Amor Desconhecido escrita por Agent Krysten


Capítulo 10
Falsos Registros


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?
Segue mais um capítulo...espero que gostem.



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A noite passou lenta e dolorosa para o xerife, que acompanhou de perto toda a movimentação da análise e coleta de evidências do local do crime.

Aos primeiros raios de luz do dia, os técnicos terminaram de processar a cena do crime e deixaram o local. E Mac, retornou à delegacia.

Exausto, se jogou na sua cadeira de couro estofada e suas costas agradeceram pelo desejado descanso. Ele fechou os olhos e tentou acalmar sua mente, apesar do cansaço. Todavia, o toque do seu celular não permitiu que sua concentração continuasse.

— Taylor.

Oi Xerife.

Uma sensação de alívio e conforto tomou conta de seu corpo.

— Como é maravilhoso ouvir sua voz. – suspirou.

Amanda deu um riso envergonhado.

Como estão as investigações? Alguma evidência reveladora? Encontraram DNA? Digitais?

Mac se encantou com as perguntas dela.

— Ei, calma aí, CSI. – sorriu. – Infelizmente não temos uma equipe dedicada para a ilha. A equipe que está cuidando do caso é de South Port.

Ela consentiu.

— E a pizza?

Não estava tão boa assim.— retrucou.

Ele franziu a testa, surpreso.

— Não? Mas aquela é a melhor pizza!

É que você não estava aqui comigo.

O xerife sentiu um delicioso calor aquecer seu corpo com as palavras dela.

— Sinto muito. Prometo que vou me redimir.

Amanda afirmou quando foi questionada se iria trabalhar durante todo o dia. E questionou o mesmo a ele.

— Vou esperar as notícias de South Port. Ficarei de plantão o dia inteiro.

Ela expirou preocupada.

Xerife, você ficou acordado a noite inteira. Precisa descansar um pouco. Deve levar algumas horas até que o time de South Port envie informações sobre as evidências ou o legista mande dados da autópsia.

Mac se admirou com o comentário de Amanda e imaginou como seria trabalhar juntos, em uma equipe CSI.

— Acho que você tem razão. Vou para casa e tentar descansar um pouco. Só vou esperar o Danny chegar. E acho que não vou poder ir te ver hoje. – disse decepcionado.

Vou sentir sua falta, mas não se preocupe. Vá descansar e mais tarde te ligo. Tudo bem?

O casal se despediu e Mac torceu para que Danny chegasse logo. As palavras doces dela o acalmaram e seu corpo já clamava por uma sessão de sono e descanso.

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Mac gritou ao acordar repentinamente do pesadelo. Com o coração disparado e sua camisa molhada de suor, ele inspirou e expirou forte para tentar controlar a sua respiração.

Ao checar seu relógio, constatou que estava dormindo há mais de quatro horas.

— Droga! – resmungou esfregando a mão em seu rosto.

Surpreendentemente, não havia nenhuma nova mensagem ou ligação perdida em seu celular. Amanda estava certa e apesar do pesadelo, aquelas horas de sono o revigoraram.

Após um caprichado lanche e uma enorme caneca de café, seu corpo se sentia pronto para mais horas e horas de trabalho e isso, se iniciaria com a resposta à ligação que seu celular indicou ativa.

— Oi Jo.

Oi Mac, como estão as coisas por aí?

Mac explicou sobre o novo caso ocorrido na ilha à colega de Nova Iorque.

Bem, isso não é nada diferente dos casos que você enfrentou enquanto estava aqui.

— Eu sei. Em Nova Iorque parecia normal, inúmeros casos como esse. Aqui, nessa tranquilidade, parece uma bizarrice.

Os dois riram juntos da situação que conheciam muito bem.

— Bem, se precisar de alguma ajuda, estou aqui. Mas eu liguei para te falar sobre outra coisa. Te liguei para falar sobre a Amanda.

Um calafrio gelado dominou seu corpo e sua feição se fechou em preocupação.

— O que você descobriu, Jo? Por favor, não me esconda nada.

Mac, eu não tenho como dizer isso com meias palavras. Eu consegui abrir o tal registro dela. Ele está incompleto, e principalmente, alguns dados importantes estão faltantes. Além de que, nenhuma informação bate com o que você me falou.

Ele franziu a testa, confuso.

— E o que isso significa?

Significa que ela não é quem diz ser.

A confirmada suspeita ascendeu sua decepção e ele nada conseguiu comentar.

Eu não quero especular nada, pois a minha investigação parou nos registros. Ela pode estar usando essa identidade para se esconder de alguma coisa.

— Era o mais provável, não é mesmo? – perguntou retoricamente.

Jo esperou que o amigo processasse aquela informação com calma. Ela própria havia analisado e reanalisado esses registros e buscado opiniões de colegas, para evitar informar algo que não fosse verdade e destruir o relacionamento de seu querido colega detetive.

Você quer que eu continue? Quer que eu vá além dos registros?

