Quatro Estações escrita por Bruninhazinha


Capítulo 2
Outono




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Konoha parecia mais bonita naquele início de setembro. As folhas amareladas cobriam as vastas calçadas da vila, os jardins começavam a secar e o céu sem nuvens estendia-se por todo o horizonte em um azul límpido. Para a população, era mais um dia comum de outono.  

Para Naruto, era um dos raros momentos em que seu melhor amigo estava na vila.  

O campo de treinamento continuava o mesmo, apesar do gramado seco, das árvores sem folhas e da enorme destruição ao centro. A dupla descansava à sombra de uma das poucas árvores que sobrou após o intenso dia de treinamento. Sasuke suspirou de cansaço, terminando de beber um gole da água que trouxera de casa.  

Ao guardar a garrafa na mochila, alcançou o quite primeiros socorros e começou a tratar as feridas superficiais, sentindo uma pontinha de inveja do amigo por se curar tão rápido. Enquanto seu estado beirava o deplorável, Naruto estava impecável apesar da sujeira e do sangue seco.  

Enrolava a gaze limpa em uma ferida da perna quando notou que o Uzumaki estava particularmente inquieto. Remexia-se constantemente, lançava olhares em sua direção, isso sem mencionar os irritantes suspiros.  

— Desembucha. — tentou não expressar o aborrecimento, mesmo sendo uma tarefa difícil. Naruto não pareceu ligar para a rispidez em seu tom de voz, não que se importasse. Na realidade, pouco se lixava para o que o loiro pensava ou deixava de pensar. 

— Sakura-chan apareceu lá em casa ontem. — revelou, fitando o ex-colega de soslaio. Sasuke pareceu se importar mais com o próprio machucado que com suas palavras, todavia, conhecia-o bem o bastante para saber que não passava de fingimento. — Perguntei o que aconteceu, mas ela não conseguiu responder; ficou ocupada demais chorando enquanto destruía meu apartamento. 

Sasuke deu o nó final no curativo, estreitando os olhos, sem esconder o incômodo ao ser analisado pelas safiras.  

— Não quero me intrometer... — continuou, sendo em seguida cortado pela voz do moreno. 

— Você sempre se intromete. 

— Mentira! Vocês que me colocam no meio dessas confusões, dattebayo. Eu estava quieto em casa, jogando meu amado video-game e do nada a Sakura-chan brotou na minha sala chorando e quebrando tudo. Nunca pedi por isso! O mínimo que mereço é uma explicação. — resmungou, indignado; o Uchiha limitou-se a rolar os olhos diante de todo o drama e escândalo. — Ah, meu pobre video-game. Que descanse em paz. — choramingou.  

Sasuke bufou sabendo que o amigo o enfernizaria pelo resto de sua vida caso não contasse.  

— Ontem fomos a um encontro. — começou. — Estava tudo indo bem, até aquele idiota do Lee aparecer. Além de atrapalhar meus planos, a aberração verde foi para cima da Sakura na maior cara de pau como se eu não estivesse ali. — esfregou a nuca e respirou profundamente. — Para piorar, a Sakura deu a maior moral para ele. Parecia mais que eles eram o casal em um encontro. É claro que fiquei com raiva e digamos que não foi a melhor de nossas brigas. 

Naruto nem se deu o trabalho de disfarçar. Gargalhou alto como se acabasse de escutar a piada do ano. Não, a piada do século. Já imaginou de tudo, mas nunca, jamais, pensou em Sasuke, o tão cruel e sombrio Sasuke, com ciúmes.  

Encurvou-se com a mão na barriga, pensando que morreria a qualquer instante com a falta de fôlego. O Uchiha, por outro lado, mantinha-se impassível e mal-humorado.  

— Já acabou?  

— Cara, — tentou cessar a gargalhada, sem muito sucesso. Só parou ao escutar a bufada infeliz do moreno. Sasuke cruzou os braços, o loiro limpou as lágrimas. — você é muito baka. Tenho certeza que a Sakura-chan só foi educada; ela nunca te trocaria para ficar com o sobrancelhudo, acho que só se fosse louca, até porque é o Lee. Céus, quem ficaria com o Lee?  

— Vai saber. — deu de ombros. — Se a Hinata gosta de você, tudo é possível.  

— Ei! O que quer dizer com isso? 

