo dane-se para o que seu pai pensava ou deixava de pensar. Não o deixaria sozinho, não agora. Retirou alguns legumes da geladeira. Uma sopa cairia bem.  

Quando terminou, separou um pouco na geladeira para mais tarde caso ele acordasse. Pensou seriamente em ir atrás de Sakura, seria bom ter ajuda de uma profissional, mas era impossível sair durante uma nevasca tão intensa como aquela.  

Estava tão cansada, mas, no fim, valeu a pena. A casa parecia literalmente brilhar de tão limpinha e cheirosa. Retornou ao quarto com passos lentos, esfregando os olhos por conta do ligeiro cansaço. Naruto continuava do mesmo jeito que o havia deixado há algumas horas. Sentou-se na beirada da cama, pronta para retirar a toalha da testa dele quando o inesperado aconteceu.  

Do nada, simplesmente do nada, Naruto levantou bruscamente e agarrou a mão da jovem com força. Hinata gritou como nunca, assustada e o Uzumaki, igualmente aterrorizado, também gritou.  

Não foi de propósito, mas diante dessa situação espantosa, a primeira reação da Hyuuga foi agarrar o objeto mais próximo – um travesseiro, no caso – e jogá-lo com toda força no rosto do namorado. Por sorte, ele desviou do ataque com maestria.  

— Hina-chan. — parecia realmente surpreso por vê-la ali, em seu quarto; ainda mais: em sua cama. A voz saiu rouca e sonolenta, um pouco confusa também. Como ela havia entrado em sua casa? Sempre deixava a porta trancada. — O que você está fazendo aqui? Como conseguiu entrar? 

A morena abriu a boca para responder, só que um nó se formou em sua garganta. Estava tão nervosa, tão assustada e ao mesmo tempo tão preocupada que expressar tudo isso em palavras tornou-se uma tarefa impossível.  

— N-Naruto-kun... — tentou se explicar, todavia, desabou em lágrimas, deixando a situação ainda mais estranha e confusa para o loiro, que tentava inutilmente acalmá-la sem realmente saber o que fazer. Hina abriu a boca de novo, tentando falar, mas tudo o que saiu foi um soluço chateado que fez com que o coração do rapaz encolhesse. As lágrimas banhavam o rosto outrora bonito, agora inchado e avermelhado. 

— Ora, dattebayo. — aproximou-se, todo cauteloso, com medo dela quebrar caso a tocasse. — Não chore, Hina-chan. Estou aqui. 

— Você me assustou tanto. — disse em meio aos soluços, agarrando o travesseiro novamente para abraçá-lo, sem se importar com o fato de molhar a fronha com as lágrimas.  

Então, novamente, o inesperado. A Hyuuga cessou os soluços e lhe fitou com uma expressão que sequer sabia que ela tinha. Ódio, simples e puro. Raiva.  

Por Kami... Hinata estava brava. Não, não brava. 

Furiosa.  

Foi tarde demais quando percebeu o que ela faria. Em questão de segundos já estava deitado sobre o colchão macio, boquiaberto, enquanto levava uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete travesseiradas na cara. É claro que não estava doendo, aquilo era nada perto dos socos que já havia levado. O que o assustava era o fato de sua calma e meiga namorada explodir de tal maneira, xingando-o por nomes que jamais imaginou saindo dos lábios da morena.  

Era baka para lá, baka para cá. Mais travesseiradas. Xingamentos. Bakabakabaka 

Hinata só parou quando a exaustão chegou. Soltou o travesseiro, virou-se de costas e abraçou as próprias pernas, voltando a chorar.  

Ok, ele não estava entendendo mais nada.  

Cuidadosamente, pegou o travesseiro e jogou-o o mais longe possível das mãos dela. Aproximou-se. Hinata não se moveu.  

Sem se importar se seria xingado até a última geração, envolveu o pescoço da morena com os braços e afundou o nariz na curvatura do pescoço feminino, aspirando o delicioso cheiro adocicado. Ainda que não pudesse ver-lhe a face, sentiu as lágrimas dela molhando suapele.   

— O que aconteceu, amor? — falou com toda suavidade para acalmá-la. 

— Eu fiquei tão preocupada. — desabafou, limpando o rosto com as duas mãos. — Você desapareceu por uma semana e quando chego aqui para trazer seu cachecol me deparo com a porta destrancada, a casa toda revirada e você na cama, doente, queimando em febre. — virou-se de frente a ele, fitando as safiras azuis profundamente. — Eu quase enlouqueci. 

Certo, isso o fez sentir-se verdadeiramente culpado. Tornou a abraça-la e deu um selinho no beicinho emburrado que ela fez.  

— Me perdoa por isso. Não quis te preocupar. 

