— DOU-LHE UMA! DOU-LHE DUAS! DOU-LHE TRÊS!  VENDIDO! O VASO DE JADE DA TURQUIA PARA O SENHOR HASHIMOTO ALI NA GALERIA, UMA SALVA DE PALMAS!!!

“Clap! Clap! Clap! Clap! Clap!...”

E o leilão continuava, tão chato que eu tava até começando a apreciar a idéia do Deidara de explodir aquilo tudo! Mas ainda não era à hora!

De repente, comecei a sentir uma forte intenção maligna se aproximar. Eram os ladrõezinhos que eu tinha encontrado lá fora. Realmente o Kusuri estava certo sobre o time de patifes dele não ser o único a querer a lágrima vermelha.

Olhei para frente, para a primeira fileira e vi que não era o único a sentir aquelas intenções malignas! Senhorita Nakano estava sentada entre a dama de companhia Hanako e a prima esquisita do Deidara de guarda-costas.

E a Kurotsuchi já tava a par da situação…

— Er… – Senhorita Nakano percebeu que a esquisita não tava muito tranquila – O que foi, Kurotsuchi-san?

— Eu tô sentindo… – Responde a Kuro – Tem uns caras a fim de encrenca entrando no salão.

 – Ai, Kami-sama!! – A senhorita gata cobriu a boca com uma mão de medo dos encrenqueiros. Mas a Kuro-narcisista começou a contar vantagem como os da família dela:

— Ah! Não importa, poderiam ser até 100 desses idiotas! Nenhum deles é páreo pra mim!

— V-você tá falando sério? – Sempre delicadinha, ela pergunta, ainda assustada.

— O que?! Olha, deixa eu te falar uma coisa, senhorita… Qual é mesmo o seu nome?!

— Pode me chamar de Martine.

— Martine?! – Sutileza também não era o forte da família do Deidara! A esquisita da prima dele foi logo entortando a boca pro nome artístico de sua cliente modelo – Ah, Perai! Que nome esquisito é esse?

Bem se vê que a Kurotsuchi não assiste muita televisão na vila da pedra…

— Era o nome da minha avó! – A fofa responde ainda delicada – sabe, sou descendente de franceses!

— Ah, bom… – Kuro faz cara de quem entendeu – É por isso também que você usa o sobrenome depois do nome? Porque isso também é estranho pra caramba!

Dessa vez, minha estrelinha entortou a cara:

— Mas, você dizia?! Sobre os “caras a fim de encrenca”?

— Ah, claro! Eu dizia que sou suficiente pra ninjas de nível tão baixo quanto eles, não se preocupe! – E de repente, Kuro começou a pensar alto – Claro que se um ninja realmente poderoso como o Deidara-nii estivesse por aqui, aí sim nós teríamos problemas…

Martine ouviu aquele pensamento falado e indagou, confusa:

— E quem é esse Deidara-nii?!

— Ah, Ninguem! – Kuro tentou desfarçar – Ninguém importante, não se preocupe, Martine!

Hum… “Ninguém importante”, é?! Ela não fazia a menor idéia do que o “Senpai” estava planejando pra ela…

De repente, o leiloeiro (finalmente!) Anunciou o item que todos estavam atrás!

— E AGORA, SENHORAS E SENHORES! VAMOS A PARTE MAIS ESPERADA DESTE LEILÃO! – Ele esperou a garota gostosa que mostra os prêmios entrar no palco com uma caixinha de jóias enorme. Ela ficou bem ao lado dele e abriu a caixinha fazendo os olhos de todos os presentes arregalaram – VAMOS INICIAR OS LANCES PARA VER QUEM SERÁ O NOVO DONO DA LÁGRIMA VERMELHA!!!!

E todos aplaudiram. De longe eu pude ver os olhinhos lilases de Martine brilharem ao olharem para a lágrima. Comecei a me perguntar por que diabos ela queria tanto essa jóia? Será que ela sabia que o diamante era especial? Que podia armazenar quantidades exorbitantes de chakra? Mas, mesmo se ela soubesse, pra que iria deseja-la?

Perguntei isso porque eu era um dos poucos ninjas que, só de olhar para senhorita Nakano, conseguia perceber o chakra maravilhoso que ela tinha. Uma quantidade enorme e armazenada tão profundamente dentro de seu corpo, como se nunca tivesse sido usado antes…

Mas, meus pensamentos foram interrompidos pela voz dela bradando o último lance:

— CINQUENTA MILHÕES DE RYO!

