Amor Desconhecido escrita por Agent Krysten


Capítulo 11
Segredos Revelados


Notas iniciais do capítulo

Bem, o título diz tudo.
Se houver algum erro, por favor me avise.
Boa Leitura.



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Mac gaguejou desacreditado por alguns segundos, até conseguir reagir.

— Você é o quê?

— Sou uma traidora criminosa. – reafirmou decepcionada.

Ele teve dificuldade em aceitar o que ouviu e tudo que conseguiu fazer foi disparar perguntas e suposições.

— Você está fugindo? Por isso usa essa identidade que não é sua? Ou vai me dizer que você matou a tal de Amanda Clarkson para roubar a sua identidade?

Ela fez um movimento negativo com a cabeça.

— Não é isso. Eu faço parte do programa de proteção às testemunhas. Por isso, meus registros são falsos e meu passado é uma folha de papel em branco.

Pela primeira vez desde o início da conversa, um suspiro aliviado saiu dos lábios dele.

— Então você é testemunha de um crime. Isso não te faz traidora ou criminosa.

Amanda expirou derrotada antes de iniciar seu relato.

— Eu fui policial e trabalhei na narcóticos em Nova Iorque. Durante esse tempo, acabei me apaixonando por um cara, Frankie, e então começamos a ter um caso. Depois de um tempo, descobri que ele fazia parte da quadrilha de tráfico de drogas, alvo da nossa investigação. E eu, ao invés de denunciar ou prender ele, comecei a ajudar. Facilitei algumas coisas, passei algumas informações importantes, e com isso, ele se livrou de ser preso por várias vezes.

Mac passou a mão na boca nervoso, ainda não acreditando no que estava ouvindo.

— Realmente você é uma traidora! Traiu a sua corporação e protegeu um traficante de drogas? Era só o que me faltava! Me apaixonei por uma traidora!

Ela engoliu seco e não reagiu à dor que as palavras dele lhe causaram.

— Por favor vai embora! Eu nem poderia ter te contado isso. – disse triste.

Ele colocou as mãos na cintura tentando resgatar a sua sanidade.

— Agora você vai me contar toda a história! E quem é Josh? Pelo jeito devia ser seu namoradinho também, ou pior, seu maridinho traído que ao ficar sabendo de seu maravilhoso caso, obviamente, te abandonou e desapareceu no mundo.

Desta vez, ao mencionar Josh, as palavras a feriram profundamente, e seus olhos se encheram de lágrimas.

— Para, Mac! Para! O Josh é meu filho – soluçou. O Josh é meu filho. – soluçou segurando o choro.

Um calafrio viajou pelo corpo de Mac e uma tonelada de peso pareceu cair sobre as suas costas. Desacorçoado, ele se sentou em cima da tampa do vaso sanitário e mirou Amanda, que cabisbaixa, enxugava suas lágrimas.

— O que aconteceu com ele, Amanda?

Ela inspirou forte e elevou seu olhar, buscando forças para continuar seu relato.

— Minha traição foi descoberta e eu fiquei presa por um tempo, na corregedoria. Foi lá que eu descobri que estava grávida. Eu sabia que iria ficar presa por anos, e como não tinha ninguém fora da cadeia para cuidar dele, eu ia ter que dar meu filho para adoção. Me desesperei e não pude aceitar essa situação, por isso, fiz um acordo para informar o que eu sabia, em troca de proteção.

As lágrimas corriam livres pelo seu rosto e Amanda tentava enxugá-las com as mãos. Mac apenas a observava, imóvel, do outro lado do banheiro.

— Eu tive proteção durante toda a minha gravidez e depois que o Josh nasceu. Após alguns meses de investigação, baseada nas minhas informações, a polícia começou a agir, prendendo os suspeitos. Mas é claro que o Frankie me encontrou e me sequestrou, junto com meu filho. Quer dizer, nosso filho. Ficamos vários dias presos naquele lugar, até que um dia tomaram meu filho dos meus braços e nunca mais soube dele. Depois, eles decidiram me torturar até a morte, mas a polícia me encontrou e me libertou. Nesse confronto, o Frankie foi morto, mas não antes de deixar as marcas que você viu nas minhas costas. Em uma das audiências do caso, o irmão de Frankie jurou vingança, dizendo que ia me encontrar e me matar. Quando o caso acabou, eu entrei para o programa de proteção à testemunha. E desde então, eu já fui Victoria, Sydney e agora sou Amanda. Amanhã, serei outra pessoa.

