Nick e Judy - Um Amor maior que Preconceitos escrita por Apenas uma fã


Capítulo 4
Capítulo 4: Explicações


Notas iniciais do capítulo

Um flagra.



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O dia amanheceu, e ao ouvir o som dos carros andando pelas ruas, Judy acordou. Ela deu graças à Deus pelas cortinas de sua janela estarem fechadas, assim o quarto permaneceu escuro, e não com uma baita luz do dia em seu rosto amassado. Sentiu seu rosto em uma coisa muito mais fofa que seu travesseiro, alguma coisa peluda. Recordou-se imediatamente da noite anterior, e tocou o busto de Nick, pra ter certeza de que era real mesmo. O peito dele subia e descia, levemente relaxado, e tranquilo. Ela abriu um largo sorriso e suspirou feliz, como nunca. Levantou o rosto com cuidado para não acordar a raposa, que dormia com um sorriso no canto da boca. Judy se perguntou se ele teria dormido sorrindo, e concluiu que sim. Ficou parada, com o queixo sobre o peitoral másculo de Nick, admirando-o como se fosse um quadro lindo. Suas orelhas estavam jogadas sobre a cama, tão relaxadas quanto o namorado abaixo. Ela se aproximou e depositou um breve beijo no nariz de Nick, e outro na testa, confortando-o. Não se conteve em deitar novamente sobre ele, e aconchegar-se naquele abraço maravilhoso. Nick acordou com tanta mexeção, mas acordou tão feliz quanto ela. Abriu um sorriso tão largo quanto o dela, e retribuiu o abraço. Ele não precisou fazer força para se lembrar do que rolara na noite anterior, já que sonhara com isso a noite toda. Se encararam, e trocaram um sorriso:
—Bom dia... meu amor... - Sussurrou Nick acariciando o rosto dela.
—Bom dia... - Ela corou ao repetir a frase dele. - Meu amor.
Nick se atreveu a beijá-la, e não se incomodou de estar beijando assim que acordara.O beijo continuaria, se o telefone de Judy não tivesse tocado. Nick, ainda um pouco sonâmbulo, se direcionou até o telefone de Judy e pegou-o na intenção de dar à ela, mas ao ver que se tratava da chamada de um macho, e pra piorar um raposo, resolveu atender, e lançou um olhar desconfiado à Judy. Era um tal de Gideon Gray.
—Alô. - Disse Nick, fazendo questão de engrossar à voz mil vezes.
O telefone ficou mudo por breves instantes, em que Nick muito desconfiado encarou Judy, que estava com um sorriso aberto, tão desconfiada quanto ele.
—Como assim... - Sussurrou ela. - Ele nunca me ligou. Que estranho!
—Alô! - Praticamente rosnou Nick, aborrecido.
O telefone ficou mudo por mais alguns instantes, em que Nick pareceu ter ouvido uma guerra com o telefone, e resmungos baixos. Até que uma voz feminina gritou:
—Você não é a Judy! Quem é você???
Nick olhou para Judy, surpreso e corado, e viu Judy corar tanto quanto ele, e arregalar os olhos, de orelhas em pé.
—É A MINHA MÃE!!! - Sussurrou tão baixamente Judy, que Nick precisou fazer leitura labial.
—Responde seu safado!!! Roubou o telefone da minha filha? - Continuou a mãe de Judy, zangada.
—Bom dia, minha senhora. Não, não, não, calma. Eu sou... eu sou... um amigo da sua filha. -Explicou-se Nick, imensamente corado.
Estava agora falando com a sogra, que não sabia que tinha um genro. Raposa.
—Ah... hehehe, me desculpe. - Pediu a mãe de Judy, parecendo tímida. - E... o que está fazendo com o celular da minha filha? Onde ela está??? Você está no apartamento dela? O que está fazendo aí logo cedo? São seis da manhã! - Pareceu desconfiada a mãe de Judy.
Nick ouviu ao longe o pai de Judy gritar : " O QUE? O QUE JUDY ESTÁ FAZENDO SOZINHA COM UM MACHO? QUE LOUCURA É ESSA? ME DEIXE FALAR COM ELA! "
Ouviu mais uma briga de telefone, em que Judy agora estava se segurando para não rir, e olhava preocupada para Nick, procurando algum sinal de magoamento, mas Nick sorriu tão bondosamente que ela não pôde evitar abraçá-lo.