Ela acenou com a cabeça, tendo seus dedos entrelaçados pelos dele; Naruto os beijou, um por um, e a morena corou, seduzida pelo carinho.  

— Sumi porque queria te dar um presente. — explicou. — Você sempre me dá presentes e eu nunca fiz nada por você. Essa semana rodei a vila inteira atrás de algo especial, acho que fiquei doente por isso. — riu, sem graça, coçando a nuca. — Nem tive tempo de limpar a casa. 

A expressão dela mudou para o choque e os orbes perolados fitaram-no longamente. Não conseguia acreditar que o rapaz enfrentou o frio invernal, correu o risco de adoecer e ainda largou tudo só para procurar por um presente.  

Estava tão feliz e, simultaneamente, tão culpada.  

O loiro jogou-se desajeitadamente para o lado, alcançando a gaveta da mesa de canto ao lado da cama. Retirou de lá uma pequena caixinha aveludada e depositou entre os dedos da garota todo alegre e envergonhado.  

Hinata quase caiu para trás ao deparar-se com o conteúdo da pequena caixa. Era um anel prateado com um coração de rubi ao centro, ornamentado com pequenos diamantes. Olhou para o anel, depois para o namorado. Então tentou segurar o choro, sem muito sucesso.  

— Você não gostou? — perguntou ao ver as lágrimas caírem pelos olhos perolados, apreensivo como nunca. — Caso queira, podemos trocar e ir na – 

Não conseguiu terminar a fala. Ela se atirou em seu pescoço e os dois caíram para trás por conta do impacto, Hinata soltando um gritinho e ele gargalhando. Retribuiu o abraço colando-a contra seu peitoral, tentando acalmá-la, agora aliviado pelas lágrimas dela serem de felicidade, não de decepção.   

Ela só se afastou para enfiar a joia no dedo anelar com aquele sorriso enorme no rosto, o mesmo sorriso que vira há meses quando saíram em seu primeiro encontro. Não conseguiu desviar o olhar dela, petrificado, observando cada movimento, o brilho que a envolvia e a alegria refletida em seus olhos; seu coração deu um salto enorme, ao ponto de fazê-lo parar de respirar. Conseguia sentir os batimentos na altura do pescoço.  

Não, meu Kami, não. Ela nem estava tão bonita assim. O cabelo completamente desgrenhado, a pele excessivamente pálida, a expressão cansada e sonolenta. Sem mencionar as roupas amassadas.  

Ainda assim, nunca a viu tão linda como nesse instante.  

Hinata ajeitou – desnecessariamente – uma mecha atrás da orelha, ainda admirando seu novo presente e Naruto mal conseguia pensar. Tornou a se aproximar; fê-lo lentamente, como se estivesse em transe. Sentou-se em frente a namorada, segurou seu rosto entre os dedos e puxou-a gentilmente, beijando-lhe com carinho extremo.  

Sentiu-a sorrir entre seus lábios e não pôde se conter. — O que foi? — alisou a face rubra e fitou os olhos fixamente. — Está feliz? — as bochechas dela queimaram e ela desviou o olhar para um canto qualquer, uma ação feita devido a vergonha.  

Sentiu os dedos finos em seus ombros; beijou-a novamente. 

 — Eu preciso ir para casa. Otou-san vai me matar se souber que não estou em meu quarto.  

Naruto afastou-se com um sorriso sapeca.  

— Oh, então você fugiu de casa. — riu baixo, distribuindo beijos pelo rosto delgado chegando aos lábios. — Não quero que vá... — quando Hinata tornou a olhá-lo tinha a face docemente avermelhada. — Não me olhe assim... Se me olhar assim, não conseguirei te deixar ir. 

Ela não respondeu, apenas se aproximou, fechando os olhos, deleitando-se com o cheiro dele. Naruto fez o mesmo, selando outro beijo apaixonado.  

— Está decidido: você não vai a lugar algum. 

— Mas – 

— Sem mas. — mordeu o lábio dela levemente, depois a bochecha corada. — A nevasca está forte, não vou te deixar sair daqui sozinha. Ele se deitou, puxando-a para cima de seu peitoral, com os olhos fixos nos dela. — Passe a noite comigo. 

Hina pensou seriamente em se atirar pela janela, mas assentiu com a cabeça e escondeu o rosto no ombro esquerdo do namorado. A vergonha só passou quando o sentiu afundar o nariz em seu pescoço; ele logo dormiu, respirando contra sua pele.  

Sorriu, esticou o braço para apagar o abajur e permitiu ser envolvida pelo calor do corpo do amado. Lançou um último olhar ao anel em seu dedo e pensou que, mesmo não gostando dessa estação, esse dia de inverno ficaria enraizado em seu coração.   


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quatro Estações" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.