— Não nega que é filha de Isabella. – Rosalie revirou os olhos. 

— Como assim? – Questionei. 

— Sua mãe pulou daquele penhasco uma vez, quase morreu se não fosse por mim. – Jacob respondeu se sentindo. 

Então era ela a humana retardada que Sam falou. Bom saber. 

— Você não pode pular de penhascos, Annalice. – Edward se irritou. 

— Bella também pulou quando mais nova. – Estreitei os olhos. 

— Eu não estava aqui para impedi-la. – Ele retrucou.

— E nem lá para me impedir. – Edward abriu a boca para responder, mas eu o cortei. – Você não é o meu pai Edward. 

Eu não queria chegar a esse ponto, mas Edward era controlador demais. 

— Então – Alice mudou de assunto. – Agora você só fica atrás de Jacob, quase nunca com a gente. 

— É que Jacob é como um pai para mim. – Respondi. – O que ele possivelmente pode ser! 

— O que? – Renesmee largou a revista e me encarou. 

— Você sabe, Jacob era caidinho pela sua mãe antes de ter o imprinting por você. – Continuei. – E nada mais do que uma visita para Bellinha, há 15 anos atrás, poderia acender a chama desse amor dele por ela anos depois, antes de você nascer. 

— Mãe, isso é verdade? – Renesmee olhou para Bella perplexa. 

— Não! – Bella exclamou. – Annie, para de por paranoias na cabeça de sua irmã. 

— Séria paranoia? – Questionei encarando Renesmee. – Se você olhar bem nós até nos parecemos! 

Renesmee olhou para mim e Jacob algumas vezes e em seguida se levantou, e saiu. Bella, Edward e Jacob foram logo atrás. 

— Satisfeita? – Rosalie perguntou com um sorriso de canto. 

— Um pouquinho. – Respondi com certa ironia. 

[…]

♬ Estava na casa dos Cullen e avistei o Jasper no grau, sabe o que ele bebe? Sangue de animal, ele bebe sangue de animal. — Swan, Annalice.

Me sentei ao lado do homem pálido e de cabelos loiros. Abri um livro ilustrado que estava ao meu lado e comecei a passar as folhas. 

— Você lê rápido. – Jasper falou pondo o seu livro de lado. 

— Só estou vendo as figurinhas mesmo. – Esclareci e escutei sua singela risada. 

Fechei o livro e bati os pés no piso de madeira, respirei fundo e balancei a cabeça como se acompanhasse um ritmo musical.

— O que você quer? – Jasper perguntou.

— Sabe, vampiros podem sentir a presença de outros? – Perguntei me virando para ele.

— Depende. 

— Do que? – Tornei a perguntar.

— Se esse vampiro consegue se ocultar. – Jasper falou

— Como se fosse um dom? 

— Não necessariamente. Alguns vampiros conseguem adquirir uma – Ele pareceu procurar uma palavra certa. – Uma habilidade.

— Mas nem mesmo os lobos o sentiriam? – Perguntei.

— Os transformos o sentiriam sim, quando transformados. – Jasper explicou.

— Então se tivesse um vampiro nos olhando agora e ele possuísse essas habilidades. Bem, só os lobos saberiam? – Questionei.

— Sim, mas eu tenho certeza que Alice também veria se esse indivíduo fizesse algo contra algum de nós. – Jasper esclareceu. – Mas por que de tanta curiosidade?

— Porque não tenho nada para fazer. – Menti me levantando e saindo o mais depressa dali.

[…]

♬ Andou na floresta-a cuidado Jacob Black vai te pegar. Nha nha nha. – Swan, Annalice.

— Jacobzinho. – Me joguei ao seu lado no sofá. 

— O que você quer? Fala logo que eu estou vendo o jogo. – Ele reclamou.

— Insensível. – Revirei os olhos.

— Desembucha Annie. 

— Os lobos rondam essa área? – Perguntei.

— Não. – Ele foi direto.

— Por que não? – Questionei.

— Porque essa área é dos vampiros. Não nos metemos aqui e ele não se metem lá! – Ele deu de ombros.

— E o que você está fazendo aqui, despacho? – Revirei os olhos.

— Meu caso é diferente, e aliás eu só venho aqui na forma humana. – Ele explicou.

— Entendi. – Encostei a cabeça em seu ombro olhando para a televisão. – Pega uma aguinha lá para mim.

— Por que você mesma não pega? – Resmungou de volta.

— Porque fui eu que ganhei a aposta. – Sorri vitorioso.

— Eu não vou.

— Não tem palavra de homem, é Jacob? – O olhei persuasivamente.

— Eu te odeio. - Ele levantou com raiva e me fez cair deitada no sofá.

— Bem geladinha, ok? - Gritei quando ele já estava longe e pude escutar ele grunhir.

Aí como eu estava adorando isso. Não demorou muito e ele voltou com o copo d´água, o peguei e antes dele caminha para sentar de novo no sofá eu pus meu pesinho na frente dele.

— Um massagenzinha por favor, é que eu tive que andar muito, você sabe. – Ele me olhou possesso de raiva, mas mesmo assim pegou meu pé.

— Por que você está fazendo isso na Annie? – Renesmee perguntou parada perto da gente.

— Porque ele é meu papai. – Respondi com a maior inocência do mundo.

Renesmee tornou a fechar a cara e virou-se indo embora, Jacob apertou meu pé com força e me repreendeu com o olhar.

— Aí aí, faz direito pelo menos Jake.

[…] 

♬ Ela é uma menina-híbrida que precisa urgentemente de uma coça. Ela quer alguém que a abrace e diga o quanto ela é forte. – Swan, Annalice.

E ali estava eu, parecia até uma cena de suspense, mas na verdade eu só estava indo pegar alface na horta de Esme.

Eu tinha quase certeza que tinha um vampiro rondando essa área. Os lobos não podiam o sentir, pois não vinham aqui, e como ele tinha aquela habilidade os Cullen também não. Isso me causava arrepios, talvez fosse apenas paranoias. 

Senti algo vir em minha direção, por trás de mim, senti uma respiração próxima e então uma mão gelada tocou meu ombro.

— Você estava demorando.

— AI QUE SUSTO RENESMEE! – Coloquei minha mão sobre meu coração.

— Foi mal. – Ela se encolheu.

— Está tudo bem. Eu só estava distraída. – Suspirei.

Ela abriu um enorme sorriso e me abraçou. 

— Renesmee, sem contato físico. – Resmunguei, mas ele só me abraçou mais forte. 

— Eu te amo, irmã. – Ela sussurrou.

— Irmã e possível enteada. – Fiz graça.

— Mamãe já me preparou psicologicamente para suas tentativas de colocar paranoias na minha cabeça. – Ela falou dando um sorriso mínimo.

— AFF – Coloquei minhas mãos em volta dela, retribuindo o abraço.

Encarei a floresta em minha frente e meus olhos encontraram olhos vermelhos.