Amor Desconhecido escrita por Agent Krysten


Capítulo 12
Procura-se uma Desconhecida


Notas iniciais do capítulo

Hello, people.
Segue novo capítulo. Espero que gostem.
Fiz uma revisão muito rápida, então se houver algum erro, por favor me avisem.
Abs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714431/chapter/12

==========

O ar não chegou em seus pulmões e quando suas pernas falharam, ele se sentou na cama, sobre os lençóis bagunçados em consequência da noite anterior.

Mac alcançou o travesseiro e afundou seu rosto nele, e conseguiu sentir o cheiro dela no tecido. As lágrimas começaram a rolar descontroladas pelo seu rosto e quando devolveu o travesseiro de volta à cama, viu a ponta de sua arma aparecer debaixo do outro travesseiro.

Seu lado investigador invadiu seus pensamentos e então, começou a analisar a situação, e tentar descobrir algo que pudesse esclarecer ou ajudar a encontrá-la.

Ele resgatou a arma e verificou que nenhuma cápsula havia sido deflagrada. De volta ao andar térreo, analisou portas e janelas e não constatou sinais de luta ou arrombamento, excluindo o que havia feito na fechadura da porta principal.

Amanda era policial, e certamente se defenderia em caso de ameaça. Entretanto, o sumiço das roupas de seu armário poderia indicar que ela, simplesmente, tivesse indo embora.

Talvez, a exposição de sua real condição a ele a assustara, e com medo de alguma consequência mais grave, achou melhor desaparecer no mundo novamente.

As cerejas frescas espalhadas pelo chão podiam derrubar essa suspeita, pois se ela quisesse fugir, não havia motivo para se preocupar em fazer a torta. Porém, essas mesmas frutas o indicaram que ela saiu às pressas.

Respirando fundo, tentou organizar suas ideias e pensar no que iria fazer. Duas perguntas importantes martelaram sua mente. Como procurar alguém que não pode ser encontrada? Como procurar alguém que não existe?

Se lamentar sentado naquela cama não iria trazer Amanda de volta, então ele se levantou e tratou de coletar todas as informações que podia. E o primeiro lugar que iria, era a fonte das cerejas frescas.

==========

Mac correu pelas ruas da ilha até chegar ao mercadinho do Syd. O sino quase não tocou quando o xerife abriu bruscamente a porta do mercado. Ele se dirigiu direto ao balcão de pagamento, onde Syd trabalhava.

— Syd, você viu a Amanda? – perguntou ofegante.

A palidez, somada a expressão de preocupação do xerife, assustou Syd.

— Sim, pela manhã. Ela veio aqui e comprou cerejas frescas. Disse que ia fazer uma torta.

— E depois?

— Não, mas veio aqui um homem procurando por ela.

— Como é? – perguntou assustado.

— Ele me mostrou uma foto dela, e perguntou se eu conhecia.

O sangue de Mac gelou instantaneamente.

— O que você respondeu?

— Respondi que não, claro. Além de que ele não quis se identificar.

Ele bufou e passou a mão sobre seu rosto, nervoso.

— Syd, se ela aparecer por aqui, não a deixe sair. Fique com ela e me chame imediatamente, entendeu?

— Sim, xerife.

Assim que teve a confirmação de Syd, ele se movimentou para se retirar do mercado, sem dar maiores explicações.

— O que aconteceu, xerife? – perguntou Syd tentando chamar a sua atenção.

O xerife nem se importou com o chamado de Syd e ia deixando o mercado, quando trombou com Adam, que vinha na direção contrária. Assim que o reconheceu, já iniciou seu interrogatório.

— Adam, você viu a Amanda?

— Não, porque? Aconteceu alguma coisa?

Mac se desviou dele e ia deixando-o para trás quando Adam lançou a questão.

— Isso tem a ver com o cara que está procurando por ela?

O xerife cessou seus passos imediatamente e se virou para o garoto, caminhando duramente em sua direção.

— Quem está procurando por ela, Adam?

Adam se assustou com a expressão de ódio do xerife e não conseguiu responder.

— Vai, Adam! O que você sabe? Vai, fala! – ordenou.

Ele gaguejou um pouco antes de começar a juntar as palavras novamente.

— Ontem, no bar, teve um cara que me perguntou se eu conhecia a mulher que ele estava procurando. Me disse que ia se casar com ela e me mostrou uma foto. Parecia muito com Amanda.

— Ele se identificou?

— Disse que se chamava Josh.

Mac expirou decepcionado e mirou Adam novamente.

— E o que você disse a ele?

Adam mordeu os lábios antes de responder.

— Disse que a moça da foto se parecia muito com a Amanda Clarkson. – interrompeu buscando coragem para continuar. – E disse que ela morava na casa que tinha um balanço.