— Exatamente o que você entendeu... ou não. Às vezes me esqueço de que você é mais lerdo que uma parede. 

— Ora, seu... 

— Enfim. — mudou de assunto, ignorando o olhar mortal do amigo. — Não entendo o porquê da surpresa já que você também morre de ciúmes da Hinata. 

O loiro o fitou longamente.   

— Não. 

— Não o que? 

— Nunca senti ciúmes da Hina. 

— E o lance com o Toneri? 

— Foi medo de perdê-la. 

— Exatamente. Ciúmes. 

— Não é a mesma coisa, eu realmente estava prestes a perdê-la. Tirando essa vez, nunca senti ciúmes.  

— É sério?  

— Sim.  

Foi a vez do moreno gargalhar. Naruto continuou com cara de idiota e o Uchiha só pensava em como o loiro conseguia ser tão obtuso.   

— É brincadeira, não é?  

— Já disse que é verdade. — Naruto replicou. — Porquê exatamente eu devia ter ciúmes dela? 

A expressão de Sasuke tornou-se indecifrável.  

— Você é um imbecil. — o outro abriu a boca para protestar, mas Sasuke foi mais rápido. — Vou tentar ser simplório na explicação. Sua namorada, bem... como posso dizer isso respeitosamente? Ela é... — franziu as sobrancelhas e endireitou a coluna. Não teria jeito. Era isso ou dizer aquela palavrinha que Naruto não gostaria nada de escutar. Moveu as mãos no ar fazendo o que deveria ser a silhueta de um violão. — Entendeu? 

Ou Sasuke era retardado ou estava tentando dizer que Hinata é... gostosa.  

Se o Uchiha não tivesse desviado rapidamente a mochila do loiro acertaria seu rosto em cheio.  

— Não repita isso! — Naruto rosnou, irritado, com as maçãs do rosto levemente avermelhadas. 

— Fique calmo. Não é como se eu tivesse qualquer interesse na sua namorada, até porque eu amo a minha... — sussurrou; se não fosse pelos sentidos aguçados o Uzumaki jamais escutaria. Sasuke realmente havia mudado. — Só explanei os fatos; seria mentira se eu dissesse que Hinata não é atraente. — era verdade. Naruto se acalmou. — Só estou tentando avisar para você ficar de olho. A Hyuuga é um excelente partido e aquele Toneri já tentou roubá-la de você uma vez. Não me resta dúvidas de que há muitos outros interessados nela.  

Naruto pareceu chocado com a afirmação; sentiu o coração apertar.  

— Quem, exatamente? 

— Não sei. — respondeu, levantando.  

— Sabe sim, dattebayo! — gritou entre os pulmões, os nervos formigando. — Me fala quem é o imprestável! 

— Não gosto de fofoca. 

— Ei, aonde você vai?! 

— Não é da sua conta. — proferiu sem virar para trás, continuando a caminhada para fora do campo de treinamento. — Te vejo no aniversário de Ino. — acenou. 

— Aniversário? — levantou o olhar ao amigo; vendo que se afastava, tentou alcançá-lo. — Ei, teme! Espera! 

— Tchau, dobe. — falou antes de sumir em uma nuvem de fumaça, deixando o loiro pensativo para trás. 

— 

— Milagres realmente acontecem. — Ino colocou a mão na cintura lançando um olhar feroz, parada na entrada do salão de festas e trajando um espalhafatoso vestido preto. — Jurava que você ia esquecer. 

— Jamais me esqueceria desse dia importante, minha cara. — falou por cima da música alta, abrindo o sorriso mais falso do mundo. Estendeu o embrulho cor de rosa à loira, que o apanhou com a expressão confusa. — Um presente. 

— Que cavalheiro. — o tom sarcástico fez o Uzumaki rir internamente.   

— Claro que sou. 

Tenten praticamente brotou atrás de Ino e a abraçou pelo pescoço, encostando o queixo no ombro direito da amiga.  

— Ele jura que o  Uchih não nos contaria sobre o vacilo dele ao esquecer do seu aniversário, não é, Ino? 

— Aquele fofoqueiro... — murmurou, fazendo as duas jovens gargalharem.  

— Tudo bem, Naruto. Te perdoo dessa vez. — sorriu, animada. — Agora vá se divertir.  

