Eu via tudo com a mente, mesmo que não estivesse de corpo presente, é mais uma habilidade minha.... Eu vi quando Kakuzu recebeu uma mensagem através de um pombo correio para comparecer em uma casa de dango às proximidades de Iwagakure no Sato.

A mensagem era sobre uma missão. Nagato, enquanto vivo, permitia atividades mercenárias na organização, você bem sabe, Zetsu! E Kakuzu era totalmente obcecado por dinheiro…

Ele chegou depressa na casa de Dango e sentou-se à mesa com um tipo estranho que o aguardava.

— Então… – Ele quebrou o silêncio entre ele mesmo e o tipo estranho. Ele era um homem alto, musculoso, dono de uma face odiosa e marcada com uma cicatriz enorme em diagonal, da testa ao queixo, parecia que “ladrãozinho de quinta” estava estampado em sua cara. Seu nome era Kusuri e era o autor da mensagem que Kakuzu recebeu – São 30 milhões de ryo pelo serviço!  

Kakuzu, tranquilo, ofereceu seu preço, mas parece que Kusuri não achou muito justo:

— O que?! Mas por que diabos você acha que eu pagaria tudo isso por um trabalho que eu mesmo posso fazer?!

— Você pode fazer? - Kakuzu retrucou, com sua habitual tranquilidade – Você e sua trupe ridícula de ninjas patifes não conseguiram roubar aquela joia enquanto ela estava com uma pessoa! E agora, contratam a nossa organização… Acho que você teme mais do que quer demonstrar, garoto…

Kusuri travou a garganta, visivelmente raivoso por ter sido contrariado. Kakuzu tinha razão em pensar que ele temia algo relacionado aquela missao:

— Tsc! Vocês da Akatsuki… Sabem ser persuasivos… – Mesmo a contragosto, o ladrãozinho de quinta aceitou a proposta – Certo! Eu pago o que você quer!

— Perfeito… – Kakuzu sorriu por dentro daquela máscara que ele usava – 30 milhões! A metade agora!

Os dois disfarçaram a conversa quando a senhora que era dona da casa de dangos trouxe dois pratinhos com os doces para eles... E os idiotas nem comeram! Imperdoável, eu adoro dangos! Mas, enfim, Kakuzu continuou quando viu que era seguro:

— E sem truques!! Se não garantir a metade do pagamento, eu não posso garantir a melhor dupla para o seu negócio!

— Certo, certo! – Kusuri revirava os olhos de raiva, mas precisava aceitar – Eu pago 15 milhões hoje! Não estava no combinado, mas eu creio que o Idasa-sama não vai se importar contanto que tragam a lágrima vermelha o quanto antes!!

Ah, a lágrima vermelha! Eu fiquei bastante curioso quando aquele verme a citou pela primeira vez. Ele entregou um classificador para Kakuzu com fotos e escritos sobre aquele artefato e começou a explicar melhor…

— Essa é a lágrima! – Ele apontava para a foto. Era uma linda gema vermelha, perfeitamente lapidada e encravada em uma armação de ouro em formato de gota, usada como pingente de uma corrente também de ouro. Uma bela joia! No pescoço de uma bela mulher seria um pecado! Kusuri prosseguiu – Ela pertenceu a um magnata Chinês por muitos anos e agora que ele e a mulher morreram, ela irá a leilão no teatro Shirotsuchi amanhã de manhã.... Vocês só precisam roubá-la da pessoa que a arrematar no leilão!  

O plano era no mínimo estranho, e, para o nosso peculiar chefe das finanças, era bem idiota:

— Não sou de criticar missões pagas, mas… Por que não usar os 30 milhões que está disposto a me pagar para ganhar o leilão e ficar com a jóia de maneira legal?!

— Seria mais fácil, eu sei… Mas nós, homens de Idasa-sama somos homens marcados… Seríamos caçados e motos assim que entrássemos nos limites do país da Terra.

— Hum… – Kakuzu lhe ofereceu sua solidariedade sarcástica – Sinto muito, camarada!

— É por isso, Kakuzu-san! Por isso que pagar ninjas mercenários é a melhor escolha para nós… – E Kusuri, finalmente pegou um palito de dango. Ele queria fazer parecer que seria uma missão árdua, talvez para se promover ou sei lá por qual motivo! – E não pense que vai ser fácil!! Com certeza não seremos os únicos a tentar roubar a joia! Além disso, a segurança do local deve estar reforçada por uns ninjas vem fortes!

— Isso não será problema! – Kakuzu o interrompeu e sua paciência estava se esgotado – Pague logo os 15 milhões da entrada e terá sua maldita joia bem rápido, garoto idiota! Não tenho interesse em saber se o lugar tem segurança ou não! Tudo o que importa para a Akatsuki é o dinheiro!!

Ah, depois dessa, o verme engoliu seco!

“Que cara… Assustador! ”  

Ele mandou que outros vermes que estavam ao redor, (acho que eram todos capangas do tal de Idasa) se aproximassem trazendo uma maleta. Kusuri pegou a maleta e entregou ao Kakuzu:

— A - aqui esta o seu dinheiro…

— Hn… – Kakuzu pegou a maleta, ainda fuzilando o ladrãozinho com aquele olhar horroroso que ele tinha.

— Bem… Então, nós nos encontrarmos amanhã com a lágrima no local combinado? – Kusuri tentava encerrar a transação com cuidado para não irritar o Kakuzu.

— Certo… Foi um prazer fazer negócios com você.  

E o nosso cara abriu a maleta para contar o dinheiro como era de seu costume. Acontece que Kusuri ainda tinha uma dúvida que queria sanar:

— Er… Sobre a dupla que você vai enviar para a missão,  Kakuzu-san…

— Oh, claro… – Ele já estava de humor bem melhor com várias notas de cem entre os dedos – São dois pirralhos irritantes e barulhentos, eu os odeio com todas as forças… Mas farão o trabalho bem rápido! Eles dois são, com certeza, os mais indicados para esta missão…

O verme se aquietou e decidiu não perguntar mais nada. Se Kakuzu garantiu, só restava esperar pelo melhor.

E, sobre os dois pirralhos irritantes, bem… Digamos que apenas um deles era irritante. O outro era muito mais vaidoso e narcisista do que irritante.

Deidara e meu alter-ego extravagante... Tobi!