Todos se espantaram! Depois do lance inicial ser de 15 milhões, senhorita Nakano cobriu cada oferta até que lançou a última. Ninguém parecia disposto a lançar mais do que aquilo.

— ATENÇÃO! A LÁGRIMA VAI FICAR COM A NOSSA PRINCESA, MEUS CAROS SENHORES! DOU-LHE UMA! DOU-LHE DUAS! E DOU-LHE… TRÊS!!! VENDIDA! VENDIDA PARA A SENHORITA MAAAAARTINE NAKANO!!!! UMA SALVA DE PALMAS!

O coração de Martine disparou. Era uma mistura de felicidade e medo que fazia suas mãos bem feitas tremerem.

— Senhorita Nakano? – Hanako tirou Martine daquela angústia – A senhorita precisa subir no palco… Pra pegar a lágrima.

— Ah, claro que sim, obrigada. – Ela disse, como se voltasse a realidade e levantou da cadeira, subiu as escadas, caminhando na direção do leiloeiro e de seu tão esperado prêmio.

Ah, e os ladrõezinhos de quinta nem esperaram Martine pegar seu prêmio! Ela nem tinha terminado os degraus da escada do palco quando um deles, lá do meio do público, anunciou gritando e apontando para a joia:

— NEM MAIS UM PASSO! A LÁGRIMA É NOSSA!

E os comparsas daquele estúpido começaram a entrar no salão 51 empunhando suas espadas e intimidando as pessoas. A assistente do leiloeiro fugiu gritando e largando pro alto a caixinha com a lágrima.

— Aaaaaaaahhhh!!!!! ASSALTO!!!

Martine, num reflexo, pulou e agarrou a caixinha, apertando-a contra seu peito. Daí os seguranças do evento começaram a entrar e a lutar com os ladrõezinhos. Você já pode imaginar que os outros riquinhos que queriam comprar a lágrima começaram a sair correndo e gritando pra todos os lados causando uma total confusão! Kurotsuchi correu para o palco onde Martine estava caída no chão com a lágrima protegida em seu peito.

— Vamos sair logo daqui, Marine!

— É Martine!! – Minha lindinha corrigiu, com a expressão assustadíssima – E como você pensa em me tirar daqui?!!

As duas viram a confusão preocupadas, mas a Kuro parecia ter a situação sob controle.

— Observe, amadora! – Kuro sorriu bem animada pra começar a lutar. Ela fechou as duas mãos com os dedos cruzados no in do elemento terra e liberou sua técnica – Doton! Doro Domu! [Elemento terra: domo de pedra]

Martine só observou transtornada de medo um domo de pedra crescer ao seu redor e a envolver por completo.

— Aaah!!!! Mas o que é isso?! – Ela gritou, já envolvida numa escuridão densa. A cúpula de pedra a protegia enquanto Kurotsuchi apontava para os ladrõezinhos brigando com os guardas da festa:

— TÁ LEGAL! JÁ CHEGA DE CONFUSÃO AQUI!!! – Ela espalmou as duas mãos no chão invocando mais uma técnica – DOTON! DORYUSOU!!! [Elemento terra: lanças de terra!]

E, na mesma hora, várias lanças afiadas de pedra começaram a surgir do solo quebrando o piso do salão e sendo disparados na direção dos bandidos arruaceiros. Tenho que admitir que a esquisita é habilidosa, já que ela evitou os guardas da festa, acertando apenas os patifes!

— Yeah!! – Ela comemorou, ainda com as mãos espalmadas e bem em frente o domo que protegia Martine.

Mas, Kuro não esperava que começassem a entrar no salão o dobro… Não! O quádruplo de bandidos afim de uma jóia vermelha fácil.

Enquanto isso, eu corri para a galeria pra encontrar Deidara e saber quando ele pretendia intervir naquela confusão.

— SENPAI!!! - Encontrei ele sozinho na galeria assistindo a bagunça na maior calma do mundo.

— Ah… – Ele me olhou nada surpreso – Tá atrasado, idiota!

— V-você tá vendo a bagunça que a Kuro-chan tá fazendo lá embaixo?! – Eu apontava com os dois dedos indicadores, todo exagerado como sempre.

— E eu sou cego por acaso? – Ele continuava na maior calma – Deixa ela diminuir o número de ladrões, eu não tô afim de gastar chakra com esses lixos!