O deserto que se tornou a garganta de Mac o impediu de comentar qualquer coisa depois do término do relato dela.

— É isso, xerife. Agora, por favor, vai embora.

Ele se levantou do assento e deu um pequeno passo na direção dela.

— Me deixa ver as suas costas.

— Não! Vai embora! – suplicou triste.

— Amanda, tira esse roupão! – gritou Mac.

Uma irritação ferveu o sangue dela, a fazendo reagir bruscamente.

— Você quer ver?

Ela se levantou e retirou o roupão, ficando apenas de calcinha. Envergonhada, se virou para a parede e encostou sua testa nos azulejos, deixando suas costas à mostra para ele.

Mac se aproximou e se entristeceu ao ver as marcas. Ele desceu suas mãos pelas costas dela passando a ponta dos dedos sobre elas, sentindo a pele se arrepiar ao seu toque.

Delicadamente, a segurou pela cintura e deixou um beijo em cada marca, como se quisesse curá-la daquela dor.

Após beijar cada uma delas, continuou deixando um rastro de beijos, subindo para o pescoço até chegar ao ouvido dela.

Amanda se deixou levar pelo toque aquecido de Mac e se encostou nele, permitindo que tivesse maior acesso ao seu corpo. Após acariciá-la, ele a girou e a encarou.

O par de esmeraldas estava sem brilho e envergonhado. Porém, seu rosto trazia uma certa serenidade, que o encantou ainda mais. Mac deu um pequeno sorriso e ela o acompanhou, reagindo ao carinho que ele fez em sua face.

Os lábios se tocaram, temerosos e tímidos. E logo, eles se entregaram a um beijo avassalador.

Ele a pressionou levemente contra a parede e ela gemeu ao sentir o contato gelado em suas costas. Suas mãos viajaram pelo corpo seminu dela, sentindo a maciez de sua pele. Uma carícia íntima dele tirou outro gemido dela, e ela o abraçou forte no pescoço.

Sem perder o contato entre os corpos, ele a levantou e carregou no colo até o quarto, onde a deitou na cama, devagar.

Ao se deitar sobre ela, Mac admirou seu corpo e notou que seu olhar havia recuperado o brilho. As pupilas estavam dilatadas e seus lábios entreabertos, forçados pela respiração ofegante que era notada pelo movimento de seu peito.

— Como é seu nome verdadeiro?

— Stella. – respondeu sorrindo.

— Oi Stella, muito prazer. Eu sou Mac, o homem que te ama.

— Oi Mac. Então me mostra.

Mac tomou Stella em seus braços e demonstrou seu amor intensamente, mostrando-lhe que seu passado não havia abalado de forma alguma, o sentimento que dominava seu coração.

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Ao se entregar ao prazer, ela suspirou abafado e se apoiou em Mac, mordendo levemente seu ombro.

Sentados na cama, ele a segurou em seu colo firmemente, e quando seu próprio corpo se entregou ao prazer, enterrou sua mão nos cachos dourados.

Os dois permaneceram abraçados, prolongando a calorosa sensação.

Mac alisou delicadamente o corpo dela, e ela se deslocou para vê-lo.

Ao olhar para o homem que amava e que a havia aceitado, mesmo com seu passado conturbado, não conseguiu mais segurar suas lágrimas.

— Ei, não chora.

— Estou tão aliviada de contar isso para alguém, mesmo não podendo.

Ele concordou.

— Não se preocupe. Seu segredo está seguro comigo.

Ela desviou o olhar, triste.

— Desculpe, se te decepcionei.

— Confesso que fiquei decepcionado sim, mas não consigo imaginar uma pena maior do que ter o filho tirado dos braços e nunca mais ter notícias dele.

Mac apoiou seu dedo gentilmente no queixo dela e levantou sua cabeça novamente.