—Oi... desculpe por isso, meu marido morre de ciúme da filha. HEHEHE.... então... você é um coelho? - Perguntou a mãe de Judy parecendo muito interessada e desconfiada.
—Não. - Respondeu Nick. - Sou um raposo.
O telefone novamente ficou mudo, e Nick ouviu novamente uma briga de telefone, e uma voz masculina falou:
—Bom dia.
—É O MEU PAI!- Sussurrou Judy novamente.
Nick estava todo vermelho e constrangido.
—Você é amigo da Judy? - Perguntou o coelho, tão desconfiado quanto à mãe.
—Bem... na verdade... - Disse Nick, olhando Judy, basicamente pedindo permissão, e notou que Judy implorou que não dissesse nada ainda. - Eu sou parceiro da Judy no DPZ... eu sou o raposo que estava com ela no show da Gazela, o senhor se lembra? O rapaz que a ajudou no caso das uivantes...
—Ahhhh! Sim! SIm! Me lembro! - Disse o pai de Judy parecendo muito animado e orgulhoso. - Me lembro muito bem. E aí como você está?
—Eu estou ótimo!!! Melhor do que nunca. - Disse Nick sorrindo marotamente para Judy, que corou, e passou a mãos nas orelhas. - E o senhor???
— Ah, estou bem também. Onde está minha Judy? - Nick reparou no quanto o pai de Judy falava rápido, feito um tagarela. "Coelhos, pensou ele". - Bem... como são seis da manhã, presumo que ela deve ter deixado o celular dela com você, ou algo assim...
—Sim! - Respondeu Nick imediatamente, nervoso. - Ontem ela esqueceu o celular dela dentro do carro do DPZ, e eu guardei ele, vou devolver hoje... fique tranquilo. - Disse Nick manso, passando a mão na testa, indicando alívio, o que fez Judy sorrir e se jogar na cama.
—Ahh mas que pena! Ou melhor, que boa! Judy terá uma surpresa. Estávamos ligando pra dizer à ela, que estamos subindo às escadas do prédio dela! Viemos visitá-la! Estamos com tanta saudade!
Nick travou, assim como Judy, e ambos arregalaram os olhos. A boca de Nick se abriu em um O, e tudo que ele conseguiu sussurrar foi :
"Cenourinha...?"
—Bem... foi ótimo falar com você, espero te ver de novo logo, um abraço! - E ambos ouviram o tututu do telefone desligado.
Estavam ambos nus na cama, com roupas espalhadas por todo o quarto, sem contar o cheiro de que houve sexo naquele quarto, que somente estava disfarçado pela flor perfumada em cima da mesa. Judy pulou de um salto da cama, assim como Nick, e não se importou se estava pelada.
—E agora Nick??? Droga!!! Eles vão me matar... vão saber que a gente dormiu junto! - Resmungava Judy, choramingando, de um lado para o outro.
— Calma... calma... droga! Você tem razão, não consigo pensar em nada! - Disse Nick jogando-se na cama, com as mãos em volta da cabeça, atordoado.
Em meio a seus resmungos, ouviram bater na porta. Judy correu e vestiu de volta à roupa do chão, e jogou em Nick a roupa dele, que a vestiu rapidamente. Nick arrumou a cama para parecer que ninguém nem havia dormido nela:
—JÁ ESTOU INDO! - gritou Judy desesperada, jogando perfume por todo o quarto, disfarçando o cheiro. - Droga... assim vai ficar mais óbvio ainda! Vão perceber que arrumamos tudo porque fizemos algo errado... - Se torturava Judy.
—Calma... cenourinha... não acho... que fizemos algo errado. - Sussurrou Nick beijando a bochecha dela, e segurando em sua mão. - Calma... a gente pode... resolver isso..
Nick sentou-se na mesa, e fingiu estar muito concentrado mexendo ao notebook. Judy, trêmula, foi em direção à porta, e finalmente abriu, logo em seguida saindo para fora do quarto e fechando a porta. Nick ouviu Judy ser esmagada em abraços, e seus pais a enchendo de perguntas sobre o celular, e sobre si mesma. Parecendo aliviado, ao pensar que a visita não passaria da porta para fora, Nick foi em direção à porta e ficou atrás dela, ouvindo tudo:
—Mas minha filha... você dormiu assim? - Perguntou a mãe de Judy.