E foi isso mesmo que a Kuro fez. Os guardas do salão começaram a sair quando perceberam que ela tava afim de arrumar aquela bagunça.

E foi aí que o líder daqueles bandidinhos de merda (aquele que falou que a lágrima era deles, logo no início), apareceu pra confrontar a esquisita:

— PAREM!!! – Ele deu a ordem aos seus subordinados e falou com ela – Eu sei quem você é… A neta do Tsuchikage…

Kuro cruzou os braços e o encarou:

— Bem, eu, infelizmente não posso dizer o mesmo de você!  

— Grr!!! – Ele rosnou – Estou mandando mil homens para cá agora mesmo, senhorita! Conheço suas habilidades, mas acha que consegue lidar com tantos ninjas sozinha?!

— Mande dez mil se quiser!! – Ela apontava para ele, toda confiante – Do jeito que vocês são fracotes, talvez eu nem precise usar minha kekkei touta contra vocês!  

Ah, claro! Ela adorava encher o peito pra falar que também era usuária de kekkei touta, nesse caso, o youton  [ elemento lava ].

Eu já disse hoje que odeio essa garota?

— Chega de papo, Kurotsuchi-san!! – O bandido já tava sem paciência – Sabemos que seu dom é falar e não agir! Entregue a lágrima vermelha de uma vez e prometemos não destruir essa cidade inteira e todos os cidadãos que moram nela!!

— Nada feito, fedorento!!

Ela apoiou as mãos no chão e rodou a perna acertando um golpe bem na fuça do bandido. Ele não conseguiu bloquear e caiu com a mão na boca, que já estava sangrando. Mas o cara, todo nervosinho levantou e começou a lutar taijutsu com a Kuro, que respondeu com golpes a altura. Entre um e outro golpe, eles trocavam ameaças:

— Vai se arrepender, garota!!! Entregue a lágrima de uma vez!!!

— Cala essa boca e luta!!!

E os tais “homens” que o bandido nariz em pé disse que viriam, chegaram bagunçado ainda mais a situação! Eles colocaram explosivos nas paredes e os detonaram. Em segundos o salão 51 do teatro Shirotsuchi estava cheio de buracos na parede.

“BUUUM!!!!!”

Kuro e o bandido narigudo se separaram para se proteger dos destroços.

E Martine, dentro do domo escuro, estava deitada em posição fetal, totalmente consumida pelo medo.

— Caramba! – Exclamei do lado de Deidara ainda na galeria que não desabou (ainda bem!) – Parece que esses caras tão levando a sério isso de roubar a lágrima…

— …

Deidara não respondeu. Estava apenas estático olhando para as paredes com buracos e a fumaça daquelas explosões subindo pelo ar. Ele não estava nada satisfeito.

— Senpai?!

— Mas que… MERDA É ESSA?!

Deixa eu adivinhar… Foram as explosões!  

— COMO ESSES LIXOS SE ATREVEM A USAR EXPLOSIVOS NAS PAREDES?? ESSE SHOW É MEU!!! NINGUÉM PODE EXPLODIR NADA SE DEIDARA ESTIVER PRESENTE, HUM!!

Pois é, acertei! Ele levantou da cadeira decidido a recuperar seu “show”:

— Vamos, Tobi!!! Cansei de assistir! Vamos acabar logo com isso!!!

— Yes!!!!

Como o bandido chefe caiu longe por causa da explosão, Kuro foi até o domo saber sobre sua cliente famosa:

— Marine!! Marine!! – Ela falava bem próxima ao domo – Você tá legal?!

— É Martine!! – A vozinha dela era chorosa e amedrontada – E me tira logo daqui, eu tenho claustrofobia!!!!

— Já vou tirar! Deixa só eu acabar com mais mil bandidos, e-

Ela foi interrompida por um som cortante de kunai perfurando um corpo.

E, que corpo era? O corpo do bandido chefe! Eu o matei enquanto ele se levantava do chão e joguei o corpo na frente da Kuro assim como Deidara mandou.

Gostei disso, foi intimidador!

— Mas… O que… – Kuro nem sabia o que dizer ao ver o bandido chefe morto aos seus pés. Ela se levantou para ver os autores do assassinato enquanto a poeira baixava. – Não pode ser…

— Não pode ser o que, Kurotsuchi?! – Deidara foi logo falando – Seu velho primo aparecer pra acabar com a sua festinha?!