— Não é necessário. Você só vai confirmar o que já sabemos. Obrigado por sua ajuda.

O que você vai fazer?

Ele expirou desacreditado.

— Terei que confrontá-la. Ela vai ter que me dizer a verdade.

Jo também suspirou triste do outro lado da linha, sentindo-se inútil por não poder intervir ou ajudar o colega nessa situação.

Você está gostando dela?

Mac desviou seu olhar e respirou curto para evitar que a emoção lhe tomasse os sentidos.

— Com todo o meu coração. – declarou.

Eu realmente gostaria de te dar outras notícias, mas espero que tudo se isso se resolva. Da melhor forma possível.

— Eu também, Jo. Obrigado por tudo.

Os detetives se despediram tristemente.

Sem demora, um sentimento de desespero tomou conta de Mac e seus pensamentos brigaram entre a ilusão daquele relacionamento e comprovação da realidade. De fato, ele não queria aceitar a explicação provida pela amiga Jo, apesar de confiar no trabalho dela infinitamente. Conforme havia pronunciado, teria que confrontar Amanda a dizê-lo a verdade.

Pelo horário, ela ainda deveria estar na escola, e ele não queria fazer um escândalo no estabelecimento. Além de que, em público, provavelmente Amanda não diria nada.

Mac organizou seus pensamentos e percebeu que ainda podia fazer algumas verificações adicionais sobre ela.

Em seu computador, acessou a cópia do registro dela que Adam conseguiu na base de dados da escola. Nele, constava um contato da Universidade de Connecticut, para referências.

— Boa tarde, aqui é o Xerife Taylor de Oak Island. Estou buscando referências de Amanda Clarkson, e o seu nome estava na lista de contato.

O homem que atendeu do outro lado confirmou as informações de Amanda e nada disse que pudesse desmerecê-la.

Mac o agradeceu imensamente e encerrou a ligação, aliviado.

Entretanto, o alívio durou pouco e uma pontada de desconfiança voltou a machucar sua mente.

— Isso não está certo. – resmungou.

Na rede, procurou pelo telefone de contato da Universidade e ligou novamente.

Universidade de Connecticut, boa tarde. Em que posso ajudá-lo?

— Boa Tarde. Eu sou o xerife Taylor de Oak Island e gostaria de falar com o responsável pelos grupos de pesquisa de extensão nas áreas forenses da universidade, por favor.

Só um minuto, por favor. Vou transferir.

Um áudio de apresentação da universidade tocou por alguns instantes até ser bruscamente interrompido ao atenderem a ligação.

Boa Tarde, xerife Taylor. Sou o diretor da área de pesquisa e extensão da universidade. Em que posso ser útil?

Mac informou ao diretor as informações de Amanda e pediu que ele verificasse.

Senhor Taylor, tivemos cinco estudantes com nome de Amanda Clarkson nos últimos cinco anos, mas nenhuma delas se encaixa na sua descrição.

— Ela relata que participou de um grupo de pesquisas forenses da universidade. Essa informação procede? A universidade tem uma área de pesquisa forense?

Sim, nós temos um grupo de pesquisas forenses. Mas conforme eu disse, não tem ou teve nenhuma Amanda Clarkson nesse time.

Mac bufou irritado e permaneceu em silêncio por alguns segundos.

O senhor precisa de mais alguma informação? Provavelmente, essa pessoa está distribuindo falsos relatos sobre essa universidade. E precisa ser contida.

— Sem dúvida, diretor. Estamos trabalhando nisso. Muito obrigado pelo seu tempo e atenção.

Furioso, jogou o telefone em cima da mesa. Infelizmente, as confirmações da farsa de Amanda estavam se revelando.

Ele ligou novamente para o número de referência dos registros da escola e não ficou surpreso quando ouviu a gravação da companhia telefônica, alertando de que aquele número de telefone não existia.

Seus pensamentos agiram rápido, e havia mais uma verificação que ele podia fazer.

— Danny, é o Taylor. Preciso falar com a Lindsay. Me passa o celular dela.

Danny não precisava questionar o motivo daquela requisição. Sabia que quando o xerife descobrisse sobre Amanda, tudo cairia sobre eles. Sem hesitar, informou o número da namorada.

Essa hora ela ainda está na escola, xerife. – informou receoso.

Mac percebeu o tom de voz preocupado de Danny e o acalmou.

— Não se preocupe, Danny. Eu só quero fazer uma pergunta para ela. Obrigado.

Sem se despedir, o xerife encerrou a ligação com seu detetive e já acionou o número da namorada dele.

Lindsay não atendeu a ligação desconhecida prontamente, pois ainda estava em sala de aula. Somente depois de receber a mensagem de texto de Danny explicando que o xerife queria falar com ela, pediu licença para sua turma e atendeu o celular.

— Lindsay, é o xerife Taylor. Preciso que você me diga o que sabe sobre a Amanda. Por favor, não vou fazer nada contra ela. Eu só preciso saber a verdade. Por favor, me ajude.