— Você fez o certo. E mesmo que as consequências dos seus atos tenham ferido pessoas, você se redimiu e evitou que isso continuasse. Você lutou para proteger o seu filho e isso é o que importa.

— Eu sinto muito. – suspirou.

Ele acariciou os cabelos dela, penteando alguns cachos para atrás de sua orelha.

— Quanto tempo o Josh tinha quando foi levado?

— Quatro meses. E isso já está fazendo um ano. Sabe, às vezes nem consigo me lembrar do rostinho dele. E hoje, nem sei como ele está. Se ele passasse por mim na rua, provavelmente não iria reconhecer. Eu teria que conferir a marca de nascença que ele tem na perninha esquerda.

— Nós vamos encontrar ele. – afirmou intensificando a carícia nos cachos dourados. - Jocelyn é a pessoa que te suporta nessas mudanças?

Ela afirmou.

— O tal irmão do Frankie, que jurou vingança, está onde?

— Está na Pensilvânia. Ele está na condicional, então o agente responsável mantém sua localização controlada. A Jocelyn sempre me avisa sobre isso.

Mac decidiu não alertá-la naquele momento sobre seu endereço ter sido encontrado junto à vítima de assassinato. Se o paradeiro do tal irmão do Frankie estava controlado, não havia motivos para se preocupar naquele momento. Entretanto, na dúvida, considerou algumas medidas para protegê-la.

Amanda se moveu e deixou o corpo dele, se deitando na cama. Ele a acompanhou e a trouxe junto a seu peito. Depois algum tempo, ela se entregou ao sono.

O xerife a manteve em seu abraço, sentindo o corpo dela se esquentar junto ao seu.

Ela resmungou algo incompreensível e deu um beijo no peito dele, voltando a dormir. Ele gostou do gesto e devolveu o beijo em seus cachos e tentou descansar. Afinal, Amanda ou Stella, não poderia estar em local mais seguro do que ao lado dele.

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Mac se sentou devagar na cama, evitando qualquer movimento brusco no móvel. Amanda dormia de bruços, com o lençol cobrindo apenas a metade inferior de seu corpo. Ele tocou nas mãos dela, tentando despertá-la.

— Amanda?

Ela respirou fundo e abriu os olhos com dificuldade.

— Hum. – resmungou sonolenta.

— Eu tenho que ir.

Amanda se movimentou e se sentou na cama, se cobrindo com o lençol.

— Não me deixa, Mac. Eu sinto muito por tudo isso.

Ele franziu a testa e fez um movimento negativo com a cabeça.

— Eu não vou te deixar. É que eu recebi um chamado do hospital de Raleigh. Minha mãe não passou bem durante a noite e está internada.

— O que aconteceu? Ela vai ficar bem?

— Conversei rapidamente com o médico e foi somente um mal estar. Ela está bem. Vai ficar em observação e deve receber alta na hora do almoço.

Ela consentiu triste, ainda receosa de que ele iria deixá-la. E essa expressão não passou despercebida por ele.

— Eu amo você. Não se esqueça disso.

— Está bem. – confirmou contrariada.

— Você quer ir comigo?

— Não, Mac. Está tudo bem.

— Volto à tardezinha para ficar com você. Me espera no balanço?

Amanda sorriu e confirmou.

— Sim. Eu espero.

— Posso te pedir uma coisa?

Ela o olhou e nem preciso vocalizar a pergunta.

— Você faz aquela torta de cerejas frescas para mim?

— Claro. Vou ao mercadinho do Syd buscar os ingredientes.

Mac pensou novamente na ameaça que possivelmente rondava a casa dela e decidiu a melhor forma de mantê-la protegida, enquanto estivesse visitando a mãe no hospital.

— Tem mais uma coisa. – alertou. - Quero que fique com isso. – disse estendendo sua pistola para ela.

Amanda segurou a arma, insegura.

— Você foi policial e atira muito bem. Sabe o que fazer se sofrer qualquer ameaça.

— Você está se referindo ao irmão do Frankie? Ele está na Pensilvânia, Mac. Não está vindo para cá. – explicou devolvendo a arma.

