Quando chegamos em terra firme percebi o quão familiar era aquela floresta.

— Adrian, onde nós estamos? – Questionei inclinando levemente a cabeça para o lado.

— Aonde você acha que estamos? – Adrian perguntou.

— Perguntei primeiro. – Revirei os olhos.

— Estamos em Forks. – Ele simplesmente falou enquanto dispensava o jato particular, que eu achava ser um avião.

— Ficamos sete horas rodando em Forks? Pra nada? – Perguntei incrédula.

— nós precisávamos fazer isso, assim eles não nos acham. – Adrian explicou. 

— E o que isso tem haver?

— Eu tenho uma vampira, que você logo conhecerá, o dom dela é fazer uma espécie de confusão nas pessoas. Isso quer dizer que enquanto voávamos sobre Forks, para o vampiro rastreador de Aro nós estávamos bem longe daqui. – Ele falou indo mais longe floresta a dentro.

— Então quer dizer que os Volturi estão ajudando os Cullen?

— Isso mesmo, e antes que me pergunto como eu sei, tenho informantes. – Adrian falou apressando o passo.

— Então quer dizer que eu vou ter que viver perto da minha família e nem vou poder passar pra dá um oi? – Perguntei com a cara fechada.

— Não vai poder. – Adrian me olhou por cima dos ombros. – Ordem do seu alfa.

— Isso de ficar controlando é uma merda. – Resmunguei. – Mas agora aonde nós vamos estar para o rastreador?

— Voando eternamente, minha vampira apenas precisava que ficássemos um tempo até ela conseguir fixar nossa localização.

Bufei, Adrian era fodão e eu nem podia discordar. Andamos por alguns metros e chegamos a uma enooooorme casa.

— Bem-vinda ao seu novo lar, Annie. – Adrian falou enquanto entrava no local.

A casa era de uma madeira branca e por dentro era totalmente pintada de preta. Me sentia do lado negro da força.

— Olá. – Me assustei com a aparição inusitada de uma mulher.

Ela tinha olhos vermelhos, seu cabelo era preto e a pele pálida, e além do mais ela tinha os olhos puxadinhos.

— Essa é Terumy. A vampira de quem falei. – Adrian falou, ela me lançou um lindo sorriso.

— É um prazer lhe conhecer, Annalice. – Ela falou e eu lhe lancei um sorriso caloroso.  

— Vamos, depois vocês conversam. – Segui Adrian por um corredor e então chegamos a cozinha.

Tinha um menino lindo, seus olhos eram verdes e o cabelo preto.

— Esse é Vinicius. – Adrian falou. – Por enquanto só temos Terumy e Vinicius na casa, os outros estão caçando.

— Muito prazer. – Vinicius falou passando por mim, nada amigável.

— Terei de sair para resolver algumas coisas. Fique com eles. – Ele não estava sugerindo, estava mandando.

— OK. – Me virei voltando a sala. – Para onde ele vai?

— Resolver coisas sobre sua iniciação. – Terumy respondeu sentada no sofá.

— Iniciação? – Questionei sentando.

— Todas as alcateias tem isso. Por exemplo, na de Luiz os novatos têm de matar um leão da montanha. – Terumy explicou.

— E na de Adrian?

— Você logo saberá. – Vinicius deu um sorriso maldoso.

— Quem mais faz parte da matilha? – Perguntei ignorando Vinicius.

— Tem a Dany, a Camilla, Herondale, a Niki, a Kah, a Milene, a Issa, o Arthur e o Nico, agora você também. – Terumy falou sorrindo.

[…]

O resto do dia foi bom, Kah e Herondale apareceram, cada uma era ainda mais legal. Mas sinceramente senti saudades dos meus gêmeos lobisomens.

Adrian chegou e me mandou tomar banho, botei uma roupa confortável, que Adrian havia comprado para mim. Logo após ele me apressou para sair. Os membros da matilha, que já tinha chegado, me deram boa sorte e eu fiquei com certo receio do que aconteceria.

— O que vamos fazer? – Perguntei assim que chegamos ao centro de Forks.

— Apenas me siga. – Adrian falou indo até um beco.

Estranhei quando ele pulou de uma parede à outra e subiu em cima do telhado de uma loja. Ele me apressou de novo e incrivelmente consegui fazer a mesma coisa.

— Para onde vamos? – Perguntei assim que ele começou a pular de telhado em telhado.

— Apenas me siga. – Adrian estava frio demais.

Fui seguindo ele e quase cai em determinado lugar, mas Adrian segurou minha mão. Ficamos andando por cima de telhados bastante tempo, até que Adrian parou. Tinha um homem saindo de uma loja e seguiu diretamente para o beco a nossa frente, o homem parou para mijar.

— Adrian… – Resmunguei chamando sua atenção.

— Vá lá Annalice. – Ele sussurrou.

— O que você quer dizer com isso? – O olhei por cima do ombro.

— Mate ele, Annalice. – Adrian falou.

— Você tá maluco? – Me virei o encarando.

— Eu estou mandando Annalice. – Adrian estreitou os olhos.

— Eu não posso fazer isso. – Grunhi.

Os olhos de Adrian ficaram vermelhos ele me segurou fazendo eu encarar seus olhos.

— Faça. – Um calor subiu pelo meu corpo e algo dentro de mim quis se rebelar. Sem controle algum eu pulei no beco.

O homem me olhou assustado e levantou a calça.

— Quem é você? – Pela sua voz percebesse que ele estava bêbado.

Continuei a me aproximar. Eu tentava parar, mas algo dentro de mim não deixava. Faça! Uma voz gritava dentro de mim.

— Quem é você? – O homem resmungou recuando.

— Quem eu sou? – Minha voz saiu grossa e rouca. – Eu sou a sua morte.

O homem bateu as costas na parede e me olhou mais assustado ainda. O que eu estava fazendo, tentei me controlar e então meu corpo parou de andar.

Não tente tente me parar, Annalice. Você vai gostar, eu prometo, vai pegar gosto pela coisa e então seremos grandes amigas. A voz tornava a falar. Tenho outra escolha? Não. Então faça.

Meu corpo tornou a se movimentar e cada passo era uma corda invisível que se soltou de mim, cordas que me prendiam ao amor, a família, ao coração e à minha compaixão.