— Pode deixar. – lançou uma piscadinha à Yamanaka antes de sair. 

O salão era grande, basicamente composto por uma pista de dança ao centro e uma área reservada especialmente para as mesas, o buffet – onde Chouji comia tudo o que via pela frente – e o bar.  

Ainda que a música estivesse alta, era possível escutar as risadas e berros escandalosos de Tsunade sentada à bancada do bar, no auge da bebedeira. Shizune tentava, inutilmente, separá-la da garrafa de saquê enquanto soltava sermões. Não muito distante, Kakashi observava a cena com seus olhos atentos, sustentando um sorriso escondido pela máscara.  

Na pista de dança, o único aparentemente infeliz era o pobre Shikamaru que tentava, inutilmente, acompanhar a noiva, Temari, soltando suas costumeiras reclamações sobre mulheres problemáticas. Naruto riu da pouca disposição do amigo, dirigindo-se até o bar; pediu uma cerveja e assentou-se em uma mesa nas proximidades, não muito disposto a manter um diálogo, talvez pelo cansaço ou talvez fosse o diálogo que teve mais cedo com seu ex-colega de time. Não soube dizer, também não quis especular nada. Decidiu que passaria os minutos seguintes sozinho, esperando pela amada.  

Não demorou para enxergar Sasuke atravessar a porta de mãos dadas com Sakura. Pelo visto haviam, finalmente, se entendido. Levantou-se, pronto para cumprimentar os amigos, quando seus olhos pairaram na pequena figura que andava escondida atrás deles. Estancou no lugar.  

Hinata estava incrível em um vestido branco que sobressaía todas as curvas sensuais de seu corpo, o cabelo escorria pelo ombro e a pouca maquiagem destacava o que havia de melhor em seu rosto. Poderia ter reparado em qualquer coisa. O balançar quase sensual de seus quadris, seu sorriso mínimo, o olhar alegre.  

Contudo, tudo o que Naruto enxergou foram os olhares masculinos lançados em direção a sua tão amada princesa. Enrijeceu a coluna, atentando-se aos movimentos da garota. Hinata acenou enquanto caminhava em sua direção, feliz como nunca, sem se dar conta de que era o centro das atenções.  

Não soube como nem porque, mas sentiu o interior ferver em uma raiva quase indomável. Estranhou os próprios pensamentos já que nunca foi possessivo, tampouco agressivo. Todavia, no atual instante, sua mente planejava a morte de cada cafajeste que despia sua namorada com o olhar.  

As palavras de Sasuke tornaram-se vivas em sua mente. Fechou o punho, tentando controlar a raiva.  

Ninguém tiraria Hinata dele. Ninguém.  

— Naruto-kun. — mesmo usando salto, Hinata teve que ficar na ponta do pé para alcançar o pescoço do namorado. Para seu espanto, o abraço foi mais apertado do que imaginava. 

— Oi. — cumprimentou secamente, aproveitando o momento para fuzilar cada homem existente na festa, até mesmo os que nem prestavam atenção neles. 

A Hyuuga afastou o rosto para fitá-lo e sentiu um arrepio na coluna. Naruto, seu tão alegre e amável Naruto, agora parecia envolto por uma áurea negra; isso sem mencionar o olhar nublado e a enorme carranca. — Está tudo bem, Naruto-kun?  

— Estou ótimo. — o tom saiu frio, o que a fez se afastar, chateada com o comportamento dele, sem imaginar que seria tratada com tanta diferença.  

Continuou a fitá-lo na esperança dele contar o que raios aconteceu, mas ele não o fez. Desistiu com um dar de ombros, avisou que iria parabenizar Ino e desvencilhou-se dos braços do rapaz, que cravou os olhos nela, vendo-a sumir na multidão de corpos dançantes.  

Naruto respirou fundo na inútil tentativa de se acalmar, contudo, algo chamou sua atenção na pista de dança. Kiba estava escorado em uma das paredes logo ao fundo, encarando Hinata como se ela fosse sua próxima refeição.  

O que aconteceu em seguida foi muito rápido e, com toda certeza, não acabaria bem.  

— 

A cabeça de Hinata trabalhava a mil, bolando teorias sobre o que foi capaz de deixar Naruto com um humor tão seco e insuportável. Ele nunca a tratou com descaso e, mesmo sendo um pensamento ridículo e egoísta, sentia-se frustrada por ser ignorada. Suspirou, afirmando a si mesma que era lamentável demais queixar-se por não receber atenção.  