Martine, dentro do domo, estranhou aquela voz diferente ecoar. Então ela colou o ouvido na parede de pedra para ouvir o que se passava.

Já a Kuro, não ficou nada contente com a visão que teve…

— Deidara-nii…

— Pois é, surpresa!! – Ele sorria com aquele nariz em pé que você deve conhecer! – Agora me entrega a tal jóia vermelha senão eu te mato!

E os capangas do falecido bandido chefe viram o corpo dele morto e partiram pra cima de nós três.

— TOBI! LIVRE-SE DESSES ESTORVOS AGORA!! – Deidara ordenou e eu bati minha continência habitual:

— HAI, SENPAI!!!!

Ele queria o caminho livre pra lidar com a prima sem interrupções. Eu corri pra cima dos caras, acho que eram uns cem mais ou menos, e tratei de usar meu ninjutsu “pega toupeira” pra enterrar cada um deles na terra pelos pés.  

Nada de revelar meu sharingan, ainda não era à hora…

Enquanto isso, Senpai ameaçou sua prima pela segunda vez:

— Anda, Kurotsuchi!! Cadê o diamante vermelho, hum?!

— Sem essa, Nii!! – Ela se levantou e se colocou bem em frente o domo de pedra – A modelo pagou muito bem a Iwagakure pra protegê-la! E eu não tenho medo de você!!

Mais uma característica dessa familia: Eles mentem bem pra caramba!

— Tudo bem! Então vou tirar a força!

Deidara fechou as mãos no in do elemento terra e colocou as duas mãos por dentro daquele kimono azul onde estavam aquelas pochetes de argila explosiva. Ele comeu argila com as bocas das mãos e vomitou com elas aqueles monstrinhos de C1. Vendo que a situação tava difícil, Kurotsuchi resolveu se preparar para lutar.

— PODE VIR, NII!!

— HAHA!! ESSA VAI SER BOA, HUM!!!

E Deidara controlou aqueles monstrinhos brancos de argila C1 para lutarem com Kuro. Ela desviava dos ataques pois sabia que seria o seu fim se a argila grudasse nela. Com uma kunai, ela cortou um pedaço de um dos monstrinhos, que logo virou um monstrinho menor.

— QUE DROGA!!! – Ela Esbravejou. E logo pulou para o alto decidindo equilibrar a briga – SUITON! MIZURAPPA!! [Elemento água: chifres de água]

E um pequeno lago molhou os pés de Deidara e seus monstrinhos. Ainda no ar, Kuro lançou outra técnica:

— DOTON! DORO HOSHI! [Elemento terra: Rio de lama]

E a água se transformou numa densa lama pegajosa. Deidara riu sarcástico enquanto saltava para cima fugindo da lama.

— Querendo me capturar, hum?!

— Já capturei!!

Kuro surpreendeu Deidara surgindo por trás dele numa velocidade impressionante:

— Youton! Sekkagyou no jutsu!!! [Elemento lava: Nuvem de cal]

E cuspiu uma nuvem esbranquiçada e corrosiva que envolveu o corpo de Deidara. Completando seu ataque, Kurotsuchi acertou um chute que fez o corpo dele bater no chão do rio de lama. Ao final, Deidara estava preso no rio de lama grudenta e derretendo com a nuvem de cal.

Kuro sorriu para si mesma e desceu até lá para se vangloriar.

— Então, você ia me matar se eu não te desse a jóia, Nii?!  

— Isso mesmo!!

Agora, era a vez dele! Deidara surgiu por trás dela lançando um de seus monstrinhos brancos que a agarraram e envolveram todo o seu corpo como se fosse um casulo de argila.

— Aaaahh!!!! – Ela gemeu pelo aperto da argila, caindo no chão dentro do casulo – Mas o que era aquilo!!? Nendo Bunshin??! [Clone de argila]

— Não sei como você caiu nessa, sério… – Agora era ele quem se vangloriava, abaixando o troco com as mãos para trás – Agora me diz onde está a jóia…

— NUNCA!!!

Sem querer, Kuro olhou preocupada para o domo de pedra, dando toda a dica pro meu Senpai.

— Aah! Ela tá ali?! Naquele domo?!

— Não!  Não tem ninguém lá! - Dessa vez ela mentiu mal pra caramba.