— Por favor, fique com ela. E se proteja, caso necessário.

O tom de voz forte usado pelo xerife a alertou, e ela aceitou a ordem dele.

— Está bem. Se você insiste.

— Vem comigo. Você tem que trancar a porta.

Ela se enrolou no lençol e o acompanhou até a porta, onde percebeu os sinais de arrombamento.

— Você arrombou a minha porta? – perguntou desacreditada.

— Sinto muito. Conserto quando voltar. Enquanto isso, use o trinco interno.

Amanda rolou os olhos.

— Está bem, xerife Taylor.

Mac deu um beijo de despedida nela e seu coração apertou em seu peito. Contudo, tinha que partir.

Ela trancou a porta e voltou ao seu quarto. Ao se jogar na cama, escondeu a arma embaixo do travesseiro ao lado e dormiu novamente.

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Millie estava melhor, e seus exames mostraram resultados dentro do esperado.

— Está tudo normal, senhora Taylor. – concluiu o enfermeiro após medir a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos.

Assim que o enfermeiro saiu, Millie virou a sua atenção para o filho, que olhava através do vidro da janela há alguns minutos.

— Está tudo bem, filho? Quer que eu chame o médico?

Mac expirou triste e se sentou ao lado do leito de sua mãe.

— Eu conheci uma mulher, mãe. E estou gostando muito dela.

Ela sorriu contente com a novidade.

— Que bom, querido. Mas parece que só eu estou contente com isso. Qual é o problema? Ela não corresponde?

— Não é isso, é que ela tem um passado bastante complicado.

— Ela te contou o que é?

Ele respondeu positivamente.

— Todos nós temos um passado, filho. E se ela te contou, é porque confia e gosta de você. E quer ser aceita, mesmo tendo feito ou sido, seja lá o que for. Você aceitou isso?

— Sem dúvida. Eu a amo, mãe.

Ela viu um brilho diferente nos olhos do filho que não via há anos.

— Então, meu filho, sigam em frente e não se questionem mais. Comecem a criar agora, o passado de vocês dois juntos. E faça o favor de trazer ela da próxima vez.

Mac sorriu envergonhado e motivado com as palavras da mãe.

— Então foi ela que roubou toda a sua atenção o dia inteiro, não é?

— Me desculpa, mãe.

Millie procurou a mão do filho, que a respondeu prontamente.

— Vá ficar com ela, filho. Eu estou bem.

— Vou te levar para casa e depois volto para a ilha.

Não demorou muito até que Millie obteve alta do médico e deixou o hospital, em companhia do filho.

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O coração de Mac voltou a bater apenas quando virou sua viatura na rua da casa de Amanda. Depois de toda a história esclarecida, a vontade de estar com ela havia triplicado de intensidade e ele não iria deixar o passado corromper a nova vida deles. Ela estava arrependida, e havia feito o correto para tentar amenizar os erros que cometeu.

Uma leve frustração dominou seu pensamento quando viu que ela não estava no balanço. Sem se abater, desceu do carro assobiando, carregando o pequeno buquê de flores que comprou no retorno à ilha.

— Amanda?

A porta estava entreaberta, e a televisão ligada no programa vespertino de variedades.

Ele entrou devagar, e não a viu na sala. Ao se aproximar da cozinha, reparou os ingredientes da torta de cereja em cima do balcão, e algumas frutas espalhadas pelo chão.

Um calafrio congelante percorreu seu corpo quando percebeu o que havia acontecido.

— Ah não! – suspirou desacreditado.

O pequeno buquê de flores caiu no chão quando Mac correu pelas escadas, chamando por ela.

— Amanda?

A ausência de resposta aumentava sua aflição ainda mais.

— Amanda?

Não havia ninguém no quarto e nem no banheiro.

— Amanda? – choramingou.

O vazio do armário de roupas destruiu todas as suas forças e ao resgatar o urso, que ela ganhou na barraca de tiro, do chão, teve a resposta para a sua suspeita.

Amanda havia desaparecido.

 


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Notas finais do capítulo

Como Mac irá procurar por Amanda? E o q aconteceu à ela? Sumiu ou fugiu? Comentem! Até+!



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