Estava sentada com Ino, Sakura e Sasuke em uma mesa mais reservada ao canto, distante da multidão. Enquanto as duas amigas bebiam e riam alto, o Uchiha observava tudo com a típica expressão de indiferença; por outro lado, a morena limitou-se a segurar o copo de refrigerante entre os dedos, sorrindo eventualmente para disfarçar a infelicidade. Todavia, nunca foi boa em fingimentos, por isso não tardou para seu disfarce ir por água abaixo.  

— Hina-chan, aconteceu algo? — Saky repousou a lata de cerveja de superfície da mesa, fitando os orbes perolados.  

— Você parece triste. — Ino apoiou o queixo na mão, intrometendo-se. — Hoje é dia de se divertir, beber, rir. Sei que não gosta muito de festas, mas você parece bem mais desanimada hoje. 

A morena abriu um sorriso amarelo, corada com o comentário.  

— Gomen, não queria parecer desanimada em seu aniversário, Ino-chan; pode não parecer, mas estou amando a festa. 

A rosada levantou uma de suas sobrancelhas bem-feitas.  

— Então porque está tão para baixo? 

— É bobeira minha. — não planejava contar, entretanto, as duas lhe fitaram com tanta curiosidade que sentiu-se pressionada a dizer. — Naruto-kun está agindo estranho hoje. Acho que fiz algo que o chateou. 

Pela primeira vez naquela noite, Sasuke manifestou-se com uma risadinha contida, chamando a atenção das três para si.  

— O que foi? — a rosada indagou, curiosa.  

— Nada. 

— Conta logo. 

— Não é nada. — deu de ombros. — Tenho minhas suspeitas do que pode estar afligindo tanto o Naruto. 

— E o que é? — dessa vez foi Hinata quem perguntou. 

— Acho que ele percebeu que o Ki –  

Uma pancada terrível ecoou. Algumas garotas gritaram pelo susto, muita gente ria e uns poucos jovens se aglomeraram repetindo "Briga!" em alto e bom som. A música cessou de repente e o salão tornou-se um tumulto de curiosos, incluindo os quatro amigos, que logo estavam no meio do amontoado de corpos.  

Sakura ficou perplexa. No centro apinhado, Kiba e Naruto gritavam um com o outro como se estivessem na academia ninja, não em um local com pessoas devidamente adultas e civilizadas. O nariz do Inuzuka sangrava. Não soube o conteúdo inteiro da conversa, mas identificou o motivo da desavença com os poucos palavrões e palavras soltas que pôde escutar.  

Ciúmes.  

Virou-se para comentar com Hinata, no entanto, parou em seguida ao deparar-se com a face pálida da pobre garota. Ela estava em estado de choque, boquiaberta, prestes a surtar.  

Já Ino, mesmo que tentasse a todo custo manter-se em seu juízo perfeito, tornou-se um poço de ódio. Como aqueles dois idiotas ousavam destruir sua tão sonhada festa? Seu sangue ferveu.  

A loira caminhou com passos largos em direção aos dois para enfiar-se em meio a briga, pouco importando se levaria um soco no meio da cara. Utilizando-se do teletransporte, surgiu em meio a eles, concentrou uma enorme quantidade de chackra na mão direita e socou o chão forte o suficiente para que os garotos voassem para lados opostos.  

Naruto foi de encontro com uma parede, Kiba caiu em cima da bancada do bar.  

O silêncio reinou; ninguém ousava respirar. O soco poderoso marcou o piso de mármore.  

— Que merda é essa? — gritou, furiosa. — Estão ficando malucos? Vocês pensam que isso é o que? Um ringue pra brincar de lutinha? — o ar faltou em seus pulmões, mas não se importou. Nada mais importava naquele momento. Só queria acabar com a raça daquele cachorro sarnento e da aberração loira.  

— Ino... — Kiba falou tentando inutilmente se levantar. Por outro lado, Naruto apertava as têmporas sentindo uma dor de cabeça terrível por conta da pancada.  