—O quê? Assim como? - Espanto-se Judy, de orelhas em pé.
—Com essa calça larga... e esse sutiã de lua de mel? - Abobalhou-se sua mãe. - Isso parece calça de homem minha filha, você está ficando louca de tanto trabalhar? Emagreceu em! - Riram seus pais.
Judy corou violentamente, e Nick mordeu o lábio ao perceber que estava sem calça. Notando o silêncio de Judy, o pai desconfiou.
—Você está... sozinha aí? - Perguntou ele indo em direção à maçaneta, mas foi rapidamente impedido por Judy.
—Sim! Papai, é melhor você não entrar aí! Tá tudo empoeirado, uma bagunça, eu não tenho tido tempo de arrumar!
—Ah meu bem, a mamãe pode arrumar pra você! - Disse a mãe seguindo em direção à porta também.
—Não! - Pulou na frente da porta Judy. - Eu chamei uma leoa pra limpar pra mim, ela vem hoje à tarde! - Mentiu ela.
—Ah, que bom meu bem. E por que a gente não entra rapidinho pra você trocar de roupa e ir conosco tomar café da manhã na loja de rosquinhas? Aqui tem umas lojas muito legais! Com razão você gosta daqui... - Disse seu pai, orgulhoso e feliz.
—Ah, sim com certeza! Mas... será que vocês podem esperar aqui fora? - Perguntou ela quase enlouquecendo de tensão.
Seu pai e sua mãe levantaram a sobrancelha.
—O que você está escondendo aí meu bem? - Perguntou a mãe.
—Nada! Oxe... o que estão pensando de mim? - Fingiu Judy. - É que não quero que vocês se enfiem na sujeira... falando nisso, por quê me ligaram do telefone do Gidion Gray? - Mudou de assunto Judy.
—Ah meu bem, seu pai deixou o nosso celular cair no estábulo de água! Então o Gideon teve a gentileza de nos emprestar o dele, mas hoje mesmo devolveremos. Já vamos aproveitar que estamos aqui e comprar um celular novo, não podemos ficar sem falar com você. - Explicou a mãe bondosamente.
—Ah entendi. Eu posso pedir ao chefe Bogo, para ficar umas horas livre... e ir com vocês... - Disse Judy nada contente.
—Que ótimo! Agora será que podemos entrar? - Disse seu pai com as mãos na cintura. - Eu preciso muito de um copo de água...
—Não! - Gritou Judy mais uma vez impedindo o pai de entrar. - Esperem aqui, eu já volto!
E assim ela entrou de volta ao quarto. Nick estava parado, com a maior cara de medo, misturado com susto e pavor. Judy rapidamente tirou a calça e deu-a para Nick, que a vestiu, e bufou de tristeza. Judy estava se vestindo com o uniforme, quando a porta se abriu e seus pais entraram. Nick encostou na parede, tão reto e duro quanto um quadro, mas não foi possível evitar, sua mãe e seu pai o viram. Judy ficou boquiaberta, ainda com o uniforme pela metade do corpo. Nada foi dito, os quatros ficaram boquiabertos e chocados, assustados.
—Pai... mãe, eu posso explicar! - Disse Judy terminando de vestir o uniforme.
—Mas o que...? - Disse o pai de Judy sem palavras. - Sabíamos que tinha um homem aqui com você... mas não imaginávamos que fosse...
—Como assim sabiam que tinha um homem aqui comigo? - Perguntou Judy, com as orelhas em pé de curiosidade.
—Ah meu bem... não foi difícil perceber... você estava com uma calça de homem... um sutiã que você não costuma usar... não queria nos deixar entrar... você acha que é só você que é boa com detalhes, investigações e pistas? - Indagou a mãe, cruzando os braços.
Judy mordeu o lábio inferior, e suas orelhas caíram, amedrontada. Lá vinha as broncas.
—Quem é você? - Perguntou o pai de Judy cruzando os braços, parecendo sério e olhando diretamente nos olhos de Nick.
Nick ficou calado, com os olhos arregalados, e olhou para Judy, como que pedindo socorro. Judy sorriu gentilmente, e seguiu em direção à ele:
—Pai... mãe... esse é o Nick. - Apresentou-o Judy, precisando levar a mão de Nick, até a mão de seus pais, já que ele estava travado.
—Ni..Ni..Nicolas Wilde senhor... - Disse Nick, corado, olhando para o chão.