Lindsay expirou derrotada e triste com a súplica do xerife.

Naquele dia que vocês reformaram o balanço, ela disse que não podia se envolver com ninguém e deu a entender que tinha outra pessoa. Eu insisti para saber mais e ela desconversou. Disse que falaria no momento certo para você. Foi isso que entendi, mas não posso confirmar.

Um nome acendeu em sua mente como em um letreiro luminoso.

Não quero inventar nada, xerife. Foi o que eu entendi. Mas não posso confirmar.

— Provavelmente, você entendeu certo, Lindsay. Tem mais alguma coisa?

Não, xerife.

— Obrigado.

Depois de todas as informações coletadas, ele temeu saber a verdade e se arrependeu de ter investigado seu passado. As lembranças dos poucos momentos que passaram juntos o aquecia e ao mesmo, o decepcionava, pois tudo aquilo não passou de uma grande mentira.

Sem condições de esperar mais, ele se preparou para buscá-la na escola quando seu celular tocou e a origem da ligação era South Port.

Ele respirou fundo e tentou chavear seu pensamento, para o homicídio que investigava. O time CSI já havia processado algumas provas e o chamou para informá-lo das descobertas. Entretanto, teria que se deslocar para a ilha vizinha e consequentemente, adiar o confronto com Amanda.

==========

Os especialistas CSI mostraram ao xerife Taylor as descobertas das análises das provas coletadas no local e também, o legista descreveu suas descobertas do corpo e determinou a causa morte da vítima.

Taylor analisou com atenção as evidências coletadas e as informações descobertas até o momento. Um passo importante que os especialistas estavam trabalhando era descobrir qualquer traço de DNA que poderia levá-los ao assassino.

Ele alcançou um pedaço de papel, protegido dentro de um plástico e seu sangue quase congelou quando leu o que havia escrito.

— Onde vocês encontraram isso? – perguntou nervoso.

— Encontramos junto ao corpo da vítima. O senhor reconhece?

Mac afinou os lábios e consentiu.

— Sim, é um endereço em Oak Island. Vou verificar.

Assim que a reunião em South Port terminou, ele ligou a sirene de sua viatura e dirigiu ensandecido para o endereço de Amanda. Endereço esse, que estava descrito no pedaço de papel encontrado junto à vítima.

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Mac pisou duro nos degraus da sacada da casa de Amanda e nem bateu na porta para ser anunciado. Ele simplesmente forçou a maçaneta e a arrombou, invadindo a residência.

— Amanda? – perguntou já dentro da sala.

O breu dos cômodos térreos o alertou de que ela não estava ali. Porém, uma linda voz que vinha do andar superior da casa banhou os seus ouvidos, indicando sua localização.

Ele subiu as escadas devagar, para não causar nenhum ruído e nem deixá-la perceber que estava por perto.

Ao entrar no quarto dela, percebeu uma fina fresta de luz que escapava da porta do banheiro e a voz doce, tinha sua origem dentro do cômodo.

Sorrateiramente, Mac abriu a porta e a viu, agachada junto à banheira, mexendo na água suavemente com suas mãos. Seu roupão estava aberto e caído quase até a sua cintura, e quando ele observou as costas dela, algo lhe chamou a atenção.

— Amanda, o que é isso nas suas costas?

Ela pulou de susto e puxou seu roupão rapidamente, cobrindo seu corpo.

— O que você está fazendo aqui?

— O que são essas marcas nas suas costas?

Amanda apertou ainda mais as bordas do roupão e desviou seu olhar dele.

— Não são nada.

— Como não são nada? Vamos me diz!

— Não, xerife. E você não deveria ter entrado assim na minha casa. Por favor, saia.

Mac entrou no banheiro e fechou a porta por detrás dele.

— Não vou sair! Sabe, eu estou cansado dessas suas respostas vagas e das perguntas sem resposta. Você está escondendo algo e eu preciso saber o que é!

— Por favor, saia xerife.

— Não vou sair enquanto não me disser quem você é. Sei que seu registro é falso, que você nunca esteve na Universidade de Connecticut e que tem outra pessoa.

Amanda arregalou os olhos surpresa.

— Você está me investigando?

— É, estou. – confessou decepcionado. - Amanda, eu não posso mais viver com essas mentiras, esses segredos. Você tem que me dizer.

— Não posso, xerife. Saia, por favor.

Ele cruzou os braços e se encostou na porta.

— Não vou sair e nem você vai, enquanto não me disser tudo.

Ela expirou derrotada e se sentou na beirada da banheira.

— Acho que você não vai querer saber. E muito menos ficar comigo depois disso.

O xerife engoliu seco com a declaração dela e se preparou para o pior.

— Eu só vou sair daqui depois da verdade.

Amanda molhou os lábios e resumiu sua condição em uma sentença.

— Eu sou uma traidora criminosa, Mac.


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Notas finais do capítulo

Será que Mac vai aceitar a verdade sobre o passado de Amanda? Comentem! Abs.



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