A ilha - Livro 1 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 17
Capítulo 17 - O “encontro”


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos a mais um capítulo!



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—Ei, sentei entre Kamila e Ivo para poder falar om ela – desculpa não ter entrada na agua com você aquela hora

—Tudo bem, você não queria.

—Não tenho estado de muito bom humor esses dias – dei a desculpa esfarrapada – essa viagem tem muita gente chata – olhei para Ivo

—Porque não vai sentar com sua turminha¿ - Ivo falou me empurrando do tronco em que estávamos sentados e me fazendo cair

—Idiota! – chutei areia na cara dele e levantei me dirigindo a Kamila – Vou lá com o pessoal, mas depois eu volto.

Saí ainda sendo xingada por Ivo e me sentei com o pessoal. Deitei no colo de Heitor e fechei os olhos apenas ouvindo a conversa entre eles todos. Greta e Ingrid falavam da qualidade da pele delas enquanto Eliana, Heitor, Fabricio, Diego, Erick, Felipe e Abner falavam sobre o que fariam na volta da viagem ainda tendo um mês de férias. A gente conseguia ouvir Quirino e Wanessa brigarem alto por causa das provocações dele enquanto Ivo e Jemima se divertiam vendo.

Pamela e Renata estavam com a professora Olivia pedindo que ela mandasse Quirino parar, mas ela ignorava a situação infantil conversando com a jovem Cristal que parecia ser a única pessoa ali que gostava da professora. Abri meus olhos para observar melhor a cena e me deparei com Bianca, Carol, Saulo e Amanda com lanternas nos rostos contando historias de terror num circulo fechado entre eles. Mais afastado estava sentado Igor com Gabriela, Helena e Ivana dando em cima dele com sorrisinhos, o que revirou meu estômago. E piorou quando ele me encarou três segundos antes de colocar o braço por cima do ombro de Ivana.

Kamila continuava conversando com Juliane e Tais aonde eu havia deixado elas e os professores Nicolas e Marcelo conversavam com a Ednara. Dava para ver como Marcelo estava segurando uma vela absurda para o casal. Eu ri sozinha.

Não sei que horas eu adormeci, mas quando acordei estávamos a minoria fora das barracas. Deveria ser umas três ou mais da manha e eu ouvia alguns cochichos, mas deveriam vir de dentro de algum das barracas porque do lado de fora todos dormiam. Além de mim, tinha mais umas quatro pessoas deitadas ali. Me sentei e percebia que eu estava com uma almofada em baixo da cabeça e dois cobertores. Só então reparei que Ivo estava ali também, e acordado olhando para o céu.

Me levantei e sentei do lado de onde ele estava deitado calado e sozinho.

—Não esta com frio¿ - perguntei vendo que ele estava deitado na areia sem nada além das vestes

—Estou – respondeu baixo

Joguei um dos cobertores em cima da pernas dele e me encolhi no que me restou

—Você não dormiu¿ - tentei puxar assunto

—Como posso dormir¿ Não sai da minha cabeça o que nós temos visto acontecer. Isso não é normal. Isso é absurdo - ele se sentou e me encarou de olhos arregalados

Parecia querer me convencer de que aquilo não existia. Mas acho que ele não lembrava de que eram as MINHAS pernas e que eu estava ficando muito mais louca de tanto pensar naquilo do que ele. E além e pensar, sentir.

—Isso daria uma grande pesquisa – ele voltou a falar baixo – você daria muito dinheiro

—Ta maluco¿ - falei assustada

—Eu to te zoando – ele riu olhando o mar – eu nunca faria isso – ele me encaro sério

Eu não confiava nele, nem um pouco. Ele ainda era o mesmo Ivo, só que assustado, o que piorava as coisas pois ele poderia muito bem agir por impulso.

—A gente deveria nadar – ele falou de repente

—Agora¿ Claro que não. Você viu meu sufoco mais cedo.

—Não hoje, mongoloide! Amanha estaremos de volta a cidade e poderíamos nadar de madrugada, você poderia tentar achar respostas.

—Não sei... – lembrei da mulher peixe – eu acho que vi a mesma sereia hoje novamente

—Digamos que você não esteja surtando e que ela realmente exista – ele falou animado – ela talvez possa ter respostas!

— Pela primeira vez você teve uma boa ideia! – eu ri me deitando encolhida com frio.

Ficamos falando sobre possibilidades de coisas que poderiam ter acontecido comigo. Até mesmo de tudo quilo ser uma pegadinha armada pelo resto da turma, mas chegamos à conclusão de que não fazíamos ideia do que houvera.

Dormi sem sequer notar novamente e quando acordei já era dia. Ivo não estava mais do meu lado e o cobertor que antes eu pusera nele, ele havia me coberto novamente. Alguns já tinham acordado e outros ainda dormiam. Era hora de irmos para o hotel novamente. Saímos da praia era mais ou menos nove horas da manha, muito bem descansados e alimentados. Fizemos uma trilha um pouco mais sinuosa e perigosa e voltamos aos jipes já mortos de cansaço. Chegamos ao hotel já passava das duas da tarde e tudo que eu queria era comer e dormir. Enquanto almoçávamos o diretor Luca faziam perguntas sobre o que havíamos achado da trilha e do acampamento e nós gritávamos como havia sido tudo nota mil. A não ser pelas cinco reclamonas de sempre: Greta, Ingrid, Wanessa, Pamela e Renata.

Lucas nos disse que ficaríamos a toa no hotel o restante do dia, pois sabia que deveríamos estar muito cansados e anunciou que no dia seguinte sairíamos para conhecer a cidade.

—Lucas – Ivo falou – posso ir comprar um celular¿ O meu eu perdi no mar

— Tudo bem, Ivo. Mas volte logo ao hotel

Ivo se levantou e saiu em disparada. Eu precisava falar com ele sobre tentarmos descobrir algo aquela noite, mas sair naquele momento seria muito suspeito então bolei outro plano.

Depois do almoço não teve ninguém que quisesse fazer outra coisa além de dormir então todos subiram já bocejando para o primeiro andar. Fiquei mais para trás e falei pra meninas que subia já, que ia ligar para os meus pais. Elas subiram e eu me sentei no saguão para esperar por Ivo.

Só meia hora depois ele apareceu e eu estava quase dormindo naquele sofá confortável quando ouvi a voz dele.

—O que esta fazendo aí¿

—Te esperando - levantei assustada – preciso saber se vamos mesmo sair a noite e de que horas - falei baixo

—Estou achando que a recepcionista não vai querer nos deixar sair.  – Ele olhou para Genevive distraída no balcão lendo alguma coisa – anote seu numero aqui – ele me deu o celular novo que havia comprado

Anotei meu numero rapidamente e entreguei de volta

—Te mando mensagem e combinamos direitinho.

—Beleza – eu fui para o elevador da direita e ele para o da esquerda


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Notas finais do capítulo

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