— Cale a boca Kiba! — berrou, colocando ordem na casa. — Cale a merda da sua boca! Não piore a situação! — fez uma longa pausa; sua voz era o único som no recinto. Todos continuavam atônitos. — Hina, querida, me desculpe, mas seu namorado imprestável e o pulguento terão que se retirar. Se querem brigar, que se resolvam lá fora.  

A morena não soube o que responder. Todos fitaram-na com expectativa, o que a fez sentir-se terrivelmente nervosa. Odiava ser o centro das atenções. Tentando livrar-se da situação constrangedora, acenou com a cabeça em resposta e Ino sorriu em agradecimento puxando os dois pela gola da camisa até a saída, entre resmungos e protestos, que foram prontamente ignorados pela loira; apenas os jogou para fora como se fossem sacos de lixo, não pessoas.  

As safiras azuladas cravaram na multidão.  

— Gente, por Kami, isso aqui é uma festa. Voltem a se divertir! — gritou, dessa vez animada, como se não houvesse expulsado seus dois melhores amigos há alguns segundos . — Solta o som, DJ! 

Assim foi feito. Bastou todos retornarem à pista para Hinata pedir licença as amigas e sair do salão, sendo envolvida pela brisa gélida do outono. Abraçou o próprio corpo, procurou pelo namorado e suspirou aliviada ao vê-lo sentando em um banquinho de madeira do outro lado da rua. Felizmente, Kiba havia ido embora.  

Naruto fitava um ponto qualquer do horizonte, aconchegado em seu blazer. Hinata afundou ao lado dele e esticou o braço para segurar-lhe a mão, esperando que ele a olhasse.  

Não aconteceu. O rapaz permaneceu fitando o nada, inexpressível.  

— Naruto-kun... pode me explicar porque está assim? — não houve resposta; sentiu o coração apertar um pouco. — Fiz algo de errado? 

A pergunta foi suficiente para fazê-lo abrir a boca.  

— É claro que não, Hina-chan. Você é perfeita. — disse rapidamente, tentando convencê-la de que não era o problema da história. — Acontece que... eu sou um idiota. — estava tão envergonhado com as próprias atitudes que nem conseguia mirá-la diretamente. — Gomen. Fiquei com ciúmes e fui um babaca com você sem nem me dar conta disso. 

— Ciúmes? — arqueou uma sobrancelha, incrédula. 

Com o restinho de dignidade que sobrara, tomou coragem para fitá-la. A luz do poste próximo refletia no rosto delgado.  

— Você é tão linda, Hina-chan. — acariciou a bochecha feminina com o indicador, deixando-a roxa de vergonha pelo simples gesto. — E é boa demais para mim. Te fiz sofrer por anos, não notei seus sentimentos e por conta disso quase te perdi para o Toneri. Já tive muitos momentos ruins, mas quando vi você me trocando por ele...Foi o pior de todos. Se eu pudesse escolher o pior momento da minha vida escolheria esse. — a morena prendeu a respiração, digerindo todas aquelas palavras. — Não imagino uma vida sem você.  — segurou a mão dela com força, abaixando o olhar. Nunca foi bom com palavras, mas se esforçaria; queria confidenciar tudo a ela. Queria que não houvesse mais segredos, nem mesmo sobre seus sentimentos mais profundos. — Não quero te perder de novo. 

Vendo que ela não abriu a boca, revolveu levantar o olhar. O que veio em seguida foi uma enorme surpresa.  

A moça inclinou sobre seu corpo e roubou-lhe um beijo rápido e desajeitado. Estava quase se afastando — também quase desmaiando de vergonha —, mas Naruto a impediu apertando a cintura fina, puxando-a novamente para outro beijo, dessa vez mais profundo e apaixonado.  

— Você é minha, Hina. — falou com as bochechas ruborizadas, ofegando pela falta de ar; a afirmação fez com que a morena quisesse enfiar a cabeça em um buraco. Era tão embaraçoso quando ele dizia esse tipo de coisa em voz alta. — Não vou deixar ninguém te roubar de mim. 

Apesar da timidez, Hinata encostou a testa na dele, aspirando o delicioso cheiro de colônia masculina.  

— Você nunca vai me perder, Naruto-kun. — sussurrou, passando os dedos pelos fios dourados. Roçou seus lábios e iniciou um beijo calmo; Naruto semicerrou os olhos. Apesar do frio, as carícias foram suficientes para aquecê-los. — Eu sou sua e sempre serei.   


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