—Ei... você não é o raposo que atendeu o telefone agora cedo? - Perguntou seu pai, acusativo.
Nick engoliu em seco, e continuou olhando para o chão.
—Sim... mas, eu posso.. expli..
—E também é o parceiro da Judy! - Finalizou a mãe.
—Sim mãe, ele é! O melhor parceiro de todos... - Disse Judy olhando Nick apaixonada.
—Já percebi. - Disse o pai de Judy batendo o pé, parecendo emburrado. - Também percebi outra coisa. Vocês não estão afim de me contar nada?
—Bem... - Judy deu um tapa na própria testa bufando. - Aff... isso é mesmo necessário?? Pai, por favor!
— Sou todo ouvidos..- Disse o pai , se sentando na mesa de Judy, junto com sua mãe.
—Ok... - Judy olhou profundamente nos olhos de Nick, que finalmente sorriu amorosamente, e segurou firme na mão dela.
—Senhor Hops... eu sou Nicolas Wilde, parceiro da sua filha no DPZ... sei que pode parecer estranho, mas... nós...
—Dormiram juntos? - Finalizou o pai, ainda emburrado.
—Sim.. mas, não é bem assim, como o senhor está pensando. - Disse Nick impedindo o pai de Judy de falar. - O senhor não tem noção do que essa .. - Nick olhou para Judy tirando sarro. - Cenourinha, fez comigo. Ela basicamente me salvou, me mudou... e... eu... me desculpa, mas eu me apaixonei! - Explodiu Nick.
—Não foi só ele. Também estou apaixonada.... muito apaixonada... - Ambos trocaram olhares.
A mãe de Judy estava com uma cara de quem assiste a finais felizes, e isso fez o pai dela se acalmar.
— Certo... é óbvio... - Disse ele. - E... o que vocês.. pretendem fazer?
—Não estou aqui só pra usá-la, ou brincar com ela. Nem muito menos pra fazer experimentos, ou realizar desejos malucos... sei que eu sou uma raposa, e ela uma coelha... mas, sabe, rolou. - Disse Nick, sorrindo safadamente.
—Pai... eu e ele estamos...
—Namorando. - Finalizou Nick, que recebeu um olhar admirador de Judy, nunca falaram de namoro, e ele agora a apresentava como namorada.
—Certo... e vocês tem certeza de que é isso que querem, meu amor? - Perguntou a mãe de Judy, se aproximando deles.
—Não. - Disse Nick, causando um arrepio em Judy, e levantando as orelhas dos três. - Eu quero muito mais que isso. - Disse ele surpreendendo.
—Ah... Nick... - Sussurrou Judy encantada.
—Eles não ficam lindos juntos??? - Pulou de alegria a mãe de Judy, vendo em seguida seu marido revirar os olhos, e balançar a cabeça positivamente.
—Tenho que confessar que sim... apesar de ser algo incomum, uma raposa e um coelho... sim, vocês combinam. - O pai de Judy desceu da mesa, e se aproximou de Nick. - Seja bem vindo à família dos Hops, e... não decepcione a minha coelhota.
—Nunca, jamais. Eu amo a minha Cenourinha. - Disse Nick olhando apaixonado para Judy.
Judy firmou sua mão na dele, e seus pais saíram, dizendo que não era necessário que fossem com eles comprar o celular. Fizeram questão de pegar o número do zoazapp de Nick, para sempre estarem em contato com o genro, e Judy notou uma rúbia de suspeita e medo de Nick fazer algo com Judy, por ser uma raposa. Finalmente sozinhos.
—Ufa... eu pensei que fosse ser bem pior!!! - Riu Nick se jogando novamente na cama de Judy, relaxando.
—Eu que o diga...nossa, to tão... aliviada. Não sabia como contar pra eles... - Judy se jogou em cima de Nick, que soriu marotamente.
—Judy... eu sou Nick Wilde, todo mundo gosta de mim. - Se achou Nick.
—Até as raposas do seu bairro? - Perguntou Judy, com ciúme.
—Ah, relaxa... eu sou seu. Só seu. E sabe... nunca existiu uma raposa que me chamou a atenção.. acho que o destino escreveu minha história diferente... - Disse ele deitando Judy na cama e se aproximando para beijá-la.
—Só meu? Perguntou Judy puxando a gravata dele, e mordendo o lábio.
—Todinho seu... - Nick fechou os olhos e a beijou.

 


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Notas finais do capítulo

Comentem, obrigada!