Sobe, sobe, sobe e desce, desce e desce. Jacob desgraçado, está me fazendo andar. Pelo menos estou do lado de duas criaturas lindas, Jacob e Embry.

— O pessoal já está aqui. – Jacob observou.

— E o que eles estão fazendo lá? – Perguntei.

— Hoje é o dia de penhasco. –  Não Jacob, hoje é dia de maldade!

É muito reconfortante saber que eles têm um dia para brincar de morrer, essas coisas de lobo são retardadas. Quando cheguei ao topo do penhasco eu quase tive um treco! DEZENAS DE HOMENS SEM CAMISA! Morri, fui para o céu e ninguém me avisou de novo.

— Jacob essas coisas não são para crianças. – Sam falou me avaliando.

— Ela quer pular, quem sou eu para discordar? – Jacob respondeu.

Jacob é mó falsiane né? Ele praticamente está me forçando a fazer isso. Mas seria ótimo ter ele como escravo. Sam bufou e me encarou.

— Tem certeza? A última vez que uma humana pulou daqui quase morreu. – Sam deu um sorriso irônico.

Nossa, que escrota essa garota. Quem já se viu pular de um penhasco? Ela tinha o que na cabeça? Bosta? Só pode. Pelo menos eu tenho dezenas de lobos sarados para me resgatar.

— Absoluta. – Respondi expressando um sorriso confiante.

— Ok, então. Acho melhor alguém ficar na água, caso ela se afogue. – Eu podia dizer para Sam que eu era uma ótima nadadora. Mas quando Embry tirou a camisa e disse que ficaria na água a minha espera, eu não tive palavras.

Jesus apaga a luz, ele é do jeito que eu gosto.

— Me dá seu celular. – Jacob estendeu a mão e eu o entreguei.

Segui até a beirada do penhasco, era altinho né? Embry estava bem ao meu lado se preparando para o salto.

— Vai fazer isso mesmo? – Embry me perguntou lançando um sorriso.

— Com certeza. – Respondi tentando não encarar muito.

— Então até lá embaixo. – Embry disse e logo após pulou.

Ele deu umas cambalhotas e por fim chegou à água, logo ele apareceu e fez um gesto com as mãos me chamando. Era tarde demais para desistir?

— Sua vez. – Jake cantarolou ao pé do meu ouvido.

— Cof Cof – Forcei uma tosse. – Acho que estou ficando doente.

— Para de enrolar. – Senti Jacob me empurrar mais para a beirada. 

Em momentos de tensão, entra em cena um hormônio chamado adrenalina, que prepara o seu corpo para enfrentar tudo, ou, cair fora. Normalmente a adrenalina é liberada na corrente sanguínea em situações de estresse e excitação. A adrenalina é composta por fenol, álcool e amina, ou se preferir, C9H13NO3. Quando a adrenalina é liberada ela ocasiona no aumento das batidas cardíacas. Quando temos medo, a adrenalina aumenta o fluxo de energia nas pernas, para que possamos correr, por isso ficamos pálidos, ou, suando frio. Levando em consideração eu poderia meter o pé dali tranquilinha.

A adrenalina também ajuda na boa memória, por isso estou podendo defini-la. É como lutar ou correr. E nesse caso eu vou lutar, ou melhor, pular.

Respirei fundo e ergui um dos pés em direção a água, respirei mais uma vez e joguei meu peso para frente. Um grito agudo saiu involuntariamente da minha garganta e em determinado momento achei que poderia voar. Quando meu corpo se chocou contra a água fria gemi de desgosto. 

Voltei para a superfície a tempo de ver Embry nadar em minha direção, acho que esse é o anjo que o senhor projetou pra mim. 

— Parece que você conseguiu mesmo! – Embry sorriu e rapidamente demos uma batida de mãos. 

— Você está bem? – Pude ouvir Jacob gritar. 

— Estou ótima, ISSO É DEMAIS. – Gritei empolgada. 

— Parece que você ganhou um escravo. – Embry observou. 

— Não é mesmo? – Comecei a nadar em direção à praia. Podia ouvir outros corpos batendo na água e imaginei que os outros garotos faziam o mesmo. 

Demorou alguns minutos, mas finalmente eu e Embry chegamos na praia. Logo um lobo, seguido de mais 4 chegaram também. E começaram a se destransformar bem ali na minha frente. Quando estavam quase 100% humanos alguém tampou minha visão com as mãos. 

— Ou! – Resmunguei cruzando os braços. 

— Vocês são malucos? Ela só tem 15 anos. – Embry parecia bravo. 

— Foi mal. Estamos acostumados a fazermos isso, esquecemos dela. – Um dos meninos, Quil, falou. 

— E aliás, Annie não é tão inocente assim. – Jacob resmungou. 

— Tanto faz. Agora se vistam. – Eu em Embry todo estressadinho. 

Bufei me encostando a ele, ele era bastante quente. Lobos são quentes e confortáveis. Vou pagar Seth para ser meu sofá móvel, coisa melhor? Não! 

— Já pode soltar ela, Embry. – Jake praticamente rosnou enquanto me separava de Embry.

— Nossa Jureg. – Resmunguei encarando-o.

— Ah, seu celular tocou. – Ele me estendeu o mesmo e eu sinceramente não queria saber onde ele estava.

Chamada perdida de Edward 

Dei as costas para eles enquanto retornava à ligação. No segundo toque ele já atendeu.

— ANNALICE SWAN! QUE HISTÓRIA É ESSA DE PULAR DO PENHASCO? – Ele parecia bastante nervoso.

— Olá Edward, estou bem sim, obrigada por perguntar. – Falei ironicamente e escutei ele bufar do outro lado. – E sobre o penhasco? Quero falar com o meu advogado antes de responder qualquer coisa, passa para o Jasper.

— Desde quando Jasper é seu advogado? – Edward questionou.

— Não vou responder nada mais. – Me recusei, ouvi ele resmungar algo e passar o celular.

— Sim, senhorita? – Jasper como sempre um cavalheiro, mesmo que seja muito antipático. 

— Acalma as coisas aí. – Tentei sussurrar, mesmo que fosse inútil. 

— Annie, eu ainda posso ouvir. – Escutei a voz de Edward. 

— Farei o possível. – Ouve-se uma falação e Jasper tornou a falar. – Isabella falou para você vir para cá, Charlie teve uma emergência na delegacia. 

— Tudo bem. Adeus Jasper. – Me despedi do homem e finalizei a ligação. 

Me virei de volta a Jacob e os rapazes.

— Jacob, precisamos ir. – Resmunguei. 

— Nem mais um minuto? – Jacob perguntou frustrado. 

— Nem mais. – Neguei. 

Me despedi deles e segui com Jacob até sua casa, ele pegou a moto e me entregou o capacete. 

— Se segura. – Ele falou antes acelerar. 

"EU CONSIGO VOAR" 

O que? Como assim? Já chegamos? JACOB, NÃO ESTAMOS EM VELOZES E FURIOSOS. Revirei os olhos descendo da moto. Tirei o capacete e entreguei a Jake, ele foi na frente. Avaliei minhas roupas, que pelo vento, estavam quase secas. Andei devagar em direção a enorme casa. 

Por uns segundos senti como se alguém me observa-se a cada passo. E isso me assustou de início, não parecia ser o tal lobo, mas sim outra coisa.