O sangue do xerife ferveu com a revelação de Adam.

— Por que você entregou a Amanda desse jeito? - gritou.

— Eu tinha bebido, xerife. Não consegui identificar qualquer perigo nisso. Me desculpe.

Mac desviou a sua atenção e deu alguns passos aleatórios, para evitar que agredisse o garoto.

— Me desculpe? Você pode ter colocado a vida dela em perigo! Não percebe? E outra, por que ainda está bebendo?

Adam baixou a cabeça envergonhado e um sentimento de culpa deixou um gosto amargo em sua garganta.

O xerife apontou o dedo em sua direção e desabafou nervoso.

— Se alguma coisa acontecer com a Amanda, eu mato você, entendeu? Eu mato você!

Mac deixou o garoto com seu remorço e desapareceu correndo pelas ruas da ilha.

==========

Ele retomou a sua viatura e foi até a sua casa. No armário da sua garagem, resgatou sua velha maleta CSI que guardava desde o dia que deixou o laboratório em Nova Iorque e voltou à casa de Amanda.

Dentro da casa, processou o ambiente como se fosse um local de crime, localizando e coletando evidências.

Contudo, não conseguiu encontrar muita coisa. Havia digitais na cozinha, banheiro e quarto, mas elas pareciam todas iguais e certamente, eram de Amanda.

Não havia nada de diferente na cozinha. As gavetas não estavam remexidas e parecia que todas as facas e utensílios estavam em seus devidos lugares.

Ele fez uma inspeção externa e também não encontrou nada. Nenhuma pegada nas áreas de terra ao redor da casa ou qualquer sinal de plantas remexidas.

Não haviam marcas nos vidros das janelas. Nem do lado de dentro e nem pelo lado de fora. Os trincos estavam intactos.

Não haviam marcas nas duas portas que davam acesso ao exterior da casa.

Em sua arma, não havia nada.

Depois de horas analisando minuciosamente o ambiente, Mac se deitou exausto na cama. Ele abraçou os lençóis e o travesseiro e ainda podia sentir a presença dela junto dele. Suas memórias o confundiram por vários minutos, até que seus olhos se fecharam.

==========

Já havia amanhecido quando seu celular tocou estridente em seu bolso. Ele acordou desorientado, e demorou algum tempo para atender a ligação.

Oi, filho. Você não me ligou ontem a noite. Está tudo bem?

Mac se sentou na cama e passou a mão nos cabelos.

— Oi mãe, me desculpe. Cheguei bem. E a senhora? Tudo bem?

Sim, estou bem. E como estão vocês dois? Aliás, você não me contou o nome dela.

Ele sorriu com a doce lembrança do nome dela.

— É Amanda.

Lindo nome. Ela está com você agora? Estou interrompendo alguma coisa?

O sorriso se escondeu na realidade de sua situação, que ele não podia revelar.

— Não mãe. – disfarçou. – Tive que resolver alguns assuntos depois que cheguei.

Millie e o filho ainda trocaram algumas palavras antes de encerrarem a ligação.

Mac bufou decepcionado e respirou fundo. Ele não ia desistir de procurá-la e iria usar tudo que tinha em mãos para ajudá-lo, mesmo não podendo divulgar a real história para ninguém.

==========

Após um banho rápido e um café comprado no caminho, ele voltou à delegacia e continuou sua procura por Amanda.

Bom dia xerife Taylor, no que posso ajudá-lo?— atendeu a diretora Murray cordialmente.

— Bom dia diretora. Preciso falar com uma de suas professoras, a Amanda Clarkson.

A diretora deu uma risadinha discreta do outro lado da linha. O interesse do xerife pela Amanda já se espalhava pela ilha, alimentado pela bela presença do casal na festa da ilha.

Desculpe, xerife, a Amanda não está na escola hoje. Aliás, ela pediu uma licença, para tratar de assuntos pessoais em Connecticut.

Mac franziu a testa com a nova informação adquirida.

— Pediu licença? Ela esteve por aí?

Não. Ela nos enviou um documento pedindo a licença pelo sistema do colégio.

— Entendi. – respondeu frustrado.

Espero que ela volte. Todos nós gostávamos muito dela.

— Eu também, espero, diretora. – suspirou.

Aconteceu alguma coisa, xerife? Posso ajudar?

— Não, está tudo bem. Muito obrigada e tenha um bom dia.

==========

Danny pediu licença e entrou na sala do xerife, fechando a porta em seguida.

— Xerife, sei que o endereço encontrado junto a vítima de homicídio é da casa da Amanda. Não quero transformar isso em um problema pessoal, mas teremos que chamá-la para prestar esclarecimentos.