— Obrigado, prima…

Deidara andou lentamente na direção do domo sorrindo com perversidade e a Kuro começou a se debater no casulo de argila tentando se soltar. Meu Senpai pegou outro de seus monstrinhos de C1 e ordenou que ele colasse no domo.

— KATSU!!!!

“BUUUM!!!!”

E o domo foi pelos ares. Mas, quando a poeira baixou, não tinha absolutamente nada dentro dele.

— O que?! – Deidara exclamou incrédulo!

Enquanto isso, a Kuro, toda presa, respirou aliviada. De alguma forma, Martine conseguiu fugir, afinal, o chakra C1 não era suficiente para pulverizar seu corpo.

— EU FALEI QUE NÃO TINHA NADA, NII-BAKA!!!!

Deidara ignorou a prima esquisita e analisou o chão terroso cheio de pegadas de sandália feminina. Ele viu que eu tinha a situação dos bandidos sob controle (todos só com a cabeça pra fora da terra) e deu suas ordens:

— TOBI!! LIVRE-SE DA KUROTSUCHI!! EU VOU ATRÁS DA GAROTA!!

E eu não perdi a oportunidade de “suavizar”:

— ER… SERÁ QUE VOCÊ NÃO PODIA CUIDAR DA KURO-CHAN E EU “PEGO” A SENHORITA NAKANO ❤???

Deidara rosnou, revirou os olhos e me ignorou, correndo na direção das pegadas.

As vezes ele preferia me ignorar para não explodir!

E meu Senpai se enfiou na floresta seguindo os rastros da minha estrelinha. Ele estava determinado a terminar aquela missão, mesmo achando aquilo tudo um tédio total.

Bom, eu era capaz de apostar que se ele olhasse bem dentro dos olhinhos da senhorita Nakano ele mudaria de ideia sobre o tédio, mas vamos continuar por partes, meu caro Zetsu…

Martine tinha conseguido fazer um buraco no domo e fugir enquanto Deidara e Kurotsuchi lutavam. Confesso que só esse fato já era incrível, porque aquele jutsu da Kuro era praticamente indestrutível.

Como ela fez aquilo???

Assustada, ela corria por entre a floresta, desviando das árvores como podia, segurando forte a caixinha da lágrima vermelha com as duas mãos contra seu abdômen. Já nem lembrava mais por quanto tempo estava fugindo quando suas forças acabaram e ela tropeçou numa pedra, caindo de barriga no chão.

— Aaaahh! – Ela gemeu. Mas logo se arrastou para segurar novamente a caixinha com a jóia que ela tanto queria ter em seu poder.

Caída no chão, cansada e muito assustada, Martine começou a devanear, abraçando a caixinha em seu peito.

Em sua mente, a imagem de um homem de meia-idade e cabelos longos, muito vermelhos e olhar gentil, que segurava seu lindo rostinho adolescente:

“Escute com atenção… Agora você é Martine… Não permita que ninguém jamais a chame por seu antigo nome e nem que descubra a verdade sobre seu poder…”

“M-mas… Raiden-ochan!!”

“Está decidido, minha sobrinha! Não sei se um dia a verei outra vez… Mas se a ver, espero que não seja nas mãos de Kusuri…”

“Não vou conseguir fugir de Kusuri pra sempre, Ochan!! Não enquanto esse poder estiver dentro de mim!!”

“Se algum dia você conseguir encontrar a jóia suprema do clã Uzumaki… A lendária lágrima vermelha… Me procure novamente e poderei selar para sempre o seu poder no interior da jóia!”

“A lágrima vermelha…?”

“Sim… A lágrima vermelha…”

Hum… Martine estava começando a revelar seus segredos em sua mente! Então ela realmente tinha um poder oculto e, olhem que surpresa! Kusuri, o ladrãozinho de quinta que contratou a Akatsuki, está presente no passado da linda Martine!

E esse traste nem imagina que ela está com a jóia… O que mais esse dia vai nos revelar?

Martine começou a se levantar devagar, percebendo os joelhos ralados e com pouco sangue escorrendo. As feridas ardiam, mas o medo de ser encontrada a incomodava ainda mais.

Uma pena que exatamente o que ela temia aconteceu:

— Admirando a paisagem, hum…?

Martine sentiu seu estômago revirar e o corpo todo tremer. A voz veio por trás dela e, muito hesitante, virou-se para encontrar seu dono.

— …