Mac se aconchegou em sua cadeira e soltou um riso sarcástico.

— Acho ótimo. Se você conseguir encontrar ela, traga imediatamente.

O detetive pressionou os olhos sem entender a resposta recebida.

— Não entendi, xerife.

— A Amanda está desaparecida. Estou procurando por ela desde ontem. – suspirou.

Danny se sentou na cadeira sobressalente e assobiou surpreso.

— O senhor acha que ela está envolvida?

— Danny, me faz um favor. Chame o Adam e o Syd. Preciso conversar com vocês. Discretamente.

==========

Em quarenta e cinco minutos, os três convocados pelo xerife estavam em sua sala.

Mac pensou e analisou como conduziria aquela conversa, pois não podia expor a real história sobre Amanda. Na verdade, nem ele sabia mais onde a verdade começava e onde a invenção terminava.

— Eu não tenho notícias da Amanda desde ontem. Ela desapareceu. Parece que vocês, Adam e Syd, foram abordados por um homem que procurava por ela. E nós encontramos o endereço dela junto a vítima do homicídio acontecido em nossa ilha.

Os três se movimentaram desconfortavelmente na cadeira e gaguejaram.

— Preciso que vocês me descrevam o homem que procurava por ela.

Syd e Adam fizeram as suas descrições do tal homem, e juntos fizeram uma retrato falado digital.

— Xerife, se esse cara veio atrás da Amanda, temos que emitir os alertas imediatamente. E se ele a levou? Temos que procurar.

O xerife mordeu seus lábios e entendeu que a melhor coisa no momento era dar uma missão para Danny e mantê-lo ocupado, enquanto investigava o sumiço de Amanda. Quanto ao Adam e Syd, a única que coisa que podia fazer era pedir discrição e sigilo sobre o caso. Além de, obviamente, avisá-lo imediatamente se o tal homem aparecesse.

— Danny, pegue todos os resultados da investigação com a equipe de South Port e veja se temos alguma nova informação. Procure no sistema se temos nosso suspeito identificado. Eu farei uma busca na casa da Amanda.

O detetive se levantou saiu para executar a sua missão.

Syd e Adam também se levantaram e iam se retirando quando o xerife lhes alertou.

— Adam, você fica.

Assim que Syd fechou a porta, Adam começou a se desculpar.

— Xerife, eu sinto muito mesmo. Eu não queria fazer mal para Amanda.

— Para de resmungar, Adam! – ordenou Mac socando sua mesa. - Primeiro vamos encontrar ela, e depois penso no que vou fazer com você.

O garoto cessou sua lamentação imediatamente.

— Eu não queria pedir isso para você, mas não tenho opção. Então, você vai manter a sua boca fechada sobre isso.

Ele afirmou.

— Você vai invadir o sistema da escola e tentar descobrir de onde veio o pedido de licença da Amanda.

— Ela pediu licença? Então ela fugiu?

O xerife o atingiu com um olhar e logo Adam percebeu que essas respostas não lhe seriam fornecidas naquele momento.

— Sem perguntas, Adam. Quero respostas.

— Sim, senhor xerife. Vou fazer isso agora mesmo.

Adam pediu licença e deixou o escritório do xerife, também preparado para executar a sua missão.

Mac bufou aliviado ao conseguir direcionar as investigações sem causar nenhum alarde. Pelo menos, temporariamente.

Sozinho em sua sala, sua mente trouxe memórias dos cachos dourados e do par de esmeraldas, e reavivou as sensações que compartilharam na noite anterior.

Seu coração bateu apertado em seu peito e uma lágrima insistente banhou o seu rosto.

Ele fechou os olhos e expirou forte. Ainda havia mais um contato a fazer.

Usando seu celular, enviou o retrato falado e as informações que possuía, todas embaralhadas, à sua amiga Jo. Eles conheciam o formato de envio, e sabiam como usar o conteúdo de forma útil.

Uma mensagem, também codificada, confirmou o recebimento e o processamento das informações.

Um alívio momentâneo o atingiu e ele se aconchegou em sua cadeira, se apoiando no encosto. O descanso com os olhos fechados não durou muito, até ser interrompido pela campainha estridente de seu telefone.

Sua cadeira rangeu ao seu movimento lento e preguiçoso para atende-lo.

— Xerife Taylor.

Não houve resposta do outro lado da ligação.

— Aqui é o xerife Taylor.

Um suspiro soou pelo aparelho e despertou a atenção do xerife.

— Quem está aí? Responda!

Outro suspiro e o tom de voz ouvido por um milésimo de segundo foram suficientes para sua mente reagir.

— Amanda? Amanda, é você?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem ligou para o xerife? Comentem! Grande abraço!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Desconhecido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.